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Lição 2, Central Gospel, O Ministério Diaconal, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Atos 6.1-7
1 - Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma
murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram
desprezadas no ministério cotidiano.
2 - E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas.
3 - Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios
do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio.
4 - Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5 - E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem
cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão,
e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
6 - e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as
mãos.
7 - E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o
número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
TEXTO ÁUREO
Paulo e Timóteo, servos de JESUS CRISTO, a todos os santos em CRISTO JESUS
que estão em Filipos, com os bispos e diáconos. Filipenses 1.1
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Marcos 10.45 JESUS, o modelo de servo
3ª feira – Atos 6.8 O diácono e a variedade de dons
4ª feira – Atos 6.10 A sabedoria e intrepidez de Estevão
5ª feira – Lucas 21.15 A comunicação do diácono
6ª feira – Romanos 12.3 A humildade do diácono
Sábado – Romanos 12.5 O diácono e a unidade na igreja
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
entender as necessidades e as características do ministério diaconal;
identificar as qualificações do diácono;
discernir o valor do ministério diaconal.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O MINISTÉRIO DOS DIÁCONOS
1.1. Uma necessidade premente
1.2. Maturidade para delegar
1.3. A natureza do serviço diaconal
1.4. A origem do ministério diaconal
1.5. A escolha
2- JUSTIFICATIVA PARA A NOMEAÇÃO DE
DIÁCONOS
2.1. A complementaridade dos ministérios
2.2. O modo da escolha
2.3. Os critérios da escolha
3- QUALIFICAÇÕES DOS DIÁCONOS NO NOVO
TESTAMENTO
3.1. Respeitáveis e de uma só palavra
3.2. Não inclinados a muito vinho
3.3. Não cobiçosos de sórdida ganância
3.4. Conserva o mistério da fé com uma consciência limpa
3.5. Que sejam experimentados
3.6. Características relacionadas à família
4- A ÉTICA NO DIACONATO
4.1. Ser cheio do ESPÍRITO SANTO
4.2. O conhecimento pleno do seu ofício
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS DIVERSOS PARA AJUDA DA LIÇÃO
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 12- O Diaconato
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário - Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de
Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS
E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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Vídeos desta Lição em 2021
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Vídeos desta Lição em 2014
TEXTO ÁUREO
“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição
e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).
VERDADE PRÁTICA
Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de
todo o crente.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 1,1 Auxiliares dos líderes da igreja local
Terça - At 6-1-5 Homens exemplares
Quarta - At 6.6 Separados com imposição de mãos
Quinta - 1 Tm 3-12 Bons líderes no lar
Sexta - 1 Tm 3.13 Chamados para servir
Sábado - Mt 20.26-28 JESUS veio para servir
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Timóteo 3.8-13.
8 - Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não
dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 9 - guardando o
mistério da fé em uma pura consciência. 10 - E também estes sejam primeiro
provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 11 - Da mesma sorte as
mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12 - Os
diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas
próprias casas. 13 - Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão
para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS.
Resumo da Lição 12- O Diaconato
I - A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. Significado do termo.
2. Serviço de escravo.
3. O discípulo é um serviçal.
II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito da função.
2. Origem do diaconato.
3. A escolha dos diáconos.
III - O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono.
Caráter moral, espiritual e familiar.
2. A função dos diáconos em Atos 6.
3. A função dos diáconos hoje.
Meus comentários e de livros diversos - Com alterações do Pr. Luiz Henrique
A mulher pode ser pastora ou exercer algum ministério na Igreja?
12 Patriarcas, nenhuma mulher. 12 apóstolos, nenhuma mulher. 5 ministérios,
nenhum feminino. A Igreja deve ter como cabeça JESUS CRISTO, não Maria.
Diaconisa é uma mulher que limpa os banheiros, lava o chão, lava roupa e
cozinha para a igreja ou recebe em casa um visitante, ou também, que visita
as pessoas, ora pelas pessoas, ajuda os pobres e necessitados. Pode ser
tanto a mulher do diácono, como do pastor, como qualquer outra que ajuda na
obra de DEUS. Não tem título e nem cargo eclesiástico, mas disposição para
servir - este é o significado de diaconia. Lavar os pés aos santos quer
dizer isso. Se JESUS quisesse mulheres no ministério eclesiástico colocaria
sua mãe como a primeira. Foram 12 patriarcas e nenhuma mulher. Foram 12
Apóstolos e nenhuma mulher. São 5 ministérios na Igreja e nenhum feminino.
Pr.
Antonio Gilberto "ordenação de mulheres ao ministério pastoral é
antibíblico"
Dom 22 Jun 2014, 10:35
A ordenação de mulheres a cargos eclesiásticos, como o diaconato e pastorado
é uma realidade, mas não unanimidade. Diversos ministérios aceitam e elegem
mulheres para esses cargos, porém diversos outros se recusam a fazê-lo.
Pastor Antonio Gilberto diz: “A igreja vai prestar conta”.
http://noticias.gospelmais.com.br/pastor-antonio-gilberto-mulheres-ministerio-pastoral-antibiblico-45779.htm
Em 2012, em entrevista ao Seara News, o pastor Antônio ao ser questionado
sobre à ordenação de mulheres ao ministério, o nobre obreiro foi enfático:
"Não, não e outra vez não! Não existe Ordenação!… Mulheres no SANTO
Ministério, tanto venham. Inclusive muitas vezes elas fazem o trabalho
melhor que os homens. Mas ordenar para o SANTO Ministério, não tem base nas
Escrituras."
Na sequência, o teólogo pentecostal faz sua exposição refutando a ideia de
ordenação das irmãs. Usando referências bíblicas e palavras do grego, o
pastor procura mostrar o quanto a prática de separação de mulheres ao
ministério é antibíblica. Diaconiza em Rm 16, se referindo a Febe, está no
masculino, ou seja, trabalho servil. "Quem estiver fazendo vai prestar conta
a DEUS" - enfatizou Gilberto.
Tem muitas igrejas com dificuldades agora porque não analisaram corretamente
a palavra de DEUS antes - Elas agora querem ser pastoras-presidente de campo
e estão com toda razão, pois foi-lhes dado um ministério pelos homens.
A hierarquia gera a ideia de submissão. Esta "obediência" a que o amado se
refere é fruto da burocratização. A Bíblia diz que devemos obedecer aos
líderes - Hb.13:17. Não existe questão "hierárquica". Devemos obedecer, isto
sim, aos que lideram, seja a igreja local, sejam os departamentos da igreja
local. Devemos honrar os ministros - I Tm.5:17-19. A igreja não é uma
organização militar onde haja "patentes" e, na igreja, a liderança deve ser
exercida como serviço, não como demonstração de superioridade ou de domínio
- Mc.10:42-45; I Pe.5:1-3. Sobretudo, devemos obedecer ao Senhor JESUS, que
é a cabeça da Igreja e, deste modo, não podemos ser meios de escândalo -
Mt.18:6,7; Rm.14 - ou de divisão - Jd.19, mas jamais nos fazermos servos dos
homens por causa apenas de títulos.
Mais importa obedecer
a DEUS do que aos homens
- At.5:29. Em vez de o diácono obedecer ao presbítero, este ao pastor etc.
devemos entender que o pastor deve servir ao presbítero, este, ao diácono e
este ao membro. A obediência deve existir dentro do sentido do serviço, não
do domínio ou do poder.
(>>http://www.portalebd.org.br/principal/sala-dos-professores/view-postlist/forum-126-2o-trim-2014-licao-12-o-diaconato/topic-398-hierarquia-x-submissao.html>>)
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração
dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às
mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e
Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante
os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra
de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e
grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. Atos 6:1-7
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°58, p.42.
Por que existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na
vida da igreja local? Estas perguntas podem e devem ser trabalhadas em sala
de aula. Muitos alunos não têm a convivência da realidade e dos meandros da
organização eclesiástica de suas igrejas locais. Por isso esta é uma
excelente oportunidade para abordar um assunto que faz parte da vida cristã
de todo membro em uma comunidade local.
Para responder as perguntas elaboradas acima, deve-se partir do sexto
capítulo do livro dos Atos dos Apóstolos, pois ali, pela primeira vez, foi
constituído um ministério específico de caráter social para resolver uma
variante problemática de aspecto étnico: entre as viúvas de fala hebraica e
as de fala grega. Tal problema poderia atravancar o avanço da igreja local
que estava em Jerusalém. Os apóstolos sentiram-se cobrados em solucionar um
problema não muito fácil, entretanto, os ministérios da Palavra e da Oração
não poderiam ficar em segundo plano. Mas igualmente, a sobrevivência humana.
Orientados pelo ESPÍRITO SANTO, e também dotados por um profundo bom senso,
juntamente com a igreja, os apóstolos não hesitaram em tomar a decisão de
permitir aos novos crentes separarem sete homens descendentes de judeus (dentre
vós), de fala grega. Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas
e Nicolau - para resolverem uma questão de caráter social e urgente. Assim,
a igreja de Jerusalém voltou a normalidade da sua atividade coadunando a
prática proclamatória do Evangelho com o serviço de interferir socialmente
na vida dos crentes, para suprir a necessidade de quem precisava de ajuda.
Por isso, o caráter do ministério diaconal é profunda e biblicamente
enraizado numa intensa preocupação social. O diácono de Atos não foi chamado
para fazer somente trabalhos meramente litúrgicos, (como colher dízimos e
ofertas e servir a Santa Ceia), mas principalmente o de cuidar dos mais
necessitados, visitar as viúvas e os enfermos, amparando quem realmente
precisa de cuidados na comunidade cristã local que é um trabalho pastoral e
precisa dos diáconos como auxiliares.
Por conseguinte, o serviço de diácono não é simplesmente uma função
eclesiástica, mas um estilo de vida ensinado e promovido por JESUS de
Nazaré. Quando um crente olha para o verdadeiro diácono ele deve sentir-se
impulsionado para viver um estilo de vida diaconal, como o de CRISTO em seu
ministério terreno. Pois o diaconato é um estilo de vida centralizado em
JESUS de Nazaré, jamais em si mesmo. Servir é a ordem para todo crente.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 139-140. Com comentários
extras do Pr. Henrique.
COMENTÁRIOS DIVERSOS COM ALTERAÇÕES EXTRAS DO Pr. HENRIQUE
INTRODUÇÃO
O crescimento vertiginoso trouxe diversos problemas. Entre os conversos,
havia judeus de outros lugares que falavam grego. Quando a comunidade cristã
cresceu grandemente surgiram diversos problemas, inclusive de ordem social
(cf. At 6.1-7). Os líderes da Igreja resolveram reunir a assembleia e buscar
a solução para o atendimento social aos irmãos carentes. A tarefa era um
grande desafio. Ou eles cuidavam da oração e do estudo da palavra de DEUS,
ou cuidavam da parte social.
Por decisão sábia e unânime dos irmãos de fala grega, escolheram sete homens
dentre eles, com qualidades exemplares, para cuidarem daquele “importante
negócio”, que era dar assistência aos novos convertidos nas suas
necessidades básicas. Muitos que aceitavam a CRISTO ficavam em situação
difícil, rejeitados por suas famílias, expulsos de casa e desprezados da
sociedade. Assim, ante uma crise de caráter humano, os apóstolos tiveram que
tomar medidas que serviram de base para a criação do cargo ou da função de
diácono que faz parte, até hoje, do ministério ordenado, nas igrejas
cristãs.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 139-140. Com comentários
extras do Pr. Henrique.
A diaconia outra coisa não é senão um serviço incondicional e amoroso a DEUS
e à sua Igreja. O diácono que não vive para servir a igreja de DEUS, não
servirá, no futuro, para viver como ministro de CRISTO. A essência do
diaconato é o serviço; do diaconato, o serviço também é o amoroso
fundamento. Sem serviço também a diaconia é impossível. Nesse sentido, quão
excelso e perfeito diácono foi o Senhor JESUS! Para o crente se tornar
ministro algum dia, primeiro deve se tornar diácono. Por isto mesmo o
diácono deve ser provado para ser aceito como servo na igreja - E também
estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 1
Timóteo 3:10; Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si
uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS. 1 Timóteo
3:13).
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono. Com comentários extras do Pr.
Henrique.
I - A DIACONIA DE JESUS CRISTO
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração
dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às
mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e
Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante
os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra
de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e
grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. Atos 6:1-7
1. Significado do termo.
A palavra diaconia é originaria do vocábulo grego diákonos e significa,
etimologicamente, ajudante, servidor, prestador de serviço. Em seu
Dicionário do Novo Testamento Grego, oferece-nos W.C. Taylor a seguinte
definição de diácono: garçom, servo e administrador. Na Grécia clássica,
diácono era o encarregado de levar as iguarias à mesa, e manter sempre
satisfeitos os convivas. Na septuaginta, eram os servos chamados de
diáconos, porém não desfrutavam da dignidade de que usufruíram seus
homônimos do NT, nem eram incumbidos de exercer a tarefa básica destes:
socorrer os pobres e necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos
olhos judaicos, era esse um cargo nada honroso. A palavra diácono aparece
cerca de trinta vezes no NT. É uma sublime função que passou a existir
na Igreja Primitiva a partir de Atos, capítulo seis.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
DIÁCONO - (Strong português) διακονος diakonos
1) alguém que executa os pedidos de outro, esp. de um mestre, servo,
atendente, ministro
1a) o servo de um rei
1b) diácono, alguém que, em virtude do ofício designado a ele pela igreja,
cuida dos pobres e tem o dever de distribuir o dinheiro coletado para uso
deles
1c) garçom, alguém que serve comida e bebida
DIÁCONO = Do grego diakonos.
Os escritores clássicos empregam esta palavra para designar servo,
camareiro, portador, servente. Neste sentido encontra-se no evangelho
segundo S. Mateus 20:26, diferindo da palavra doulos, escravos (comp. Mt
23:11; Mc 9:35; 10:43; Jo 2:5, 9). Emprega-se esta palavra para designar um
oficial da Igreja cristã, cujos qualificativos são descritos na 1 Tm 3:8. Os
sete discípulos eleitos para auxiliarem os apóstolos, encarregaram-se de
todos os negócios seculares da comunidade, cuidando das viúvas e dos pobres
da igreja primitiva, tiveram o nome de diáconos, At 6:1-6. Este ofício não
os privava dos privilégios de pregar em público o evangelho de CRISTO,
porque dois deles, Estevão e Filipe, foram pregadores e Filipe, depois, foi
evangelista (Atos 21.8). Fizeram isto, impulsionados por um dom pessoal.
Havia na igreja de Filipos, uma pluralidade de diáconos, que partilhavam com
os bispos as obrigações da comunidade, Fp 1:1.
2. Serviço de escravo.
Mas JESUS, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser
príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de
autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que,
entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre
vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem
também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate de muitos. Marcos 10:42-45
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:7,8
Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra
vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais
Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre,
vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu
vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade,
na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o
enviado, maior do que aquele que o envio. João 13:12-16
Diaconia significa “ministério, serviço”. JESUS CRISTO foi exemplo para a
Igreja em todos os aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa
confissão” (Hb 13.1). Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19);
foi Pastor (Jo 10.11) e também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua
personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão
sacrificial em favor dos homens, JESUS despojou-se temporariamente de sua
glória plena (Jo 17.14). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais
que isso, a forma de “escravo”. JESUS, “... sendo em forma de DEUS, não teve
por usurpação ser igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma
de servo, fazendo- se semelhante aos homens-, e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp
2.6-8). A expressão “tomando a forma de servo”, “significa aparecer em uma
condição humilde e desprezível”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 140.
JESUS COMO DIÁCONO (SERVO)
Eles devem ser como o próprio Mestre; e é muito apropriado que eles o
fossem, pois, enquanto estivessem no mundo, deveriam ser como Ele foi quando
estava no mundo. Porque para ambos o estado atual é um estado de humilhação;
a coroa e a glória estavam reservadas para ambos no estado futuro. Eles
precisavam considerar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (v. 28). O nosso
Senhor JESUS aqui se coloca diante dos seus discípulos como um padrão de
duas qualidades anteriormente recomendadas: a humildade e a utilidade.
[1] Nunca houve um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida
de CRISTO, que não veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho
de DEUS entrou no mundo - o Embaixador de DEUS para os filhos dos homens
alguém poderia pensar que Ele deveria ser servido, que deveria ter se
apresentado em um aparato que estivesse de acordo com a sua pessoa e
caráter; mas Ele não fez isso; Ele não agiu como uma celebridade, Ele não
teve nenhum séquito pomposo de servos de Estado para servi-lo, nem se vestiu
em túnicas de honra, porque tomou sobre si a “forma de servo”. Ele, na
verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez parte da sua humilhação.
Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas” (Lc 8.2,3); mas Ele
nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a pompa sobre si,
não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo. JESUS, certa vez,
lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles tenham lavado os
pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em aflição. Ele se
fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para atender aos seus
pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à ordem do seu
senhor, e se esforçou muito para servi-los.
O Senhor JESUS serviu continuamente visando este fim, negando a si até mesmo
o alimento e o descanso para cumprir essa tarefa.
[2] Nunca houve um exemplo de beneficência e utilidade como houve na morte
de CRISTO, que “deu a sua vida em resgate de muitos”. Ele viveu como um
servo, e fez o bem; mas morreu como um sacrifício, e com isso Ele fez o
maior bem de todos. Ele entrou no mundo com o propósito de dar a sua vida em
resgate; isto estava primeiro em sua intenção. Os aspirantes a príncipes dos
gentios fizeram da vida de muitos um resgate para a sua própria honra, e
talvez um sacrifício para a sua própria diversão.
CRISTO não age assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para
Ele, e Ele não é pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua
honra e a sua vida como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar,
que JESUS CRISTO sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu
o direito nas mãos da justiça divina por causa do pecado. CRISTO, entregando
a sua vida, fez a expiação pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito
“pecado” e uma “maldição” por nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas
“em nosso lugar” (At 20.28; 1 Pe 1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate
por muitos. Ele foi suficiente para todos, mas eficaz para muitos; e se foi
eficaz para muitos, então diz a pobre alma duvidosa: “Por que não por mim?”
Foi por muitos, para que por ele muitos pudessem ser feitos justos. Esses
muitos eram a sua semente, pela qual a sua alma sofreu (Is 53.10,11). “De
muitos”, assim eles serão quando forem reunidos, embora parecessem então um
pequeno rebanho.
Então esse é um bom motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz
é a nossa bandeira, e a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom
motivo para pensarmos em fazer o bem, e, em consideração ao amor de CRISTO
ao morrer por nós, não hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos
irmãos” (1 Jo 3.16). Os ministros devem estar mais ansiosos do que os outros
para servir e sofrer pelo bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo
estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto mais interessados, favorecidos e próximos
estivermos da humildade e da humilhação de CRISTO, mais prontos e cuidadosos
estaremos para imitá-las.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO
Edição completa. Editora CPAD. pag. 261-262.
JESUS, o Diácono dos diáconos
Foi o Senhor um diácono em tudo perfeito. Na declaração que faz Ele em
Marcos 10.45, encontramos a variante da palavra diakonia duas vezes: “O
Filho do Homem também não veio para ser servido [diakonêthênai], mas para
servir [diakonêsai] e dar a sua vida em resgate de muitos”. Ele era Senhor,
e servia a todos. Era Rei prometido, mas se dizia servo dos servos de DEUS.
Deveria estar à mesa, mas ei-lo a lavar os pés dos discípulos.
Embora o apocalipse mostre-o na plenitude de sua glória, vemo-lo em Isaias,
como o servo sofredor (Is 53). A fim de assumir a sua diaconia, despojou-se
de suas prerrogativas, assumiu a nossa forma e pôs-se a servir
indistintamente a todos (Filipenses 2:7,8). Este é o nosso Senhor;
Diácono dos diáconos! Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
A AUTO HUMILHAÇÃO DE JESUS (13.4-20)
E, acabada a ceia (o texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com
a primeira oração no versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor
tirou as vestes (4, cf. 10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então,
tomando uma toalha, cingiu-se, o que “marca a ação de um escravo”. Assim
preparado, Ele pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e
a enxuga-los com a toalha com que estava cingido (5). Evidentemente havia
ocorrido alguma “busca de posição” entre os doze (Lc 22.24). JESUS era o
único naquela sala que poderia executar até mesmo o simbolismo da
purificação — pois só Ele estava limpo no sentido teológico e moral da
palavra (cf. 17.19; Hb 13.12).
Quando JESUS foi lavar os pés de Pedro, este lhe disse: Senhor, tu lavas-me
os pés a mim? (6) A resposta de JESUS, não o sabes tu, agora, não só
afirmavas a ignorância de Pedro em relação às coisas espirituais (e.g., a
vinda do ESPÍRITO), como também incluía uma promessa: tu o saberás depois
(7). O que eu faço era a humilhação do Senhor, simbolizada no ato de
levar-lhes os pés; na verdade, porém, Ele estava proporcionando toda a obra
redentora de DEUS para o homem. Hoskyns comenta que a reação de Pedro não é
um contraste entre o orgulho de Pedro e a humildade de JESUS, mas, antes,
“entre o conhecimento de JESUS, o qual é a base da ação, e a ignorância de
Pedro, que ainda não percebe que a humilhação do Messias é a causa efetiva
da salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39; 12.16; 14.25-26; 15.26; 16.13; 20.9).
Mas o entendimento do futuro estava longe demais para Pedro. Ele só via a
incongruência imediata da situação — JESUS lavando os seus pés.
Impulsivamente, ele declarou: “Nunca em nenhum momento lavarás os meus pés —
para sempre” (tradução literal). Pedro esperava colocar um ponto final em
tudo aquilo. Mas JESUS conhecia o caminho para o coração de Pedro — a ameaça
de ser excluído da presença de JESUS, a quem Pedro amava. Se eu te não
lavar, não tens parte comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na sociedade
dos cristãos para aqueles que não forem purificados pelo próprio Senhor
JESUS”. Se a comunhão só poderia ser adquirida pela purificação (cf. 1 Jo
1.7), então Pedro queria tudo o que pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9).
Não parece haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos
pés fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava
ensinando, pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única
maneira de ser “o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a
estrada do serviço amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no
conhecimento da vontade de DEUS para nós. A palavra traduzida como
bem-aventurado no texto das Beatitudes é makarioi (Mt 5.3-12).
Embora seja verdade que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o
enviado, maior do que aquele que o enviou (16), JESUS assegura aos seus
discípulos o relacionamento com Ele e com o Pai. Pois se alguém receber o
que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquele que me
enviou (20).
Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag.
116-118.
JESUS era o exemplo de servo, e Ele mostrou a sua atitude de servo aos seus
discípulos. Lavar os pés era um ato comum nos tempos bíblicos. A maioria das
pessoas viajava a pé (calçando sandálias) pelas estradas empoeiradas da
Judéia. Quando entravam em casa, era costume lavar os pés. Não se oferecer
para lavar os pés de um convidado era considerado uma falta de hospitalidade
(veja Lucas 7.44). Lavar os pés dos convidados era o trabalho de um dos
servos mais simples da casa, e deveria ser realizado quando os convidados
chegassem (1 Samuel 25.41). Esta era uma tarefa subserviente. Uma viúva só
deveria receber ajuda da igreja se lavasse os pés aos santos (crentes - 1 Tm
5.10). O incomum sobre este ato era que JESUS, o Mestre e Instrutor, estava
fazendo isto para os seus discípulos, como o escravo mais inferior faria. Jo
13.12-16.
O ato de JESUS de lavar os pés dos discípulos demonstrava amor e humildade
em ação. JESUS ensinou a estes, que logo seriam líderes, que quando eles
trabalhassem para divulgar o Evangelho, deveriam antes de tudo ser servos
daqueles a quem ensinassem. Os discípulos devem ter se lembrado desta lição
todas as vezes que enfrentaram problemas, lutas, e alegrias junto aos
primeiros crentes.
Quantas vezes eles devem ter se lembrado de que foram chamados para servir.
E que diferença isto fez! Imagine como teria sido difícil o crescimento (até
mesmo a existência) da igreja primitiva, se estes discípulos tivessem
continuado a competir por lugares de grandeza e importância! Felizmente para
nós, eles mantiveram a lição de JESUS em seus corações.
Jo 13.17 Somos abençoados (felizes, alegres, realizados), não por causa do
que sabemos, mas por causa do que fazemos com aquilo que sabemos. A graça de
DEUS a nós encontra a sua perfeição no serviço que nós, como vasos de sua
graça, prestamos aos outros. Encontraremos a nossa maior bênção ao
obedecermos a CRISTO, servindo aos outros. Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 565-566.
Sem dúvida, os discípulos ficariam felizes em lavar os pés dele; eles não
podiam conceber a ideia de lavar os pés uns dos outros, visto que essa era
uma tarefa normalmente reservada para os servos mais inferiores. Pares não
lavavam os pés uns dos outros, exceto muito raramente e como sinal de grande
amor. Alguns judeus insistiam que não se devia exigir de escravos judeus que
lavassem os pés de outros; esse trabalho devia ser reservado para escravos
gentios, ou para mulheres, crianças e discípulos (Mekhilta 1 sobre Ex 21.2).
Aqui, JESUS inverte as funções normais. Seu ato de humildade é tão
desnecessário quanto atordoante e é, ao mesmo tempo, uma demonstração de
amor (v. 1), um símbolo de purificação salvadora (w. 6-9), e um modelo de
conduta cristã (w. 12-17).
JESUS tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura - adotando,
assim, as vestes de um criado doméstico, vestes que eram desprezadas tanto
em círculos judaicos quanto gentios (SB 2. 557; Suetônio, Calígula, 26).
Assim, ele começou a lavar os pés de seus discípulos, demonstrando, dessa
forma, sua declaração: “eu estou entre vocês como quem serve” (Lc 22.27; cf.
Mc 10.45 par.). Aquele que “embora sendo DEUS [...] esvaziou-se a si mesmo,
vindo a ser servo” (Fp 2.6,7). De fato, ele “foi obediente até a morte, e
morte de cruz!” (Fp 2.8). O inigualável auto esvaziamento do Filho eterno,
da Palavra eterna, alcança seu ápice na cruz. Isso não significa que a
Palavra mude da forma de DEUS para a forma de um servo; significa, ao
contrário, que ele de tal forma veste nossa carne e vai de olhos bem abertos
para a cruz que sua divindade é revelada em nossa carne, supremamente, no
momento da maior fraqueza, do maior serviço (cf.1.14).
O reverenciado e exaltado Messias assume a função do servo desprezado para o
bem de outros. Isto, junto com a noção de purificação, explica por que o
episódio do lava-pés pode apontar tão efetivamente para a cruz. Mas o
serviço prestado a outros não pode se restringir a esse ato único. Se o
evento do lava-pés e da cruz são propiciados pelo incrível amor de JESUS (v.
1), a comunidade dos purificados que ele está criando deve ser caracterizada
pelo mesmo amor (w. 34,35) e, portanto, pela mesma abnegação no esforço de
servir a outros. E isto significa que o ato do lava-pés é quase obrigado a
ter um significado exemplar, assim como a morte de CRISTO, embora única, tem
o sentido de exemplo (e.g. Mc 10.35-45; Jo 12.24-26; IPe 2).
JESUS já havia condenado aqueles que ouvem suas palavras mas deixam de
guardá-las (12.47,48; c f 8.31). Agora, ele enfatiza a verdade novamente,
conforme uma ênfase repetida nos evangelhos (e.g. Mt 7.21-27; Mc 3-35; Lc
6.47,48) e em outras passagens {e.g. Hb 12.14; Tg 1.22-25).
D. A. CARSON. O Comentário De João. Editora Shedd Publicações. pag. 462-469.
3. O discípulo é um serviçal.
Mc 10.35-42. A repreensão que Ele fez a dois de seus discípulos, pelo
ambicioso pedido que lhe fizeram. Essa história é muito semelhante à que
lemos em Mateus 20.20. Mas ali está escrito que a mãe deles fez o pedido,
aqui eles mesmos o fazem. Ela os apresentou e fez o pedido, e então eles a
apoiaram, e concordaram com o pedido.
Observe:
1. Assim como, por um lado, existem alguns que não usam os grandes
incentivos que JESUS nos deu em oração, por outro lado, também existem
alguns que abusam deles. Ele tinha dito: “Pedi, e dar-se-vos-á”. E pedir as
grandes coisas que Ele prometeu significa uma fé elogiável, mas era uma
presunção condenável a desses discípulos, de fazer uma exigência tão
ilimitada ao seu Mestre: “Queremos que nos faças o que pedirmos”.
Seria melhor que o deixássemos fazer por nós o que Ele julgar adequado, pois
Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que
pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
2. Nós devemos tomar muito cuidado com a maneira como fazemos promessas
genéricas. JESUS não se comprometeu a fazer o que eles pedissem, mas quis
saber deles o que desejavam: “Que quereis que vos faça?” Ele os deixaria
prosseguir com o seu pedido, para que pudessem se envergonhar de tê-lo
feito.
3. Muitos foram levados a uma armadilha por falsas noções acerca do Reino de
DEUS, como se ele fosse deste mundo, e como os reinos das potestades deste
mundo.
Tiago e João chegam à seguinte conclusão: se JESUS ressuscitar, Ele deverá
ser um rei, e se Ele for um rei, os seus apóstolos deverão ser nobres, e um
deles, de bom grado, será o Primus par regni - O primeiro dos nobres do
reino, e outro estará ao seu lado, como José, na corte de Faraó, ou Daniel,
na de Dario.
4. A honra deste mundo é uma coisa cintilante, com a qual os olhos dos
próprios discípulos de CRISTO ficaram, muitas vezes, fascinados. Mas ser
bons deveria ser a nossa preocupação, mais do que parecer grandiosos, ou ter
alguma proeminência.
5. A nossa fraqueza e falta de perspectiva aparecem tanto nas nossas orações
quanto em qualquer outra coisa.
Não podemos dar ordens com as nossas palavras quando falamos com DEUS, tanto
a respeito dele quanto a nosso respeito. E loucura fazer exigências a DEUS,
mas nos submetermos a Ele é uma atitude sábia.
6. É a vontade de CRISTO que nós nos preparemos para os sofrimentos, e
deixemos que Ele cuide de nos recompensar por eles. Ele não precisa ser
lembrado, como precisou Assuero, dos serviços do seu povo, nem consegue
esquecer a obra da sua fé e de seu trabalho de caridade.
A nossa preocupação deve ser a de termos sabedoria e graça para sabermos
como sofrer com Ele, e então confiarmos que Ele possibilitará a melhor
maneira de reinarmos com Ele. O Senhor também definirá quando, e onde, e
quais serão os graus da nossa glória.
A repreensão de JESUS aos demais discípulos, pelo desconforto deles com o
pedido de Tiago e João. Eles começaram a ficar muito descontentes, a
indignarem-se contra Tiago e João (v. 41). Eles ficaram irritados com os
dois por pedirem preferência, não porque isto não fosse conveniente aos
discípulos de CRISTO, mas porque cada um deles esperava tê-la. Assim eles
descobriram a sua própria ambição, através do seu desagrado pela ambição de
Tiago e João; e JESUS aproveitou essa ocasião para adverti-los quanto a
isso, e a todos os seus sucessores, no ministério do Evangelho (w. 42-44).
Ele os chamou a si de uma maneira familiar, para dar-lhes o exemplo de
condescendência, mesmo quando estava reprovando a sua ambição, e para
ensiná-los a nunca manter os seus discípulos à distância. Ele lhes mostra:
1. Que o mundo geralmente abusa ou usa mal o domínio (v. 42): Que eles
pareciam dominar os gentios, que têm o nome e o direito de governar; eles
exercem soberania sobre outros, e este é o objetivo do seu estudo, não tanto
para protegê-los e cuidar do seu bem-estar quanto para exercer autoridade
sobre eles. Eles serão obedecidos, desejando ser arbitrários e ter a sua
vontade realizada em todos os aspectos. Sic volo, sic jubeo, stat pro
ratione voluntas - Assim eu desejo, assim eu ordeno; o meu prazer é a minha
lei. A sua preocupação é o que os seus súditos farão para sustentar a sua
própria pompa e grandeza, não o que eles farão pelos súditos.
2. Que, portanto, isso não deve ser aceito na igreja: “Entre vós não será
assim”; aqueles que estiverem aos seus cuidados deverão ser como ovelhas sob
os cuidados do pastor, que deve guiá-las e alimentá-las, e deve ser um
serviçal para elas, não como cavalos sob o comando do cocheiro, que os faz
trabalhar e os espanca, e obtém os seus pagamentos com eles. Aquele que
pretende ser grande e poderoso, ao invés de se lançar a uma dignidade e a
uma dominação secular, deverá ser “servo de todos”.
Ele será humilde e desprezível aos olhos de todos os que são sábios e bons:
“o que a si mesmo se exaltar será humilhado”. Ou, em outras palavras, aquele
que desejar ser verdadeiramente grande e importante, deverá se entregar
integralmente a fazer o bem a todos, deverá se curvar aos serviços mais
humildes, e trabalhar nos serviços mais duros. Não somente serão mais
honrados no futuro, como também são mais honrados agora, aqueles que são
mais úteis. Para convencê-los disso, JESUS apresenta o seu próprio exemplo
diante deles (v. 45). “O Filho do Homem se submete primeiro às maiores
dificuldades e aos maiores perigos, e depois entra na sua glória, e vocês
podem esperar conseguir algo tão elevado de outra maneira, ou tendo mais
facilidade ou honra do que Ele?”. (1) Ele assume “a forma de servo”. Ele
“não veio para ser servido”, e atendido, “mas para servir”, e conceder a sua
graça. (2) Ele se apresenta de modo obediente à morte, e ao seu domínio,
pois Ele dá “a sua vida em resgate de muitos”. Pois Ele morreu para o
benefício de todas as pessoas que o aceitarem como Senhor e Salvador; e será
que nós não deveremos nos esforçar para viver de um modo que beneficie os
salvos?
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE
Edição completa. Editora CPAD. pag. 463-464.
JESUS estava pensando no que iria enfrentar em Jerusalém, e na morte que Ele
sabia que lhe aguardava ali. Os discípulos, como a maioria dos judeus
daquela época, tinham uma ideia errada do Reino do Messias, da maneira que
este foi predito pelos profetas do Antigo Testamento. Eles pensavam que
JESUS iria estabelecer um reino terreno que libertaria Israel da opressão de
Roma.
Tiago e João não entenderam que o Reino de JESUS não é deste mundo; ele não
está centralizado em palácios e tronos, mas no coração e na vida de seus
seguidores. Nenhum dos discípulos entendeu esta verdade antes da
ressurreição de JESUS.
Mc 10.38 JESUS respondeu a Tiago e João que ao fazer tal pedido egocêntrico,
eles não sabiam o que estavam pedindo. Pedir posições da mais elevada honra
significava também pedir um profundo sofrimento, porque eles não poderiam
ter um sem o outro. Portanto, o Senhor perguntou primeiro se eles poderiam
beber o cálice amargo de tristeza que Ele iria beber. O “cálice” ao qual
JESUS se referiu era o cálice de sofrimento que Ele teria que beber a fim de
trazer a salvação aos pecadores. Então JESUS perguntou se eles eram capazes
de ser batizados com o batismo de sofrimento que Ele enfrentaria. A
referência a “batismo” é uma metáfora do Antigo Testamento em que uma pessoa
é esmagada pelo sofrimento.
O “cálice” e o “batismo” se referem àquilo que JESUS iria enfrentar na cruz.
Nas duas perguntas, JESUS estava perguntando a Tiago e a João se eles
estavam prontos para sofrer por amor ao Reino.
Mc 10.39,40 Tiago e João responderam confiantemente à pergunta de JESUS. A
resposta deles pode não ter revelado bravata ou orgulho; ela mostrou a
disposição que eles tinham para seguir JESUS, qualquer que fosse o custo
desta decisão. Eles disseram que estavam dispostos a enfrentar qualquer
tribulação por amor a CRISTO. JESUS respondeu que eles certamente seriam
chamados a beber do cálice de JESUS, e seriam batizados com o seu batismo de
sofrimento: Tiago morreu como um mártir (Atos 12.2); João viveu muitos anos
passando por perseguições, antes de ser forçado a viver os últimos anos de
sua vida no exílio, na ilha de Patmos (Apocalipse 1.9).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag.
259- 261.
Observação minha - Pr. Luiz Henrique - JESUS sabia que dois homens estariam
a seu lado em breve, mas na cruz e isso estava reservado ao PAI quem seriam
eles. JESUS não desejava que fosse algum de seus discípulos. Foram dois
ladrões que ficaram um a direita e outro a esquerda de JESUS, na cruz.
Ambição de Tiago e João (10.35-45)
Enquanto Ele estava pensando em uma cruz, eles estavam pensando em coroas. O
fardo do Senhor se confrontava com a cegueira deles, e o seu sacrifício com
o egoísmo que demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só queriam receber.
A motivação dele era servir; a deles era a própria satisfação pessoal.
Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes (literalmente, “aqueles
que parecem governar”) delas se assenhoreiam (42). Os discípulos sentiram o
aguilhão dessas palavras ao se lembrarem das táticas opressoras dos
governadores das províncias. Mas entre vós não será assim (43). O grande
entre os seguidores de JESUS será aquele que quiser ser um serviçal
(ministro) e servo (escravo) de todos (44).
Mas por que teria que ser assim? “Porque o próprio Filho do Homem não tinha
vindo para ser servido, mas para servir” (45, Goodspeed). Nisto, CRISTO nos
deixou o exemplo que devemos imitar, seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21).
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 288-289.
SERVO
A) Substantivos.
1. doulos (ôouXoç), adjetivo que significa “em escravidão” (Rm 6.19,
“servirem”, o plural neutro, concordando com mele. “membros”), é usado como
substantivo, e na função de palavra mais comum e geral para se referir a
“servo”, indicando frequentemente sujeição sem a ideia de escravidão; é
usado acerca de: (a) condições naturais (por exemplo, Mt 8.9; 1 Co 7.21;
7.22 [primeira parte]; Ef 6.5: Cl 4.1; 1 Tm 6.1); ocorre com frequência nos
quatro Evangelhos: (b) metaforicamente, condições espirituais, morais e
éticas: “servos” de:
(1) DEUS (por exemplo. At 16.17; Tt 1.1; 1 Pe 2.16: Ap7.3; 15.3); sendo o
exemplo perfeito o próprio CRISTO (Fp 2.7);
(2) JESUS (por exemplo. Rm 1.1; 1 Co 7.22 [segunda parte]; Gl 1.10: E f6.6;
Fp l . l .C l 4 .1 2 :Tg 1.1:2 Pe 1.1; Jd I);
(3) o pecado (Jo 8.34; Rm 6.17.20):
(4) a corrupção (2 Pe 2.19); cf. o verbo douloõ (B, mais adiante).
2. diakonos (ôiáKOWÇ) (quanto a esta palavra, é encontrado em Mt 22.13
(“servos”); Mt 23.11; Mc 9.35: Jo 2.5.9 (“empregados”); Jo 12.26: Rm 16.1
(“serve”).
3. pais ( ttgiÍ ç ), também denota “assistente, atendente”; é usado acerca
de: (a) condições naturais (Mt 8.6 (“criado” ]: Mt 8.8.13; 14.2: Lc 7.7;
12.45 [“servo"]; Lc 15.26); (b) a relação espiritual com DEUS: (I ) Israel
(Lc 1.54): (2) Davi (Lc 1.69: At
4.25);
4. oiketes (oLk€TT|Ç). “criado de casa" (formado de oikeõ, “morar", e oikos.
“casa” ), é traduzido por “servo” em Lc 16.13: Rm 14.4: 1 Pe 2.18; e por
“criados" em At 10.7.!
5. huperetes (tirripérTiç), é encontrado em Mt 26.58 ("criados” ); Mc 14.65
(‘'criadas"); Jo 18.36 ("servos”).
6. therapõn ((tepáT rov), cognato de therapeuõ, “servir, curar, assistente,
criado, servo” , é termo de dignidade e liberdade, usado acerca de Moisés em
Hb 3.5.1
7. sundoulos (aúvôouXoç), “servo companheiro”, é usado acerca de: (a)
condições naturais (Mt 18.28.29,31,33; 24.49); (b) os “servos” do mesmo
Senhor divino (Cl 1.7 (“conservo”); Cl 4.7; Ap 6.11); os anjos (Ap 19.10;
22.9).!
B) Verbo.
douloõ (ôouXóto), “escravizar, trazer em escravidão” (cognato de A, n° 1),
ocorre, por exemplo, em 1 Co 9.19, “fiz-me servo (de tudo)”, denota, na voz
passiva, “ser trazido em escravidão, tomar-se escravo ou criado” (Rm 6.18).
“fostes feitos servos” ; Rm 6.22).
W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE Jr. Dicionário VINE. Editora
CPAD. Pag. 991, 992.
II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
A função de diácono está associada ao ministério da igreja local (gr.
diakonos). Este termo relaciona-se com diakonia, a palavra mais usada no
Novo Testamento para descrever o serviço cristão normal. Tendo amplo uso nas
Escrituras, descreve o ministério do povo de DEUS em geral (Ef 4.12), bem
como o ministério dos apóstolos (At 1.17,25). Até mesmo o próprio JESUS o
utiliza, para descrever seu propósito primário "O Filho do Homem também não
veio para ser servido [diakonêthênai], mas para servir [diakonêsai] e dar a
sua vida em resgate de muitos" (Mc 10.45). Em termos simples: os diáconos
são servos, ou "ministros", no sentido mais fiel da palavra. Esse fato é
acentuado por Paulo ao listar as qualificações para o diaconato, em 1
Timóteo 3.8-13. Muitas das especificações nesse texto são as mesmas do cargo
de bispo (ou pastor), mencionadas nos versículos anteriores (1 Tm 3.1-7).
No texto referente aos diáconos, em 1 Timóteo 3, a declaração de Paulo, no
verso 11, que diz respeito às mulheres (literalmente: "Da mesma sorte as
mulheres sejam honestas" - gunaikas hõsautõs semnas), tem despertado
diferentes interpretações. Algumas versões (como a NVI e a KJV) preferem
traduzir a expressão como uma referência à esposa do diácono» o que pode ser
uma tradução aceitável. Outras (como a NASB e a RSV), porém, preferem
traduzir gunaikas simplesmente como "mulheres", deixando em aberto a
possibilidade de as mulheres serem diaconisas. Como sempre, a tradução de um
termo depende do seu uso contextual. Neste caso, infelizmente, o contexto
não é suficientemente claro para permitir uma solução dogmática. Muitos
associam o texto de 1 Timóteo à referência de Paulo a Febe "a qual serve
[gr. diakonon]' na igreja" (Rm 16.1). Também neste caso o contexto de
Romanos 16 não oferece evidências suficientes para determinar se Febe era
diaconisa, ou se Paulo simplesmente estava dizendo que ela detinha um
ministério valioso na igreja, qualitativamente semelhante aos serviços
desempenhados por outros cristãos.
Quanto aos versículos de Romanos 16 e 1 Timóteo 3, os estudiosos ficam um
pouco divididos entre si a respeito da tradução correta. TEOLOGIA
SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON.
1. O conceito da função.
DIÁCONO
- Sua forma verbal (diakonein) significa “servir”, particularmente “servir
às mesas” (cf. Arndt, p. 183). Tem a conotação de um serviço muito pessoal,
intimamente relacionado com servir por amor. Para os gregos, o serviço era
raramente dignificado; o desenvolvimento próprio deveria ser a meta de uma
pessoa ao invés da humilhação própria. Enquanto a LXX não usa a palavra
diakonein (“servir”), o judaísmo conserva uma visão diferente sobre o
serviço. Isso está exemplificado no segundo mandamento: “Amarás o teu
próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18; cf. Mc 12.31). Foi isso que o nosso
Senhor ensinou quando lavou os pés de seus discípulos, acrescentando:
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”
(Jo 13.15).
O uso generalizado da palavra “diácono” no NT foi classificado por H. W.
Beyer (“Diakoneo, etc.״, TDNT, II. 81-93) e
foram sugeridas as seguintes formas adaptadas:
(1) “o servente em uma refeição” (Jo 2.5,9);
(2) “o servo de um mestre” (Mt 22.13; Jo 12.26);
(3) “o servo de um poder espiritual”, bom (Cl 1.23; 2 Co 3.6; Rm 15.8) ou
mau (2 Co 11.14ss; Gl 2.17);
(4) “o servo de DEUS” (2 Co 6.3ss.) ou de CRISTO (2 Co 11.23) como no caso
de Paulo, ou como foi aplicado a seus companheiros de trabalho (1 Ts 3.1-3;
1 Timóteo 4.6; Cl 1.7; 4.7);
(5) “os (gentios como] servos de DEUS” (Rm 13.1-4);
(6) “um servo da igreja” (Cl 1.24,25; 1 Co 3.5).
Nos escritos gregos esse nome está relacionado muito de perto com o sentido
do verbo. Ele descreve um atendente à mesa, um servo, um mensageiro, um
garçom e ainda era usado com referência a ocupações específicas, como
padeiro ou cozinheiro. O termo aparece poucas vezes na LXX e sempre com um
sentido secular. Ele descreve os servos do rei em Ester 1.10; 2.2; 6.3,5. Em
Provérbios 10.4 (na LXX) o tolo deve ser “servo” do sábio. Josefo, o
historiador da nação judaica, caracterizou Eliseu como “discípulo e servo”
de Elias”.
Quando a palavra diaconato apareceu
pela primeira vez na igreja primitiva? Foi em Atos 6.1-6? Na passagem que
trata da escolha e nomeação dos sete, a palavra “diácono” não aparece, E
enquanto os termos diakonia (“ministério” ou “serviço”) e diakonein (“servir
a uma mesa”) realmente aparecem (At 6.1,2,4) eles são usados, segundo
parece, em um sentido não técnico, isto é, eles se referem a trabalhadores e
não aos ocupantes de um posto. Isso está indicado pela expressão “servir às
mesas” e pela referência ao ministério da Palavra, onde o mesmo termo
aplica-se a ambos os tipos de serviço. Filipe é citado como um dos sete
diáconos em Atos 21.8, sendo agora evangelista.
Lightfoot (na obra Philippians, pp. 188ss.) considera os sete como os
primeiros diáconos, pois (1) seus deveres eram semelhantes àqueles que desde
essa época haviam caracterizado o “diaconato”; por exemplo, o cuidado para
com as viúvas e os órfãos, e a prática de atos de caridade. (2) Era uma
função recém-criada sem se igualar ao ministério levítico, nem ao ministro
da Sinagoga (o Chazan). Era um incidente do ofício introduzido apenas pela
necessidade das circunstâncias.
Rackam (na obra Acts, pp. 82-86) conclui que o “ofício” em Atos 6 era
“único, isto é, único no mesmo sentido do apostolado”. Os sete diáconos
correspondem aos 12 discípulos, e a lista completa de seus nomes mostra essa
relação. Portanto, nesses dois grupos estão os ancestrais dos presbíteros e
dos diáconos. Em Romanos 16.1, Paulo refere-se a Febe como diakonon
(“diaconisa” q.v.) da igreja de Cencréia. Seria ela uma ocupante do cargo ou
a palavra simplesmente descreve seus serviços na comunidade? É impossível
dizer. Por exemplo, no caso da referência às mulheres em 1 Timóteo 3.11
seriam elas esposas dos diáconos ou seriam “diaconisas”?
Com referência a uma pessoa que ocupa um cargo específico na igreja, a
palavra diakonos (“diácono”) ocorre em apenas duas passagens do NT.
Filipenses 1.1 e 1 Timóteo 3.8,12. O texto em Filipenses 1.1 contém a
saudação de Paulo aos “bispos e diáconos”. Embora nenhuma atividade esteja
especificada aqui, elas representam duas funções existentes e relacionadas,
consideradas como distintas no corpo dos santos em geral.
Em 1 Timóteo 3.13, podemos observar a mesma relação: o “bispo” (w. 1-7) e o
“diácono” (vv. 8-13). Os diáconos deviam ser homens de caráter disciplinado
e de elevada reputação moral (w. 8,9), deviam estar qualificados para o
cargo por se mostrarem “irrepreensíveis” (v. 10) e ter o controle de seus
próprios lares (v. 12). O fato de em seus ministérios de caridade e de
auxílio entrarem em contato com o povo e com posses materiais, exigia
qualidades especiais de caráter. Não deviam ser de “língua dobre” nem
“cobiçosos de torpe ganância” (v. 8).
Paulo não especifica como os diáconos deveriam ser escolhidos, no entanto
eles deviam ser primeiramente “provados” e Timóteo esperava, certamente,
estar capacitado a aprová-los. O desenvolvimento histórico do cargo do
diácono está ligado ao do bispo.
Em outras passagens do NT, Paulo usa o termo ministro para indicar a
presença de seus companheiros no ministério do Evangelho - Timóteo (1 Ts
3.2), Tíquico (Cl 4,7), Epafras (Cl 1.7). O ministério do próprio Paulo (1
Co 3.5; 2 Co 3.6; 6.4; 11.15) assim como o ministério de CRISTO (Rm 15.8)
também são designados dessa maneira. Essas últimas referências indicam que
esse termo não era, de forma alguma, aplicado a serviços inferiores.
W.M.D.eA. F. J. - Dicionário Bíblico Wycliffe
DIÁCONO
diakonos (em português, “diácono”), denota primariamente "criado", quer
aquele que faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços
voluntários, sem referência particular ao seu caráter.
A palavra está provavelmente relacionada com o verbo diõkõ. “apressar-se
após, perseguir" (talvez dito originalmente acerca de um corredor). "Ocorre
no Novo Testamento em alusão aos criados domésticos (Jo 2.5.9); ao
governante civil (Rm 13.4); a CRISTO (Rm 15.8; Gl 2.17); aos seguidores de
JESUS em sua relação com o Senhor (Jo 12.26: Ef 6.21; Cl 1.7; 4.7); aos
seguidores de JESUS em relação uns com os outros (Mt 20.26: 23.11: Mc 9.35;
10.43); aos servos de CRISTO no trabalho de orar e ensinar (1 Co 3.5: 2 Co
3.6: 6.4; 11.23: Ef 3.7; Cl 1.23.25: 1 Ts 3.2; I Tm 4.6); àqueles que servem
nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de uma mulher só aqui no Novo
Testamento]; Fp 1.1; 1 Tm 3.8.12); aos falsos apóstolos, servos de Satanás
(2 Co 11.15).
O termo diakonos é usado uma vez onde. aparentemente, a referência é aos
anjos (Mt 22.13); em Mt 22.3. onde a referência é aos homens, o termo doulos
é usado** (extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine. p. 91).
O termo "diakonos" deve, falando de modo geral, ser distinguido do termo
doulos, "servo, escravo”: o termo diakonos encara o servo em relação ao seu
trabalho: o termo doulos o vê em relação ao seu mestre.
Veja. por exemplo. Mt 22.2-14; aqueles que chamam os convidados e os trazem
(Mt 22.3.4.6.8.10) são os douloi: aqueles que executam a sentença do rei (Mt
22.13) são os diakonoi.
Nota: Quanto aos termos sinônimos, leitourgos denota "aquele que executa
deveres públicos"; misthios e misthôtos, “servo contratado"; oiketes, “servo
doméstico**; huperetes. “funcionário subordinado que serve seu superior"
(designava, originalmente. o remador da fileira de baixo numa galera de
guerra); therapon, aquele cujo serviço é o de liberdade e dignidade.
Os denominados “sete diáconos" em At 6 não são mencionados por esse nome,
embora o tipo de serviço no qual estavam engajados era do caráter daquele
consignado para tal.
W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE Jr. Dicionário
VINE. Editora CPAD. pag. 563.
2. Origem do diaconato.
O ministério ou serviço dos diáconos, no Novo Testamento, surgiu a partir de
uma bênção, de um problema e de uma murmuração. A bênção foi o crescimento
extraordinário dos que criam em JESUS e o aceitavam como Salvador, deixando
o judaísmo e tornavam-se cristãos. O problema foi causado pela situação
social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas dos
judeus gregos que aceitavam o evangelho. A murmuração foi a reclamação
desses, que se julgavam discriminados pelos líderes da Igreja, em relação ao
atendimento de suas necessidades básicas, eles falavam grego. (E em
Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações
que estão debaixo do céu. Atos 2:5 ) Diz o texto:
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração
dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às
mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e
Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante
os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra
de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e
grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7).
Mas os líderes da Igreja foram sábios. Não procuraram resolver tamanha
questão sozinhos. Reuniram a multidão, em assembleia, a Eclésia (igreja), e
eles elegeram sete homens, judeus convertidos ao cristianismo que eram
nascidos gregos e com qualidades exemplares sobre aquele “importante
negócio”, para que os líderes pudessem perseverar “na oração e no ministério
da palavra”.
Na maioria das igrejas, os diáconos estão desviados da função para que foram
instituídos, que foi cuidar da assistência social dos carentes. Mas sua
escolha é de grande valor para o funcionamento ministerial das igrejas
cristãs. Talvez pela falta de alimentos doados pelos irmãos mais abastados.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 141. Com Acréscimos do
Pr. Henrique.
A instituição do diaconato
O diácono é o único ministério ou serviço cristão a originar-se de um fato
social; surgiu de uma premente necessidade da Igreja Primitiva: o socorro às
viúvas helenistas (judeus descendentes de gregos). Atenhamo-nos no que diz o
texto que escreveu Lucas (At 6.1-7). Do texto sagrado, apontemos alguma das
razões que levaram os apóstolos a instituírem o diaconato:
a) O crescimento da Igreja
Do Pentecostes à instituição do diaconato, a Igreja Primitiva cresceu de
três mil convertidos (Atos 2.41), e depois mais cinco mil (Atos 4.4); a
partir daí, o rebanho do Senhor não mais parou de multiplicar-se. De forma
que, em atos capítulo seis, o número de discípulos já havia superado a
capacidade estrutural da Igreja (At 6.1). Crescendo o número de fiéis,
cresceram também os problemas. Tivesse a Igreja se limitado aos cento e
vinte, certamente nenhuma dificuldade teriam os primitivos cristãos. Não
haveriam de precisar de diáconos, presbíteros, evangelistas ou pastores.
Acontece que as grandes igrejas enfrentam grandes desafios, e demandam, por
conseguinte, grandes soluções. Com a chegada das ovelhas, vai o aprisco
deixando sua rotina, vai o pastoreio desdobrando-se em cuidados e desvelos
pelas almas, e o Reino de DEUS vai alargando suas fronteiras e descortinando
os mais promissores horizontes.
b) O descontentamento social
Relata-nos Lucas que “houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”.
Tal contingência não podia esperar; exigia imediata solução. Caso não
houvesse uma alternativa urgente e satisfatória, a situação
deteriorar-se-ia, agravando a injustiça social, e aprofundando a fissura
entre os dois principais segmentos culturais da igreja em Jerusalém: os
hebreus (crentes judeus) e os helenistas (crentes gregos, descendentes de
judeus).
A situação que se desdenhava deixou os apóstolos muito preocupados. Como
israelitas, sabiam eles que a injustiça e a desigualdade social eram
intoleráveis aos olhos de DEUS (Dt 15.7,11).
c) O comprometimento do ministério apostólico
Continuassem os apóstolos a trabalhar eles mesmos na distribuição de
alimentos para suprir as necessidades dos órfãos e das viúvas, haveriam de
comprometer de forma irremediável as principais funções de seu ministério
(At 6.2-4). Por isso deliberaram: “Não é razoável que nós deixemos a palavra
de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
homens de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais
encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no
ministério da palavra” (At 6.2-4). Como seria maravilhoso se os pastores
seguissem o exemplo dos apóstolos! Infelizmente, não são poucos os que se
acham de tal forma empenhados com os negócios materiais do rebanho, que já
não têm tempo de orar, nem mais ligam importância ao estudo e à exposição da
Palavra. Transformaram-se em meros executivos e mestres de cerimônia nos
cultos, distribuindo oportunidades. Vivem mais preocupados com os
rendimentos financeiros do redil do que com o bem-estar das ovelhas. Será
que ainda não perceberam ter sido o diaconato instituído justamente para que
os pastores se entregassem mais amorosamente à oração e à proclamação dos
conselhos de DEUS? Queira o Senhor que, no término de nosso ministério,
possamos dizer como o apostolo Paulo: "como nada, que útil seja, deixei de
vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas" Atos 20:20 e “Porque
jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de DEUS” (At 20.27).
d) A organização ministerial da Igreja
Até a instituição dos diáconos, a Igreja conhecia apenas o ministerial
apostólico. Eram os apóstolos responsáveis inclusive pelo socorro cotidiano.
E isto, como vimos, por pouco não compromete o desempenho do principal
magistério da Igreja. Com a instituição dos diáconos, porém, formou-se a
base do ministério eclesiástico. Levemos em conta também os anciãos; estavam
eles sempre prontos a secundar os apóstolos. Mais tarde, o termo ancião (ou
presbítero) passaria a ser sinônimo de pastor e bispo.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
1. Nosso coração se sente bem ao descobrir que cresceu o número dos
discípulos (v. 1), à proporção inversa que, sem dúvida, irritou o coração
dos sacerdotes e saduceus (cap. 4.1; 5.17) pelo mesmo motivo. A oposição que
a pregação do evangelho enfrentou, em vez de deter seu progresso, contribuiu
para o seu sucesso.
2. Causa-nos desalento descobrir que o crescimento do número dos discípulos
(v. 1) dá oportunidade para discórdias. Até agora, todos eles eram unânimes
em uma mesma opinião. Esta observação frequente significava uma honra para
eles. Mas agora que cresciam em número, começaram a murmurar,
semelhantemente ao que ocorreu no velho mundo. Quando os homens começaram a
multiplicar-se, eles se corromperam (Gn 6.1,12).
Houve uma murmuração, não uma desavença aberta, mas um ressentimento
secreto. (1) Os queixosos eram os gregos, ou helenistas, contra os hebreus
(v. 1). Os gregos eram os judeus que se espalharam pela Grécia e outras
regiões, falavam comumente a língua grega e liam o Antigo Testamento na
versão grega, não no original hebraico. Muitos deles estavam em Jerusalém
para a festa quando aceitaram a fé cristã e foram acrescentados à igreja.
Estes murmuraram contra os hebreus, que eram os judeus nativos que usavam o
original hebraico do Antigo Testamento. Alguns pertencentes a cada um desses
grupos se tornaram cristãos, mas, pelo visto, essa aceitação conjunta da fé
não teve sucesso, como deveria, em extinguir os poucos ciúmes que tinham uns
dos outros antes da conversão. Eles retiveram um pouco do fermento velho e
não entenderam ou não se lembraram de que em CRISTO JESUS não há nem grego
nem judeu (Cl 3.9). Portanto, não há distinção entre hebreus e helenistas,
mas todos são igualmente acolhidos em CRISTO, e deveriam ser, por causa
dele, queridos uns dos outros.
(2) A murmuração destes gregos era que as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano (v. 1), quer dizer; na distribuição de refeições, e as
viúvas hebreias eram mais bem cuidadas. É pena que as pequenas coisas deste
mundo sejam pontos de discórdia entre os que admitem ter relações com as
grandes coisas do outro mundo. Os apóstolos fizeram a distribuição,
obviamente, com a mais absoluta imparcialidade, e nem de longe intentaram
respeitar os hebreus mais que os gregos.
Contudo, houve queixa deles, que diziam estarem as viúvas gregas sendo
desprezadas. Embora elas fossem aptas a receber esse tipo de assistência
social, os apóstolos não lhes deram o suficiente, ou não contemplaram todas,
ou não deram exatamente a mesma soma oferecida às viúvas hebreias.
[1] Aqueles que, por qualquer razão, se encontram em situação desfavorável
(como estavam os judeus gregos em comparação com os que eram hebreus de
hebreus), são susceptíveis a, por ciúme. É erro comum de pessoas pobres que,
em vez de serem gratas pelo que recebem, se queixem e reclamem. Há inveja e
cobiça, raízes de amargura que se encontram tanto entre os pobres quanto
entre os ricos, apesar das situações humilhantes em que estão e às quais
devem se adaptar.
[2] Partamos do pressuposto de que havia motivo para a murmuração. Em
primeiro lugar, certos estudiosos sugerem que os outros pobres no grupo dos
gregos tinham a subsistência provida, embora as suas viúvas fossem
desprezadas (v. 1). Essa falha acontecia porque os gerentes administravam de
acordo com uma regra antiga observada entre os hebreus: a viúva deve ser
sustentada pelos filhos do seu marido (veja 1 Tm 5.4). Em segundo lugar, as
viúvas, a meu ver, são citadas no lugar de todos os pobres, porque muitos
desses que estavam nos registros da igreja e recebiam esmolas, eram viúvas
que tinham sido fartamente sustentadas pelas atividades dos seus maridos
enquanto estavam vivos, mas que caíram em grandes dificuldades financeiras
quando faleceram. Os que administram a justiça pública devem de uma maneira
particular proteger as viúvas de injustiças (Is 1.17; Lc 18.3), assim os que
administram os fundos da caridade pública devem de uma maneira particular
sustentar as viúvas no que for necessário (veja 1 Tm 5.3). Perceba que estas
viúvas e os outros pobres recebiam uma ajuda diária (v. 1). Talvez, após um
cálculo prévio, sabiam que não podiam acumular sua porção para o futuro.
Então os administradores dos fundos, num gesto de bondade, davam-lhes dia a
dia o pão necessário. Eles dependiam do quinhão do dia para viver. Pelo
visto, as viúvas gregas foram, comparativamente, desprezadas.
Embora houvesse certa dose de tolerância, tratava-se de procedimento cruel
e injusto. Veja que mesmo na igreja mais bem organizada do mundo sempre
haverá algo impróprio, administração incompetente, queixas ou, pelo menos,
algumas reclamações.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE
Edição completa. Editora CPAD. pag. 59-60.
A palavra grega para ministério é traduzida como “socorro” em 11.29. Esta é,
evidentemente, a ideia aqui. Com os fundos que os cristãos tornavam
disponíveis (cf. 2.44- 45; 4.32-37), os pobres e os necessitados eram
cuidados no cotidiano com uma doação de alimentos. Knowling faz esta
sugestão significativa: “É bem possível que as viúvas helénicas tivessem
sido ajudadas anteriormente com o tesouro do Templo, e que essa ajuda tenha
cessado, visto que elas se uniram à comunidade cristã”.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 247-248.
Os grupos de língua grega passavam por dificuldades nos encontros cristãos,
nos quais se falava – inclusive por parte dos apóstolos – o aramaico. Deve
ter surgido rapidamente uma tendência para realizar reuniões próprias no
idioma familiar grego. Por outro lado, a beneficência da igreja, que de
acordo com At 4.35 não podia mais ser um empreendimento meramente pessoal em
vista do crescente número de cristãos, mas acontecia pela mediação dos
apóstolos, não alcançou de maneira plena esses grupos “helenistas”. As
viúvas “estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Mais uma vez
notamos como toda a narrativa de Lucas é sucinta. “E se distribuía a cada um
segundo a necessidade da pessoa” (At 4.35). Assim ele escrevera,
sintetizando brevemente o essencial. Para ele deve ter sido evidente que
entre os “necessitados” estavam em primeiro lugar as “viúvas”. De 1Tm 5.3-16
depreendemos que a previdência para as viúvas continuou sendo uma área
central do serviço da igreja. Na Antiguidade simplesmente não havia uma
possibilidade de ganho próprio para mulheres. Se uma viúva não tinha filhos
que providenciassem seu sustento, ela se encontrava em grande aflição. Nessa
situação, porém, estavam sobretudo as viúvas dos “helenistas”. Depois de
velhos, casais haviam se mudado do exterior para a Terra Santa, sobretudo
para Jerusalém. Estando morto o marido, e vivendo os filhos numa terra
longínqua, o que seria da esposa agora? Começou o serviço beneficente da
igreja, inicialmente da judaica, e agora também da cristã. Consequentemente,
as diferenças linguísticas e a grande extensão da igreja transformaram-se em
empecilhos. Naquele tempo as viúvas viviam uma vida sossegada e recatada.
Provavelmente os apóstolos conheciam melhor as viúvas do grupo aramaico e
viam-nas com mais frequência. As viúvas helenistas eram “esquecidas”.
Tampouco Lucas relatou que essa “distribuição para cada um de acordo com sua
necessidade” já levara a uma forma de ajuda regular. Uma atividade dessas se
consolida inesperadamente numa instituição. Ao que parece, portanto,
desenvolveu-se a prática de alimentar regularmente os necessitados, de
realizar refeições diárias para as quais as viúvas helenistas não eram
convidadas. Porém, a circunstância de que determinadas pessoas não apenas se
viam excluídas de uma doação livre e eventual, mas de uma assistência
regular, que parecia conceder também a elas um “direito” a determinados
benefícios, gera especial tristeza e amargura. Todos sabemos com que rapidez
nos sentimos magoados, com que facilidade suspeitamos de “intenções” por
trás de esquecimentos que na realidade se explicam por razões bem
inofensivas. Rapidamente generalizamos casos isolados, e o egoísmo coletivo
acaba exacerbando tudo. “Houve murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.”
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.
3. A escolha dos diáconos.
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração
dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às
mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e
Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante
os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra
de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e
grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7).
O diaconato não é um ministério como em Efésios 11.4 (podemos colocá-los
como auxiliares do ministério congregacional)
Ministério diaconato é um trabalho, ou função eclesiástica, de pessoas
escolhidas pelo povo ou pela liderança da Igreja. Já o ministério, como em
Efésios 4.11 é exercido por aqueles que são biblicamente chamados e
escolhidos por JESUS e capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.
A instituição do diaconato não foi inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, pois foi
uma decisão tomada pelos apóstolos para resolverem uma questão estrutural da
igreja, quem os escolheu foi o povo de fala grega e confirmada depois pelos
apóstolos.
Até aqui, os apóstolos dirigiam a atividade assistencial. As pessoas lhes
faziam pedidos e apelavam em casos de rixas e injustiças.
1. Como o método foi proposto pelos apóstolos: Eles convocaram a multidão
dos discípulos (v. 2), os diligentes das congregações de cristãos de
Jerusalém, os homens em posição de liderança. Os doze sozinhos não
determinariam nada sem eles, pois há vitória na multidão dos conselheiros
(Pv 24.6). Em assuntos dessa natureza, os discípulos, que eram mais
entendidos nos negócios desta vida, dariam melhor conselho do que os
apóstolos. (1) Os apóstolos ressaltaram veementemente: Não é razoável que
nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas (v. 2). Seu dever era
orar e ensinar a palavra de DEUS (doutrina). Eles não tiveram a oportunidade
de estudar para ser pregador como acontece conosco (eles recebiam a palavra
quando a proferiam e estudavam o Antigo Testamento, Mt 10.19). Acharam que
era muita atividade para uma pessoa só empregar todas as suas reflexões,
cuidados e tempo, embora um desses homens valesse mais que dez de nós e
orassem mais do que todos nós. Se fossem servir às mesas, deveriam, em certa
medida, diminuir muito o estudo da palavra de DEUS e a oração. Não haveria
como atender a obra do ensino e da pregação com o zelo e atenção devidas.
Além disso havia as chicotadas recebidas nas costas que recebiam por fazer
tal obra. Enquanto o número dos discípulos era pequeno, os apóstolos
conseguiam administrar sem fazer interrupções importantes em sua atividade
principal. Mas agora que o número dos discípulos estava aumentando muito,
não mais seria possível proceder dessa forma. Não é razoável, ouk areston
estin, não é conveniente, ou não é recomendável (v. 2).Veja que a oração, o
estudo da bíblia, o ensino e a pregação do evangelho é a melhor obra, a mais
apropriada e necessária com a qual o ministro pode se envolver e com a qual
deve se ocupar inteiramente (1 Tm 4.15). Para realizá-la, ele não deve se
embaraçar com negócio desta vida (2 Tm 2.4).
(2) Os apóstolos pediram aos irmãos que fossem escolhidos sete varões (v.
3), bem qualificados para o objetivo em vista, cujo negócio seria servir às
mesas, diakonein trapezais - ser diáconos às mesas (v. 2). O negócio tinha
de ser bem cuidado, mais bem administrado do que fora até o momento pelos
apóstolos. Logo, pessoas apropriadas eram inseridas ocasionalmente no
ministério da palavra e da oração, mas não tão dedicadas a essas funções
como eram os apóstolos. Elas deviam cuidar das provisões da igreja, ou seja,
inspecionar, pagar e manter as contas. Tinham de comprar o que fosse
necessário para a festa ágape (Jo 13.29) e atender tudo que fosse necessário
in ordine ad spiritualia - para os exercícios espirituais, a fim de que tudo
fosse feito com decência e ordem, e ninguém fosse negligenciado. [1] Os
candidatos tinham de ser devidamente qualificados. Os irmãos da congregação
de fala grega deviam escolher, e os apóstolos, ordenar. Mas os irmãos da
congregação não tinham autoridade para escolher, nem os apóstolos para
ordenar homens totalmente impróprios para o ofício. Eles deveriam ter
qualificações: Escolhei [...] sete varões (v. 3), tantos quantos julgarem
que bastariam por ora; mas depois o número poderia ser maior caso houvesse
necessidade. Estes deviam ser, em primeiro lugar, homens de boa reputação
(v. 3), livres de escândalo, considerados pelos vizinhos como homens
íntegros e fiéis, de bom testemunho, em quem se pode confiar, sem a marca de
vícios e maus hábitos, mas, ao contrário, reputados por tudo que seja
virtuoso e louvável, martyroumenoics - homens que produzam bons testemunhos
em seu convívio social. Veja que os que são postos em qualquer ofício na
igreja devem ser homens de boa reputação, irrepreensíveis. E não só isso,
mas de caráter admirável, requisito indispensável ao ofício e sua execução.
Em segundo lugar, eles deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO (v. 3),
cheios significa estarem em comunhão íntima e serem usados em dons do
ESPÍRITO SANTO, que são necessários para a administração correta deste
cargo. Veja que Estêvão e Filipe se destacaram também na pregação e
ministração de dons do ESPÍRITO SANTO (E Estêvão, cheio de fé e de poder,
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8 - E as multidões
unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os
sinais que ele fazia, Atos 8:6).
Tinham de ser honestos, hábeis e ousados: Homens capazes, tementes a DEUS,
homens de verdade, que aborreçam a avareza (Ex 18.21). Deveriam estar cheios
do ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, eles deviam ser homens cheios [...] de
sabedoria (v. 3). Não bastava que fiassem homens honestos e bons, deviam
também ser homens discretos e de bom siso, que não pudessem ser enganados e
que organizassem as tarefas com disciplina. Deviam ser homens cheios do
ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, quer dizer, do ESPÍRITO SANTO como ESPÍRITO
de sabedoria. Sabedoria aqui pode significar serem entendidos nas escrituras
sagradas.
Os que recebem a incumbência de tratar não só do dinheiro público como de
distribuir meios de sobrevivência aos pobres devem ser cheios [...] de
sabedoria para que o distribuam não só com fidelidade, mas com comedimento.
[2] Os candidatos tinham de ser nomeados pelos irmãos da congregação de fala
grega:
Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões (v. 3). Considerai entre vós
quem são os mais adequados para tal função e em quem podeis confiar de modo
mais satisfatório”. Presumia-se que os irmãos de fala grega da congregação
soubessem melhor que os apóstolos, ou pelo menos fossem mais aptos para se
informar do caráter desses homens. Por conseguinte, cabia-lhes o privilégio
da escolha, pois era a eles que estes serviriam.
[3] Os apóstolos ordenariam os escolhidos ao serviço e lhes dariam o cargo
para que soubessem o que fazer e tivessem consciência de fazê-lo. Os
apóstolos lhes dariam autoridade para que as pessoas interessadas soubessem
a quem fazer solicitações e se submeter em assuntos dessa natureza: Homens
aos quais constituamos sobre este importante negócio (v. 3 - a distribuição
de alimentos era um importante negócio) para assumir essa responsabilidade e
cuidar para que não haja desperdício ou falta.
(3) Os apóstolos se entregaram inteiramente à obra como ministros, agindo
com a maior cautela possível para desobrigar-se convenientemente desse
ofício laborioso: Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra (v. 4 - doutrina). Veja aqui: [1] Quais são os dois grandes meios de
graça do evangelho: a palavra e a oração (v. 4). Por meio deles, a comunhão
entre DEUS e o seu povo é mantida e preservada. Pela palavra, DEUS fala com
o povo e, pela oração, o povo fala com DEUS. Essas práticas têm uma ligação
mútua entre si. [2] Qual é o grande negócio dos ministros do evangelho?
Dedicar-se continuamente à oração e ao ministério da palavra (v. 4). Eles
devem ser a boca de DEUS para o povo no ministério da palavra, a boca do
povo para DEUS na oração e comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Não devemos só
ministrar a palavra, temos também de orar por eles para que essa ministração
seja eficaz. A graça de DEUS pode fazer tudo sem a nossa oração, mas a nossa
oração não pode fazer nada sem a graça de DEUS. Os apóstolos foram
capacitados com dons extraordinários do ESPÍRITO SANTO, línguas e milagres.
Por isso mesmo as práticas às quais eles se dedicavam continuamente era
pregar e orar, para, por meio delas, edificassem a igreja e lhes ministrasse
os dons espirituais.
2. Como esta proposta foi aceita e posta em execução pelos discípulos. Os
apóstolos não impuseram a proposta por poder absoluto, embora tivessem o
direito de exigir o que se deveria fazer (Fm 8). Mas propuseram como algo
altamente conveniente, e este parecer contentou a toda, a multidão (v. 5)
dos discípulos (v. 2). A multidão [...] dos discípulos se agradou em saber
que eles se dedicariam à palavra e à oração. Eles não contestaram a
proposta, nem adiaram sua implementação.
(1) A multidão de fala grega [...] dos discípulos elegeu as pessoas (v. 5).
Não é provável que todos tivessem escolhido os mesmos homens. Todo o mundo
tinha o amigo de quem pensava bem. Mas a maioria dos votos caiu nas pessoas
aqui nomeadas, tendo o consentimento tanto dos candidatos quanto dos
eleitores.
Esse método deve ser reputado à providência de DEUS, que tem o coração e a
boca de todos os homens em seu poder. Há uma lista dos indivíduos
escolhidos. É mais provável que estes homens se encontrassem entre os que se
converteram desde o derramamento do ESPÍRITO até a presente hora. O
enchimento do ESPÍRITO era um dos requisitos para todos aqueles que fossem
escolhidos para este serviço. Reflitamos acerca destes sete varões. [1]
Portanto, estes varões eram os mais aptos para receber a incumbência da
distribuição daquilo alguns deles mesmos doaram. [2] Estes sete varões eram
todos do grupo dos gregos ou judeus helenistas, porque todos têm nomes
gregos. Esta medida seria provável para silenciar a murmuração dos gregos (a
qual ocasionou essa decisão) e para garantir que os estrangeiros não fossem
negligenciados visto que a responsabilidade foi colocada em estrangeiros.
Foram escolhidos Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e
Nicolau.
Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO. Ele tinha muita fé na
doutrina de CRISTO. “Cheio de fidelidade, cheio de coragem” (conforme
traduzem alguns), porque estava cheio [...1 do ESPÍRITO SANTO e de seus
dons. Ele era homem extraordinário e de destaque em tudo o que era bom. Seu
nome significa “coroa”. E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia
prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8
Filipe é o segundo nomeado, porque ele, tendo servido bem como diácono,
adquiriu para si boa posição (1 Tm 3.13), e depois foi ordenado ao ofício de
evangelista. Ele era companheiro e cooperador dos apóstolos (cap. 21.8;
compare com Ef 4.11). É óbvio que a pregação e o batismo, serviços que ele
desempenhava (lemos no capítulo 8.12), não eram funções de diácono, mas de
evangelista. Foi promovido a evangelista, pois fazia a obra de um
evangelista, principalmente em Samaria, onde o povo se convertia vendo e
ouvindo os sinais que Filipe fazia. E as multidões unanimemente prestavam
atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia,
Atos 8:6.
Quanto aos outros 5, não sabemos sobre eles.
(2) Os apóstolos designaram estes sete varões para o trabalho de servir às
mesas por ora (v. 6). A multidão [...] dos discípulos os apresentou aos
apóstolos (v. 6), que aprovaram os candidatos e os ordenaram. [1] Os
apóstolos oraram (v. 6) com os sete varões e por eles, para que DEUS lhes
desse cada vez mais do ESPÍRITO SANTO e sabedoria e para que os qualificasse
para o serviço ao qual foram chamados. Oraram ainda a fim de que DEUS
fizesse deles uma bênção para a igreja e, particularmente, para os pobres do
rebanho. Todos que são envolvidos no serviço da igreja devem ser entregues à
direção da graça divina por suas orações. [2] Os apóstolos impuseram as mãos
(v. 6) sobre os sete varões, quer dizer, eles os abençoaram em nome do
Senhor (SI 129.8), pois a imposição de mãos era usada para esse fim. Dessa
maneira, eles estavam autorizando os sete varões a exercerem seu ofício e
colocando sobre os membros da congregação a obrigação de observarem os
diáconos nesse particular.
O avanço da igreja depois disto.
Quando as coisas foram postas em ordem na igreja (queixas atendidas e
inquietações acalmadas), a igreja se firmou (v. 7).
1.A palavra de DEUS [...] crescia, (v. 7). Agora que os apóstolos resolveram
manter-se mais do que nunca restritos à oração e à pregação, o evangelho
espalhou-se mais e devido à demonstração de mais poder. Os ministros que se
desembaraçam de empregos seculares e se dedicam completa e vigorosamente à
obra, contribuem muito mais para o sucesso do evangelho.
2. Os cristãos cresceram a cântaros: Em Jerusalém se multiplicava muito o
número dos discípulos (v. 7). Quando JESUS estava na terra, o seu ministério
teve pouco sucesso em Jerusalém. Agora essa cidade proporciona a maioria dos
convertidos. DEUS tem seus remanescentes até nos piores lugares.
3. Grande parte dos sacerdotes obedecia, à fé (v. 7). A palavra e a graça de
DEUS são grandemente glorificadas, quando as pessoas menos prováveis são
influenciadas pelo evangelho, como ocorre aqui com os sacerdotes, que ou se
opuseram ou pelo menos se uniram com os que se opunham à mensagem
evangelística de JESUS. Os sacerdotes estavam propensos a serem conduzidos
pelo evangelho de CRISTO. Pelo visto, eles vieram em massa. Muitos deles
concordaram em unir-se e entregar, de uma só vez, seus nomes a JESUS CRISTO
para continuarem tendo o crédito uns dos outros e para fortalecerem as mãos
uns dos outros: uma grande multidão de sacerdotes foi, pela graça de DEUS,
ajudada a vencer seus preconceitos e a obedecer à fé, assim é descrita
conversão dos sacerdotes. (1) Os sacerdotes adotaram a doutrina do
evangelho. Seus entendimentos foram levados cativos ao poder da verdade de
CRISTO, e todo pensamento contestador e oponente foi conduzido à obediência
de CRISTO (2 Co 10.4,5).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE
Edição completa. Editora CPAD. pag. 60-63. Com alterações do Pr. Henrique
“Servir” é o verbo diakoneo. O substantivo cognato diakonia é traduzido como
“ministério” no versículo 1. Como “diácono” vem de diakonos, os homens aqui
escolhidos são frequentemente mencionados como “os sete diáconos”, mas esta
designação não lhes é dada no texto. Provavelmente, não havia um cargo
técnico como o dos diáconos neste estágio primitivo da igreja.
“Servir às mesas” normalmente é interpretado como servir comida. Mas a
palavra trapeza era usada para as mesas dos cambistas (e.g., Mt 21.12). Em
Atenas, hoje, pode-se ver uma Trapeza em cada banco. Também trapezeites
(somente em Mt 25.27) significa “banqueiro”, ou “cambista”. Lumby comenta
aqui: “Servir às mesas significa dirigir a mesa ou o balcão onde o dinheiro
era distribuído”. E possível que a frase fosse interpretada com o sentido
mais amplo de administrar os assuntos financeiros da igreja, da qual uma
parte importante era a provisão de comida para os necessitados. Não é
provável que os doze apóstolos realmente servissem às mesas de comida,
embora tivessem servido pão e peixes, com as próprias mãos, aos mais de
cinco mil (multiplicação dos pães - Mt 14.21; Mc 6.44) e aos mais de quatro
mil (Mt 15.38; Mc 8.9). De qualquer forma, o verbo forte traduzido como
deixemos (ou “abandonemos”) implica que todo o tempo dos doze estava sendo
tomado por estes cuidados com as necessidades temporais dos irmãos”. Quando
ministros ordenados passam a maior parte do tempo cuidando dos assuntos
materiais da igreja, a vida espiritual do povo fica prejudicada.
As qualificações destes homens deviam ser três: 1. Boa reputação; 2. Cheios
do ESPÍRITO SANTO; 3. Cheios... de sabedoria — “sabedoria prática” ou tato,
ou, quem sabe, sabedoria no entendimento da Bíblia. Essas ainda são as três
qualificações principais para os trabalhadores cristãos.
Aqui temos alguma ajuda sobre “como solucionar problemas”: 1. Reconhecer o
problema (1-2a); 2. Recusar-se a subordinar o que é essencial (26); 3.
Remover as causas de reclamações (3-6); 4. Colher os resultados de uma
solução sensata (7).
O resultado desta manobra tática que libertou os apóstolos para um
ministério espiritual de tempo integral tinha três partes: 1. A palavra de
DEUS crescia em poder e em publicidade; 2. Multiplicava-se muito o número
dos discípulos em Jerusalém, devido tanto às necessidades materiais quanto
às espirituais da congregação que estava sendo cuidada adequadamente; 3. O
crescimento de grande parte dos sacerdotes que obedecia à fé — Josefo diz
que havia vinte mil sacerdotes nessa época. Por que a menção especial à
conversão de grande número de sacerdotes? Lumby sugere: “Para estes homens,
o sacrifício seria maior do que para os israelitas comuns, pois eles sentiam
o peso completo do ódio contra os cristãos, e perdiam o seu status e apoio,
assim como os seus amigos”.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 248-250.
Com alterações do Pr. Henrique
Nas comunidades judaicas a diretoria local geralmente era formada por sete
homens, os quais eram chamados “os sete da cidade”. Por isso os apóstolos
podem ter pensado involuntariamente nesse número. Seja como for, esses
homens depois são denominados “os Sete” (At 21.8).
Lucas não está descrevendo como um cargo “inferior”, o da “diaconia”, é
criado ao lado do cargo mais alto de “apóstolo”. Não contribui para o
“surgimento da constituição eclesiástica”. Pelo contrário, está mostrando
como uma igreja viva sabe tomar providências práticas quando aparecem
dificuldades e carências, vendo também em atividades dessa natureza
repercussões do ESPÍRITO de DEUS que nela habita.
At 6.4 “Quanto a nós, porém, perseveraremos na oração e no ministério da
palavra.”
O dinheiro e alimentos não eram mais importantes do que a oração e a palavra
para os apóstolos. Será que é assim em nossos dias?
Deveríamos ouvir de forma nova o que os apóstolos expressam com tanta
clareza e determinação. Em primeiro lugar citam a necessidade da oração!
Será que a flagrante impotência de nossa igreja não tem como raiz o fato de
que nossos ministros não conseguem mais “perseverar na oração” por causa de
tantas sobrecargas? Mais uma vez admiramos a força de formulação do ESPÍRITO
SANTO quando Pedro acrescenta à oração o “serviço da palavra”. O “serviço da
palavra” simplesmente não deixa sobrar tempo e força para outro ministério.
Será que isso realmente seria diferente nos dias de hoje?
No caso desses homens ocorre algo semelhante como no caso dos apóstolos. Na
sequência ouviremos mais somente sobre Estêvão e Filipe; os demais não são
mais citados em Atos dos Apóstolos. Assim também ouvimos mais acerca de
Pedro e João do que dos outros apóstolos.
Já imaginou sobre o que seria a igreja se entre cada grupo de doze ou de
sete surgissem dois como Pedro e João ou como Estêvão e Filipe?
Desde o AT a imposição das mãos era uma transferência real de plenos poderes
e força para o ministério (Nm 27.18-23; Dt 34.9), o que é enfatizado
seriamente pela imagem negativa oposta, de transmissão real da culpa pela
imposição das mãos (Êx 29.15; Lv 16.21; Nm 8.12).
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança. Com
alterações do Pr. Henrique
III - O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono.
Os diáconos tiveram papel muito honroso nos primórdios da Igreja. Os bispos
e os diáconos trabalhavam para a igreja. Paulo usou o termo diáconos como
favorito para si e para seus cooperadores, muitas vezes significando servos
ou servas que lhe prestavam algum tipo de serviço (cf. Rm 16.1). As
qualidades são exigidas em Atos 6.1-7. Paulo indica outros importantes
requisitos para o diaconato. Após enumerar as qualificações para bispo ou
presbítero, Paulo aproveita o ensino para discorrer sobre as qualificações
dos diáconos ou ministros que serviam nas igrejas. E o faz de modo imediato,
sem lacuna ou pausa em sua ministração, dizendo que os diáconos, “da mesma
sorte” que os bispos ou presbíteros, deveriam ter as seguintes qualificações
(1 Tm 3.8-10, 11-13):
1) “Sejam honestos”. Isso significa que devem ser “honrados, dignos,
corretos, íntegros”. Corresponde à “boa reputação”, indispensável ao
indicado para diácono, quando houve sua instituição (At 6.3); nas igrejas,
hoje, os diáconos recolhem dízimos e ofertas; alguns são tesoureiros, em
congregações ou igrejas. Se forem desonestos, podem cair no laço do Diabo de
roubarem até os dízimos, como já aconteceu em várias ocasiões. Para sua
maldição (Zc 5.3,4).
2) “Não de língua dobre”. Isto é, que não sejam homens de duas palavras, ou
de “duas caras”; que diz uma coisa sobre um assunto, e diz outra coisa sobre
o mesmo problema. JESUS disse: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não,
não, porque o que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). Um animal
que tem língua dobre (dupla) é a serpente.
3) “Não dados a muito vinho”. No tempo de Paulo, a exemplo do que ocorria no
tempo de JESUS, o vinho ou suco de uva era uma bebida familiar. Havia o
vinho fermentado e o não fermentado, o suco da uva (gr. guenematos tês
ampèlou), que JESUS tomou na instituição da Ceia. Não fica bem para o
diácono (ministro, servo), ser habituado a tomar vinho ou qualquer bebida
alcoólica e se sabe que mesmo o suco emgrande quantidade embebeda. O álcool
tira o juízo. A maioria das pessoas ficam alteradas com meio copo de vinho.
4) “Não cobiçosos de torpe ganância”. Um diácono não deve ser ganancioso, ou
seja, cobiçoso, ávido por dinheiro, ou qualquer outro tipo de vantagem ou
lucro pessoal, na obra do Senhor, ou em sua vida pessoal. Muitos têm
afundado moralmente, por causa da desonestidade, que resulta da ganância por
riquezas materiais (1 Tm 6.10).
5) “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Esse “mistério” é a
revelação de DEUS, através de CRISTO (cf. Rm 16.25). E “a sabedoria de DEUS
oculta em mistério”, “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu,
e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS
preparou para os que o amam. “Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO;
porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS” (1
Co 2.9,10). O diácono deve ter consciência de que não é um serviçal
qualquer, mas um “servo de DEUS” a serviço da sua Igreja.
6) “Que sejam primeiro provados”. Só deve ser indicado para ser diácono
pessoa que seja avaliada pelo ministério, ou pela liderança. “Depois sirvam,
se forem irrepreensíveis”. Tal recomendação demonstra a responsabilidade de
quem indica um crente para o diaconato. Ele não vai fazer um trabalho
qualquer, mas um “importante negócio” (At 6.3). Deve ser “irrepreensível”
(íntegro, fiel).
7) “Marido de uma mulher”. Os diácono deve ser homem fiel à sua esposa. Não
significa que está inapto para o ministério ou diaconia, se foi vítima de
uma infidelidade conjugal. Se for o causador da infidelidade fica
desqualificado para o diaconato. O radicalismo não constrói bom entendimento
das Escrituras. Um diácono não pode ser bígamo ou infiel.
Melhor seria que só se casasse uma vez, mesmo que ficasse viúvo, também o
divórcio era impensável.
8) Que ‘‘governem bem seus filhos e suas próprias casas”. A exemplo dos
bispos ou presbíteros, os diáconos também devem ser bons donos de casa, bons
esposos e bons pais; que saibam cuidar de seus filhos, para poderem cuidar
das atividades que lhes forem confiadas na casa de DEUS. Se não governa sua
casa, não saberá ordenar a igreja.
Após enumerar essas qualificações para o diaconato, Paulo conclui, dizendo
que os que possuírem tais qualidades alcançam uma avaliação positiva para
servirem na igreja: “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão
para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1
Tm 3.13).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 142-144. Com alterações
do Pr. Henrique
AS QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO
As qualificações diaconais são os requisitos imprescindíveis que tornam o
obreiro cristão apto a exercer o ministério de socorro aos necessitados e de
serviço aos santos. Tais qualificações acham-se compreendidas em Atos 6.3 e
na primeira Epístola de Paulo a Timóteo 3.8-13. Em ambas as passagens, há um
elenco de virtudes e requisitos, que só encontraremos em homens de valor.
Por que tais qualificações fazem-se tão necessárias?
A resposta é óbvia. Diferentemente do escravo do AT, de quem era requerida
apenas uma cega subserviência, o diácono do NT viria a ocupar um lugar de
honrado destaque na Igreja de CRISTO. Não seria ele um servo comum;
erguer-se-ia como ministro. Eis a seguir os requisitos exigidos:
1. De boa reputação
Afirmou Publílio Siro que a reputação é um segundo patrimônio. Se o
admirável poeta latino estivesse a reviver os passos iniciais da Igreja de
CRISTO, certamente haveria se içar a reputação à mais alta das grandezas
sociais. Pois a primeira virtude que os cristãos primitivos reclamaram dos
postulantes ao diaconato foi justamente a boa reputação: “Escolhei, pois,
irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação...” (At 6.3).
a) O que é a reputação
Originária do vocábulo latino reputatione, a palavra reputação significa
fama, celebridade e renome. O erudito evangélico Samuel Vila realça quão
significativo é este termo: “Reputação é uma das vozes mais sábias que tem a
nossa língua. É a nossa fama ou crédito pessoal; é algo que se submete ao
julgamento público todos os dias. Reputar, pois, é julgar repetidamente a
uma pessoa ante o fórum da moral pública”.
De conformidade com o étimo da palavra, os sete primeiros diáconos já vinham
sendo observados e rigorosamente julgados tanto pelo colégio apostólico
quanto pela igreja. E, nesse julgamento, foram todos eles aprovados com o
máximo louvor. Por conseguinte, antes de separarmos um obreiro ao diaconato,
exijamos tenha ele uma boa reputação. Se não for bem-conceituado diante da
igreja e do ministério, que não seja aceito. E que sua reputação seja também
comprovada pela família e pela sociedade.
O diácono haverá de ser um esposo exemplar, um pai responsável e prestimoso,
um cidadão honesto e cumpridor de seus deveres. Se a sua reputação não
transcender a tais limites, reprovemo-lo. Doutra forma, trará somente
aborrecimentos à igreja, e transtornos à obra de DEUS.
b) O significado grego da palavra reputação
No original, temos o vocábulo marturouménous que significa não somente
reputação como também testemunho. Devem os diáconos portanto, desfrutar de
um inconfundível atestado público. Que todos lhe comprovem a idoneidade do
caráter e a fé sábia e experimentada nas boas obras. Você tem zelado por sua
reputação? Como obreiros de CRISTO, somos submetidos a julgamentos diários.
Somos julgados em casa, na sociedade e na igreja. Até mesmo em nosso íntimo,
somos nós julgados. É com base em tais julgamentos que seremos chamados a
ocupar as maiores responsabilidades no Reino de DEUS. Você tem um nome a
zelar; cuide de sua reputação.
2. Cheios do ESPÍRITO SANTO
O ser cheio do ESPÍRITO SANTO é o mesmo que ser batizado? Mais do que isso -
os discípulos só eram considerados cheios do ESPÍRITO SANTO somente depois
de haverem passado pela experiência pentecostal (At 2.4; 10.47; 19.6). Sobre
a controvérsia, pronuncia-se o Dr. George E. Ladd: “Quando o ESPÍRITO SANTO
foi dado aos homens, os discípulos foram batizados e ao mesmo tempo cheios
do ESPÍRITO SANTO”. Stanley M. Horton também é bastante taxativo; não admite
réplicas: “Todos os 120 presentes foram cheios, todos falaram em novas
línguas, e o som das línguas foi publicamente notório” . Sem estar falando
em línguas diariamente não existe "cheio", pois cheio significa
transbordante, como é a medida de DEUS (Ef 3.20). Dai, e ser-vos-á dado; boa
medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão... Lucas 6:38
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
ESPÍRITO”. Como harmonizar essa recomendação de Paulo com a reivindicação
feita aos sete diáconos? Em primeiro lugar, há que se entender que, em todos
os episódios de Atos dos Apóstolos, onde se menciona o “enche do ESPÍRITO
SANTO”, temos um ato soberano e instantâneo de DEUS. De cima para baixo na
primeira experiência - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a
falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que
falassem. Atos 2:4). À medida que vamos nos enchendo, vamos também
transbordando no falar em línguas. A ordem é enchei-vos do ESPÍRITO SANTO -
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
ESPÍRITO, Efésios 5:18.
Temos, aqui, pois, a efusão ou derramamento do ESPÍRITO SANTO. Ao passo que,
em Efésios, deparamo-nos não com um ato, mas com um processo de enchimento
que se dá de dentro para fora. E este processo, ao contrário daquele,
depende da vontade do crente. Se este não seguir a recomendação bíblica, e
desprezar o exercício da oração, não poderá conservar o enchimento do
ESPÍRITO SANTO.
Vejamos como, no original, o verbo grego é usado em Efésios 5.18: allá
plerousthe em pneúmati. “Mais enchei-vos do ESPÍRITO SANTO”. O verbo
plerousthe acha-se no presente do imperativo passivo da segunda pessoa do
plural. Neste caso, o tempo presente exige uma ação habitual continuada. É
como se o apóstolo Paulo estivesse recomendando aos irmãos de Éfeso:
“Deveis, constante e permanentemente, permitir que o ESPÍRITO SANTO domine
vossas vidas”. Deve o diácono, por conseguinte, não apenas ser batizado no
ESPÍRITO SANTO como também manter a plenitude do ESPÍRITO através do cultivo
da piedade e do fruto do ESPÍRITO SANTO. É uma ordem a ser cumprida hoje e
por todo o crente, seja este obreiro ou não.
O crente deve orar em línguas todos os dias para edificar-se (O que fala
língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
1 Coríntios 14:4 - Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a
vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20 - orando em todo
tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO e vigiando nisso com toda
perseverança e súplica por todos os santos Efésios 6:18).
Conclui-se, pois, que os diáconos têm de ser não somente batizados no
ESPÍRITO SANTO como se manter na plenitude do ESPÍRITO.
É por isso que separamos para o ministério somente os que, além de sua
comprovada conversão, já receberam o batismo com o ESPÍRITO, e na plenitude
do ESPÍRITO SANTO, perseveram. Por ser um ministério que se põe na linha de
frente, exige de quem o exerce um poder sobrenatural. Já pensou se Estevão
ou Felipe não desfrutassem de semelhante virtude? Como se haveria naqueles
dias tão difíceis?
3. Cheio de sabedoria
Alguém já disse, mui apropriadamente, que este é o século do conhecimento,
mas não da sabedoria. Embora tenhamos avançado tanto, em todas as áreas da
tecnologia, espiritualmente pouco, ou quase nada logramos. Se para obter
conhecimento, bastam os estudos e a pesquisa, o mesmo não acontece com a
sabedoria. Para se conquistar, demanda-se o exercício contínuo e pessoal da
piedade; o temor do Senhor é o seu princípio (Pv 1.7).
De acordo com a ótica Bíblica, a sabedoria é a forma como vivemos, agimos e
reagimos às circunstâncias; é o reflexo da natureza divina em nossa
existência. Traduz-se a sabedoria num viver irrepreensível e santo. Esse era
o tipo de sabedoria que os apóstolos esperavam encontrar nos diáconos. Não
buscavam necessariamente homens ilustrados e cultos. Mesmo porque, como
diria Chaucer, nem sempre são os mais eruditos igualmente os mais sábios. Os
diáconos, porém, não deveriam eles de ser plenos. A expressão grega não
deixa dúvidas: pléreis sphías. Cheios de sabedoria! É o que se impunha a
cada um dos diáconos.
a) O que é sabedoria.
Afirma Souter que a sabedoria é “o variado conhecimento de coisas humanas e
divinas adquirido pela agudez e experiência, e resumida em máximas e
provérbios; perícia na direção de afazeres; prudência nas relações com
homens incrédulos; discrição e aptidão em ensinar a verdade; o conhecimento
e a prática dos requisitos de uma vida reta e piedosa; conhecimento do plano
divino. Por conseguinte, a sabedoria que as Sagradas Escrituras estão a
exigir dos diáconos não é a cultura livresca e acadêmica. É a experiência
que nos advém de uma vida de intima comunhão com o Senhor.
b) Como adquirir semelhante sabedoria
A verdadeira sabedoria é adquirida através da:
- Leitura diária da Bíblia Sagrada: quanto não temos de aprender dos
profetas e apóstolos! Foram estes sábios divinamente inspirados a espargir
luz onde só havia trevas. E todas as vezes que, com eles nos privamos,
tornamo-nos mais sábios.
- Orando e chorando: faz bem o diácono que se dedica diariamente a oração. É
um exercício que requer perseverança e Constância. Quanto mais buscar a
DEUS, mais municiado sentir-se-á. E, com o passar dos tempos, haverá você de
constatar que o seu ministério será de tal forma honrado, que, naturalmente
(ou sobrenaturalmente?), estará a realizar outras tarefas ao seu Senhor?
Haja vista o que aconteceu a Estevão e a Felipe.
- Cultivando o temor do Senhor: a Bíblia é muito clara: o princípio da
sabedoria é o temor a DEUS (Pv 1.7). Esse temor, que pode ser interpretado
como a mais profunda e singular reverência ao Todo-Poderoso, força-nos a
cultivar uma vida de intensa piedade. A partir daí, tudo faremos para jamais
desagradar ao Único e Verdadeiro DEUS (Ap 14.7).
4. Sejam honestos
Pelas expressões que usa, tinha ele os diáconos em elevada consideração.
Destes, exige o apóstolo promovidas qualificações: “Da mesma sorte os
diáconos” (1 Tm 3.8). No original, tal expressão é mui significativa:
Diakónous hosaútos. Devem os diáconos, portanto, ser tão qualificados quanto
os bispos.
a) O que é honestidade
Probidade, decência, decoro. É a qualidade de quem é íntegro e digno. A
palavra grega para honestidade é semnótes: seriedade, honradez, respeito.
b) A razão da honestidade
Em virtude de suas obrigações administrativas, o diácono tem de se mostrar
incorruptível. É ele quem estará a lidar com os tesouros dos santos. Em
muitas igrejas, além de recolher os dízimos e ofertas, estará também
administrando os recursos captados aos homens, mulheres, jovens e crianças
que vêm ao santuário adorar ao Criador com as suas fazendas e haveres. Caso
não seja honesto, agirá o diácono como Judas: lançara mão de quanto se
deposita na bolsa do CRISTO (Jo 12.6).
A honestidade também é sinônima de seriedade. Como estará o diácono a tratar
como povo, é imperativo inspire ele respeito. Como seria lamentável se as
senhoras o evitassem por causa de sua postura lasciva! Na casa de DEUS, tem
o diácono um elevado papel a representar. Honestidade é um de nossos maiores
legados.
5. Não de língua dobre
Por força das reivindicações diaconais, terão os candidatos ao cargo uma só
palavra. O seu dizer será: sim, sim, e não, não. O que disto passar virá
certamente do maligno. No original, a Expressão língua dobre é mui
significativa. Dialógous significa língua-dupla. O que detém semelhante
deformidade moral dá a um mesmo fato as mais variadas versões. O bom diácono
é discreto; sabe guardar segredo. Possui ele o suficiente despacho para
resolver as mais embaraçosas situações sem comprometer o caráter de seus
conservos. Ele tem uma só palavra; não se preocupa em ser politicamente
correto conquanto seja justo, fiel e leal. Quem tem língua dobre é a
serpente (língua dividida em duas). A mudança de ideia da noite para o dia
pode indicar falta de caráter.
6. Não dados a muito vinho
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as
coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co
6.12). Entre a licitude e a conveniência, optemos por esta; aquela
acarreta-nos, não raro, dificuldades e amargores. O suco de uva em grandes
quantidades também embriaga. Já o vinho alcoólico ou fermentado pode causar
danos irreparáveis em qualquer quantidade.
(açúcares que, quando fermentados,
resultam no teor alcoólico do vinho.
Como diria Salomão, o vinho é escarnecedor (Pv 20.1). Escarnece o vinho de
tudo; jamais se farta de escarnecer. Conscientizemo-nos de que o Senhor
JESUS nos chamou para sermos uma sociedade de temperança.
Tanto a sociedade grega quanto a hebreia encaravam com naturalidade o vinho;
tinham-nos como benção dos céus. Até que, em Efésios, recomenda o apóstolo:
“E não vos embriagues com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do
ESPÍRITO” (Ef 5.18).
A ideia, no original, retrata alguém com a mente voltada para o vinho; não
pode livrar-se dessa obsessão. Como pode ser um ministro se não ministra o
próprio ser? Willbur B. Wallis é categórico: “O testemunho da Bíblia é
consistentemente contra o uso da bebida forte. A aplicação prática do
princípio na sociedade moderna é de total abstinência”. Se não beberem,
estarão livres de cometer aqueles pequenos desatinos e lapsos que tanto
mancham o homem de DEUS.
Sejamos mais explícitos: que jamais se deem ao vinho; o exercício de seu
ofício exige em tudo sobriedade. Estejam sempre atentos às reivindicações de
seu ministério; não se deixem levar pela alegria fútil e irresponsável das
bebidas fortes. Muitos são os que por meio copo de vinho falaram ou fizeram
coisas das quais se envergonharam a vida toda.
7. Não cobiçosos de torpe ganância
Como esquecer a Balaão? Este profeta bem que poderia haver entrado para a
história sagrada com as honras do misterioso Melquisedeque, ou com as
deferências do avisado e sábio Jetro. Ambos, estrangeiros e gentios como
ele. Desventuradamente, Balaão deixou-se induzir pelo prêmio da corrupção.
Corrupto e corruptor, viveu para corromper, e, corrompido, pereceu ele.
Balaão era um típico cobiçoso de torpe ganância. Vendeu-se para amaldiçoar e
fazer tropeçar a Israel (Nm 22.1-7).
Até onde conduz a torpe ganância! O que começou em ambição, termina em
heresias; em gravíssimos pecados, acaba-se.
No grego: mé aischokerdeis. A expressão pode ser entendida também como: não
amante do lucro, não mercenário. Por que não podem os diáconos ser
gananciosos? Em primeiro lugar, exige-se tenha o homem de DEUS uma postura
íntegra e santa. Ele tem de ser, no mínimo, incorruptível. Pois estará a
lidar com os bens econômicos e financeiros da Igreja. Se incorrupto e reto,
jamais cairá em torpes ganâncias.
Saberá como encaminhar devidamente as ofertas e os dízimos dos fiéis. Que o
diácono administre correta, sabia e piedosamente os próprios bens. Se for
avaro, não haverá de permitir sejam os recursos dos santos empregados em
favor dos necessitados. Quererá tudo para si. Não fazia assim Judas
Iscariotes? Tecnicamente, foi Judas o primeiro diácono. E que péssimo
diácono foi ele! Amou tanto o dinheiro, que pelo dinheiro foi arruinado. A
única coisa que logrou com tudo o que roubara foi a própria sepultura (At
1.18.19).
8. Guardando o ministério da fé em uma pura consciência
Além das qualidades morais e sociais, exige-se seja o diácono são na fé. Que
esteja de conformidade com as Sagradas Escrituras, e as tenha como única
regra de fé e prática. Que sustente a sã doutrina, e não evidencie quaisquer
desvios no que tange à ortodoxia. Estejamos atentos a recomendação de Paulo:
“Guardando o ministério da fé em uma pura consciência” (1 Tm 3.9).
Requer-se, pois, do diácono obediência ativa e reverente. Doutra forma,
cairá na tentação do diabo; e não demora muito, eis mais um heresiarca
egresso das fileiras diaconais. Somente uma consciência purificada pelo
sangue de JESUS pode debelar a virulência da heresia. Por conseguinte, é
inadmissível um diácono que, embora social e moralmente correto, ostente
aleijões doutrinais. Tem de ser ele um expoente incorruptível da Palavra de
DEUS. Haja vista Estevão. Diante do sinédrio, expôs este com muita mestria a
história da salvação (At 7).
Seu discurso é o pronunciamento de uma autoridade incontestável das Sagradas
Escrituras. E Filipe? Não se revelaria ele um abalizado evangelista? O plano
da salvação que expôs ao eunuco de Candace foi tão eficaz, que levou o
etíope a converte-se radicalmente ao Senhor JESUS (At 8.26-40).
Conselhos piedosamente observados:
a) Leitura diária da Bíblia
Deve o diácono ser um assíduo leitor das Escrituras Sagradas. Quanto mais
estudar a Bíblia, mais livre estará de cair em heresias e enganos. A
recomendação de Paulo é mui taxativa: “Persiste em ler” (1 Tm 4.13).
b) Estudo sistemático da Bíblia
Além do estudo diário e devocional das Sagradas Escrituras, deve o diácono
também estudar sistematicamente a Palavra de DEUS. Faria bem o diácono se
cursar um seminário que zele pela ortodoxia - A EBD é uma excelente escola
de estudo sistemático e todo diácono deve ser frequentador assíduo da mesma.
9. Os diáconos sejam maridos de uma mulher
A vida conjugal do diácono tem de ser um exemplo. Atenhamo-nos à
recomendação do apóstolo: “sejam maridos de uma mulher” (1 Tm 3.12). O seu
comportamento em relação às mulheres deve evidenciar um homem
comprovadamente de DEUS. Com as jovens, seja um irmão mais velho;
respeitador e cortês. Com as mais idosas, um filho querido e solícito. Com
as crianças, um pai cuidadoso e atento. Se não se contiver diante do sexo
oposto, seja vetada sua indicação ao diaconato. O diácono tem de ser fiel à
esposa. E que jamais se dê aos namoricos e flertes! Mesmo que traído ou
viúvo o mesmo deve se manter consagrado a DEUS e não se casar novamente (1
Co 7.32 - Observação do Pr. Henrique).
10. Governem bem seus filhos
A advertência de Paulo não admite evasivas: “e governem bem seus filhos” (1
Tm 3.12). Busquemos a expressão no grego: téknõn kalõs proistámenoi. O verbo
proístemi, aqui na primeira pessoa do indicativo singular, é riquíssimo em
acepções. Etimologicamente, significa: tomo posição em frente, assumo a
direção, a liderança e o governo. Significa também: sou cuidadoso, sou
atencioso, e aplico-me aos meus deveres. Da expressão paulina, somos
instados a concluir: o pai cristão não é um mero educador; é antes de tudo o
administrador de seus filhos. Nessa condição, tudo fará a fim de que estes
sejam bem-sucedidos tanto diante de DEUS quanto diante dos homens.
Se há um obreiro que necessita trazer os filhos sob disciplina, é o diácono.
Pela natureza mesma de seu cargo, seus filhos têm de ser um consumado
exemplo de vida cristã. Isto não significa, porém, que estes devam abdicar
da infância e das coisas próprias de sua idade. Doutra forma, haveriam eles
de nascer já adultos. Haja vista o que Paulo confessa aos coríntios. Quando
menino, falava como menino e, como menino, agia. Mas chegando à maturidade,
já se comportava como adulto e, como adulto, já discorria (1 Co 13.11).
Se por um lado, não podemos violentar a pueril natureza de nossos filhos;
por outro, não devemos deixá-los entregues à própria vontade. Em seus
provérbios, exorta-nos Salomão a educar a criança no caminho em que deve
andar porque, mesmo grande, jamais apartar-se-á dele (Pv 22.6). Faça culto
doméstico todos os dias. Ore com os seus filhos; leia a Bíblia com eles.
Ouça-os em seus dilemas. Admoeste-os na Palavra. Leve-os à Escola Bíblica
Dominical. Procure saber quem são os seus amigos e colegas. Interrogue-os
acerca de seus lazeres.
Na casa de DEUS, que eles se portem com decência e profundo temor. Crianças,
adolescentes ou jovens, podem os nossos filhos ter uma postura
reconhecidamente cristã, e nem por isso deixarão de ser eles mesmos. Que
exemplo maravilhoso viu Paulo na casa de Filipe! Em sua viagem a Jerusalém,
visitou Paulo esse antigo diácono, e ficou impressionado pela maneira como
agora evangelista dirigia o lar. Tinha este quatro filhas virgens, e todas
elas profetizavam (At 21.9). Se conseguirmos ordenar assim o nosso lar, que
maravilha não haverá de ser!
11. Governem bem suas próprias casas
Governar a casa não é somente trazer os filhos sob disciplina nem manter
perfeita sintonia com a esposa. É gerir os negócios do lar de tal forma que
este venha a funcionar produtiva e eficazmente. Aliás, a palavra economia
tem uma etimologia bastante interessante. Ela é formada por dois vocábulos
gregos: oikos, casa, e nomos, lei.
Se fosse necessário, daríamos a esta palavra a seguinte definição: Conjunto
das leis que regulam o funcionamento de uma casa, com o objetivo de
suprir-lhe todas as necessidades, e equilibrar suas receitas e despesas.
Talvez tivesse Paulo este vocábulo em mente ao recomendar: “que governe
(...) bem a sua casa” (1 Tm 3.12).
Em grego: proistámenoi kai ton idíon oikon. Governar a casa implica em
contemplar-lhe e suprir-lhes todas as carências e demandas; saldar-lhe os
compromissos; fazer com que as rendas da família sejam bem empregadas.
Governar bem a casa implica em equilibrar-lhe as receitas e as despesas.
Afinal, terá o diácono de, em algumas igrejas, administrar os bens materiais
destas. Se não tem ele o governo de sua casa, como haverá de agir a casa de
DEUS? Se não sabe lidar com o próprio dinheiro, como lidará com o dinheiro
dos santos? Que esta pergunta seja respondida com sinceridade por todos os
diáconos.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição
e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS. 1 Timóteo 3:13
Aqui vemos que os diáconos que se mantivessem dentro de todas as exigências
para seu ministério seriam aproveitados pelo SENHOR em ministério superior,
como Filipe que teve seu ministério iniciado como diácono e passou a
evangelista (Atos 21.8).
2. A função dos diáconos em Atos 6.
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração
dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às
mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e
Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante
os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra
de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e
grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7).
A função primordial dos primeiros diáconos foi servir às mesas das viúvas de
fala grega.
O diaconato é o único ministério cristão que surgiu de um
fator social, de uma necessidade da igreja primitiva: o socorro às
viúvas
3. A função dos diáconos hoje.
Se antes os seus deveres circunscreviam-se à congregação, suas obrigações,
agora, vão mais além. Manter-se-á ele atento, desde já às necessidades de
seu pastor, às exigências do ministério e aos reclamos do credo e dos
estatutos de sua igreja e denominação.
A- RESPONSABILIDADES DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO SEU PASTOR
É o diácono o auxiliar mais direto de que dispõe o pastor. Ou pelo menos
deveria sê-lo. Na Igreja Primitiva, foram os diáconos constituídos
justamente para que os apóstolos se mantivessem afeitos aos ofícios de seu
ministério: a oração e a palavra. Disso ciente, estará o diácono sempre
vigilante quanto aos reclamos de seu pastor. Jamais permitirá venha este a
negligenciar o espiritual a fim de envolver-se com o material. Pois quem
deve lidar com o material é o diácono; pelo espiritual consumir-se-á o
pastor. Como seria lamentável se viesse o pastor a deixar de lado o sermão
de domingo por causa da bancada do templo que não foi alinhada, ou porque os
elementos de Santa Ceia não foram ainda preparados! Que os diáconos se
encarreguem dessas providências. E, que no momento da adoração, esteja o
santuário devidamente arrumado. Infelizmente, estão os diáconos tão
absolvidos em pregar, acham-se tão entretidos em disputar os primeiros
lugares, que acabam por se esquecer de seu pastor. Não estou insinuando deva
o diácono privar-se do púlpito. Se houver oportunidade, aproveite-a. Eu
também fui diácono, e jamais deixei de ocupar a sagrada tribuna. Pregava e
ministrava estudos bíblicos. Escola Bíblica Dominical. Todavia, não me
lembro de haver descurado uma vez sequer de minhas responsabilidades. Felipe
e Estevão eram diáconos a serviço dos santos. Diácono seja cuidadoso com o
seu pastor. Propicie-lhe as necessárias condições a fim de que possa ele
dedicar-se às lides: orar pelo rebanho e alimentar os santos com a Palavra
de DEUS. Por que abandoná-lo às preocupações materiais do redil? Você foi
separado para auxiliá-lo a conduzir o rebanho de DEUS através dos campos
sempre verdejantes. Esse trabalho é glorioso.
B- RESPONSABILIDADE DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO MINISTÉRIO
Você já pertence ao ministério eclesiástico. Esteja, pois, em perfeita
sintonia com os integrantes deste. Veja-os como companheiros de luta. Jamais
intente uma carreira solo. Os obreiros de DEUS somos vistos sempre em
equipe. São os setenta que saem de dois em dois; os doze que se afainam e
repousam ao lado do Senhor; os cento e vinte que, em perseverante oração,
aguardam, no cenáculo, o Pentecostes. E o que dizer de Paulo? Embora o maior
missionário, jamais deixou de ter os seus assistentes. Lendo-lhe as cartas,
deparamo-nos de contínuo com os integrantes de sua operosa equipe. Os que se
isolam, diz Salomão, estão a rebuscar os próprios interesses. Participe das
reuniões de ministério. Inteire-se dos assuntos tratados. Com humildade e
sempre reconhecendo o seu lugar, opine, sugira, ofereça subsídios. Seja
amigo de todos; de cada um em particular, um cooperador sempre querido. Não
se ausente. Cultive aquele companheirismo tão próprio dos cristãos
primitivos. Esteja atento às orientações de seu pastor. Agindo assim, você
se surpreenderá com êxitos de seu ministério. Isolado, ninguém poderá
crescer; em equipe, todo avanço é possível.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
A ÉTICA DIACONAL
Olinto era um velho diácono de minha primeira igreja. Homem alto, forte,
barrigudo. De minha quase segunda infância, cuidava eu tratar-se de um
gigante. O velho Olinto não falava; trovejava.
Sua voz parecia percorrer não somente o templo, como os campos todos de São
Bernardo, aquela outrora pacata e graciosa cidade paulista. Não preciso
dizer que os meus amigos e eu não gostávamos dele. Pois estava
constantemente a surpreender-nos em peralvilhices. Ele chegava ao absurdo de
não permitir que ficássemos correndo pelo templo, nem que fossemos à rua .
Onde já viu tal coisa? Quantos ralhos não levei do velho Olinto! E a
carranca daquele italiano? E o seu sotaque carregado? Aquelas palavras que
não entendíamos.
Aquelas frases – meio toscanas, meio portuguesas – soavam como se fossem
broncas, ecoavam corretivas e disciplinadoras. Francamente, as crianças não
gostávamos do velho Olinto. Mas ali, na lateral esquerda daquele templo
querido e sempre benfazejo, onde presenciei, ainda em minha peraltice,
tantas manifestações da glória de DEUS, achava-se um diácono ético e santo.
Um homem que gozava da inteira confiança de seu pastor. Um dia o Senhor
JESUS achou por bem recolher o velho Olinto. Ele foi-se embora! Mas a sua
imagem, guardo-a no coração. Hoje, fosse escrever-lhe o epitáfio, escolheria
esta inscrição: “Aqui jaz um diácono que soube ser ético”. O velho Olinto
sabia que, além das qualificações que a Palavra de DEUS demanda de cada
candidato ao diaconato, todos precisam observar um código de ética. Sem
ética, nenhum ministério cristão é possível.
O QUE É A ÉTICA DIACONAL
Antes de entrarmos a ver o que é a ética diaconal, é necessário que
busquemos uma definição de ética.
1. O que é ética
Numa primeira instância, podemos dizer que a ética é o: “Estudo sistemático
dos deveres e obrigações do indivíduo, da sociedade e do governo. Seu
objetivo: estabelecer o que é certo e o que é errado. Ela tem como fonte a
consciência, o direito natural, a tradição e as legislações escritas; mas,
acima de tudo, o que DEUS estabeleceu em Sua Palavra – a Ética das éticas. A
essência da ética acha-se registrada nos Dez Mandamentos – a única
legislação capaz de substituir a todas as legislações humanas”. Dicionário
Teológico, Edições CPAD.
2. O que é a ética diaconal
Ética diaconal, por conseguinte, é a norma de conduta que o diácono deve
observar no desempenho de seu ministério. Através desse código de
procedimento, terá ele condições de discernir entre o que é certo e o que é
errado. Para que jamais venha a ferir as normas de conduta de seu
ministério, é imprescindível tenha ele sempre consegue as fontes da ética
diaconal.
FONTES DA ÉTICA DIACONAL
Do que já vimos até ao presente instante, não nos é difícil inferir quais as
fontes da ética diaconal. São estas a Bíblia, os regulamentos da igreja
local e a consciência do próprio diácono.
1. A Bíblia
Os evangélicos temos a Bíblia como a infalível e inspirada Palavra de DEUS.
É a nossa inapelável regra de norma e conduta. Quaisquer estatutos ou
regulamento eclesiásticos têm de emanar da Bíblia, e não pode, sob hipótese
alguma, contrariar a esta.
O diácono, portanto, orientar-se-á espiritual e eticamente através da
Bíblia. Quanto ao seu cargo específico, terá em conta as seguintes
passagens: Atos 6.1-6; 1 Timóteo 3.8-13. Leia sempre esses textos; tenha-os
em mente; inscreva-os na tábua do seu coração. Agindo assim, jamais
tropeçará.
2. Regulamento da igreja local
Além das Sagradas Escrituras, estará o diácono atento aos regulamentos,
estatutos e convenções da igreja local. É claro que, conforme já dissemos,
têm de estar estes em perfeita consonância com a Palavra de DEUS. Esteja
atento, pois, às particulares culturais e estatutárias de sua igreja. Aja de
conformidade com estas; não as despreze nem as fira. Se não contrariam a
Palavra de DEUS, por que não as observar? Lembre-se: é melhor obedecer do
que sacrificar. Tenha a necessária sabedoria para não ferir as convenções
locais. Quem no-lo recomenda é a lei do amor.
3. A consciência do próprio diácono
É a consciência aquela voz secreta que temos na alma que, de conformidade
com os nossos atos, aprova-nos ou reprova-nos.
O apóstolo Paulo dá como válido o testemunho da consciência: “Pois não são
justos diante de DEUS os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que
praticam a lei (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por
natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmo são
lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando
juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer
defendendo-os)” (Rm 2.13-15). Por conseguinte, mantenha sempre a consciência
em absoluta consonância com a Palavra De DEUS. Não a deixe cauterizar-se.
Permita que o ESPÍRITO SANTO a domine por completo. E, todas as vezes que,
quer em sua vida particular, quer no exercício do ministério, sentir que ela
o acusa, dobre os joelhos, e ore como o rei Davi: “Sonda-me, ó DEUS, e
conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em
mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23,24). O
Senhor, então, mostrar-lhe-á como agir e corrigir-se se for necessário.
Lembre-se: a sua consciência, posto que necessária, não é autoridade última
de sua vida. Ela somente será válida se estiver em conformidade com os
reclamos e demandas da Palavra de DEUS.
SÍNTESE DA CONDUTA ÉTICA DO DIÁCONO
Por conduta ética do diácono, entendemos o seu irrepreensível proceder de
conformidade com a Palavra de DEUS, conforme os regulamentos, estatutos e
visão cultural da igreja em que ele estiver lotado, e segundo o testemunho
de sua consciência que, em hipótese alguma, pode contrariar as Sagradas
Escrituras. Em linhas gerais, estes são os procedimentos éticos que deve o
diácono observar no exercício de seu ministério.
1. Quanto ao seu ofício
Conscientize-se de que foi separado para servir a mesa de CRISTO, a mesa da
igreja de CRISTO e a mesa do anjo da igreja de CRISTO. Portanto, exerça o
seu ministério de acordo com a ordenança que lhe confiou o Senhor JESUS. O
seu principal mister é servir e não pregar. Ainda que você pregue melhor que
seu pastor, não se prevaleça disso. Dê-lhe todo o suporte a fim de que ele
se dedique à oração e a exposição da Palavra.
Caso tenha você outra chamada específica, não se exaspere; no devido tempo
ela acontecerá. Até lá, cumpra rigorosamente o seu diaconato. Se houver
oportunidade para pregar, pregue. Mas não se esqueça, por enquanto, sua
obrigação é servir à mesa. Não se ausente para pregar; esteja presente para
servir.
2. Quanto à sua lealdade
Lembre-se: é você, como diácono, o melhor amigo de seu pastor. Portanto, não
se junte aos revoltosos nem faça oposição ao anjo da igreja. Antes, ore por
ele, sirva-o amorosa e sacrificialmente.
Se o seu pastor se equivocar em alguma coisa, converse com ele,
mostrando-lhe, humildemente, porque acha você estar ele errado. Não se
esqueça de que ele pode estar certo. Por isso, saiba como falar-lhe. E que
ninguém mais saiba do teor dessa conversa.
3. Quanto às críticas
Não critique o seu pastor nem os membros de seu ministério. Quando alguém o
fizer, desestimule-o. Mostre aos críticos acérrimos e pertinazes que, ao
invés das críticas, ocupem-se em orar pelo anjo da igreja e pela expansão do
Reino de DEUS.
4. Quanto à ministração particular da Ceia
Se designado a levar a Ceia para alguém do sexo feminino, no domicílio
deste, faça-se acompanhar de sua esposa ou de outra pessoa. Jamais entre na
casa de um membro da igreja a menos que lá esteja o pai de família. Seja
prudente e vigilante. Fuja sempre da aparência do mal. Não brinque com o
pecado.
5. Quanto ao dinheiro
O ideal é que todos os dízimos e ofertas sejam entregues na casa do tesouro.
Se alguém quiser entregar-lhe o dízimo, ou a oferta, peça-lhe gentilmente
que o faça na tesouraria da igreja. Se for imprescindível que receba a
oferta e o dízimo, leve-os imediatamente a igreja. Não os esqueça consigo
nem os tome emprestados. O dinheiro não é seu; pertence a JESUS.
6. Quanto à discrição
A discrição é uma das qualidades essenciais para o exercício do diaconato. É
a qualidade de quem é prudente, sensato e que sabe guardar segredo. O homem
discreto é alguém em quem se pode confiar. No exercício do diaconato, você
certamente presenciará muitos casos graves e comprometedores. Se você não
for prudente, poderá arruinar preciosas vidas e reputações que vêm sendo
construídas há décadas. Portanto, saiba controlar a própria língua.
Em casos graves, procure diretamente o seu pastor. Não vá sair por aí
segredando, pois o segredo quando compartilhado com pessoas erradas deixa de
ser segredo para tornar-se notícia. Leia o Livro de Provérbios diariamente,
e certifique-se de quão valiosa é a discrição.
7. Quanto às arbitrariedades
Exerça o seu ministério no poder do ESPÍRITO SANTO. Deixe de lado as ameaças
e arbitrariedades. Você não precisa lembrar a ninguém de que é diácono, mas
todos precisam saber que você é, de fato, um homem de DEUS.
8. Quanto à pontualidade
Chegue no horário do culto; não se apresse a sair. O seu pastor está sempre
a precisar de sua ajuda.
9. Quanto à obediência
Não discuta as ordens do seu pastor. Se não estiver de acordo com elas,
indague sobre as razões destas. Se não puder cumpri-las, justifique-se. Mas
não saia resmungando nem murmurando.
Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar.
10. Quanto ao amor
Se você exercer o seu ministério com amor, cumprirá a Lei, os Profetas e
todo o Novo Testamento. E será, em todas as coisas, bíblica e eticamente
correto. Portanto, não se esqueça da Palavra de DEUS. Tem-na bem junto de
si!
Conclusão
Você deve exercer um diaconato irrepreensível. Aja, portanto, de acordo com
a Palavra de DEUS. Observe as normas de sua igreja, e jamais desdenhe da
visão cultural desta. Prime pela ética. Não deixe que nada venha a macular o
seu ministério. Não basta ser eficiente; é necessário que ajamos de
conformidade com a Palavra de DEUS.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
Ajuda do Pb Alessandro Silva com algumas modificações e acréscimos do Pr.
Henrique
SINOPSE DO TÓPICO (1) - A diaconia de JESUS CRISTO está centralizada na
disponibilidade em servir o próximo.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 6,
descreve a instituição do ministério de diácono.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Para o perfil e a função do diácono deve-se levar em
conta o caráter moral, o caráter espiritual e o caráter familiar do
candidato.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ANDRADE, Claudionor de. Manual do Diácono. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
1999,
STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 1
995.
https://www.youtube.com/watch?v=M7Hg-UoklRA&list=PL9TsOz8buX18coyk3lZWMhkqT-48mq4wT
Vídeos desta Lição em 2014 - para questionário, veja parte 6.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar o estilo de vida diaconal de JESUS.
Explicar a instituição do ministério do diácono.
Discorrer sobre o perfil e a função do diácono.
PALAVRA-CHAVE - Diácono: Aquele
que serve por amor.
Referências Bibliográficas
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1999.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida
Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de
Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de
1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por
Versículo. (CPAD)
CHOWN, Gordon. Os dons do ESPÍRITO SANTO. São Paulo: Vida, 2002.
CONDE, Emílio. Pentecoste para todos. 6ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.
Corrigida, 4ª ed., 2009. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea -
CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 8. pag. 267.
Eberhard Hahn. Comentário
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Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
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KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Editora
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Novo Testamento Interlinear grego-português. Barueri, SP: Sociedade Bíblica
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O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer - CPAD
SILVA, Severino Pedro. A Existência e a pessoa do ESPÍRITO SANTO. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos domínios do ESPÍRITO. 4ª ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1998.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Uwe Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica
Esperança.
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Escrita, Lição 2, Central Gospel, O Ministério Diaconal, 3Tr23, Pr Henrique,
EBD NA TV
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Atos 6.1-7
1 - Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma
murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram
desprezadas no ministério cotidiano.
2 - E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas.
3 - Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios
do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio.
4 - Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5 - E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem
cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão,
e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
6 - e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as
mãos.
7 - E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o
número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
TEXTO ÁUREO
Paulo e Timóteo, servos de JESUS CRISTO, a todos os
santos em CRISTO JESUS que estão em Filipos, com os bispos e diáconos.
Filipenses 1.1
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Marcos 10.45 JESUS, o modelo de servo
3ª feira – Atos 6.8 O diácono e a variedade de dons
4ª feira – Atos 6.10 A sabedoria e intrepidez de Estevão
5ª feira – Lucas 21.15 A comunicação do diácono
6ª feira – Romanos 12.3 A humildade do diácono
Sábado – Romanos 12.5 O diácono e a unidade na igreja
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
entender as necessidades e as características do ministério diaconal;
identificar as qualificações do diácono;
discernir o valor do ministério diaconal.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, para um desempenho satisfatório nas orações e na pregação
da Palavra — um trabalho de base absolutamente necessário —, os apóstolos
precisavam de pessoas com um perfil muito bem definido. A assistência às
demandas materiais e o cuidado com as pessoas pobres e necessitadas
correspondiam a um ministério de serviço contínuo — diferenciado do (e
concomitante ao) ministério
de pregação e ensino da Palavra. A título de esclarecimento, a palavra
serviço, em Atos 6.3,
corresponde à ministério. Na Língua Portuguesa e demais idiomas, a mesma
palavra é traduzida por diácono. Excelente aula!
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O MINISTÉRIO DOS DIÁCONOS
1.1. Uma necessidade premente
1.2. Maturidade para delegar
1.3. A natureza do serviço diaconal
1.4. A origem do ministério diaconal
1.5. A escolha
2- JUSTIFICATIVA PARA A NOMEAÇÃO DE
DIÁCONOS
2.1. A complementaridade dos ministérios
2.2. O modo da escolha
2.3. Os critérios da escolha
3- QUALIFICAÇÕES DOS DIÁCONOS NO NOVO
TESTAMENTO
3.1. Respeitáveis e de uma só palavra
3.2. Não inclinados a muito vinho
3.3. Não cobiçosos de sórdida ganância
3.4. Conserva o mistério da fé com uma consciência limpa
3.5. Que sejam experimentados
3.6. Características relacionadas à família
4- A ÉTICA NO DIACONATO
4.1. Ser cheio do ESPÍRITO SANTO
4.2. O conhecimento pleno do seu ofício
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
A igreja dos primeiros séculos possuía apenas dois tipos de oficiais: os
bispos e diáconos (Fp 1.1). É preciso observar que, na administração
eclesiástica daquela época, os títulos “pastores”, “bispos” e “presbíteros”
eram utilizados um pelo outro, isto é, de maneira intercambiável, sem que
houvesse qualquer diferença entre um e outro. Os bispos receberam delegação
de autoridade para, especificamente, dedicarem-se à oração e à pregação da
Palavra (At 20.28). Os diáconos, por sua vez, foram consagrados para
servirem às mesas e cuidar de questões materiais e do bom andamento dos
cultos.
SUBSÍDIO 1
O diaconato é o único ministério cristão que começou de um fato social: o
socorro às viúvas helenistas (At 6.1-7).
1- O MINISTÉRIO DOS DIÁCONOS
A palavra diácono, no grego, é diakonos, e, em geral,
significa “servente, servidor, servo” (Jo 2.5; Mt 22.13). O termo deriva de
diakonia, que também significa “serviço”, revelando que há diferentes
maneiras de servir, como, por exemplo, por meio do dom de socorros (1 Co
12.28), que envolve a capacitação para ajudar ou assistir o próximo. No
contexto de Atos 6.1-4, diácono é alguém encarregado de servir às mesas —
não apenas no sentido de servir comida, mas também de distribuir víveres,
recursos e, de modo geral, prestar serviços.
1.1. Uma necessidade premente
A escolha de diáconos foi algo absolutamente necessário para que a igreja
daquela época funcionasse de maneira harmônica e equilibrada. É um equívoco
imaginar que servir às mesas era uma ocupação menos importante do que
dedicar--se à oração ou ao ministério da Palavra. Não há, necessariamente,
uma escala hierárquica entre as tarefas realizadas pelos doze apóstolos —
ligada ao testemunho e à evangelização — e as exercidas pelos diáconos —
relacionadas à assistência às viúvas e ao serviço das mesas.
1.2. Maturidade para delegar
O crescimento espetacular do número de discípulos revelou aos líderes da
igreja a necessidade de descentralizar para continuarem crescendo de maneira
sustentável. Os apóstolos não podiam cuidar de tudo ao mesmo tempo, a
solução foi nomear um grupo de líderes para o desempenho de certas tarefas
complementares. A isso denominaram: “servir às mesas”.
1.3. A natureza do serviço diaconal
Ao estudarmos o livro de Atos dos Apóstolos, verificamos que a diaconia é a
prestação de um serviço específico, absolutamente necessário e amoroso a
DEUS e ao Seu Reino. O diácono não deve pensar em seu ministério como algo
de menor importância. O diaconato não pode ser visto apenas como um degrau
para se chegar a outras posições no ministério eclesiástico.
1.4. A origem do ministério diaconal
O ministério diaconal foi instituído, originalmente, em razão de uma crise
estabelecida no seio da primeira igreja. De acordo com Lucas, médico e
historiador, o número de discípulos cresceu de forma surpreendente, e os
helenistas começaram a murmurar contra os hebreus, porque suas viúvas
pobres, que viviam sob os cuidados da igreja em Jerusalém, ficaram
desassistidas (At 6.1). Em função de tal crise, de cunho social — que
poderia trazer sérias implicações para o plano espiritual —, os apóstolos,
em reunião solene e democrática, em comum acordo, decidiram escolher sete
homens de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais
encarregaram deste serviço (At 6.3).
1.5. A escolha
A separação de diáconos, visando à prestação de serviços de natureza
material, permitiria que os apóstolos se dedicassem, com exclusividade, à
oração e à pregação do evangelho (At 6.4). Para compor o primeiro time
diaconal da história da igreja, foram escolhidos: Estevão, Filipe, Prócoro,
Nicanor, Timão,
Pármenas e Nicolau. A partir da escolha desses nomes, tal ministério passou
a fazer parte indissociável do ministério das igrejas.
2- JUSTIFICATIVA PARA A NOMEAÇÃO DE
DIÁCONOS
A instauração do diaconato na Igreja primitiva serviu
para sanar um problema de organização social da comunidade e para demonstrar
solidariedade e compaixão por seus membros mais carentes. Assim como os
diáconos poderiam oferecer um trabalho de
excelência no cuidado com as pessoas e no serviço prestado ao templo, os
apóstolos poderiam oferecer um serviço de excelência nas orações e na
pregação da Palavra.
2.1. A complementaridade dos ministérios
Não é possível estabelecer um paralelo de comparação entre o ministério
diaconal e o ministério dos apóstolos, em razão da característica essencial
compartilhada por ambos os ofícios: estes são, acima e antes de tudo,
complementares. Em termos práticos, significa dizer que, para cumprirem bem
a missão que pesava sobre eles, os apóstolos dependiam do bom desempenho das
atividades diaconais.
SUBSÍDIO 2.1
De acordo com Russel Shedd, a expressão “escolhei dentre vós” reporta para o
fato de que o modelo democrático — também nas decisões eclesiásticas — ajuda
a manutenção da harmonia, diferentemente do que muitos possam pensar.
2.2. O modo da escolha
Digno de nota foi a forma como os apóstolos resolveram o problema que tinham
diante de si — os conflitos advindos da necessidade de continuarem
testemunhando e pregando, enquanto, ao mesmo tempo, atendiam às demandas
materiais das viúvas helenistas pobres. Eles organizaram uma assembleia para
tomarem, juntos, uma decisão certeira e pontual.
A solução tomada encontra-se na expressão: Escolhei, pois, irmãos, dentre
vós, sete varões (...) (At 6.3).
O grupo de apóstolos foi consultado e houve uma decisão comum. Isso deve
servir de base para orientar as decisões nos ministérios das igrejas.
2.3. Os critérios da escolha
Os critérios para a escolha dos sete primeiros diáconos foram muito bem
descritos por Lucas: deveriam ser pessoas de boa reputação, cheias do
ESPÍRITO SANTO e de sabedoria (At 6.3). Aqueles homens foram investidos de
tal autoridade devido ao testemunho exemplar que davam junto à comunidade.
3- QUALIFICAÇÕES DOS DIÁCONOS NO NOVO
TESTAMENTO
Os diáconos, de acordo com o apóstolo Paulo (1 Tm
3.8-13), devem apresentar as características destacadas nos subtópicos
seguintes, dentre outras:
3.1. Respeitáveis e de uma só palavra
O respeito das pessoas é conquistado pelo viver baseado na honestidade,
sinceridade e transparência. Uma vez que o diácono lida com o público, a
expressão “de uma só palavra” (1 Tm 3.8a ARA) tem a ver com a discrição e o
cuidado ao falar, para que não se envolva em mal-entendidos e maledicências.
3.2. Não inclinados a muito vinho
Esta é uma advertência ao consumo de bebidas alcoólicas (1 Tm 3.8b ARA). O
obreiro cristão não pode ser alguém que se deixa conduzir por dependências,
vícios ou hábitos destrutivos.
3.3. Não cobiçosos de sórdida ganância
Não pode ser alguém que tenha como prioridade na vida a conquista de bens
materiais (1 Tm 3.8c ARA). Esta é uma exigência que se aplica a todos os
líderes que atuam na administração das finanças da casa de DEUS.
3.4. Conserva o mistério da fé com uma consciência limpa
A pessoa que não carrega consigo remorsos ou compunções pode viver de cabeça
erguida. Nesse particular, Paulo está insistindo no relacionamento íntimo
entre a crença sadia e uma consciência livre de máculas e pecados (1 Tm
3.9).
3.5. Que sejam experimentados
Caso se mostrem aprovados e irrepreensíveis, que exerçam o diaconato (1 Tm
3.10). Os diáconos precisam ser avaliados, e só devem ser autorizados para o
exercício do cargo, se aprovados. Por esse processo de exame e aprovação,
devem ser considerados irrepreensíveis ou inculpáveis em seu caráter.
3.6. Características relacionadas à família
Devem ser maridos de uma só mulher (1 Tm 3.12a) — a vida matrimonial baseada
na monogamia e fidelidade conjugal é o princípio que deve reger o ministério
cristão. Devem governar segura e solidamente sua casa (1 Tm 3.12b; conf. 1
Tm 5.8). Ao diácono que desempenhar com esmero e dedicação sua nobre tarefa,
um incentivo duplo lhe será oferecido. Primeiro,
ser-lhe-á concedido um lugar de proeminência e respeito junto aos fiéis;
segundo, ser-lhe-á permitido alcançar desenvolvimento na fé e maturidade
espiritual (1 Tm 3.13).
4- A ÉTICA NO DIACONATO
Para o exercício pleno e eficiente da sua função, o diácono deve observar os
pontos destacados a seguir.
4.1. Ser cheio do ESPÍRITO SANTO
O diácono deve exercer sua função ministerial na plenitude e no poder do
ESPÍRITO SANTO. Não é preciso ficar lembrando a quem quer que seja o ofício
que (ele ou ela) exerce na igreja local. Arbitrariedades, ameaças e
carteiradas são desnecessárias quando os membros da comunidade veem nele —
ou nela — um homem — ou uma mulher — de DEUS.
4.2. O conhecimento pleno do seu ofício
A igreja precisa treinar as pessoas que fazem parte do ministério diaconal,
conscientizando-as sobre a importância de serem extremamente zelosas quanto:
ao uso da linguagem — é preciso atentar para a comunicação de ideias,
especialmente no que tange aos comentários que envolvam outras pessoas; caso
presencie ou ouça falar de casos extremamente graves, o diácono deve
procurar o pastor da igreja e comunicar-lhe o fato; à prestação dos serviços
— no caso de visita aos lares, principalmente a pessoas do sexo oposto, o
diácono jamais deve ir desacompanhado; é preciso fugir da aparência do mal;
ao dinheiro — é importantíssimo que não receba dízimos e/ou ofertas; caso
alguém queira entregar algum dinheiro a um diácono, essa pessoa deve ser
orientada, gentilmente, a fazê-lo no Gazofilácio ou na tesouraria da igreja;
à pontualidade na igreja — chegar antes do culto começar e não se apressar
em sair, pois seu pastor poderá necessitar de sua ajuda; à capacidade de
trabalhar em equipe — como o ministério diaconal envolve outras pessoas, há
a necessidade de maturidade para relacionar-se de forma equilibrada com
todos; ao equilíbrio emocional — a falta de equilíbrio emocional pode levar
a desentendimentos, maus tratos e rupturas; à obediência às ordens de seus
líderes — o trabalho deve ser desenvolvido de boa vontade, sem murmurações
ou reclamações.
CONCLUSÃO
O trabalho diaconal sempre foi — e continua sendo —
extremamente importante para a igreja. Por essa razão, os diáconos não devem
servir de má vontade, como se estivessem ocupando um cargo de menor valor,
ou como se estivessem exercendo uma função para a qual não se sentem
qualificados. Também não devem envolver-se nas tarefas diaconais, as pessoas
que pensam em alcançar outra posição, de maior visibilidade ou projeção na
visão de alguns. Na maioria das vezes, o primeiro contato das pessoas ao
entrarem na igreja é com os seus diáconos e recepcionistas. Por esse e
muitos outros motivos, o ministério diaconal é tão pertinente e
significativo; afinal, como diz o ditado: “a primeira impressão é a que
fica”.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Como surgiu o ministério diaconal?
R.: Da necessidade de atendimento às viúvas helenistas.