Escrita Lição 02, Betel, Oséias, O Amor de Deus e a chamada ao Arrependimento, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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Vídeo https://youtu.be/0Xxj4WizakY
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/06/escrita-licao-02-betel-oseias-o-amor-de.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/06/slides-licao-2-oseias-o-amor-de-deus-e.html
TEXTO ÁUREO
“Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento
de DEUS, mais do que os holocausto” Oseias 6.6
VERDADE APLICADA
a mensagem de Oséias aponta para o imensurável amor de DEUS que o
moveu a enviar JESUS CRISTO para salvar pecador e fazê-lo membro da família de
DEUS
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o cenário da mensagem de Oséias.
Destacar os acontecimentos na vida de Oséias.
Mostrar lições do livro de Oséias para os dias de hoje
TEXTOS DE REFERÊNCIA
OSÉIAS 1
1- Palavra do Senhor, que foi dita a Oséias, filho de Beeri, nos
dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão,
filho de Joás, rei de Israel.
2- O princípio da palavra do Senhor por Oséias; disse, pois, o Senhor a Oséias:
Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra
se prostituiu, desviando-se do Senhor.
3- E foi, e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.
OSÉIAS 11
4- Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor, e fui para eles como os que
tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Os 4 – A malícia do povo de Israel e Judá.
TERÇA – Os 5 – A exortação ao arrependimento.
QUARTA – Os 9 – O pecado de Israel e a sua consequência.
QUINTA – Os 11 – A ingratidão de Israel.
SEXTA – Os 12 – A controvérsia do Senhor com Judá e Israel.
SÁBADO – Os 13 – O pecado de Israel e o seu castigo.
Hinos Sugeridos: 35,69,169
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore por mais sensibilidade espiritual e amor ao próximo.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OSÉIAS
1.1.
Conhecendo um pouco mais o profeta.
1.2.
O engano do culto a Baal.
1.3.
As consequências da infidelidade de Israel.
2-
OS ACONTECIMENTOS NA VIDA DE OSÉIAS
2.1. O casamento de Oséias: o retrato da infidelidade de Israel.
2.2. Os filhos de Oséias e as mensagens de DEUS.
2.3. O drama pessoal do profeta.
3-
OSÉIAS PARA OS DIAS DE HOJE
3.1. O extraordinário amor de DEUS.
3.2. Um chamado ao arrependimento.
3.3. O desafio de amar outra vez.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Oséias - A restauração dos filhos de DEUS
Lição 1 - A instabilidade política e religiosa de Israel -
07/04/2002
2º Trimestre
Comentarista: Esequias Soares da Silva - CPAD
A Situação De Israel Na Época Do Profeta Oséias Era Deplorável,
O Povo Estava Corrompido Pela Idolatria E DEUS Na Sua Ira Prepara O
Ato Final Para Deportá-Los A Fim De Que O Conheçam Como Único E Verdadeiro DEUS,
Mas É Com O Sofrimento De Um Marido Traído Que DEUS Os Chama Ao Arrependimento,
Procurando De Todas As Formas Perdoá-Los.
Localização de Samaria e Reino de Israel onde Oséias exerceu
seu ministério.
10 Tribos do norte – Israel - capital - Samaria
O casamento de Oséias e o seu triste relacionamento com Gômer, sua
esposa, era o retrato do relacionamento de Israel com Jeová. A mensagem aqui é
de castigo e restauração. A mensagem de Oséias anuncia também a vinda do
Messias e o surgimento da Igreja (11.1; 1,10). Os pormenores aparecem nos
capítulos subsequentes.
Em 2 Co 11.2 o apóstolo Paulo guiado pelo ESPÍRITO SANTO, escreve:
"Porque estou zeloso de vós com zelo de DEUS; pois vos
desposei com um só Esposo, CRISTO, para vos apresentar a ele como virgem pura."
Pergunta nº 1- Existem porventura alguns pontos de semelhança entre
seu relacionamento com o Senhor JESUS CRISTO e o relacionamento de Israel com
DEUS? De que maneira você está agradando o Noivo Celestial? Você está
dilacerando o coração de DEUS de alguma forma?
Pergunta nº 2- Que providências você tem que tomar; o que
precisa fazer?
Pergunta nº 3- De que maneira você acha que DEUS vai reagir e
por que?
(Bíblia de Estudo Indutivo - Ed. Vida)
Samaritanos
Os samaritanos rezam em hebreu e chamam a si
mesmos de Bene-Israel (filhos de Israel), mas os israelitas sempre se recusaram
a admiti-los entre seu povo. Samaritanos são membros de uma comunidade, quase
extinta no fim do século XX, que afirma descender dos judeus da antiga Samaria,
das tribos de Efraim e Manassés (2Cr 34:9, Jr 41:5). Segundo os samaritanos, os
integrantes dessas tribos não foram deportados quando os assírios conquistaram
o reino de Israel em 721 a.C. e, após a queda de Samaria, se misturaram com
não-israelitas (2Rs 17:24-41), o que deu origem a uma religião sincretista,
embora baseada num judaísmo primitivo. De acordo com o Talmude, porém, os
samaritanos são descendentes dos povos mesopotâmicos radicados em Samaria após
a conquista pelos assírios e teriam ascendência e religião mistas por terem se
casado com israelitas que permaneceram na região. O termo samaritano tem origem
no hebraico shamerim e significa "os que observam" (os preceitos), em
alusão ao fato de terem como única norma religiosa o Pentateuco, conjunto dos
cinco primeiros livros do Antigo Testamento.
O desprezo que os judeus dispensavam a esse povo é o pano de fundo
da parábola do bom samaritano (Lc 10:25-37), em que JESUS CRISTO procura
mostrá-los como caridosos. O povo de Samaria é ainda citado em outras
conhecidas passagens da Bíblia, como aquela em que JESUS encontra a samaritana
no poço de Jacó e lhe anuncia: "... quem beber da água que eu lhe darei,
nunca mais terá sede..." (Jo 4:14). No fim do século XX havia em Israel
uma comunidade de cerca de 500 samaritanos, dos quais 250, inclusive o alto
sacerdote, viviam em Nabulus e os demais em Holon, onde mantinham uma sinagoga,
nos arredores de Tel Aviv.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
NOTA
Hebraico/pronúncia |
Versículo |
Tradução |
telïillal |
vv.2 |
início; quando Yahweh falou pela primeira vez. |
zenunim |
fornicação. |
|
harah |
vv.3 |
conceber, engravidar. |
mamlachut |
vv.4 |
domínio, poder real, reino, reinado. |
harah |
vv.6 |
conceber, engravidar |
riham |
ter compaixão, ser compassivo. |
|
riham |
vv.7 |
ter compaixão, ser compassivo. |
gamal |
vv.8 |
desmamar; lidar adequadamente com, alocar; amadurecer. |
harah |
conceber, engravidar |
|
hol |
vv.10 |
areia |
Oséias
- CPAD (ESEQUIAS SOARES)
Vide no quadro Sintético abaixo a época em que profetizou Oséias, os reis
e profetas da época.
Rei |
Datas (a.C.) |
Importância |
Referências |
Jeroboão II |
793-753 |
Manteve o santuário em Betel. Contribuiu para a exploração dos pobres ao incentivar um padrão
de vida elevado. |
2 Rs 14.23-29 Amós 1.1; 5.7-11 Oséias 1.1 |
Zacarias |
753 |
Sua morte cumpriu profecias de Amós e de Oséias. |
2 Rs 15.8-12 Amós 7.9; Oséias 1.4-5 |
Salum |
752 |
Assassino de Zacarias. Exemplo de vida política caótica. |
2 Rs 15.13-15 Oséias 7.7; 8.10; 13.11 |
Menaém |
752-742 |
Assassino de Salum. Opressor de seus inimigos. Pagou tributos a Tiglate-Pileser da
Assíria. |
2 Rs 15.14-23 Oséias 7.11; 12.1 |
Pecaías |
742-740 |
Exemplo de vida política caótica de Israel. Filho de Manaém. Assassinado por Peca |
2 Rs 15.23-26 Oséias 6.7-9; 7.3-7 |
Peca |
740-732 Como único governante; pode ter governado Gileade a partis de 752. |
Assassino de Pecaías. Conspirou com Rezim contra a Assíria. Figura central no ataque Siro-Efraimita contra Judá. Tornou-se vassalo da Assíria. Provavelmente o rei mais destacado no livro de Oséias. |
2 Rs 15.25-31; 16.1-9 Oséias 5.8-7.16 |
Oséias |
|
Assassino de Peca. Revoltou-se contra a Assíria. Deposto e preso por Salmaneser V. ´ Último rei de Israel. |
2 Rs 15.30; 17.1-6 Oséias 10.3-8; 9-16; 13-15; |
David
A.Hubbard - Série Cultura Bíblica
Texto Áureo: Oséias 8.4
"Eles fizeram reis, mas não por mim;
constituíram príncipes, mas sem a minha aprovação; da sua prata e do seu ouro
fizeram ídolos para si, para serem destruídos."
"Eles fizeram reis, mas não por mim" Na verdade o
sistema de DEUS não é Democracia e nem Reinado, mas Teocracia. Quando o
povo Israelita pediu um rei, na verdade eles pediram para ter o que as nações
pagãs tinham e veja a resposta de DEUS para eles: 1 Sm 8.6 Mas pareceu mal aos
olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para nos julgar. Então Samuel
orou ao Senhor.7 Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te
dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine
sobre eles.8 Conforme todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do
Egito até o dia de hoje, deixando-me a mim e servindo a outros deuses, assim
também fazem a ti.9 Agora, pois, ouve a sua voz, contudo lhes protestarás
solenemente, e lhes declararás qual será o modo de agir do rei que houver de
reinar sobre eles.
"Da Sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si" Referindo-se
claramente ao êxodo como em: Êx 32.4 "ele os recebeu de suas mãos, e com
um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles
exclamaram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito."
Verdade
Prática:
A segurança e a paz de uma nação dependem de seu relacionamento com
DEUS.
Uma clara alusão a Sl 33.12
"Bem-aventurada é a nação cujo DEUS é o Senhor, o povo
que ele escolheu para sua herança."
Veja que o Brasil tem se tornado uma grande Nação à medida que o
evangelho avança. orgulhodeserbrasileiro
Objetivos da Lição:
1- Esboçar de forma panorâmica a história de Israel; do reino Unido
à queda de Samaria
2-Identificar as causas e os maléficos efeitos da idolatria.
3- Descrever o papel dos profetas no Antigo Testamento:
1- Esboçar de forma panorâmica a história de Israel; do reino Unido
à queda de Samaria
Professor, use para isto o mapa acima e o quadro
sintético explicando aos alunos que o reino de Israel foi dividido desde
Salomão que pecou contra DEUS indo após os ídolos de suas muitas mulheres ( 1
Rs 11.1-10).
Apesar de Salomão ter pecado contra DEUS, Ele
não tirou o governo da mão de Salomão durante seu reinado por amor a Davi, seu
pai. (1 Rs 11.11-13)
Quando findava o reinado de Salomão DEUS enviou
o profeta Aías a Jeroboão para que fosse dividido o reino de Israel em
duas partes: O território de Judá como reino do Sul, governado
pelos descendentes de Davi com Roboão assumindo o trono de seu pai Salomão e o
território de Israel como reino do norte, governado em
princípio por Jeroboão. (1 Rs 11.30-32 = "Então Aías
pegou na capa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze pedaços. E
disse a Jeroboão: Toma estes dez pedaços para ti, porque assim diz e Senhor DEUS
de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez tribos.
Ele, porém, terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de
Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel.")
O território de Judá foi formado pelas tribos de Judá e Benjamim e
o território de Israel pelas demais tribos.
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A MULHER JUNTO AO POÇO!
Uma história sobre a Água que dá vida
Tirado do Capítulo 4 do Evangelho segundo João
Embora o termo "bom samaritano" seja bem conhecido, a
maioria das pessoas não sabe quem eram exatamente os samaritanos, e como os
judeus os odiavam e os desprezavam? Para os Judeus da época de JESUS, só a
palavra "samaritano" já era um insulto. (Cf. João 8:48) Por que é que
os judeus odiavam tanto os samaritanos?
No ano 720 A.C., Salmaneser, rei do Império Assírio, invadiu Israel
e levou cativas as 10 tribos do norte para a Assíria. Depois, levou para lá
gente da Babilônia e de outras terras longínquas para habitar as cidades do
norte de Israel, onde os israelitas moraram outrora. Essa região passou então a
ser conhecida como Samaria. (Leia 2Reis 17:22-29)
No princípio esse povo era pagão, mas foram convertidos à força ao
judaísmo, aproximadamente 200 anos antes de CRISTO. Eles acreditavam apenas nos
cinco livros de Moisés. Como este não fizera menção de que Jerusalém fosse uma
cidade santa, os samaritanos não veneravam no templo judeu em Jerusalém. Para
eles, o monte Gerizim, na Samaria, era o lugar mais sagrado onde deviam adorar
a DEUS e construíram um templo no topo dele. Então, pelo fato dos samaritanos
serem uma raça mestiça e os seus costumes e adoração religiosa serem
diferentes, os judeus os consideravam inferiores e não se associavam com eles
de jeito nenhum! http://www.clubedaluz.com.br/mulherdopoco.htm
2-Identificar as causas e os maléficos efeitos da idolatria.
Abraão foi chamado por DEUS desde uma terra de
idolatria e possivelmente de lá vieram alguns resquícios de idolatria no meio
de sua caravana. Também o povo Israelita quando exilados aprenderam com os
povos idólatras suas práticas horrendas.
A idolatria teve início em Israel, principalmente no êxodo, quando
os Israelitas resolveram levar consigo egípcios e começaram a olhar
demasiadamente para os povos em volta de si por onde andavam a caminho da terra
prometida. Arão, irmão de Moisés, escolhido como sacerdote, movido pelo povo
incentivou esta prática com o bezerro de ouro (vide foto acima). O deus mais
adorado pelos povos daquela época parece ser Baal.
A IDOLATRIA E SEUS MALES (BEP - CPAD)
1Sm 12.20,21 “Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos
desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E
não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco
vos livrarão, porque vaidades são.” A idolatria é um pecado que o povo de DEUS,
através da sua história no AT, cometia repetidamente. O primeiro caso
registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel,
Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro
caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com
idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte
Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de DEUS frequentemente se
voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de
Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por frequente
idolatria em Israel (1Rs 11.1-10). Na história do reino dividido, todos os reis
do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino
do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os
judeus.
O FASCÍNIO DA IDOLATRIA. Por que a idolatria era tão fascinante aos
israelitas? Há vários fatores implícitos. (1) As nações pagãs que circundavam
Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único DEUS.
Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de DEUS sofria influência
dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento
de DEUS, no sentido de se manter santo e separado delas.(2) Os deuses pagãos
das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o DEUS
de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs
incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso
prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. DEUS,
por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua
lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.(3) Por causa do elemento
demoníaco da idolatria (ver a próxima seção), ela, às vezes, oferecia, em bases
limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da
fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua,
chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e
os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória
nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí,
muitos se dispunham a servir aos ídolos.
A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA. Não se pode compreender a
atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua
verdadeira natureza.(1) A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr
2.11; 16.20). O ídolo é meramente
um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder
tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (12.21), e Paulo
declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf.
10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e os
profetas (e.g. 1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) frequentemente
zombavam dos ídolos.(2) Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres
sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés (ver Dt 32.17) quanto o
salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Note, também, o
que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne
sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos
demônios e não a DEUS” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por
detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre
o mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de JESUS
CRISTO é maior do que o dos demônios.
Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder
nesta presente era iníqua (ver 1Jo 5.19; cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb
2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de
mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de proporcionar às pessoas
benefícios físicos e materiais. Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes,
para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).(3) A
correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando
percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o
espiritismo, a
magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e
coisas semelhantes (cf. 2Rs 21.3-6; Is 8.19; ver Dt 18.9-11; Ap 9.21). Segundo
as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos
demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que
fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo
da terra, representando Samuel (28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo
do inferno. (4) O NT declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl
3.5). A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar
benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que
sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses
seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam.
Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto
adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais
pessoas são idólatras. Dessa maneira, a
declaração de JESUS: “Não podeis servir a DEUS e a Mamom [as riquezas]” (Mt
6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de Paulo: “Não podeis beber
o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Co 10.21).
DEUS NÃO TOLERARÁ NENHUMA FORMA DE IDOLATRIA.
(1) Ele advertia frequentemente contra ela no AT. (a) Nos dez mandamentos, os
dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer
deus que não seja o Senhor DEUS de Israel (ver Êx 20.3,4). (b) Esta ordem foi
repetida por
DEUS noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7;
Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38). (c) Vinculada à proibição de servir outros
deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de
nações pagãs na terra de Canaã (Êx
23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).(2) A história dos israelitas foi, em grande
parte, a história da idolatria. DEUS muito se irou com o seu povo por não
destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os
falsos deuses. Daí, DEUS castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos
tivessem domínio sobre eles. (a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente
repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que
eles deixaram de conquistar. DEUS permitia que os inimigos os dominassem; o
povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para
libertá-lo. (b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por
quase dois séculos. Finalmente, a paciência de DEUS esgotou-se e Ele permitiu
que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos
(2Rs 17.6-18). (c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a DEUS,
como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a
idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, DEUS
disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs
21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is
48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, DEUS cumpriu a sua
palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou
Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25).
(3) O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria. (a) A idolatria
manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas
religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de
ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e
ao materialismo, ao invés de confiarem em DEUS somente. Finalmente, ela ocorre
dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão
servir a DEUS, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e
participar das práticas imorais e ímpias do mundo. (b) Daí, o NT nos admoestar
a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7;
Hb 13.5,6) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1Co 10.14; 1Jo
5.21). DEUS reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam
qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21;
Ap 22.15).
3- Descrever o papel dos profetas no Antigo Testamento:
PROFETA: Porta-voz de DEUS cuja mensagem é ou admoestação ou
predição. Em um sentido os primeiros profetas foram os patriarcas, desde Adão
até Moisés. Ver Gn 20.7. No sentido restrito, é em Samuel que começa o
ministério profético. Entre esses profetas encontram-se Elias, Eliseu, Davi. A
partir dessa época, começa outra ordem de profetas, divididos em duas classes:
l) Os grandes
profetas: Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel.
2) Os profetas
menores, isto é, que deixaram escritos menos importantes, são, cm
número de doze: Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
i| Lista cronológica dos
profetas: Enoque, Gn 5.21-24; Noé, Gn 9.25-27; Abraão, Gn 20.7;
Jacó, Gn 49.1; Arão, Êx 7.1; Moisés, Dt 18.18; Balaão; Nm
23.5; Samuel, l Sm 3.20; Davi, SI 16.8-11; Nata, 2 Sm 7.2; Zadoque, 2 Sm 15.27;
Gade, 2 Sm 24.11; Aias, l Rs 11.29; Ido, 2 Cr 9.29; Semaías, 2 Cr 12.7;
Azarias, 2 Cr 15.2-7; Hanani, 2 Cr 16.7; Jeú, l Rs 16.1; Elias, l Rs 17.1;
Eliseu, l Rs 19.16; Micaias,
l Rs 22.7; Jonas, 2 Rs
14.25; Isaias, 2 Rs 19.2; Oséias, Os 1.1; Amos, Am I.1; Miquéias, Mq 1.1;
Obede, 2 Cr 28.9; Naum, Na 1.1; Joel, Jl 1.1; Sofonias, Sf 1.1; Jedutum, 2 Cr 35.15;
Jeremias, 2 Cr 36.12; Habacuque, He 1.1; Obadias, Ob l; Ezequiel, Ez 1.3; Daniel,
Dn 12.11; Ageu, Ag 1.1; Zacarias, Zc 1.1; Malaquias, Ml 1.1; Zacarias, Lc 1.67;
João Batista, Lc 7.28; Caifás, Jô II.51; Âgabo, At 11.28;
Paulo, l Tm 4.1; Pedro, 2 Pé 2.1, 2; João, Ap 1.1; CRISTO, de quem testificavam
todos os profetas (Lc 24.27, 44), é O Profeta da Sua Igreja em
todas as épocas, Dt 18.15; At 3.22, 23.
PROFETAS
PROFETAS, FALSOS: Dt 18 20; Is 9.15; Jr 14.13; Ez 13.3; Mt 7.15; 2 Pé
2.1; l Jo 4.1. Zedequias, l Rs 22.11; Jr 29.21. Barjesus, At 13.6.
PROFETIZA: Mulher que faz profecias. Miriã, êx 15.20; Débora,
Jz 4.4; Hulda, 2 Rs 22.14; Ana, Lc 2.36; As quatro filhas de Felipe, At 21.9. Ver
Is 8.3; At 2.18; l Co 11.5.
PROFETIZAR: Predizer como profeta.
Ver Profeta. Setenta
anciãos . . . profetizaram, Nm 11.25. A palavra dele se não cumprir . . . como
profetizou, Dt 18.22; (ver 13.1-5). Saul, e ele profetizou, l Sm 10.10. Um
grupo de profetas profetizando . . . também eles profetizaram, l Sm 19.20,
Também estes profetizaram . . . também profetizaram, l Sm 19.21. Profetizou
diante de Samuel, l Sm 19.24. Nunca profetiza de mim o que é bom, l Rs 22.8.
Profetizaram o profeta Ageu e Zacarias, Ed 6.14. Não profetizeis para nós o que
é reto, Is 30.10. Os profetas profetizam falsamente, Jr 5.31. Profetizado em
teu nome, Mt 7.22. Todos os profetas ... profetizaram até João, Mt 11.13.
Profetiza-nos . . . quem é que te bateu! Mt 26.68. Zacarias . . . profetizou,
Lc 1.67. Em part; profetizamos, l Co 13.9. Procurai com zelo ... de profetizar,
l Co 14.39. Profetizou Enoque, Jd 14. Ver Pronunciar, Predizer.
PROFECIA: Não havendo profecia o povo se corrompe, Pv 29.18.
Diferentes dons ... se profecia, Rm 12.6. A outro profecia, l Co 12.10. Havendo p, desaparecerão, l Co 13.8. A profecia não é para os incrédulos, l Co 14.22. Não desprezeis profecia, l Ts 5.20. Segundo as p de que . . . foste objeto, l Tm 1.18 Dom ... te foi concedido mediante profecia, l Tm 4.14. Nenhuma profecia ... vêm de particular elucidação, 2 Pé 1.20. Ouvem as palavras da profecia, Ap 1.3; 22.18. O testemunho de JESUS é o espírito da p, Ap 19.10. Que guarda as palavras da profecia, Ap 22.7. Ver Dons do ESPÍRITO em 1 Co 12. Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer
Veja alguns estudos sobre o livro de Oséias:
Observações de pé de página da BEP - CPAD
1.2 VAI, TOMA UMA MULHER DE PROSTITUIÇÕES. O relacionamento entre DEUS
e Israel é frequentemente comparado a um contrato matrimonial (e.g., Is 54.5;
Jr 3.14; cf. Ef 5.22-32). "Desviando-se do Senhor", a fim de adorar
aos ídolos, Israel foi considerado por DEUS como um caso de infidelidade ou
prostituição espiritual. O casamento de Oséias deveria ser, portanto, uma lição
prática para o infiel Reino do Norte. Há forte probabilidade de que Gomer não
fosse prostituta por ocasião do seu matrimônio, tendo posteriormente se voltado
ao adultério e à imoralidade, talvez como prostituta no templo de Baal. Ao
abandonar o Senhor, ela não somente foi levada à adoração falsa, mas
também ao rebaixamento dos padrões morais. Hoje se pode ver o mesmo padrão de
vida imoral sempre que o povo de DEUS se desvia da genuína dedicação ao
Todo-poderoso (ver Pv 5.3).
1.4 VISITAREI O SANGUE DE JEZREEL. O mais provável é que este
versículo se refira à matança dos setenta filhos de Acabe, executada por Jeú (2
Rs 10.1-8). Embora fosse elogiado por ter trazido o justo juízo de DEUS à
família de Acabe, Jeú portara-se com demasiada severidade (2 Rs 10.30,31).
1.4 FAREI CESSAR O REINO DA CASA DE ISRAEL. DEUS não demoraria para
trazer juízo e destruição ao Reino do Norte. É provável que Oséias tenha vivido
até ver cumprida esta profecia, em 722 a.C., quando os assírios conquistaram
Samaria, deportaram cerca de dez por cento da população, e tornaram os
demais habitantes parte de uma mera província assíria.
1.6 EU NÃO ME TORNAREI MAIS A COMPADECER. O nome
"Lo-Ruama" (lit., "não é compadecida" ou "ela não
recebe compaixão e amor") significa que DEUS, em sua santidade, declarara
ter chegado a hora de cessar a sua longanimidade, e acionar a sua justiça. O
juízo finalmente teria de vir contra o povo pecaminoso e rebelde.
1.7 E OS SALVAREI. O Reino do Sul (Judá) não seria destruído na
mesma ocasião que o Reino do Norte -(Israel). Em virtude de o rei Ezequias
estar conduzindo sua nação pelo caminho da fé e do arrependimento, o Senhor os
salvaria naquela ocasião (2 Rs 19.32-36; Is 37.36). O reino de Judá perduraria
ainda por 136 anos.
1.9 NÃO SOIS MEU POVO. Acredita-se que o terceiro filho de Gomer,
um menino chamado "Lo-Ami" (que significa "não meu povo"),
não fosse de Oséias. O nome da criança simbolizava a quebra do relacionamento
pactual em consequência da contínua rebeldia contra DEUS mediante a idolatria.
O povo do Reino do Norte já não poderia esperar que DEUS o abençoasse e o
livrasse de seus adversários. Oséias estava aprendendo, através de sua própria
angústia, sobre como se achava o coração de DEUS por causa dos pecados de seu
povo.
1.10,11 ISRAEL SERÁ COMO A AREIA DO MAR. A rejeição do Reino do
Norte como nação separada não significava que DEUS se esqueceria de sua
promessa a Abraão, Isaque e Jacó, a respeito da terra e da nação. Apesar de
Israel haver pecado, DEUS restauraria o seu povo à condição de filhos. Ele
reuniria as doze tribos para formar uma única nação sob um único líder. A
promessa de reunificação anuncia o Messias vindouro.
1.11 GRANDE SERÁ O DIA DE JEZREEL. Jezreel significa "DEUS
espalha". E, aqui, tal nome é empregado num sentido ligeiramente distinto
daquele que aparece no versículo quatro. DEUS espalharia o seu povo (v. 4), mas
posteriormente o recolheria das terras para onde havia sido espalhado, e o
semearia de novo na terra que lhe pertencia, assim como o agricultor esparge as
sementes no solo devidamente preparado.
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Estudo
1- RESUMO DA BEP EM CD - CPAD
(BEP
- Bíblia de Estudo Pentecostal)
Esboço
Título (1.1)
I. O Casamento de Oséias Ilustra a Infidelidade de Israel, e a Rejeição e
Restauração
da Nação (1.2—3.5)
A. O Casamento com Gomer (1.2)
B. O Nascimento dos Três Filhos (1.3-9)
C. Profecia da Restauração (1.10—2.1)
D. Gômer Como Símbolo de Israel (2.2-23) 1. O Adultério de Israel (2.2-5)
2. O Juízo Divino (2.6-13) 3. DEUS Promete a Restauração de Israel (2.14-23)
E. A Redenção de Gomer (3.1-5)
II. A Mensagem de Oséias Descreve a Infidelidade, Rejeição e Restauração de
Israel
(4.1—14.9)
A. O Adultério Espiritual de Israel (4.1-19)
B. O Juízo Divino Sobre Israel (5.1-14)
C. O Arrependimento Insincero de Israel (5.15—6.3)
D. O Registro dos Pecados de Israel (6.4—8.6)
1. Violação do Concerto (6.4-10)
2. Recusa em Confiar em DEUS, e Obedecê-lo (6.11—7.16)
3. Servir a Falsos Deuses (8.1-6)
E. A Predição do Juízo de Israel (8.7—10.15)
1. Será Devorada pelas Nações (8.7-14)
2. A Prosperidade Evaporará (9.1-9)
3. A Madre se Tornará Estéril (9.10-17)
4. A Nação Será Destruída (10.1-15)
F. O Amor Persistente de DEUS por Israel (11.1-11)
G. Repetição dos Pecados de Israel (11.12—12.14)
H. O Cuidado Passado de DEUS e Sua Ira Presente (13.1-16)
1. A Idolatria de Israel (13.1-3)
2. O Cuidado Divino no Êxodo (13.4-6)
3. O Plano Divino em Destruir Israel (13.7-13)
4. O Plano Divino para a Restauração Final de Israel (13.14)
5. Insistência na Destruição Iminente de Israel (13.15,16)
I. DEUS Promete Restaurar Israel (14.1-9)
1. A Chamada ao Arrependimento (14.1-3)
2. A Promessa de Bênçãos Abundantes (14.4-9)
Autor: Oséias
Tema: O Julgamento Divino e o Amor Redentor de DEUS
Data: 715-710 a.C.
Considerações Preliminares
Oséias, cujo nome significa “salvação”, é identificado como filho de Beeri
(1.1). Nada mais se sabe do profeta, a não ser os lances biográficos que ele
mesmo revela em seu livro. Que Oséias provinha de Israel, e não de Judá, e que
profetizou à sua nação, fica patente: (1) em suas numerosas referências a
“Israel” e “Efraim”, as duas principais designações do Reino do Norte; (2) na
sua
referência ao Rei de Israel, em Samaria, como “nosso rei” (7.5); e (3) em sua
intensa preocupação com a corrupção espiritual, moral, política e social de
Israel. O ministério de Oséias, ao Reino do Norte, seguiu-se logo depois ao
ministério de Amós que, embora fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e
Oséias são os únicos profetas do AT, cujos livros foram dedicados inteiramente
ao Reino
do Norte, anunciando-lhe a destruição iminente. Oséias foi vocacionado por DEUS
a profetizar ao Reino de Israel, que desmoronava espiritual e moralmente,
durante os últimos quarenta anos de sua existência, assim como Jeremias seria
chamado a fazer o mesmo em Judá. Quando Oséias iniciou o seu ministério,
durante os últimos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma temporária
prosperidade econômica e de paz política, que acabariam por produzir um falso senso
de segurança. Logo após a morte de Jeroboão II (753 a.C.), porém, a nação
começa a deteriorar-se, e caminha velozmente à destruição em 722 a.C. Passados
quinze anos da morte do rei, quatro de seus sucessores seriam assassinados.
Decorridos mais quinze anos, Samaria seria incendiada, e os israelitas,
deportados à Assíria e, posteriormente, dispersados entre as nações. O
casamento trágico de Oséias, e sua palavra profética, harmonizavam-se com a
mensagem de DEUS a Israel durante esses anos caóticos. DEUS ordenou a Oséias
que tomasse “uma mulher de prostituições” (1.2) a fim de ilustrar a
infidelidade espiritual de Israel. Embora há os que interpretem o casamento do
profeta como alegoria, os eruditos conservadores consideram-no literal.
Parece improvável, porém, que DEUS instruísse seu piedoso servo a casar-se com
uma mulher de má fama para exemplificar sua mensagem a Israel. Parece mais
provável que Oséias haja se casado com Gomer quando esta ainda era casta, e que
ela haja se tornado meretriz posteriormente. Sendo assim, a ordem para se
tomar
“uma mulher de prostituições” era uma previsão profética do que estava prestes
a acontecer. O contexto histórico do ministério de Oséias é situado nos
reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro reis de Judá (Uzias, Jotão,
Acaz, e Ezequias; ver 1.1) — i.e., entre 755 e 715 a.C. As datas revelam que o
profeta não somente era um contemporâneo mais jovem de Amós, como também
de
Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa parte de seu ministério mediante
uma referência a quatro reis em Judá, e não aos breves reinados dos últimos
seis reis de Israel, pode indicar ter ele fugido do Reino do Norte a fim de
morar na terra de Judá, pouco tempo antes de Samaria ter sido destruída pela
Assíria (722 a.C.). Ali, compilou suas profecias no livro que lhe leva o nome.
Propósito
A profecia de Oséias foi a última tentativa de DEUS em levar Israel a
arrepender-se de sua idolatria e iniquidade persistentes, antes que Ele
entregasse a nação ao seu pleno juízo. O livro foi escrito com o objetivo de
revelar: (1) que DEUS conserva seu amor ao seu povo segundo o concerto, e
deseja intensamente redimi-lo de sua iniquidade; e (2) que consequências
trágicas se seguem quando o povo persiste em desobedecer a DEUS, e em
rejeitar-lhe o amor redentor. A infidelidade da esposa de Oséias é registrada
como ilustração da infidelidade de Israel. Gomer vai atrás de outros homens, ao
passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer comete prostituição
física; Israel, prostituição espiritual.
Visão Panorâmica
Os capítulos 1—3 descrevem o casamento entre Oséias e Gomer. Os nomes dos três
filhos são sinais proféticos a Israel: Jezreel (“DEUS espalha”), Lo-Ruama (“Não
compadecida”) e Lo-Ami (“Não meu povo”). O amor perseverante de Oséias à sua
esposa adúltera simboliza o amor inabalável de DEUS por Israel. Os capítulos
4—14 contêm uma série de profecias que mostram o paralelismo entre a
infidelidade de Israel e a da esposa de Oséias. Quando Gomer abandona Oséias, e
vai à procura de outros amantes (cap. 1), está representando o papel de Israel
ao desviar-se de DEUS (4—7). A degradação de Gomer (cap. 2) representa a
vergonha e o juízo de Israel (8—10). Ao resgatar Gomer do mercado de escravos
(cap. 3), Oséias demonstra o desejo e intenção de DEUS em
restaurar Israel no futuro (11—14). O livro enfatiza este fato: por ter Israel
desprezado o amor de DEUS e sua chamada ao arrependimento, o juízo já não
poderá ser adiado.
Características Especiais
Sete aspectos básicos caracterizam o livro de Oséias. (1) Ocupa o primeiro
lugar na seção do AT
chamada “O Livro dos Doze”, também conhecida como os “Profetas Menores”, por
causa de sua brevidade em comparação com Isaías, Jeremias e Ezequiel. (2)
Oséias é um dos dois únicos profetas do Reino do Norte a terem um livro profético
no AT (o outro é Jonas). (3) À semelhança de Jeremias e Ezequiel, as
experiências pessoais de Oséias ilustram sua mensagem profética. (4)
Contém cerca de 150 declarações a respeito dos pecados de Israel, sendo que
mais da metade deles relaciona-se à idolatria. (5) Mais do que qualquer outro
profeta do AT, Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo
e fiel em seu amor para com eles. (6) Não há ordem visível entre suas profecias
(4—14). É difícil distinguir onde uma profecia termina e outra começa.
(7) Elas acham-se repletas de vívidas figuras de linguagem, muitas das quais
tiradas do cenário rural.
O Livro de Oséias ante o NT
Diversos versículos de Oséias são citados no NT: (1) o Filho de DEUS é chamado
do Egito (11.1; cf. Mt 2.15); (2) a vitória de CRISTO sobre a morte (13.14; cf.
1 Co 15.55); (3) DEUS deseja a misericórdia, e não o sacrifício (6.6; cf. Mt
9.13; 12.7; e (4) os gentios que não eram o povo de DEUS, passam a ser seu povo
(1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26; 1 Pe 1.10). Além dos trechos específicos, o
NT expande o tema do livro — DEUS como o marido do seu povo — e diz que CRISTO
é o marido de sua noiva redimida, a igreja (ver 1 Co 11.2; Ef 5.22-32; Ap
19.6-9; 21.1-2, 9-10). Oséias enfatiza a mensagem do NT a respeito de se
conhecer a DEUS para se entrar na vida
(2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oséias
demonstra claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo
inexorável de DEUS. Ambas as ênfases são resumidas por Paulo em Rm 6.23:
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de DEUS é a vida
eterna, por CRISTO JESUS, nosso Senhor”.
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Estudo 2 - “Como areia do mar “Oséias 2,1-3
Milton Schwantes
Irá chegar um novo dia, um novo céu, uma nova terra, um novo mar.
E neste dia os oprimidos, numa só voz a liberdade irão cantar!
(Vera Lúcia do Nascimento)
O assunto destes versículos é o novo que há de vir. De sua
elaboração cada um e cada uma de nós tem o privilégio de participar.
O novo não cai do céu. É como se fosse o céu. Já que é, como
se céu fosse, agrada-lhe nossa participação, nossas lutas para que o novo
apareça.
É um novo de uma certa hora do caminho da libertação. Não é
aplicável a qualquer hora. Mas, pode animar a aparição do novo em nossas horas
e em nossos lugares.
Situemo-nos primeiro na hora e no lugar de Oséias 2,1-3 (em
outras Bíblias trata-se de 1,10 até 2,1).
O outro lado da moeda
Estes nossos três versículos têm a ver com o que lhes
antecede. São o reverso dos versículos anteriores.
Estes versículos anteriores (1,2-9) contêm a ameaça à “casa
de Israel”. Os três filhos de Gômer e Oséias simbolizam a destruição dos
poderosos: “Jezreel” representa o fim da dinastia, do “reinado da casa de
Israel” e do “arco”, isto é, do exército. Este primeiro filho assinala para o
fim de dominação e opressão.
A filha “Não-Amada” é a eliminação de qualquer perdão para a “casa
de Israel”. O nome da filha radicaliza a exclusão dos organismos do poder, da
“casa de Israel”.
E o terceiro filho “Não-Meu-Povo” se refere à invalidação da
`teologia’ que pretendia proteger os poderosos: A teologia do pacto. Agora, já
não vale mais afirmar que `DEUS está aí para seu povo, e este para DEUS’; o
próprio Javé renunciou a esta teologia do pacto. Pois, o poder a usava para
auto justificar-se.
Nossos versículos representam o outro lado. Não se referem à
“casa de Israel”, pois esta está sob a ameaça das profecias de 1,2-9.
Referem-se aos “filhos de Israel”. A “casa” está condenada, aos “filhos” valem
as promessas.
É a mesma profecia que fala em duas direções diferentes: uma
visa as organizações de opressão (1,2-9), a outra a vida das vítimas (2,1-3).
Para um lado: juízo. Para outro lado: promessa.
Nossos versículos são, pois, o contraponto de 1,2-9.
Mas, afinal, são do mesmo Oséias, do qual nos vem 1,2-9?
Profetas - gente com horizonte
Com muita frequência, não se atribui v.1-3 a Oséias.
Entende-se que estes versículos seriam adendos posteriores. Em períodos
exílicos, uns dois séculos após nosso profeta, as comunidades, ao lerem 1,2-9,
se viram inspiradas a adicionar promessas.
É evidente que nem tudo que está no livro de Oséias provém
diretamente deste profeta ou é fruto direto de suas palavras e ações.
Certamente existiram acréscimos, pois a palavra do profeta permaneceu viva na
comunidade. Foi lida, vivida, reinterpretada. Por conseguinte, no decorrer dos
séculos de uso, houve adições.
Contudo, nossos v.1-3 seriam alguma adição posterior? Os
argumentos apresentados são frágeis, porque a linguagem destes versículos é,
antes de tudo, oseiânica. Não temos esta terminologia em outros profetas. Ela
se casa precisamente com o que conhecemos deste profeta do 8º século.
Mas, a razão mais de fundo para não querer atribuir 2,1-3 a
Oséias talvez nem sejam argumentos específicos, por exemplo de uso do
vocabulário. A questão é que se tende a não ver nos profetas pessoas que
investiram sua vida e suas palavras em projetos concretos. Tende-se a
reduzi-los a críticos da sociedade, a arautas de ameaças aos pecadores. Por
certo, isso eles também são. Mas, a profecia é igualmente formuladora de
utopia, de esperanças, de projetos concretos, sempre a partir das experiências
dos pobres.
Ora, nossos versículos são um exemplo desta utopia concreta a
partir das dores dos e das pobres. Têm horizontes.
Poesia em três etapas
Temos poesia diante de nós. A característica da poesia
hebraica é a repetição de frases. E é o que temos aqui.
Mas não há um exagero na arte poética. Não chega a haver um
último esmero que fosse aos detalhes. Se bem que não parece que Oséias tivesse
tido aquele primor de Isaías em sua linguagem poética, nossos versículos são
uma peça de arte, sem dúvida.
Há uma sequência quase que lógica na poesia. Cada versículo
tem seu conteúdo próprio e concatena com o que lhe segue. O conteúdo da
promessa se desdobra em três etapas, como logo veremos. Mas, antes de ir a
estes conteúdos, vejamos a tradução:
1E será o número dos filhos de Israel como a areia do
mar que não se pode medir e nem contar.
E será no lugar, onde se lhes dizia: “Não sois meu povo”, se
lhes dirá: “Filhos do DEUS Vivo”.
2E se reunirão os filhos de Judá e os filhos de
Israel, em e construirão para si um só cabeça, conjunto, e levantarão da terra,
pois o dia de Jezreel será grande.
3Dizei a vossos irmãos: “Meu Povo”, e para vossas
irmãs: “Amada”.
“Como areia...”
Tudo está voltado aos “filhos” e às “filhas”. Esta palavra se
repete quatro vezes. E outros termos estão próximos a “filhos”/”filhas”, como é
o caso de “irmãos” e “irmãs” no v.3.
Aqui não se trata de estado, de templo, a rigor nem mesmo
de tribos. O que era importante em 1,2-9, aqui não significa nada.
Afinal, já haviam sido dedicados à ruína, estes reis e exércitos.
Estes “filhos” e estas “filhas” serão como areia do mar. Essa
é sua força, o de serem multidões.
Assim são os pobres, os marginalizados. São multidões, qual
areia do mar. Para o estado isso é um problema, porque cria insatisfações. Para
o templo é um problema, por isso ele de saída já vai excluindo crianças e
mulheres, para que as multidões sejam menos. Não estão aí para “filhas” e
“filhos”, mas para si mesmos, estes estados e templos. Por isso, nada de
multidões. Só atrapalham.
As multidões são tanto mais fortes quanto menos se possa
medi-las ou contá-las. Aliás, a boa tradição bíblica assinala que não se deve
contar as pessoas. Quando Davi se pôs a contá-las, a recenseá-las, houve
problemas e até pestes.
Povo medido e contadinho é povo dominado. Pois esta é a
função deste recensear: saber quanto tributo se pode exigir de uma aldeia, de
uma tribo, de uma região. Contar é dominar e explorar.
Estes incontáveis é que são “filhos do DEUS Vivo”. Submetido
ao exército, ao estado (1,3-5) e à religião (1,8-9), o povo sucumbe. Passa a
ser contado, usado para manter vivas as instituições. Torna-se aí
“Não-Meu-Povo”. Mas, como filhas e filhos, em multidões, são filhas e filhos do
“DEUS Vivo”.
O “DEUS Vivo” vive, atua, se manifesta através de suas filhas
e de seus filhos vivos, presentes aos milhares, qual areia do mar.
Esta expressão, “DEUS Vivo”, merece uma atenção especial, neste
contexto.
“DEUS Vivo”
Estamos aqui diante de uma formulação de Oséias. Ele é quem
nos ensina a testemunhar deste “DEUS Vivo”. É um jeito todo oseiânico de fazer
teologia, testemunho de DEUS.
“DEUS Vivo” é uma contraposição à morte e prostituição, embutidos
no sistema de dominação. A religião, à qual o profeta se opõe, está possuída
pela “prostituição” (1,2). E a dominação política, da qual afirma estar
dominada por corruptos, está manchada de “sangues”, de assassinatos e massacres
(1,4). Sua religião conduz à morte, ao contrário, o “DEUS Vivo”, conduz à vida.
Mas, penso que ainda há outro aspecto que leva Oséias a
escolher esta terminologia tão peculiar para referir-se ao sagrado, chamando-o
de “DEUS Vivo”. Ora, em 1,9 o texto acabara de negar a teologia javista
oficial: “vós não sois meu povo, e eu não serei/estarei para vós”.
Ora, esta expressão “serei/estarei” alude claramente ao nome
Javé. No hebraico, “serei” é jihjeh, e o termo para DEUS é jahveh. Isso
significa: Javé/jahveh deixou de existir para esta nação opressora. É que
Javé/jahveh estava sendo usurpado pela monarquia opressora e os templos
espoliadores. Tornava-se uma teologia pouco apropriada para afirmar esperança,
solidariedade, enfim vida. Assim, nosso texto recorre a um novo termo. Oséias o
cria para poder expressar sua esperança na vida: “DEUS Vivo”!
Neste caso, “DEUS” é “el”, um termo usual no antigo oriente
para referir-se à divindade! Portanto, para poder afirmar, de modo qualificado,
a experiência com DEUS, com a vida que renasce, Oséias recorre ao termo mais
usual, popular “el”, aquele com o qual as pessoas também se referiam aos deuses
estrangeiros, afinal havia sido gasto e desacreditado pelo uso que dele iam
fazendo os senhores reis em suas explorações e idolatrias.
A divindade que resulta em vida e não em morte é precisamente
o “el” da vida! Javé mesclado a explorações já não é DEUS de Vida.
Este “DEUS vivo” se faz presente nas vidas e lutas de suas
filhas e de seus filhos, fortes e vivos por serem sem conta.
Congregar é preciso!
Muita gente, em certos momentos, pode representar muita
força, se estiver `congregada’. Eis a questão.
A gente percebe, pois, que o v.1 tem no v.2 uma progressão. O
v.1 enaltecia a multidão incontável como a força e a capacidade de resistência
dos pobres, das filhas e dos filhos. O v.2 dá um passo à frente: Para que esta
força seja eficiente, será necessário reunir e congregar.
As pessoas que se reúnem são chamadas de “filhos” (e filhas).
E ainda são qualificadas como sendo de “Judá” e de “Israel”. São, pois, as
pessoas que vivem no espaço das duas configurações de estado: Judá e Israel.
Mas não são estes estados! Aqui não é anunciada uma reunificação dos estados do
norte e do sul. Tão somente as pessoas que vivem no espaço destes dois estados
se agrupam, se congregam.
Estas pessoas se congregam, obviamente, dentro daquelas
estruturas que lhes são habituais em sua vida diária: família, clã, tribo.
Neste sentido, pode-se dizer que as organizações clânicas e tribais, e não as
de estado, facilitam o encontro de pessoas.
Sobre o que realmente devemos pensar em instâncias
clânico-tribais também se percebe no que segue, principalmente no final do
texto, v.3. Situemos este versículo neste nosso contexto.
“Irmãos - “Irmãs”
Este versículo final tem a clara função de concluir o texto
maior que iniciara em 1,2-9. Lá se anunciara para a “casa de Israel” de que já
não era mais “Meu-povo” e “Amada”. Agora, no âmbito da esperança dos filhos,
isto já está superado. Filhas e filhos são “Meu-povo” e “Amada”. Os pobres são
o povo de DEUS. As multidões são amadas por Javé. Filhas e filhos congregados,
reunidos, organizados o são.
Mas, este último versículo também tem outro aspecto
interessante, que justamente aponta para o âmbito familial e tribal. Pois,
neste v.3 temos saudações. A ordem “dizei” estaria dirigida a quem?
Possivelmente aos mesmos e às mesmas que são designados de “Meu-Povo” e
“Amada”. Trata-se, pois, de saudações intracomunitárias. Na comunidade, na
família congregada uns saúdam a outros, umas a outras com a alegre constatação
de que, como irmãs e irmãos, como filhas e filhos, são “Meu-Povo”, “Amada”.
As promessas de Oséias vêm, pois, carregadas de sentido
tribal, de concretude comunitária e familiar. Comemoram, em esperança, o espaço
de filhas e filhos, após o débâcle do estado.
Esta mesma perspectiva clânico-tribal se percebe na promessa
sobre a liderança.
“Um só cabeça”
Atenção! A promessa é de um só “cabeça”, não se fala em chefe
e nem em rei. E cabeça é o termo para designar, aqui, a liderança tribal.
Estamos em Israel, no norte. Suas tribos têm marcante
tradição de lideranças tribais, como o foram Débora e Gideão. Sim, o próprio
livro dos Juízes corresponde basicamente a tradições israelitas. Oséias,
enraizado nas tradições nortistas, anuncia, em substituição ao reinado, em
ruínas desde 1,3-4, a liderança tribal, o “cabeça”.
Também é importante manter na tradução o termo “cabeça”, pois
em diferença a chefe, ou rei, ou líder, o “cabeça” é parte do corpo, do povo todo,
e existe em relação a ele.
Povo incontável e incontrolável, congregado em clãs e tribos,
com liderança popular - isso sim, resultará no passo decisivo, qual seja:
Libertação da terra
A frase em questão (“subir [=se levantar] da terra”) não é
fácil de interpretar. Existem várias possibilidades.
Contudo, ela reaparece exatamente assim em Êxodo 1,10: o
faraó argumenta em favor da repressão contra os hebreus, porque estes são
numerosos e, no caso de um conflito interno, poderiam aliar-se aos inimigos do
faraó, para “subir da terra”.
Nosso trecho situa-se num ambiente semelhante. As terras de
Israel, pelo menos as do norte, estão em poder dos assírios. (2,1-3 seria após
732 a.C., mas anterior a 722 a.C.). Nesta situação, a frase de Oséias
significa: iremos retomar nossas terras, agora em mãos assírias. Para retomar
nossas terra, não devemos confiar no estado e em seu “arco”/exército (1,3-5),
mas justamente nas forças populares clânicas e tribais. Elas sim, têm
capacidade para libertar a terra.
“Subir da terra” assemelha-se a um novo êxodo, agora ocorrido
na Palestina, contra os reis nacionais e contra os assírios vencedores. As
forças para alcançá-los são as multidões congregadas em clãs e tribos, como
irmãs e irmãos.
E este é o “grande dia”!
“Jezreel!”
“O dia de Jezreel será grande” - é um resumo das esperanças.
Acontece que o termo Jezreel tem múltiplos sentidos.
Jezreel é o símbolo de uma rebelião popular. Seguidamente tem
a ver com rebeldia. Jeú fora ungido por círculos proféticos e, em Jezreel, se
vingara da casa de Acabe que havia massacrado ao lavrador Nabote e perseguido
duramente os profetas (2 Reis 9-10). Fora um levante popular, uma rebeldia
contra reis injustos. Em 1,3-4, nosso Oséias critica essa ação de Jeú, porque
resultara em outra dinastia injusta, a que estava no poder nos dias do profeta,
através do rei Jeroboão II. Ainda assim, os círculos profético-levíticos tinham
uma boa lembrança a rebeldia popular antimonárquica que eclodira em Jezreel. E
agora, Jezreel, outra vez, assume seu sentido positivo, como local a partir do
qual se `sobe à terra’.
E este Jezreel é símbolo de terra que dá planta e a dá em
abundância. Este é o próprio sentido da palavra: “DEUS semeia”, DEUS faz
crescer as plantas e dá alimento. Onde há “Jezreel”, há muita comida!
Por isso, o `dia será grande’. Haverá muita festa. Celebra-se
o povo congregado, celebra-se o “cabeça” e comemora-se a terra liberta. Por
tudo isso, “o dia de Jezreel será grande”.
Vivemos nesta promessa do ‘grande dia’! “Irá chegar um novo.”
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Estudo 3 - Fidelidade espiritual
de Fábio Gomes Ferreira
Campinas SP
Fidelidade é, entre outras coisas, fazer com que algo seja
exatamente igual ao seu original. Quando navegamos pela Internet acontecem
alguns "truques" da informática que são desconhecidos da maioria: a
medida em que avançamos pelas diversas páginas são disparados métodos de
verificações que garantem que estamos recebendo informações corretas. Quando
acessamos uma página, como, por exemplo, a de uma agência de notícias on-line,
nosso computador verifica se a versão da página que está em nosso micro
corresponde àquela existente na Internet. Caso seja diferente, o programa se
encarrega de atualizar a página em nosso computador para que tenhamos uma cópia
fiel da mais recentemente publicada. A Internet não teria valor algum para seus
usuários se as informações recebidas fossem desatualizadas.
Nosso DEUS separou um povo para que fosse fiel a seus mandamentos:
um povo escolhido dentre muitos outros para Lhe servir e prestar culto.
Entretanto, segundo o livro do profeta Oséias, o povo se desviou adorando a
Baal e outros deuses pagãos. Eles se esqueceram da aliança com DEUS e de tudo o
que Ele havia feito pôr eles desde o Egito (Oséias 11.1). Israel deixava aos
poucos de ser fiel e a buscar unicamente ao DEUS único. O Senhor chama a Oséias
para que se levante no meio do povo e tome uma prostituta e tenha filhos com
ela para ilustrar a prostituição do povo de Israel para com DEUS.
Por meio de Oséias o Senhor mostra todo o seu desapontamento por
ter um povo inconstante em seus caminhos, povo que não foi fiel ao estado
original em que DEUS os preparara. Interessante é que israelitas acreditavam
estar sendo fiéis a DEUS; inclusive nos sacrifícios e holocaustos invocavam o
nome de DEUS achando ter conhecimento de Sua vontade (Oséias 8.2). O Senhor
desabafando sua indignação diz ao povo: "Pois misericórdia quero, e não
sacrifício; e o conhecimento de DEUS, mais do que holocaustos" (Oséias 6.6).
CRISTO mais de uma vez usou essas palavras para repreender aos fariseus (Mateus
9.13;12.7).
E nós? Somos fiéis a DEUS? Somos cópia exata dele? Os caminhos da
fidelidade a DEUS consistem em conhecer a DEUS e exercer sua misericórdia. A
história de Oséias ilustra a fidelidade de DEUS que, mesmo tendo um povo
adúltero, procura a reconciliação. Não dá para ler o último capítulo de Oséias
e não se arrepiar com o caráter de nosso DEUS! Apesar de nossos erros, DEUS
está pronto a aceitar aqueles que se apresentam a ele dispostos a prestar-lhe
sacrifícios que veem de lábios arrependidos (Oséias 14.2).
Segundo o apóstolo Pedro, nós hoje somos o "povo de
propriedade exclusiva de DEUS" (1Pedro 2.9). DEUS não está em acordo com
ninguém para nos repartir ou nos alugar. Somos exclusivamente dele.
Por várias vezes DEUS apresenta o caminho da fidelidade a ele no
livro de Oséias: misericórdia e conhecimento de DEUS, cabendo somente a nós
verificarmos se nossas vidas têm sido vidas plenas em misericórdia e sedentas
pelo conhecimento divino.
Responda sendo sincero consigo mesmo: Qual tem sido sua disposição
para com seu próximo? Você tem mais mágoas e rancores do que perdão e interesse
genuíno pelas pessoas em seu coração? Como você tem gastado seu tempo com DEUS?
Você acha que já fez o suficiente por comparecer ao culto dominical? Ser fiel a
DEUS é ter disposição permanente, trabalho árduo, constante e até a morte:
"Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida" (Apocalipse 2.10).
DEUS nos criou à sua imagem e semelhança. Misericórdia e
conhecimento de DEUS são atributos importantes para sermos cópias fiéis daquele
que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz! Mas somos tão pecadores,
tão falhos e limitados! DEUS, conhecendo nossas limitações e conhecendo o
íntimo de nosso corações, sabe que podemos fazer mais se assim nos dispusermos
por inteiro a ele.
Se você não tem sido fiel a DEUS, o tempo é agora. Apresente-se a DEUS
sem querer oferecer qualquer tipo de oferta ou sacrifício, senão somente o de
se dispor a buscar conhecê-lo e aplicar a sua misericórdia por aqueles que o
cercam. Peça perdão a DEUS, converta-se a ele de todo o coração, jejue, chore,
rasgue seu coração e converta-se ao Senhor DEUS (Joel 2.12-13).
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Estudo 3- SÍNTESE - Oséias
O livro de Oséias apresenta-nos a intensa rogativa de um gigante
espiritual, profundamente consagrado à tarefa de salvar a nação pecadora. Com
autêntica solicitude, o pregador busca, repetidamente, conseguir a convicção e
o arrependimento do povo a fim de que os escolhidos de DEUS se sintam obrigados
a voltar ao lar e ali achar o amor, o perdão e a cura. Com fidelidade, Oséias
mostra graficamente os aspectos essenciais da verdadeira religião. Carregando
nas tintas, lida com o pecado e seus resultados trágicos na vida humana, fala
do juízo destrutivo e do inesgotável amor com seus tesouros indizíveis para o
homem e para a mulher, trata da verdadeira natureza do arrependimento, da
salvação certa que será proporcionada e do pleno perdão de DEUS a todos quantos
se arrependerem autenticamente com sincera fé. O veemente evangelista conhece
seu povo. Sabe que é derramar lágrimas abundantes enquanto sua esposa infiel
chafurda cada vez mais no pecado. Conhece a profundidade do amor e a boa
vontade de amar sinceramente, de perdoar, de dar as boas-vindas e de restaurar.
Tem consciência da sagrada profundidade do amor no coração de DEUS. Dia após
dia lança seu desafio pessoal, penetrante e poderoso aos recalcitrantes
pecadores que devem voltar para DEUS. Mediante a pregação deste profeta, DEUS
convida seu povo errante a regressar. Oferece-lhe misericórdia e perdão, a
graça é abundante, a salvação os espera. É assombroso encontrar neste século do
Antigo Testamento tanta mensagem do Novo e descobrir o apelo fundamental do
verdadeiro evangelista. Todas as notas estão ali. Toda esfera é descoberta.
Faz-se todo tipo de apelo. É a forma como DEUS se manifesta.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Estudo 4 - Evangelista
Kyle M. Yares
O autor do livro é Oséias, filho de Beeri, de Israel. Profundamente
influenciado pelo profeta Amós, tragicamente ferido pela terrível infidelidade
de sua esposa Gomer, agudamente cônscio dos terríveis pecados de seu próprio
povo, sensível à voz de DEUS dirigida a um povo pecador, o profeta roga
intensamente enquanto procura fazer que o povo infiel volte para seu DEUS. É o
evangelista divinamente escolhido para persuadir os pecadores inflexíveis a que
se voltem para um DEUS cheio de amor, que está ansioso por perdoar-lhes e
salvá-los.
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REVISTA – LIÇÃO 2 - BETEL 3TR2023 NA ÍNTEGRA
TEXTO ÁUREO
“Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento
de DEUS, mais do que os holocausto” Oseias 6.6
VERDADE APLICADA
a mensagem de Oséias aponta para o imensurável amor de DEUS que o
moveu a enviar JESUS CRISTO para salvar pecador e fazê-lo membro da família de
DEUS
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o cenário da mensagem de Oséias.
Destacar os acontecimentos na vida de Oséias.
Mostrar lições do livro de Oséias para os dias de hoje
TEXTOS DE REFERÊNCIA
OSÉIAS 1
1- Palavra do Senhor, que foi dita a Oséias, filho de Beeri, nos
dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão,
filho de Joás, rei de Israel.
2- O princípio da palavra do Senhor por Oséias; disse, pois, o Senhor a Oséias:
Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra
se prostituiu, desviando-se do Senhor.
3- E foi, e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.
OSÉIAS 11
4- Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor, e fui para eles como os que
tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Os 4 – A malícia do povo de Israel e Judá.
TERÇA – Os 5 – A exortação ao arrependimento.
QUARTA – Os 9 – O pecado de Israel e a sua consequência.
QUINTA – Os 11 – A ingratidão de Israel.
SEXTA – Os 12 – A controvérsia do Senhor com Judá e Israel.
SÁBADO – Os 13 – O pecado de Israel e o seu castigo.
Hinos Sugeridos: 35,69,169
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore por mais sensibilidade espiritual e amor ao próximo.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OSÉIAS
1.1.
Conhecendo um pouco mais o profeta.
1.2.
O engano do culto a Baal.
1.3.
As consequências da infidelidade de Israel.
2-
OS ACONTECIMENTOS NA VIDA DE OSÉIAS
2.1. O casamento de Oséias: o retrato da infidelidade de Israel.
2.2. Os filhos de Oséias e as mensagens de DEUS.
2.3. O drama pessoal do profeta.
3-
OSÉIAS PARA OS DIAS DE HOJE
3.1. O extraordinário amor de DEUS.
3.2. Um chamado ao arrependimento.
3.3. O desafio de amar outra vez.
INTRODUÇÃO
A
mensagem de Oséias era centrada na quebra da aliança do povo de Israel com DEUS.
Sua vida pessoal era uma ilustração pedagógica do amor de DEUS e da
infidelidade de Seu povo.
PONTO DE PARTIDA - Oséias nos ensina sobre os limites do amor de DEUS.
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OSÉIAS
Em
um período de apostasia, onde a adoração aos deuses de outros povos pagãos
configurava uma quebra da Aliança do povo de Israel com DEUS, o profeta Oséias
foi chamado para pregar a mensagem de infidelidade [Os 8.1]. Dessa
forma, o povo foi chamado ao arrependimento e a voltar-se para DEUS [Os 12.6].
1.1.
Conhecendo um pouco mais o profeta.
A
narrativa bíblica não traz muitas informações sobre os antecessores de Oséias,
a não ser que seu ministério foi exercido nos reinados de Uzias, Jotão, Acaz,
Ezequias (reis de Judá) e de Jeroboão II (rei de Israel) [Os 1.1].
Foi
contemporâneo do profeta Isaías e, possivelmente, também dos profetas Amós e
Miquéias. Seu ministério prosseguiu por um período de aproximadamente 40 anos
ou mais, contudo não há consenso entre os comentaristas. Ele viveu numa época
de turbulência na política interna e no cenário internacional.
SUBSÍDIO
1.1
Introdução
ao Estudo do Antigo Testamento – Esdras Costa Bentho & Reginaldo Leandro
Plácido, CPAD, 2019, p. 506): “Quem era Oséias?
a)
Oséias era filho de Beeri [Os 1.1] e profetizou para Israel no Reino do Norte.
Não há citação a respeito de seu chamado ao ofício profético, mas informes do
livro nos permitem saber algo sobre a sua personalidade. Somos informados pelas
Escrituras que ele era afetuoso e compassivo, à semelhança de Jeremias, e não
tão austero quanto Elias,
b)
Recebeu ordem do Senhor para casar-se com uma prostituta [Os 1.2].
c)
Oséias foi contemporâneo de Isaías, Amós e Miquéias.
d)
Tinha suficiente posição social, para que o nome de seu pai fosse mencionado
(Beeri).”
1.2.
O engano do culto a Baal.
O
capítulo dois narra a metáfora do marido que ama uma esposa infiel, para
ilustrar e exortar o povo de Israel sobre o adultério que cometiam ao adorarem
outros deuses. Em sua mensagem, o profeta busca comprovar que a prosperidade
que Israel experimentou foi um presente de DEUS, o Senhor da Aliança [Os
2.10-11,14]. No capítulo três, o profeta narra sua experiência em que DEUS o
manda se casar com uma mulher adúltera. Essa narrativa do profeta com a
metáfora do seu casamento simboliza o conflito entre a adoração ao DEUS de
Israel e as práticas da religião Cananéia, particularmente o culto a Baal
[Os 2.8].
SUBSÍDIO
1.2
O
Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Como Israel se recusou a
reconhecer o Senhor como a fonte de prosperidade na agricultura, DEUS tiraria
Suas bênçãos e não mais supriria as necessidades da nação. (…) O Senhor exporia
publicamente a infidelidade de Israel por meio do julgamento. A afirmação
“diante dos olhos dos seus namorados” [Os 2.10] indica que os ídolos de Baal
seriam incapazes de ajudar Israel, provando, assim, o quão era vão adorá-los.”
1.3.
As consequências da infidelidade de Israel.
Oséias
buscava entender as causas que traziam sofrimento ao povo e descobriu na
apostasia deles a razão de todas as mazelas que enfrentavam. Eles haviam se
afastado de DEUS, o Criador de todas as coisas, que os acompanhou e não os
desamparou em toda a sua jornada desde os seus pais até aquele momento. O
profeta, totalmente engajado em sua realidade social, política e religiosa,
buscava alertar seu povo para o perigo do engano de seus líderes religiosos.
Por isso, sua mensagem foi uma dura crítica à sociedade, que usava a religião
como pano de fundo para atender seus próprios interesses [Os 12.2]
SUBSÍDIO
1.3
R.
N. Champlin: “Um profeta ou sacerdote não podia tomar como esposa uma
mulher prostituta, sobretudo se ela continuasse praticando a sua “arte”. É
assunto de discussões se a esposa de Oséias já era uma prostituta, ou se ela se
prostituiu depois de ter-se casado com ele. Este versículo, considerado isoladamente,
subentende a primeira possibilidade.
Encontramos
aqui uma ordem altamente irregular, dada pelo próprio Yaweh. Todas as regras
deveriam ser quebradas. Esse homem santo deveria buscar uma prostituta, ainda
praticante, para tomá-la como esposa. Através de tão estranha circunstância
seria ensinada uma lição objetiva espiritual. A nação de Israel era essa
prostituta-adúltera, e Yaweh era seu marido.”
EU
ENSINEI QUE:
O
tempo de prosperidade do povo de Israel, ao invés de despertá-los para a
gratidão a DEUS, levou-os à insensibilidade e à apostasia.
2-
OS ACONTECIMENTOS NA VIDA DE OSÉIAS
A
interpretação dos acontecimentos na vida pessoal de Oséias tem causado extensas
discussões no meio dos intérpretes e estudiosos das Escrituras sobre a
literalidade ou alegoria do texto. O drama familiar do profeta deve ser
compreendido com o literal ou alegórico?
2.1. O casamento de Oséias: o retrato da infidelidade de Israel.
A
peculiaridade do livro de Oséias reside no fato de que DEUS usa o casamento e a
infidelidade como figuras antagônicas para denunciar a infidelidade de Seu
povo. O adultério não deve estar presente em nenhum relacionamento, ainda mais
em um relacionamento baseado no amor e na aliança. Quando a vida espiritual é
marcada pela infidelidade a DEUS, todos os outros relacionamentos, certamente,
estão em risco. A decadência espiritual precede a decadência moral.
SUBSÍDIO
2.1
O
Novo Comentário Bíblico, Antigo Testamento:
“Quando
DEUS estabelece um relacionamento, Ele exige absoluta lealdade. Por intermédio
de Oséias, o Todo-Poderoso anunciou que aplicaria um severo julgamento para
libertar Seu povo do torpor religioso e chamar sua atenção. Este julgamento
tomaria a forma de secas, invasões e exílio. Apesar do rigor desse ato ter dado
a impressão de que Israel seria abandonado para sempre, o Senhor pretendia
restaurar o Seu povo.”
2.2. Os filhos de Oséias e as mensagens de DEUS.
Os
três filhos de Gomer e Oséias traziam em seus nomes mensagens de DEUS para o
povo: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami.
Propositalmente,
a mensagem contida nos nomes revelava o crescente descontentamento de DEUS para
com o Seu povo, mas, também, transmitiam esperança, amor, restauração e renovação.
Jezreel [Os
1.4]. Significa “DEUS semeia”. Também era o nome da cidade onde Jezabel, a
idólatra sanguinária, foi morta [2Rs 9.30-37; 10.1 -11 ]. Este nome evocava
juízo, Jezreel: onde DEUS julgou os idólatras. A menção do nome do menino
ensinava às pessoas sobre o juízo iminente de DEUS;
Lo-Ruama [Os
1.6] . Significa “Não compaixão”. A menção do nome da menina ensinava que a
compaixão de DEUS tem limite. DEUS julgaria Seu povo como se fosse uma nação
idólatra, sem compaixão;
Lo-Ami [Os
1.8]. Significa “Não meu povo”. Este era o filho mais novo. Juntando os três
significados, a mensagem é a seguinte: DEUS julgaria Israel como uma nação
idólatra e sem compaixão, porque não era mais Seu povo.
SUBSÍDIO
2.2
Warren
W. Wiersbe: “Podemos traçar a história de Israel por meio dos nomes dos
três filhos de Oséias:
(1) Jezreel [Os 1.4] significa “disperso”; refere-se à época em que DEUS
espalha Israel entre as outras nações.
(2)
Lo-Ruama [Os 1.6] significa “desfavorecida”; quer dizer que o Senhor tira sua
misericórdia da nação e permite que ela sofra por seus pecados.
(3) Lo-Ami [Os 1.9] significa “não meu povo”; refere-se àquela época do
programa do Senhor em que Israel não comunga com ele e não é o seu povo como
antes fora. Oséias 2.1 informa que haverá um tempo em que o Senhor chamará
Israel de “Meu Povo” e de “Favor”, quando CRISTO retornar, restaurar a nação e
estabelecer seu reino justo. Oséias 3.3-5 apresenta um resumo da condição
espiritual de Israel.”
2.3. O drama pessoal do profeta.
Como
já vimos, DEUS escolheu a história triste e peculiar de Oséias, a fim de
revelar o Seu coração e manifestar o Seu amor. A história do casamento de
Oséias não é aquela que os livros e os filmes mostram sem qualquer problema
real. A vida do profeta, além de ilustrar a infidelidade do povo para com DEUS,
também traz à tona o drama de muitos casamentos que estão em toda parte,
inclusive nos arraiais do povo de DEUS. Como dito anteriormente, a decadência
espiritual precede a decadência moral e isso tem acometido
muitas famílias, onde os filhos são os mais prejudicados quando a
infidelidade nas relações chega aos lares.
SUBSÍDIO
2.3
O
Novo Comentário Bíblico, Antigo Testamento: “O ciúme e a disciplina do
Senhor podem parecer inapropriados, mas a resposta divina ao pecado de Israel
é, na verdade, prova de Seu amor e comprometimento. DEUS não admite que coisa
alguma arruíne o relacionamento que Ele estabeleceu com os israelitas e fará
tudo para preservá-lo. Por fim, Sua fidelidade e misericórdia prevalecerão, e
Seu povo voltará a si, dando-lhe o amor que Ele tanto deseja.”
EU
ENSINEI QUE:
O
Senhor ama com fidelidade o Seu povo, mesmo quando o Seu povo se torna infiel.
3-
OSÉIAS PARA OS DIAS DE HOJE
A
história do profeta Oséias nos ensina sobre os limites do amor e o
que está para além de suas fronteiras. Faz-nos pensar sobre até onde é possível
amar alguém. Oséias ilustra uma metáfora do que é o verdadeiro amor, um amor
que supera as expectativas humanas, um amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo
espera e tudo suporta” [1 Co 13.7].
3.1. O extraordinário amor de DEUS.
Apesar
de tanta infidelidade, idolatria, violência, ainda depois de conscientemente
rejeitarem a DEUS, o chamado amoroso de DEUS se fez ouvir através da mensagem
do profeta: “Converte-te, ó Israel, ao Senhor, teu DEUS; porque, pelos teus
pecados, tens caído.” [Os 14.1]. Havia um futuro de prosperidade reservado para
os remanescentes fiéis após o exílio. O Senhor prometeu perdão, renovar Sua
Aliança e derramar bênçãos abundantes [Os 1.10-11; 2.1-23; 14.1-7]. São
promessas que apontam para a vinda de JESUS CRISTO, que estabeleceu uma Nova
Aliança, e um futuro no qual o povo de Israel, ao se arrepender, será chamado
“filhos do DEUS vivo” [Os 1.10] e desfrutarão das maravilhosas bênçãos de DEUS
juntamente com os gentios que se arrependerem [Rm 9.22-33].
SUBSÍDIO
3.1
O
Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento: “Nossa cultura frequentemente
descreve o amor em termos de paixão, sexualidade ou cega devoção. Por essas
medidas, o amor é pouco mais do que uma atração incontrolável por alguém. Esse
tipo de “amor” busca somente o próprio interesse e “acaba” quando não é
correspondido ou satisfeito. Contrariamente, DEUS chamou Oséias para buscar um
tipo de amor completamente diferente, baseado numa escolha consciente de
comprometer-se com alguém para o benefício desse alguém, mesmo sem saber sua
resposta a esse presente [Os 3.1-3]. Foi assim que DEUS se comprometeu com
Israel. O casamento de Oséias foi uma demonstração do casamento de DEUS com a
adúltera nação de Israel.”
3.2. Um chamado ao arrependimento.
O
livro de Oseias relata uma história de amor com detalhes constrangedores, que
passam longe de uma relação baseada verdadeiramente no amor e no compromisso.
Com base nisso, faz clamores agonizantes e cheios de angústia ao reino de
Israel, diante da sua situação de terrível apostasia. A dor do profeta
ilustra a dor do próprio DEUS. Assim como o profeta ansiava trazer de volta sua
esposa adúltera, livrando-a da degradação moral e do pecado, da mesma forma DEUS
ansiava trazer para junto de si o povo de Israel [Os 14.1-2].
SUBSÍDIO
3.2
Comentário
Bíblico Moody: “Israel fora infiel, mas o profeta ainda via esperanças se ela
se arrependesse do seu pecado. Israel tinha caído. Literalmente, tropeçado. O
pecado colocara uma pedra de tropeço em seu caminho. (…) Israel estivera
caminhando na direção do julgamento, que só podia ser desviado através de um
completo abandono do pecado e da idolatria e uma volta a DEUS e às Suas justas
reivindicações sobre as vidas do Seu povo; por isso a ordem: “Convertei-vos ao
Senhor”.
3.3. O desafio de amar outra vez.
O
resgate de Gomer representa o resgate de sangue que DEUS faria por Seu povo, e,
consequentemente, por todos nós pecadores. A dolorosa experiência
de Oséias ilustra o amor de DEUS, disposto a perdoar um povo que não
queria ser perdoado. A ordem dada ao profeta muda o curso da história daqueles
que se encontram afastados e perdidos em seus delitos e pecados [Os 3.1].
Quando alguém se afasta de DEUS, perde claramente a sensibilidade de amar o
outro, considerar o outro, honrar o outro, reconciliar-se de verdade com o
outro. O pecado afeta o relacionamento com DEUS e, em detrimento disso, também
o relacionamento com o próximo.
SUBSÍDIO
3.3
R.
N. Champlin: “A esposa adúltera (Israel) não era muito amorável nem digna
de ser amada. Mas o amor de DEUS envolveria Israel, tal como Oséias amava a
esposa que dele se separara. Foi da vontade de Yaweh que as coisas acontecessem
desse modo. Uma grande lição objetiva estava sendo construída. O povo
observaria como o profeta lidara com a esposa desviada e se espelharia nela.
Talvez essa lição de amor ajudaria a produzir o arrependimento.” CH)
EU
ENSINEI QUE:
O
livro do profeta Oséias retrata claramente o poder do amor e a
possibilidade da reconciliação com DEUS e com o próximo.
CONCLUSÃO
O
amor de Oséias por sua mulher infiel é com o amor de DEUS pelo pecador [Rm
5.8], Um amor incompreensível e imensurável aos olhos humanos [Ef 3.18-19], mas
que alcançou pecadores que não mereciam tal graça e que, hoje, podem viver e
testemunhar desse amor todos os dias.