Escrita Lição 6, CPAD, Pais Zelosos e Filhos Rebeldes, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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Escrita
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TEXTO ÁUREO
“Vós,
filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao
Senhor.” (Cl 3.20)
VERDADE
PRÁTICA
O modo de
criar e educar tem impacto no comportamento de nossos filhos no mundo, mas não
anula a responsabilidade individual das escolhas deles.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda –
Cl 3.21; Ef 6.4 O papel dos pais na educação dos filhos
Terça – 2
Tm 3.16,17 A Bíblia como fundamento da educação dos filhos
Quarta – 1
Sm 15.22,23 A obediência como virtude dos filhos
Quinta – 2
Co 12.14 A responsabilidade dos pais para com os filhos
Sexta - 1
Pe 5.8 É preciso ser sóbrio e vigilante contra as armadilhas do Diabo
Sábado – Nm
6.13-21 Uma descrição do nazireado
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Juízes 13.1-7,24; 14.1-3
Juízes 13
1 – E os
filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, e o
Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos. 2 – E havia um homem
de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher era estéril e não
tinha filhos. 3 – E o Anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: Eis
que, agora, é estéril e nunca tens concebido; porém conceberás e terás um
filho. 4 – Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho ou bebida forte, nem comas
coisa imunda. 5 – Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja
cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o
ventre e ele começará a livrar Israel da mão dos filisteus. 6 – Então a mulher
entrou e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja vista
de um anjo de Deus, terribilíssima; e não lhe perguntei de onde era, nem ele me
disse o seu nome. 7 – Porém disse-me: Eis que conceberás e terás um filho,
agora, pois, não bebas vinho nem bebida forte e não comas coisa imunda; porque
o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até o dia da sua morte.
24 –
Depois, teve esta mulher um filho e chamou o seu nome Sansão; e o menino
cresceu e o Senhor o abençoou.
Juízes 14
1 – E
desceu Sansão a Timna; e vendo em Timna a uma mulher das filhas dos filisteus,
2 – subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna,
das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. 3 – Porém, seu pai
e sua mãe lhe disseram: Não há porventura, mulher entre as filhas de teus
irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus,
daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Tomai-me esta, porque ela
agrada aos meus olhos.
HINOS
SUGERIDOS: 225, 256, 354 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE
- Instrução
I – OS PAIS
DE SANSÃO
1. Uma
situação espiritualmente deplorável.
2. A mulher
agraciada.
3.
Recebendo orientações divinas.
II – O
NASCIMENTO DE SANSÃO E SUA FORMAÇÃO
1. O
nascimento e desenvolvimento de Sansão.
2. A
família de Sansão.
a) a esposa
de Manoá compartilhou diretamente com ele a respeito do Anjo; b) Manoá orou
insistentemente pedindo orientação de como criar a criança; c) os dois estavam
juntos e contemplaram a visão do anjo subindo em meio às chamas do
altar (Jz 13.6,8,9,11,20).
3. A
formação de Sansão.
III – A
FRAQUEZA DE CARÁTER DE SANSÃO
1. Sansão
subestimou o poder do inimigo.
2. A
presunção de Sansão.
3.
Manipulando o poder de Deus e brincando com o pecado.
DIVERSOS
COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS
BEP - CPAD
13.1
FILISTEUS.
Uma grande
horda de filisteus migrou para a costa sulina de Canaã, cerca de 1200 a.C.,
possivelmente vinda de Creta (Jr 47.4; Am 9.7, onde "Caftor"
significa Creta). Tornaram-se os principais inimigos dos hebreus no período de
1200-1000 a.C. (i.e., até aos tempos de Davi). Por terem a habilidade de
fabricar armas de ferro, levavam vantagem militar sobre Israel (1 Sm 13.19-22).
O nome "Palestina" deriva do termo "filisteu".
13.4 GUARDA-TE DE QUE BEBAS VINHO OU BEBIDA FORTE.
Enquanto a
mãe de Sansão recebeu ordens para evitar beber vinho, e quaisquer outras
bebidas fermentadas durante sua concepção e gravidez, por motivos espirituais
(vv. 4,5), a ciência médica moderna dá o mesmo conselho por problemas físicos.
Os mais destacados especialistas em defeitos congênitos do ser humano advertem
que se a gestante ingerir bebida alcoólica, mesmo em doses mínimas durante a
concepção ou gravidez, corre um grande risco de abortar ou causar defeitos e
lesões congênitas e incuráveis nos seus nenês.
Esposa de Manoá - Sua história é semelhante à de Sara (mãe de Isaque), Rebeca
(Mãe de Jacó), Raquel (mãe de José), Ana (mãe de Samuel) e Isabel (mãe de João
Batista). Todas estéreis, mas receberam um milagre para serem mães de homens
escolhidos por DEUS.
13.5 O MENINO SERÁ NAZIREU.
Deus queria
que Sansão fosse nazireu, e que seguindo seus elevados padrões, ele fosse um
notável exemplo de vida e testemunho para o seu povo (para uma explanação do
voto do nazireado, ver Nm 6.2
NAZIREU - Pessoa leiga de qualquer sexo que estava presa a um voto
especial de consagração ao serviço de Deus durante um período definido ou
durante toda a vida (Nm 6.1-5). Sua abstinência era assunto pessoal, mas não
como membro de um grupo como os recabitas (q.v.). Geralmente, o voto era feito
voluntariamente, mas os pais às vezes faziam a consagração dos filhos para a
vida toda, como nos casos de Sansão (Jz 13), de Samuel (1 Sm 1.9-11) e de João
Batista (Lc 1.15,80; Mc 1.6).
Práticas de um nazireu:
(1) não
podia participar do fruto da vinha;
(2) não
podia cortar o cabelo;
(3) tinha
que permanecer livre de todas as impurezas, inclusive de tocar o corpo de
pessoas mortas ou animais (Nm 6.3-8).
Ao final do
período de separação, o nazireu obedecia a um procedimento especial para a
finalização de seu voto, que incluía seu comparecimento perante o sacerdote com
certas ofertas especiais, e deveria raspar a cabeça e queimar o cabelo cortado
(Nm 6.13-21).
Durante a monarquia, Deus denunciou que homens apóstatas estavam forçando os
nazireus a beber vinho (Am 2.11,12). Quando estava em Corinto, Paulo fez um
voto temporário de nazireado, talvez para obter a proteção divina naquela
cidade; esse período terminou quando foi a Cencréia onde cortou o cabelo (At
18.18). Mais tarde, Paulo foi persuadido a se purificar como nazireu, junto com
quatro crentes judeus em Jerusalém, e a pagar pelo término dos sacrifícios
relacionados ao voto daquele grupo (At 21.18-26). E. M. B. Dicionário Bíblico
Wycliffe - CPAD
Sansão
- שמשון Shimshown -Sansão = “como o sol” - um
danita, filho de Manoá, nazireu vitalício e juiz de Israel por 20 anos
14.3 MULHER
DOS FILISTEUS... INCIRCUNCISOS? O Senhor abençoou a Sansão e o revestiu do
poder do Espírito (Jz 13.24,25; 14.6,19; 15.14), mas ele cometeu erros fatais
que o levaram ao fracasso espiritual e à morte física. Entre esses erros estão
os seguintes: (1) Não se firmou na palavra de Deus. Demonstrou falta de
interesse e de respeito para com os mandamentos de Deus, e desprezou totalmente
a lei de Deus quanto ao casamento misto (Êx 34.16; Dt 7.3; Gn 24.3,4;
26.34,35). (2) Não fez caso do ensino que seus pais lhe transmitiram da parte
de Deus, e abandonou os princípios bíblicos de vida, para fazer a sua própria
vontade (Jz 13.5,8,14,24,25). (3) Diferente de Moisés, que escolheu sofrer
adversidades com o povo de Deus, ao invés de desfrutar dos prazeres passageiros
do pecado (Hb 11.25), Sansão decidiu liberar suas emoções e atender seus
desejos de maneira desagradável a Deus (14.3; 16.1,4; ver 15.7). (4) Visando ao
proveito e a vantagens pessoais, menosprezou os dons e o poder que Deus lhe
concedera.
14.4 ISTO VINHA DO SENHOR. Esta declaração não significa que a intenção de
Sansão casar com uma incrédula vinha do Senhor. Essa sua inclinação vinha do
seu próprio desejo de querer companheirismo conjugal fora do povo de Deus (Tg
1.13,14). Deus, no entanto, serviu-se desse mal na vida de Sansão como ocasião
para cumprir seu propósito contra os filisteus (v. 4; Gn 50.20).
14.6 O ESPÍRITO DO SENHOR. A grande força física de Sansão não provinha dele
mesmo, mas do Espírito ter descido sobre ele (v. 19; Jz 15.14; 16.28-30).
Segundo o novo concerto, o Espírito Santo também vem sobre os crentes, mas não
para nos dar grandes forças físicas, pelo contrário, o Espírito Santo nos
reveste de poder para viver e testemunhar por Cristo.
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SANSAO -
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Um herói
israelita da tribo de Dã, filho de Manoá; um dos últimos juízes antes de Samuel
(Jz 13.24-16.31). A derivação de seu nome, Shimshon, é incerta. Ele pode ter
derivado do heb. shemesh, "sol", significando "parecido com o
sol", e os seus pais podem ter lhe dado este nome como uma antecipação de
sua energia heroica, "parecida com o sol". Seu nome corresponde ao
nome ugarítico spsyn, derivado de sps, "sol". Ele também pode ter
sido derivado do heb. shamam, "destruir", e por isso teria o
significado de "Destruidor". Sansão nasceu em aprox. 1090 a.C. no
início da opressão dos filisteus (Jz 13.1) em Zorá. Zorá está localizada no
lado oposto do vale de Soreque, de Bete-Semes, muito perto da fronteira Filisteia-Israelita
daqueles dias. Bete-Semes (q.v.) estava, na ocasião, nas mãos dos israelitas (1
Sm 6.12-16), porém as ruínas arqueológicas da camada III (1200-1000 a.C.)
revelam que a cidade estava sob uma forte influência dos filisteus (veja
Filisteus). Os pais de Sansão dedicaram-no a ser um nazireu por toda a vida
(veja Nazireu), mesmo antes de sua concepção (Jz 13.3-7). Quando ele já era
crescido, o Espírito do Senhor veio sobre ele repetidamente a fim de
capacitá-lo a realizar maravilhosas exibições de força física (13.25; 14.6,19;
15.14). Por causa de suas proezas sobre-humanas, várias pessoas baniram as
"estórias de Sansão" classificando-as como mitos ou como um folclore
hebreu (por exemplo. C. F. Kraft, "Sansão", IDB IV, 198-200). Outros
afirmam que o mito grego dos 12 trabalhos de Hércules serve como um modelo para
a narrativa de Sansão. Mas os paralelos entre as carreiras de Sansão e Hércules
são superficiais, e os poetas gregos não adornam a memória de Hercules com a
estória dos 12 possíveis trabalhos até o século VI a.C, ou seja, tarde demais
para influenciar a escrita do livro dos Juízes (Gary G. Cohen. "Samson and
Hercules", EQ, XLII [1970], 131-141). A despeito de sua formação no temor
e na obediência ao Senhor, e de sua poderosa capacitação carismática, Sansão
não teve o cuidado de honrar a Deus como um nazireu. Quando jovem, ele
secretamente desobedeceu a proibição de aproximar-se de um corpo morto (1 Sm
14.8,9) e ofereceu publicamente vinho para uma festa ou uma rodada de bebida
(heb. mishteh, 14.10). Ele violou o princípio nazireu de viver separado para
Jeová, por suas relações imorais com a prostituta de Gaza e com Dalila
(16.1-20). Sua indiferença espiritual alcançou o clímax ao cortar seus longos
cabelos, o sinal característico da consagração de um nazireu (Nm 6.5,9,18,19).
E provável que Sansão tenha se envolvido com os filisteus logo depois da
desastrosa batalha que ocorreu nas proximidades de Afeca, em aprox. 1070 a.C.,
quando os israelitas perderam a arca e milhares de seus homens (1 Sm 4.1-11). A
nação desmoralizada não deu nenhum passo em direção ao arrependimento, nem orou
por livramentos em relação aos filisteus durante os 20 anos do ministério de
Sansão (Jz 15.20; 16.31; cf. 14.4; 15.9-13; 1 Sm 7.2). Sua vitória, na qual
sacrificou a própria vida no Templo de Gaza, dizimou os líderes filisteus e
provavelmente contribuiu para a vitória israelita na batalha de Ebenézer,
ocorrida pouco depois deste episódio (1 Sm 7.7-14). Mas, devido à sua falta de
autocontrole, seu ministério foi altamente ineficiente; assim, ele não
conquistou uma libertação permanente para Israel.
A narrativa de Sansão está centralizada em suas experiências com as três
mulheres filisteias. Em um evento relacionado ao seu casamento com uma mulher
de Timna, ele matou um leão com as próprias mãos (Jz 14.5,6), e matou 30 filisteus
de Asquelom, para tomar-lhes as roupas (14.19). Pelo fato de seu sogro ter dado
sua esposa a um companheiro (14.20; 15.2), Sansão vingou-se capturando 300
raposas, amarrando-as duas as duas pelas caudas, colocando tições nas caudas e
soltando-as nos campos e pomares dos filisteus. Os filisteus puniram sua esposa
e seu sogro queimando-os; Sansão então se vingou deste ato realizando uma
grande matança, e se escondeu no cume da rocha de Etã (15.3-8).
Logo os filisteus invadiram Judá para capturar Sansão. Os israelitas
amedrontados amarraram-no com duas cordas novas para entregá-lo ao inimigo.
Quando os filisteus o encontraram, ele soltou-se e, vendo uma queixada de
jumento, lançou mão dela e matou mil filisteus (15.9-16). O próximo evento
registrado relata sua visita a uma prostituta na fortaleza filisteia de Gaza.
Ao saber de sua presença na cidade, os oficiais o cercaram. A meia noite ele levantou-se
e saiu carregando sobre os ombros o portão da cidade com ambas as umbreiras e
trancas, e levou-os para cima, até ao cume do monte que está defronte de
Hebrom. Fazendo isso ele humilhou sobremaneira os gazitas, pois os portões
simbolizavam a força de uma cidade (16.1-3).
Mais uma
vez Sansão entregou-se às suas paixões. Ele apaixonou-se por Dalila (q.v.) uma
mulher que vivia perto de sua casa. Os filisteus a subornaram para que ela
descobrisse o segredo de sua força. Por três vezes os seus atrativos e lisonjas
fracassaram na tentativa de conseguir a verdade, mas, finalmente ele rendeu-se
por sua persistência, revelando-lhe que, como um nazireu, seu cabelo não
cortado era a chave de sua força. Enquanto Sansão dormia, Dalila chamou alguém
que lhe cortasse os cabelos, e assim, ele ficou desamparado, pois o Senhor o
deixou. Os filisteus o cegaram e o enviaram à prisão de Gaza, obrigando-o a
desempenhar uma tarefa feminina, que era a de moer os grãos (16.4-21).
Por ocasião da festa nacional em honra ao deus Dagom, uma multidão de filisteus
reuniu-se no Templo, sendo que aproximadamente mais de 3.000 pessoas estavam no
telhado. Eles trouxeram Sansão para ridicularizá-lo diante da multidão. Neste
período, os cabelos de Sansão (e seu arrependimento) haviam crescido, e sua
força retornara. Clamando ao Senhor, Sansão abraçou as duas colunas que ficavam
no meio da entrada do Templo e arrancou-as de sua base. No ano de 1972, em Tell
Qasile, nas ruínas do primeiro Templo filisteu encontrado na Palestina, foram
descobertas duas bases de pedra, separadas por uma distância de 90 centímetros.
O telhado do pórtico caiu, soterrando todos os príncipes filisteus, e todos
aqueles que estavam no interior do Templo, incluindo Sansão. Assim, de uma só
vez, com um só golpe, ele vingou-se do que haviam feito aos seus olhos,
conforme havia orado, matando mais inimigos em sua morte do que havia matado
durante toda a sua vida (16.22-30). Apesar de suas quedas, Sansão está listado
na galeria dos heróis da fé em Hebreus 11 (v. 32). Foi por sua dependência dos
dons de Deus, e por sua chamada, que ele foi capacitado a realizar feitos tão
poderosos e notáveis, e esta fé foi manifestada em seu último ato.
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BÍBLIA DA LIDERANÇA CRISTÃ - John C. Maxwell
21 Leis - Sansão e a lei da base sólida
A confiança é o fundamento da liderança - (Jz 13.24—16.31)
A história de sucessos e falhas de um líder sustenta ou quebra a
credibilidade dele. Isso se parece um pouco com a obtenção e o gasto de
dinheiro de bolso. Cada vez que você toma uma boa decisão de liderança,
coloca-se um pouco de dinheiro no bolso. Cada vez que você toma uma decisão
falha, você tem de pagar um certo valor a alguém. Cada líder possui uma certa
quantia de troco no seu bolso quando inicia numa nova posição de liderança. A
partir daí, ou ele acrescenta ao seu bolso ou paga dele.
Para construir confiança, o líder deve exemplificar três
qualidades: competência, ligação e caráter. Pessoas perdoarão falhas eventuais
baseadas na habilidade, especialmente se podem ver que você ainda está em fase
de crescimento como líder. Mas elas não confiarão em alguém que erra no
caráter. Nessa área, mesmo deslizes ocasionais são fatais. Nenhum líder pode
quebrar a confiança do seu povo e esperar que continuará exercendo influência.
A confiança torna a liderança possível.
Sansão dispunha de todos os meios para tornar-se um dos maiores
líderes de Israel, mas acabou sendo um dos piores. Como pôde alguém que começou
tão bem acabar tão mal?
Sansão aprendeu a dura verdade de que a confiança proporciona o
fundamento de toda liderança genuína. Esse homem impetuoso, inconstante, dado a
prazeres, melancólico, emocional e imprevisível fornece um bom exemplo de todo
líder mau. Já que ninguém pôde confiar nele, ninguém seguiu a liderança dele.
Sinais de líderes com problemas:
Líderes que escavam a base sólida de liderança confiável geralmente exibem um ou mais dos seguintes sinais. Líderes com problemas...
1. Deixam de tratar de fraquezas evidentes de caráter.
Sansão lutou com impureza sexual. Pediu uma mulher pagã, dormiu com
prostitutas, e, finalmente, Dalila o destruiu. Toda vez que o líder deixa de
consertar suas falhas de caráter, elas se agravam.
2. Contam com decepção para se salvaguardarem.
Pessoas que flertam a desobediência muitas vezes enganam outras a
fim de se protegerem. Sansão gostava de usar enigmas para defraudar outros. Ele
não contava toda a verdade, o que, mais tarde, causou desconfiança e traição.
3. Agem impulsivamente.
Uma vez após outra, Sansão demonstrou sua impetuosidade. Escolheu
precipitadamente a sua mulher. Fez apostas sem pensar. E, mais do que uma vez,
o seu espírito impulsivo o levou a batalhas sangrentas. O líder que não
consegue controlar o seu caráter põe em risco a si e a outros.
4. São vencidos por uma área de fraqueza.
No fim das contas, o pecado consome qualquer um que permite livre
curso ao mesmo. Sansão encontrou sua parceira na pessoa de Dalila. O enganador
foi enganado; o sedutor foi seduzido. Perdeu um jogo perigoso, o que lhe custou
tudo.
5. Usam mal os dons recebidos de Deus.
Sansão possuía enorme força e unção divina, mas considerou isso
natural. Muitas vezes, Sansão explorou os dons recebidos de Deus, que se
destinavam a libertar o seu povo, para vingança pessoal. Quando um líder usa
mal os dons de Deus, seguem-se sérias e inevitáveis consequências.
Quando líderes perdem a sua capacidade de aprender
A vida egoísta e indisciplinada bem como a natureza arrogante de Sansão o incapacitou a aprender. O que acontece quando líderes perdem a capacidade de aprender?
Eles confiam em sua própria força e entendimento.
Líderes incapazes de aprender perdem o contato com Deus e com o
povo dele. Confiam na sua própria força e não procuram a orientação de Deus e
de outros. Sansão usou, repetidamente, a força brutal e a violência para
enfrentar as dificuldades. Quando envergonhado com sua festa de casamento,
matou 30 homens. Quando os homens de Judá o entregaram à Filístia, ele matou a
cacetadas mil homens. Quando flagrado com uma prostituta, arrancou os portões
de Gaza. Sansão não aceitou o conselho dos seus pais, nunca aceitou conselho do
seu povo e não se voltou a Deus para receber orientação. Pior ainda: Sansão
nunca reconheceu Deus como fonte de sua força. Transformou-se de homem ungido
em homem arrogante.
2. Eles não conseguem aprender com seus erros.
A vida de uma pessoa e cheio
de altos e baixos, independente se você
falhar cedo ou tarde. É um erro não aprender com eles. Na vida de Sansão
a bíblia não revela nenhum registro de
melhora, só nos fala de uma estrela em decadência. Os líderes que não aprendem com
seus erros, eles são:.
• Grandes o suficiente para admitir erros. Sansão culpou todo mundo por seus problemas. Ele nunca admitiu o seu pecado e nem se humilhou diante de Deus.
• Não tem sabedoria suficiente para reconhecer seus erros. Uma
coisa é saber que você está errado: é o outro para descobrir por que você
errou.
• Não são Forte o suficiente para corrigi-los. Se você não
conseguir programar as mudanças necessárias, não irá conseguir melhorar a si
mesmo ou a sua situação.
3. Eles reagem em vez de liderar.
Enquanto os bons líderes são proativos, as pessoas quase que
instantaneamente tentam reagir. Quando Sansão viu a filha de Timna, ele
imediatamente pediu em casamento. Quando sua esposa se casou com seu melhor
homem. Ele queimou os filisteus nos
campos. Sansão reagiu até à sua morte e deixou o seu povo sofrendo sob a
opressão dos filisteus.
4. Eles são facilmente derrotados.
Pessoas orgulhosas sempre perdem. Mesmo tendo um grande talento (como Sansão) pode levar uma pessoa até certo ponto. Mais a falha do caráter de Sansão, não reparadas por causa de um espírito de orgulho, Aumento a falta de moral e do pecado sem controle e que levou à sua destruição.
Quem sabe o que poderia ter acontecido se Sansão tivesse
sido humilde diante de Deus, ou
tivesse procurado orientação e ajuda de seu povo?
21 Qualidades:
Autodisciplina
Sansão a teve, mas depois a
perdeu - (Jz 16.1-20)
Devemos nos determinar a conduzirmos bem a nossa vida antes de
esperarmos que alguém nos siga. Parecia qu Sansão começou a sua jornada de
liderança como homem bastante disciplinado. Ele poderia ter postergado
gratificação (embora sempre lutasse com uma fraqueza com mulheres) e guardado
seu voto de nazireu. Quando fico mais velho, tornou-se difícil demais ao
abandonar o fundamento de autodisciplina; os prazeres consumiam tudo o qu ele
queria: comida, mulheres, bebida, filisteus.
A disciplina não faz de alguém um líder automaticamente, mas
ninguém pode ter o anseio de permanecer um lide sem ela. Mais líderes
governamentais têm se ressentido de falta de disciplina do que de falta de
políticas. Mais pastore têm falhado por causa de má disciplina do que de má teologia.
Mais homens de negócio têm sabotado as suas carreira por causa de falta de
disciplina do que por falta de dinheiro.
Considere a seguinte lista de disciplinas que seguidores esperam em
um líder:
1. Querem ver caráter no seu líder.
2. Querem constatar
competência no seu líder.
3. Querem testemunhar
compaixão no seu líder.
4. Querem perceber
comprometimento no seu líder.
5. Querem sentir ligação
ao seu líder.
6. Querem fazer uma
contribuição com o seu líder.
7. Querem ver contrição
no seu líder.
8. Querem unir-se à uma
causa com o seu líder.
9. Querem encontrar
consistência no seu líder.
10. Querem sentir confiança no seu líder.
11. Querem receber coragem do seu líder.
12. Querem apontar convicções no seu líder.
Como construir convicções em sua vida:
Como um líder se torna disciplinado? Livros e mais livros tentam
responder essa questão, mas desejamos fundar aqui a dimensão espiritual da
disciplina. Disciplina espiritual começa quando o líder desenvolve convicções pessoais
àqueles princípios pelos quais vivemos ou morremos, os valores que guiam a
nossa vida. Esse é o nosso ponto de partida. Convicções são estabelecidas
quando:
1- Estudamos e aprendemos o que a Palavra de Deus diz sobre certo assunto.
2- Decidimos aplicar e obedecer à Palavra de Deus na vida de cada dia.
3- Nos expusemos a uma necessidade.
4- Meditamos sobre verdades específicas durante um período de seis meses a um ano.
5- Decidimos pelo que vale a pena viver e morrer.
6- Nos associamos à pessoas que possuem convicções nas mesmas áreas.
7- Solucionamos uma questão antes que sejamos forçados a fazê-lo.
Por que não fazer agora uma lista dos princípios nos quais você
mais acredita? Então, se pergunte: Sou disciplina nessas áreas? Se não, comece
primeiramente a construir convicções ali.
CLAMOR POR LIDERANÇA: JUÍZES QUE ACABARAM MAL (Jz 6.11—8.32; 14.1—16.27)
Por que tão poucos líderes mencionados na Bíblia acabam bem? Mais
do que dois terços dos líderes bíblicos terminam mal. Considere, por exemplo,
os dois juizes mais famosos no Livro de juizes: Gideão e Sansão.
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JUÍZES
CAPÍTULO 13 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Juízes
13:1-7
O Nascimento de Sansão
É Anunciado por um Anjo
O primeiro versículo nos apresenta um relato breve, tal como já vimos em
inúmeras situações, da grande aflição que assolava Israel, que ocasionou o
levantamento de um libertador. Eles fizeram o que parecia mal aos olhos do
SENHOR, como costumavam fazer, e então Deus os entregava, como costumava fazer,
nas mãos dos seus inimigos. Se não tivessem pecado, não haveria a necessidade
de um Salvador; mas, onde o pecado abundava, a graça tinha a oportunidade de
superabundar. Deus os estava entregando agora nas mãos dos filisteus, seus
vizinhos, que viviam entre eles, a primeira e principal nação que estava
destinada à destruição, mas que Deus deixou ficar para prová-los (Jz 3.1,3), os
cinco príncipes dos filisteus. Eles eram um povo insignificante em comparação
com Israel (eles tinham somente cinco cidades sem importância) e, no entanto,
quando Deus os usou, como a vara na sua mão, eles foram muitos opressivos e
tirânicos. E essa desgraça demorou mais tempo do que qualquer outra: ela
continuou por 40 anos, embora provavelmente tenha havido períodos em que os
filisteus foram menos violentos do que outros. No meio desse aperto, nasceu
Sansão. E o seu nascimento foi predito por um anjo. Observe:
I
Sua linhagem. Ele era da tribo de Dã (v. 2). Dã significa juiz ou julgamento
(Gn 30.6). E, provavelmente, foi com um olho em Sansão que o moribundo Jacó
predisse: Dã julgará o seu povo, isto é, “ele gerará um juiz para o seu povo,
embora fosse um dos filhos das servas (concubinas), seria como se fosse uma das
tribos de Israel” (Gn 49.6). As terras da tribo de Dã ficavam junto à fronteira
do país dos filisteus e, portanto, alguém dessa tribo seria mais apto a se
tornar um freio para eles. Os pais de Sansão estavam sem filhos havia muito
tempo. Muitas pessoas notáveis da Bíblia nasceram de mães que tiveram de
esperar por um longo período antes de serem abençoadas com filhos, como ocorreu
com Isaque, José, Samuel e João Batista. Dessa forma, a misericórdia seria
tanto mais agradável quando chegasse. Canta alegremente, ó estéril que não
deste à luz (Is 54.1). Observe: Misericórdias esperadas por muito tempo com frequência
mostram ser misericórdias anunciando algum aviso ou sinal. Fica claro que essas
pessoas foram dignas de esperar por elas. Dessa forma, outras pessoas podem ser
encorajadas a continuar depositando sua esperança na misericórdia de Deus.
II
As boas novas trazidas à sua mãe, de que teria um filho. O mensageiro era um
Anjo do SENHOR (v. 3), mesmo que aparecesse em forma de homem, com o aspecto e
vestes de um profeta, ou homem de Deus. E, esse anjo (de acordo com a opinião
do bispo Patrick, acerca do versículo 18) era o próprio Senhor, isto é, a
Palavra do Senhor, que seria o Messias, porque seu nome é chamado maravilhoso
(v. 18) e Jeová (v. 19). O grande Redentor, de uma maneira especial, se
preocupou de uma maneira especial com esse redentor simbólico. Não era tanto
por amor a Manoá e sua esposa, danitas desconhecidos, que essa mensagem
extraordinária foi enviada, mas por amor a Israel, cujo libertador ele deveria
ser, e não somente isso (seus serviços a Israel não parecendo atender à
grandeza do seu intervenção), mas por amor ao Messias, quem ele tipificava, e
cujo nascimento deve ser anunciado por um anjo, como ele era. Na mensagem:
1. Ele percebe a sua aflição: Eis que, agora, és estéril e nunca tens
concebido. Ela deve ter concluído que ele era um profeta, e que, embora fosse
estranho para ela e alguém que ela nunca tinha visto antes, ele sabia que essa
era a mágoa dela. Ele ressalta esse aspecto, não para repreendê-la, mas porque,
talvez, naquele momento ela estava pensando na sua aflição e lamentando a sua
esterilidade. Deus, com frequência, oferece consolo na hora mais oportuna,
quando estamos mais sentidos. “Agora, és estéril, mas não serás sempre assim”,
como ela temia, “não por muito tempo”.
2. Ele garante que ela conceberá e terá um filho (v. 3) e repete a promessa (v.
5). Para mostrar o poder de um mundo divino, o homem mais forte que já viveu,
era filho de uma promessa, como Isaque, nascido pela força e virtude de uma
promessa, e fé nessa promessa (Hb 11.11; Gl 4.23). Muitas mulheres depois de
serem estéreis por um longo período geraram filhos por meio da providência
divina, mas Sansão foi gerado a partir de uma promessa, porque era uma figura
da semente prometida, aguardado durante tanto tempo pelos santos do Antigo
Testamento.
3. Ele ressalta que o filho deveria ser um nazireu desde o seu nascimento e,
portanto, que a mãe fosse sujeita à lei dos nazireus (embora não estivesse
debaixo do voto de um nazireu) e deveria beber vinho ou bebida forte enquanto
esse filho estivesse sendo amamentado por ela, tanto no seu ventre como no
peito (vv. 4,5). Observe: Esse libertador de Israel deve ser, na forma mais
estrita, consagrado a Deus e ser um exemplo de santidade. Via-se com bons olhos
quando Deus escolhia um jovem do seu povo para se tornar nazireu (Am 2.11).
Outros juízes tinham corrigido as apostasias do povo em relação a Deus, mas
Sansão deveria aparecer como alguém mais nobre do que qualquer um deles,
consagrado a Deus; e, apesar do que lemos a respeito das suas faltas, temos
motivos para pensar que pelo fato de ser um nazireu de Deus, ele, no decorrer
da sua conversão, exemplificou não somente a cerimônia, mas também a essência
dessa separação para o Senhor (Nm 6.2). Esses que salvam outros devem se
distinguir por meio de uma piedade singular. Samuel, que continuou a libertação
de Israel dos filisteus, era nazireu por meio do voto da sua mãe (1 Sm 1.11),
como Sansão foi pela escolha divina. A mãe desse libertador deve, portanto,
negar-se a si mesma e não comer coisa alguma imunda; o que era legal em outra
época deve agora ser deixado de lado. Da mesma forma que a promessa provou a
sua fé, assim esse preceito provou a sua obediência. Deus requer as duas coisas
daqueles a quem dará os seus benefícios. As mulheres com um filho devem
conscientemente evitar tudo aquilo que poderá ser prejudicial para a saúde ou
boa formação do fruto do seu ventre. E, talvez, a mãe de Sansão devesse
guardar-se de beber vinho e bebida forte, não somente porque ele foi designado
para ser um nazireu, mas porque foi designado para ser um homem de grande
força, em que a abstinência da sua mãe seria de grande utilidade.
4. Ele anuncia o serviço que essa criança deveria prestar ao seu país: ele
começará a livrar a Israel. Observe: Queremos que nossos filhos não sejam
somente consagrados completamente a Deus, mas também úteis para o bem dos
outros e para o serviço da sua geração — não eremitas, candeias ou lamparinas
debaixo do alqueire, mas em um velador. Observe: ele começará a livrar a
Israel. Isso sugere que a opressão dos filisteus deveria demorar muito, porque
a libertação de Israel não começaria, um passo sequer nessa direção, até que
essa criança, que estava para nascer, crescesse e estivesse em condições de
iniciá-la. E, mesmo assim, ele não irá completar a libertação: ele somente
começará a libertar Israel, o que sugere que a dificuldade deveria se
prolongar. Deus muitas vezes escolhe dar continuidade ao seu trabalho
gradualmente e por meio de diversas mãos. Um coloca o fundamento de uma boa
obra, outro a edifica e, talvez, uma terceira pessoa coloca a pedra final.
Nesse sentido, Sansão foi um tipo de Cristo: (1) Como um nazireu para Deus, um
nazireu desde o ventre. Pois, embora nosso Senhor Jesus não fosse um nazireu,
ele foi tipificado como um nazireu, como sendo perfeitamente puro de todo
pecado. Ele não foi concebido em pecado e foi inteiramente consagrado à honra
do seu Pai. Segundo a carne Cristo veio para a igreja judaica, porque a
promessa pertencia a eles (Rm 9.4,5). De acordo com essa promessa, Ele já
estava havia muito no ventre dessa igreja. Por muitos anos ela estava grávida
dele e, portanto, semelhantemente à mãe de Sansão, durante essa gravidez ela
foi feita uma nação santa e um povo adquirido, que estava estritamente proibido
de tocar alguma coisa imunda por amor a Ele, que na plenitude dos tempos
deveria vir deles. (2) Como libertador de Israel; porque ele é Jesus, o
Salvador, que salva seu povo dos pecados. Mas com esta diferença: Sansão
somente começou a libertar Israel (Davi foi, posteriormente, levantado para
completar a destruição dos filisteus), mas nosso Senhor Jesus é tanto Sansão
quanto Davi, o autor e consumador da fé (veja Hb 12.2).
III
O relato em que a esposa de Manoá, numa explosão de alegria, leva
apressadamente essa surpreendente mensagem ao seu marido (vv. 6,7). As boas
novas foram anunciadas a ela quando estava sozinha, talvez dedicada em
meditação e oração; mas ela não poderia ocultá-las do seu marido.
1. Ela faz um relato ao marido acerca do mensageiro. Era um homem de Deus (v.
6). Ela procura descrever seu semblante. Era tremendo, terribilíssimo. Ele
tinha uma majestade tão impressionante em seu olhar, olhos tão cintilantes, um
rosto tão brilhante, um respeito e reverência tão poderosos, que para ela esse
homem era, de fato, semelhante a um anjo. Mas, ela não conhece o seu nome, nem
a tribo ou cidade de Israel à qual pertencia. O anjo não achava oportuno falar
a ela quem ele de fato era e, ela por sua vez, ficou tão assustada com o
semblante dele que não se atreveu a pedir seu nome. Ela estava plenamente
satisfeita pelo fato de ele ser um servo de Deus; a pessoa e mensagem dele eram
evidências suficientes, e ela não fez mais perguntas.
2. Ela faz um relato ao marido acerca da mensagem. Ela apresenta a ele um
relato específico tanto da promessa quanto do preceito (v. 7), para que ele
também possa acreditar na promessa e ser em todas as ocasiões um monitor para
que ela cumpra o preceito. Dessa forma, os companheiros de jugo devem comunicar
uns aos outros suas experiências de comunhão com Deus e seu progresso na sua
familiaridade com ele, para que possam ser úteis uns aos outros de uma forma
que é chamada santa.
Juízes
13:8-14
Manoá e sua Mulher Ouvem Juntos
a Notícia mais uma vez da Boca do Anjo
Lemos aqui o relato de uma segunda visita do Anjo de Deus a Manoá e sua esposa.
I
Manoá orou seriamente a esse respeito (v. 8). Ele não foi incrédulo em relação
à história que sua esposa lhe contou. Ele sabia que ela era uma mulher virtuosa
e, portanto, o coração do seu marido estava nela confiado (veja Pv 31.11). Ele
sabia que ela tiraria vantagem dele, muito menos que ele tiraria vantagem dela,
como Josefo injustamente comenta, dizendo que ele estava desconfiado da
conversa que ela teve com um estranho. Mas:
1. Ele acredita que essa criança da promessa deve, no devido tempo, ser dada a
eles e fala sem hesitação acerca do menino que há de nascer. Não foi achada
tanta fé em Zacarias, o sacerdote, que estava esperando no altar do Senhor e a
quem o anjo apareceu, quanta se achou nesse danita honesto. As coisas
escondidas dos sábios e prudentes, que se estimam de acordo com a sutileza das
suas indagações, são, com frequência, reveladas às criancinhas, que sabem como
apreciar os presentes de Deus e crer na palavra de Deus. Bem-aventurados os que
não viram e creram, como Manoá.
2. Toda a sua preocupação é com o que devem fazer ao menino que há de nascer.
Observe: Homens justos estão mais preocupados e desejosos em saber a tarefa que
deve ser realizada por eles do que saber os acontecimentos que ocorrerão em
relação a eles; porque o dever é nosso e os acontecimentos são de Deus. Salomão
pergunta em relação ao que os justos deveriam fazer, não o bem que deveriam ter
(Ec 2.3).
3. Ele, portanto, ora a Deus para enviar o mesmo mensageiro abençoado
novamente, para dar a eles mais instruções em como tratar esse nazireu que há
de nascer, temendo que a alegria da sua esposa pela promessa a fizesse esquecer
alguma parte do preceito. Ele deseja estar bem-informado e não estar equivocado
em nenhum aspecto: “Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste,
ainda venha para nós outra vez, porque desejamos estar mais bem inteirados em
relação a ele”. Observe: Ele não vai ou envia seus servos para descobrir quem
esse homem de Deus era, mas o busca ajoelhado, ora para que Deus o envie e, ao
procurá-lo dessa forma, possa encontrá-lo. Ah que tivéssemos os mensageiros de
Deus, os ministros do seu evangelho, para levar uma palavra apropriada, e para
nossa instrução! Rogai ao Senhor para enviá-los a nós, para nos ensinar (Rm
15.30,32).
II
Deus graciosamente atendeu o pedido: Deus ouviu a voz de Manoá (v. 9). Observe:
Deus não deixará de guiar aqueles que sinceramente desejam conhecer a sua
tarefa e os seus ensinamentos (Sl 25.8,9).
1. O anjo aparece pela segunda vez novamente à esposa, quando ela está sozinha,
provavelmente tomando conta dos rebanhos, ou então bastante ocupada no campo,
onde estava isolada. A solicitude é, com frequência, uma boa oportunidade de comunhão
com Deus. Pessoas justas nunca estão sozinhas quando Deus está com elas.
2. Ela se apressa em chamar o seu marido, sem dúvida humildemente suplicando
para que esse mensageiro abençoado fique até que ela volte com o seu marido
(vv. 10,11). Ela não desejava que o mensageiro fosse com ela até onde o seu
marido se encontrava, mas foi buscar o seu marido para ir ao local onde o
mensageiro estava. Aqueles que querem encontrar-se com Deus devem comparecer
onde Ele está disposto a se manifestar. “Ah”, ela disse ao marido, cheia de
alegria, “meu precioso amor, as suas orações foram respondidas. O homem de Deus
está lá no campo e veio nos fazer outra visita. Ele é o mesmo que apareceu no
outro dia”, ou, como alguns traduzem: este dia, porque outro não está no texto
original, e é provável que as duas visitas tenham ocorrido no mesmo dia e no
mesmo lugar, e que, na segunda vez, ela estava assentada esperando por ele. O
homem de Deus certamente concordou que ela chamasse o seu marido (Jo 4.16).
Aqueles que têm conhecimento das coisas de Deus deveriam convidar outros ao
mesmo conhecimento (Jo 1.45,46). Manoá não está aborrecido com o fato de o anjo
não aparecer a ele pela segunda vez, mas disposto a ir com a esposa até o homem
de Deus. Para reparar (como foi o caso) o primeiro fracasso fatal, quando Eva
pressionou seriamente a Adão para fazer o que era mau, e ele cedeu facilmente a
ela, os companheiros de jugo devem animar um ao outro ao amor e às boas obras.
E, quando a esposa está à frente de uma situação, o marido não deve entender
isso como descrédito, mas segui-la naquilo que é virtuoso e louvável.
3. Ao chegar até o anjo, certificando-se de que era o mesmo que havia aparecido
à sua esposa, com toda humildade: (1) Manoá recebe com agrado a promessa (v.
12): Cumpram-se as tuas palavras. Essas eram as palavras, não somente do seu
desejo, mas da sua fé, como o da virgem abençoada (Lc 1.38): “Cumpra-se em mim
segundo a tua palavra. Creio firmemente naquilo que o Senhor falou”. (2) Pede
para que as ordens dadas possam ser repetidas: Qual será o modo de viver e
serviço do menino? As instruções foram dadas à sua esposa, mas ele está muito
interessado em auxiliá-la na orientação dessa semente prometida, de acordo com
as ordens. Precisamos lembrar que o cuidado máximo de ambos os pais, e seu
esforço conjunto, são absolutamente necessários para o bom atendimento de
crianças que são consagradas a Deus e que são educadas para Ele. Que um dos
cônjuges não transfira para o outro a responsabilidade, mas que ambos façam o
seu melhor. Observe o seguinte em relação à consulta de Manoá: [1] Em geral,
quando Deus deseja nos conceder alguma misericórdia, nosso maior cuidado deve
ser em como usá-la bem, porque ela somente é uma misericórdia quando for
conduzida de maneira correta. Deus nos deu corpo, alma, posses. Como devemos
conservá-los, para que possamos obedecer ao intento do doador e dar um bom
relato do uso deles? [2] Em particular, aqueles a quem Deus deu filhos devem
ser muito cuidadosos em como os educam, e o que fazem a eles, para que expulsem
a estultícia que está atada ao seu coração, formem sua mente e conduta cedo, e
os treinem no caminho por onde haviam de ir (veja Ne 9.12). Pais piedosos
certamente pedirão a orientação divina nessa área. “Senhor, ensina-nos como
devemos educar nossos filhos, para que possam ser nazireus e sacrifícios vivos
ao Senhor”.
4. O anjo repete as orientações que tinha dado anteriormente (vv. 13,14): De
tudo quanto eu disse à mulher se guardará ela; e tudo quanto lhe tenho ordenado
guardará. Observe: Precisamos de certa cautela e escrutínio para a conduta
certa tanto de nós mesmos quanto dos nossos filhos. Tome cuidado e observe.
Guarde-se para não beber vinho ou bebida forte, nem de comer nada que seja
feito de uvas. Aqueles que se preservam puros devem manter-se à distância
daquilo que beira o pecado ou leva a ele. Quando ela estava com um nazireu em
seu ventre, ela não devia comer coisa imunda; assim, aqueles em quem Cristo é
formado devem cuidadosamente purificar-se de toda imundícia da carne e do espírito
(veja 2 Co 7.1) e não fazer nada que possa prejudicar esse novo homem.
Juízes
13:15-23
Eles tratam com Respeito o Anjo do Senhor e Descobrem a sua Distinção na
Partida Dele
I
O relato do que passou entre Manoá e o anjo nessa conversa. Foi um favor para
Manoá não saber que o homem era um anjo, enquanto falava com ele; porque, se
Manoá tivesse conhecimento desse fato, teria tido tanto medo que não teria
ousado falar com ele como o fez (v. 16): não sabia Manoá que fosse o Anjo do
SENHOR. O mesmo aconteceu com Cristo que estava no mundo... e o mundo não o
conheceu (veja Jo 1.10). Verdadeiramente, tu és o Deus que te ocultas (veja Is
45.15). Não conseguiríamos suportar o aspecto da glória divina desvendada.
Quando Deus resolveu falar a nós por meio de homens semelhantes a nós, como
profetas e ministros, mesmo quando falou pelos seus anjos, ou pelo seu Filho,
eles apareceram na semelhança de homens e eram considerados apenas homens de
Deus.
1. O anjo rejeitou delicadamente seu presente e ordenou que ele o transformasse
em um sacrifício. Manoá, ansiando mostrar alguma indicação de respeito e
gratidão a esse estranho venerável, que tinha trazido essas boas novas, pediu
para que ele comesse alguma coisa (v. 15): Ora, deixa que te detenhamos e te
preparemos um cabrito. Aqueles que acolhem a mensagem serão bondosos com os
mensageiros por causa daquele que os envia (1 Ts 5.13). Mas o anjo disse a
Manoá (v. 16) que não comeria de seu pão, da mesma maneira que não comeu o
alimento oferecido por Gideão, mas, como lá, orientou-o a oferecê-lo a Deus (Jz
6.20,21). Anjos não precisam de comida ou bebida, porque a exaltação ofertada a
Deus é sua comida e bebida; o mesmo ocorria com Jesus (Jo 4.34). E nós, em
alguma medida, fazemos a vontade de Deus como eles o fazem e, embora não
possamos viver sem comida e bebida, comemos e bebemos para a glória de Deus e,
dessa forma, transformamos as nossas refeições comuns em sacrifícios.
2. O anjo se recusou a revelar o seu nome a Manoá, e não satisfaria a sua
curiosidade por enquanto. Manoá desejava conhecer o seu nome (v. 17), bem como
a sua tribo, não que duvidasse da verdade da sua mensagem, mas para que pudesse
retribuir a sua visita e se tornar mais familiarizado com ele (é bom ampliar e
melhorar nosso relacionamento com homens justos e ministros justos). Manoá tem
um motivo para conhecê-lo: “Para que, quando se cumprir a tua palavra, te
honremos e te celebremos como um verdadeiro profeta e possamos recomendar
outros a ti para instruções divinas — para que possamos chamar o menino que
nascerá de acordo com o teu nome e, dessa forma, honrar a ti, — ou que possamos
enviar-te um presente, exaltando aquele a quem Deus exaltou”. Mas o anjo recusa
o seu pedido e refreia a sua curiosidade (v. 18): Por que perguntas assim pelo
meu nome? Jacó também não convenceu o anjo a revelar o seu nome (Gn 32.29).
Observe: Não recebemos o que pedimos quando pedimos o que não sabemos. O pedido
de Manoá tinha motivações puras e, mesmo assim, foi negado. Deus revelou seu
nome a Moisés (Êx 3,13,14), porque havia um motivo especial, mas nesse caso
aqui não havia essa necessidade. As instruções que Manoá pediu ao anjo em
relação à sua tarefa foram prontamente reveladas (vv. 12,13), mas o que ele
pediu para satisfazer a sua curiosidade lhe foi negado. Deus, na sua Palavra,
nos deu plena orientação referente à nossa tarefa, mas Ele nunca teve a
intenção de atender a todas as indagações de uma cabeça especulativa. O anjo
apresenta um motivo para a sua recusa: Ele é maravilhoso. Os nomes dos anjos
não eram revelados, para evitar que fossem idolatrados. Depois do cativeiro,
quando a igreja foi curada da idolatria, os anjos se tornaram conhecidos a
Daniel pelos seus nomes: Miguel e Gabriel e, a Zacarias, o anjo revelou seu
nome mesmo sem ser solicitado (Lc 1.19): Eu sou Gabriel. Mas aqui existe
mistério (de acordo com algumas interpretações), ou seja, ele é maravilhoso
demais para nós. Um dos nomes de Cristo é Maravilhoso (Is 9.6). Seu nome era um
mistério por muito tempo, mas por meio do Evangelho, ele é trazido à luz:
Jesus, o Salvador. Manoá não deve perguntar o que não deve saber. Observe: (1)
Há coisas misteriosas que não nos compete saber e sobre as quais devemos nos
contentar em permanecer “no escuro”, enquanto estivermos neste mundo. (2)
Portanto, nunca devemos ceder a uma vã curiosidade em nossas indagações em
relação a essas coisas (Cl 2.18). Nescire velle quæ Magister maximus docere non
vult erudita inscitia est — Ser desconhecedor voluntariamente das coisas que o
nosso grande Mestre se recusa a nos ensinar, é ser ao mesmo tempo desconhecedor
e sábio. 3. O anjo participou e reconheceu o sacrifício deles e, ao partir, deu
a entender quem era. Ele os tinha orientado a oferecer seu holocausto ao Senhor
(v. 16). Louvores oferecidos a Deus são a oferta mais aceitável apresentadas
pelos anjos; veja Apocalipse 22.9: Adora a Deus. E Manoá, tendo uma garantia
tão segura, embora não fosse sacerdote e não tivesse um altar, transformou a
carne em uma libação e a ofereceu sobre uma penha ao SENHOR (v. 19), isto é,
ele a trouxe e a colocou sobre a penha para ser oferecida. “Senhor, aqui está;
faça com ela o que lhe agradar”. Da mesma forma devemos trazer nosso coração a
Deus como sacrifício vivo e submetê-lo à operação do Espírito. Quando todas as
coisas estavam prontas: (1) agiu o Anjo maravilhosamente, porque o seu nome é
Maravilhoso. Provavelmente, a maravilha que ele fez foi a mesma que havia feito
com Gideão. Ele fez com que o fogo descesse do céu ou subisse da rocha para
consumir o sacrifício. (2) Ele subiu ao céu no meio das chamas do sacrifício
(v. 20). Dessa forma, ficou claro que ele não era, como pensavam, um mero
homem, mas um mensageiro direto do céu. De lá ele certamente desceu, e para lá
ele subiu (Jo 3.13; 6.62). Isso significava que Deus aceitou a oferta e sugere
o aspecto ao qual nós devemos a aceitação de todas as nossas ofertas, mesmo à
mediação do anjo do concerto, esse outro anjo, que coloca muito incenso, para
as orações de todos os santos e assim as oferece diante do trono (Ap 8.3). A
oração é a ascensão da alma a Deus. Mas é Cristo no coração pela fé que a torna
uma oferta de um aroma suave: sem Ele nossas ofertas são mera fumaça, mas nele
, uma chama aceitável. Podemos aplicar isso ao sacrifício de Cristo por nós.
Ele subiu na chama da sua própria oferta, porque por seu próprio sangue entrou
uma vez no santuário (Hb 9.12). Enquanto o anjo fazia isso, lemos duas vezes
(vv. 19,20) que Manoá e sua mulher o viam. Essa é uma prova do milagre: o fato
era verídico, porque da boca dessas duas testemunhas oculares o relato disso é
estabelecido. O anjo fez tudo que aconteceu naquele sacrifício; eles somente
ficaram olhando; mas, sem dúvida, quando o anjo subiu ao céu, seus corações
subiram junto com ele em gratidão pela promessa que receberam dele ali e na
expectativa do cumprimento dela também. Mas, quando o anjo desapareceu, eles
não recearam, como aqueles que foram testemunhas da ascensão de Cristo, parados
olhando fixamente enquanto Ele subia ao céu, mas em temor santo e reverência
caíram em terra sobre seu rosto. E agora: [1] Eles ficaram sabendo que era o
Anjo do SENHOR (v. 21). Ficou claro que não era o corpo de um homem que viram,
visto que não estava acorrentado à terra, nem foi queimado pelo fogo. Ele subiu
na chama do altar. Portanto, com boa razão, eles concluem que era um anjo;
porque Ele faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo
abrasador (veja Sl 104.4). [2] Ele não mais apareceu a eles. Foi para uma
ocasião especial, agora passada, que ele foi enviado, não para estabelecer uma
correspondência constante, como ocorria com os profetas. Eles devem lembrar e
observar o que o anjo disse e não esperar ouvir mais.
II
Relato das impressões que essa visão deixou em Manoá e sua mulher. Enquanto o
anjo agia de maneira maravilhosa, eles ficaram olhando, sem pronunciar palavra
alguma (assim convém a nós observar cuidadosamente as obras maravilhosas de
Deus e a ficar em silêncio diante dele); mas quando ele se foi, havendo
terminado sua obra, eles tiveram tempo para refletir.
1. Quando Manoá refletiu acerca do que havia acontecido, havia grande temor em
seu coração (v. 22). O anjo tinha falado com grande confiança acerca do filho
do qual eles em breve seriam os pais (vv. 8,12); mesmo assim, ele está confuso
exatamente em relação àquilo que deveria fortalecer e encorajar a sua fé e
acredita que serão mortos imediatamente: Certamente morreremos. Era uma opinião
comum, entre os judeus antigos, de que se vissem a Deus ou a um anjo,
certamente morreriam. E essa noção dominou sua fé momentaneamente, como havia
ocorrido com Gideão (Jz 6.22).
2. A reflexão da sua mulher gera grande fé (v. 23). Aqui, o vaso mais frágil
foi o crente mais forte, o que, talvez, fosse o motivo de o anjo ter escolhido
aparecer a ela nas duas oportunidades. O coração de Manoá começou a fracassar,
mas sua esposa, como uma auxiliadora fiel, o encorajou. É melhor serem dois do
que um, porque, se um cai em desânimo, o outro poderá ajudá-lo a se levantar.
Companheiros de jugo devem piedosamente despertar a fé e a alegria um do outro
quando for oportuno. Ninguém poderia ter argumentado melhor do que a mulher de
Manoá o fez aqui. “Certamente morreremos”, disse seu marido. “Não”, disse ela,
“não precisamos temer isso; nunca vamos colocar contra nós aquilo que realmente
está a nosso favor. Não morreremos, a não ser que Deus queira nos matar. Nossa
morte deve vir da mão dele e da sua vontade. No entanto, os indícios do seu
favor que recebemos dele nos proíbem de pensar que Ele intenta a nossa
destruição. Se Ele tivesse a intenção de nos matar: (1) Não teria aceitado
nosso sacrifício e indicado a nossa aceitação, reduzindo-os a cinza (Sl 20.3,
cf. margem). O sacrifício foi o resgate da nossa vida e o fogo que subiu dele
foi uma clara indicação de que a sua ira havia se desviado de nós. O sacrifício
dos ímpios é uma abominação, mas você pode ver que esse não foi o nosso caso.
(2) Ele não nos teria mostrado todas essas coisas, essas visões estranhas, em
uma época em que há pouca ou nenhuma visão (1 Sm 3.1), nem teria nos dado essas
promessas excessivamente grandes e preciosas de um filho que será nazireu e
libertador de Israel. Ele não nos teria contado essas coisas se desejasse nos
matar. Não precisamos temer que sequem as raízes das quais um renovo como esse
brotará”. Observe: Podemos observar que Deus não deseja a morte dos pecadores
uma vez que aceitou o grande sacrifício que Cristo ofereceu para a salvação
deles, colocando-os no caminho para que pudessem obter seu favor e
assegurando-lhes essa salvação por meio do arrependimento deles. Se Ele tivesse
o intuito de matá-los, não teria agido dessa forma. Os cristãos que têm tido
comunhão com Deus por meio da leitura da Palavra e da oração, a quem Ele se
manifestou de maneira graciosa, e que tiveram motivos para acreditar que Deus
aceitou as suas obras, precisam ter bom ânimo em dias nublados ou escuros.
“Deus não teria feito o que fez pela minha alma se tivesse a intenção de me
abandonar e me entregar à morte. A sua obra é perfeita, e Ele não escarneceria
do seu povo com esses favores”. Aprenda a raciocinar com a mulher de Manoá: “Se
Deus quisesse que eu morresse debaixo da sua ira, ele não teria me dado
indícios tão distintos do seu favor”. Ó mulher, grande é a tua fé (veja Mt
15.28).
Juízes
13:24-25
O
Nascimento de Sansão
1. O nascimento de Sansão. A mulher que tinha estado estéril por tanto tempo
teve um filho, de acordo com a promessa; porque nenhuma palavra de Deus cairá
por terra. Se Ele falou, acaso não o cumprirá?
2. Seu nome, Sansão, de acordo com alguns, originou-se de Shemesh, o sol,
transformado em um diminutivo: sol exiguus — o sol em miniatura, talvez porque,
tendo nascido como Moisés para ser um libertador, ele era como ele,
extraordinariamente justo, e seu rosto brilhava como um sol em miniatura; ou
seus pais assim o chamaram em memória do semblante brilhante daquele homem de
Deus que trouxe as boas novas do seu nascimento. Embora não soubessem o seu
nome, agora que suas promessas se cumpriram, o honraram. Um pequeno sol, porque
era nazireu desde o seu nascimento, porque os nazireus eram como rubis e
safiras (Lm 4.7) e por causa da sua grande força. O sol é comparado a um herói
(Sl 19.5). Por que um herói não deveria ser comparado ao sol quando ele sai na
sua força? Um pequeno sol, por causa da sua glória e da sua luz para o seu povo
Israel, é um tipo de Cristo, o Sol da justiça.
3. Sua infância. Sua força e estatura eram acima do normal, superando em muito
as outras crianças da sua idade. Não somente nisso, mas em outros aspectos
ficava claro que o Senhor o abençoava, o qualificava, tanto no corpo como na
mente, para algo grande e extraordinário. Filhos da promessa devem ter a
bênção.
4. Sua mocidade. Enquanto crescia, o Espírito do SENHOR o começou a impelir (v.
25). Essa foi uma evidência de que o Senhor o abençoava. Onde Deus dá a sua bênção,
Ele dá seu Espírito para qualificá-lo para essa bênção. Bem-aventurados são
aqueles em quem o Espírito da graça começa a operar cedo, já nos dias da sua
infância. Se o Espírito for derramado sobre os nossos descendentes, eles
brotarão como salgueiros junto aos ribeiros das águas (Is 44.3,4). O Espírito
de Deus impeliu Sansão no campo de Dã, isto é, durante a revista das tropas das
forças treinadas dessa tribo, que provavelmente tinham formado um acampamento
entre Zorá e Estaol, perto do lugar onde ele morava, para opor-se às incursões
dos filisteus. Ali, Sansão, quando criança, aparecia entre eles e distinguia-se
por meio de algumas ações muito corajosas, sobrepujando-os em muitos exercícios
e provas de força; e, provavelmente, mostrou-se muito ardoroso contra os
inimigos do seu país e revelou mais do que um espírito comum que se poderia
esperar de uma criança. O Espírito o impelia de quando em quando, não o tempo
todo, mas como o vento que sopra quando lhe apraz, para mostrar que o que
Sansão fazia não vinha dele mesmo, porque então poderia tê-lo feito a qualquer
momento. Os valentes se sentem grandemente excitados pelo vinho (Sl 78.65), mas
Sansão não bebia vinho, e mesmo assim distinguia-se em força e coragem, sendo
ousado e arrojado, porque tinha o Espírito de Deus agindo nele. Portanto, não
vos embriagueis com vinho... mas enchei-vos do Espírito (veja Ef 5.18), que
virá sobre aqueles que são sóbrios e moderados.
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JUÍZES
CAPÍTULO 14 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Juízes
14:1-9
Namoro e Casamento de Sansão com
uma Filha dos Filisteus e seu
Triunfo sobre um Leão
I
Sansão, debaixo da orientação extraordinária da Providência, busca uma ocasião
para lutar contra os filisteus, ao unir-se por meio de um casamento com eles —
um método estranho, mas a verdade é que o próprio Sansão era um enigma, um
paradoxo. Ele fez o que era realmente notável e bom, por meio daquilo que
evidentemente era fraco e mau, porque ele não foi preparado para servir de
padrão para nós (que devemos andar pela regra, não pelo exemplo), mas um tipo
daquele que, embora não tivesse pecado, foi feito pecado por nós e apareceu em
semelhança da carne do pecado (veja Rm 8.3), para que pudesse condenar e destruir
o pecado na carne (Rm 8.3).
1. Visto que a negociação do casamento de Sansão foi um caso comum, podemos
observar: (1) Que foi uma atitude fraca e tola da sua parte apaixonar-se por
uma filha dos filisteus; a coisa parecia muito imprópria. Seria possível que
alguém que não somente era israelita, mas um nazireu, consagrado ao Senhor,
ansiasse tornar-se um adorador de Dagom? Pode alguém que se notabilizou pelo
seu patriotismo unir-se a alguém que faz parte dos seus inimigos jurados? Ele
viu essa mulher (v. 1) e ela agradou aos seus olhos (v. 3). Não parece que ele
tinha alguma razão para achar que ela fosse sábia ou virtuosa, ou talvez uma
auxiliadora para ele; mas ele viu algo no rosto dela que era muito encantador
aos seus olhos e, portanto, nada iria impedi-lo de tomá-la como sua mulher.
Aquele que na escolha de uma esposa é guiado somente pelos seus olhos, e
governado pela sua imaginação, não deverá se surpreender se mais tarde
encontrar uma filha dos filisteus em seus braços. (2) Porém, foi uma atitude sábia
e apropriada antes falar com seus pais e deixá-los a par da situação. Ele
contou a eles o seu desejo e queria que eles a tomassem por mulher para ele (v.
2). Aqui ele é um exemplo para todos os filhos. De acordo com a lei do quinto
mandamento, os filhos não devem casar sem o conselho e consentimento dos pais;
são os que se alienam teimosamente dos seus pais (como o bispo Hall aqui
expressa) e trocam os sentimentos naturais por sentimentos violentos. Os pais
têm direitos sobre os filhos, como se eles fossem parte deles mesmos. No
casamento, esse direito é transferido; a lei do relacionamento diz que deixará
o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. Por isso, não é somente
indelicado e ingrato, mas muito injusto, transferir esse direito ou propriedade
sem a anuência deles. O que rouba a seu pai ou a sua mãe dessa forma,
roubando-se a si mesmo deles, que estão mais próximos e são mais preciosos para
eles do que os seus próprios bens e diz: Não há transgressão, companheiro é do
destruidor (Pv 28.24). (3) Seus pais fizeram bem em dissuadi-lo de ligar-se
dessa forma desigual com descrentes. Que aqueles que professam religião, mas
estão namorando ou tendo um relacionamento mais sério com o profano ou
irreligioso, unindo-se a famílias onde há motivos para pensar que o temor de
Deus não está presente, nem a adoração a Deus, que eles ouçam o seu conselho e
o aplicam a si próprios: “Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus
irmãos, ou, se não há alguém entre as nossas tribos, então entre todo o meu
povo, ou uma israelita, que agrade a você, ou que seja digna dos seus
sentimentos, para que queira se casar com uma das filhas dos filisteus?”. No
mundo antigo os filhos de Deus se corrompiam e se destruíam, bem com as suas
famílias e a verdadeira igreja primitiva, ao casar-se com as filhas dos homens
(Gn 6.2). Deus tinha proibido ao povo de Israel de casar com os povos
consagrados a outros deuses, um dos quais eram os filisteus (Dt 7.3). (4) Se
não tivesse havido um motivo especial para tal, certamente teria sido impróprio
ele insistir na sua escolha, e eles de concordar no fim. No entanto, o
consentimento afável deles com os seus sentimentos pode ser visto como um
exemplo para que os pais não sejam desmedidos ou imoderados ao impedir as
escolhas dos filhos, nem de negar o seu consentimento, especialmente àqueles
que pediram oportunamente e respeitosamente por isso, sem uma causa realmente
muito convincente. Como os filhos devem ser obedientes aos seus pais no Senhor
(veja Ef 6.1), assim os pais não devem irritar a seus filhos, para que não
percam o ânimo (veja Cl 3.21). Esse nazireu, em sua sujeição aos pais, pedindo
o consentimento deles, e não dando continuidade ao seu intento até que o
obtivesse, não foi somente um exemplo a todos os filhos, mas um tipo do santo
filho Jesus, que desceu com seus pais, e foi para Nazaré (por isso, chamado de
nazareno), e era-lhes sujeito (Lc 2.51). 2. Lemos claramente que seu pacto de
casamento vinha do Senhor (v. 4). Não somente que Deus mais tarde o anulou para
servir os seus propósitos contra os filisteus, mas que colocou isso no coração
de Sansão para fazer essa escolha, pois buscava ocasião contra os filisteus.
Não era uma coisa má em si mesma casar com uma mulher dos filhos dos filisteus,
mas era proibido por causa do perigo de se envolver com idólatras. Onde não
existia risco nesse sentido, mas uma oportunidade de causar prejuízo a eles
para o bem de Israel é bem possível que essa lei poderia ser prescindida. Foi
dito (Jz 13.25) que o Espírito do SENHOR o começou a impelir de quando em
quando, e temos motivos para pensar que Sansão percebeu esse Espírito movê-lo
nessa época, quando fez essa escolha. Caso contrário, ele teria cedido à
argumentação dissuasiva dos seus pais. Eles não teriam aprovado esse
relacionamento se ele não os tivesse convencido de que isso vinha do Senhor.
Isso o aproximaria dos filisteus e, assim, ele teria a oportunidade de
causar-lhes tormento, o que, de outra forma, não teria acontecido. Pelo que
tudo indica, a forma pela qual os filisteus oprimiam Israel não era por meio de
grandes exércitos, mas pelas incursões clandestinas dos seus gigantes e dos
pequenos destacamentos para despojar os israelitas. Sansão, portanto, deve
lidar com eles da mesma forma. Por meio desse casamento ele se infiltraria no
meio deles e seria por aguilhões nas costas deles (veja Nm 33.35). Jesus
Cristo, para nos libertar deste mundo mal presente, e para expulsar o príncipe
deste mundo, visitou este mundo, apesar da sua contaminação e inimizade, e, ao
assumir um corpo, acabou, em certo sentido, se identificando com ele, para que
pudesse destruir nossos inimigos espirituais e o seu próprio braço pudesse
operar a salvação.
II
Sansão, por meio de uma providência especial, é estimulado e encorajado a
atacar os filisteus. Quando Deus o chamou para realizar o serviço, Ele o
preparou por meio de dois acontecimentos:
1. Ao capacitá-lo, na jornada para Timna, a matar um leão (vv. 5,6). Muitos
rejeitam o serviço que deveriam fazer porque não conhecem a sua própria força.
Deus mostrou a Sansão o que ele poderia fazer na força do Espírito do Senhor,
para que nunca temesse enfrentar as maiores dificuldades. Davi, que deveria
completar a destruição dos filisteus, precisava provar sua coragem primeiro ao
enfrentar um leão e um urso. Disso ele deveria inferir, como supomos que Sansão
o fez, que o incircunciso filisteu deveria ser como um desses animais (1 Sm
17.36). (1) O encontro de Sansão com o leão foi perigoso. Esse era filho de
leão, um dos mais ferozes, que o atacou, bramando sobre a sua presa e fixando
seu olhar sobre ele. Ele bramou ao encontrá-lo, de acordo com o original. Ele
estava sozinho nas vinhas, separando-se dos pais (que permaneceram na estrada),
provavelmente para comer uvas. Os filhos muitas vezes não percebem como estão se
expondo ao leão que brama e que busca a quem possa tragar, quando se afastam
dos olhares e das asas dos seus pais prudentes e piedosos. Os jovens também não
percebem que há leões espreitando nas vinhas, as vinhas de vinhos tintos, tão
perigosos como serpentes no meio da grama verde. Se Sansão tivesse encontrado o
leão no caminho, teria mais motivos para esperar ajuda tanto de Deus quanto dos
homens do que ali nas vinhas solitárias, afastado da estrada. Mas havia uma
providência especial em tudo isso. (2) Assim, quanto mais perigoso fosse o
encontro, mais distinta seria a vitória. Ela foi obtida sem qualquer
dificuldade. Sansão estrangulou o leão e dilacerou a sua garganta com a mesma
facilidade que teria rasgado um cabrito sem qualquer instrumento. Ele não tinha
espada nem arco, nem mesmo um cajado ou faca. O versículo 6 traz: sem ter nada
na sua mão. Cristo enfrentou o leão rugidor e venceu-o no início do seu
ministério público (Mt 4.1ss) e, mais tarde, despojou os principados e
potestades, deles triunfou em si mesmo (veja Cl 2.15), sem instrumento algum.
Ele foi exaltado na sua própria força. O que acrescentou muito à exaltação do
triunfo de Sansão sobre o leão foi que após ter realizado esse grande ato heroico,
ele não se vangloriou e nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que tinha
feito, algo que muitos teriam anunciado pelo país inteiro. Modéstia e humildade
formam a coroa mais brilhante das maiores façanhas.
2. Ao provê-lo com mel na carcaça desse leão, na sua viagem seguinte (vv. 8,9).
Quando ele desceu na oportunidade seguinte para solenizar suas núpcias, junto
com seus pais, ele teve a curiosidade de desviar-se do caminho e voltar para a
vinha onde tinha matado o leão, talvez para observar o lugar e reconhecer a
misericórdia daquela grande libertação e dar graças de maneira solene a Deus.
Lá ele encontrou a carcaça do leão. É provável que os pássaros ou as feras
tivessem comido a carne e, no esqueleto, um enxame de abelhas havia formado uma
colmeia, não ficando desocupadas, mas armazenado um bom suprimento de mel, que
era uma das mercadorias importantes de Canaã. Havia tanto mel que o país era
conhecido como terra que mana leite e mel. Sansão, tendo mais direito do que
qualquer outro sobre a colmeia, pega o mel com suas mãos. Isso supõe um
encontro com as abelhas; mas, aquele que não temia as patas de um leão, não
tinha motivos para temer as ferroadas das abelhas. Como pela sua vitória sobre
o leão ele foi encorajado a enfrentar os gigantes filisteus, se fosse o caso,
apesar da força e ferocidade deles, assim, ao afugentar as abelhas ele foi
ensinado a não ter medo da multidão dos filisteus; embora o cercassem como
abelhas, no nome do SENHOR ele as despedaçaria (Sl 118.12). Acerca do mel que
ele encontrou: (1) Ele o comeu, não questionando a sua consciência; porque os
ossos mortos de um animal impuro não tinham a contaminação cerimonial neles
como o tinham os ossos de um homem. João Batista, o nazireu do Novo Testamento,
vivia de mel. (2) Ele o deu aos pais e eles comeram. Ele não o comeu todo sozinho.
Achaste mel? Come o que te basta, e não mais (Pv 25.16). Ele quis que seus pais
compartilhassem do mel. Os filhos deveriam ser gratos aos seus pais com os
frutos da sua própria atividade e dessa forma recompensar seus pais (1 Tm 5.4).
Que aqueles que pela graça de Deus encontraram doçura na religião comuniquem
sua experiência aos seus amigos e familiares e os convidem a vir e compartilhar
com eles. Ele não contou aos pais de onde o tirou, a fim de que não receassem
em comê-lo. O bispo Hall observa aqui que aqueles que recusam o uso dos dons de
Deus porque os encontram em vasos impróprios são menos sábios e mais
escrupulosos do que Sansão. O mel continua sendo mel, embora estivesse dentro
de um leão morto. Nosso Senhor Jesus venceu Satanás, esse leão que brama. E
nessa vitória os crentes encontram mel na carcaça, força abundante e satisfação
suficiente para si mesmos e para todos os seus amigos.
Juízes
14:10-20
O Enigma de Sansão É Revelado pela
Deslealdade de sua Mulher
Temos aqui um relato do casamento de Sansão e o ensejo que essa cerimônia deu a
ele para lançar-se sobre os filisteus.
I
Sansão sujeitou-se ao costume do país em fazer uma festa das suas solenidades
nupciais, que continuou por sete dias (v. 10). Embora fosse nazireu, ele não se
contaminou de forma alguma ao participar de uma cerimônia dessa natureza, pelo
fato de ser singular; mas participou porque assim o costumavam fazer os jovens
em ocasiões como essas. A religião não condena os costumes inofensivos dos
lugares onde vivemos: na verdade, é uma vergonha para a religião quando aqueles
que a professam dão motivos justos para serem chamados de avarentos,
sorrateiros e sombrios. Um bom homem deveria esforçar-se para tornar-se, no
melhor sentido, uma boa companhia.
II
Os relacionamentos da sua mulher geraram o respeito costumeiro naquela ocasião.
Assim, 30 homens fizeram-lhe companhia durante a solenidade, como padrinhos do
noivo (v. 11): Como o viram e perceberam que era um homem atraente, elegante e
sincero, o honraram e buscaram manter um relacionamento amistoso enquanto
estava no meio deles. Ou, talvez, quando o viram e notaram a sua força e
arrojo, trouxeram esses trinta homens para serem seus companheiros mas, na
verdade, tinham a função de vigiá-lo ou espiá-lo. Eles tinham inveja dele, mas
se soubessem a respeito da vitória de Sansão sobre o leão, teria sido bem pior;
por isso, ele resolveu diligentemente guardar segredo. Os favores dos
filisteus, com frequência, envolviam algum tipo de malícia ou outro esquema.
III
Para entreter os hóspedes, Sansão propôs um enigma a eles e faz uma aposta com
eles, mas eles não o conseguem desvendar em sete dias (vv. 12-14). Parece que o
uso desse tipo de proposta era muito antigo nesse tipo de ocasião, quando
amigos se encontravam, para se divertir de maneira sóbria, não para passar todo
o tempo comendo e bebendo de forma tediosa, como o bispo Patrick o expressa, ou
em outras satisfações do sentimento, como música, dança ou shows, mas para
propor perguntas ou debates, em que seu aprendizado e conhecimento pudessem ser
provados e melhorados. Convém a homens sábios valorizar-se por meio da sua
razão; mas, muito diferente disso, são as festas infames e animalescas da nossa
era degenerada que não fazem girar nada além do copo e do brinde à saúde, até
que a razão esteja embebedada e a sabedoria afogada.
1. O enigma de Sansão foi invenção sua, porque foi seu próprio ato heroico que
deu origem a ele: Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte. Interpretem
meu enigma. O que ele significa? A carne de feras normalmente não é comida pelo
homem, no entanto, comida veio do devorador; e essas criaturas que são fortes
enquanto estão vivas geralmente têm um cheiro forte e são de todas as formas
repulsivas quando estão mortas, como é o caso dos cavalos. E do forte, ou do amargo
(de acordo com a tradução siríaca e arábica), saiu doçura. Se soubessem qual
era o comedor mais forte e qual comida era mais doce, eles teriam decifrado o
enigma; nem leões nem mel eram estranhos a esse país para que não pudessem
chegar a essa conclusão. A solução do enigma teria dado a Sansão a oportunidade
de contar a eles a interessante história que serviu de base para esse enigma.
Esse enigma é aplicável a muitos métodos da providência e graça divinas. Quando
Deus, por uma providência superior, traz o bem a partir do mal para sua igreja
e povo — quando aquilo que ameaça se tornar a sua destruição se transformar em
vantagem para eles — quando os inimigos se tornarem úteis para eles e a ira dos
homens transformar-se em louvor a Deus — então sai comida do comedor e doçura
do forte. Veja Filipenses 1.12. 2. Sua aposta pesava mais para ele do que para
eles, visto que era um contra 30 parceiros. Não foi uma aposta envolvendo a
providência de Deus ou um dado ou uma carta, mas envolvia a ingenuidade deles,
e não passava de uma recompensa honorária de sagacidade e uma desgraça que
provinha de estupidez.
IV
Seus companheiros, quando não puderam explicar o enigma, obrigaram sua mulher a
tirar dele a explicação do enigma (v. 15). Se, de fato, não eram capazes de
interpretar esse enigma ou se estavam debaixo de uma cegueira particular
naqueles dias, era estranho que nenhum dos 30 conseguisse durante todo esse
tempo chegar a uma conclusão tão óbvia quanto esta: Que coisa há mais doce do
que o mel e que coisa há mais forte do que o leão?. Pelo que tudo indica, em
perspicácia, bem como em modos, eles eram rudes — rudes a ponto de ameaçar a
esposa recém-casada que, se ela não encontrasse um meio de obter o significado
do enigma com o seu marido recém-casado, eles queimariam a fogo a ela e à casa
de seu pai. Será que alguma coisa poderia ser mais selvagem do que isso? Já era
bastante degradante transformar um gracejo em algo sério, mas eles se mostraram
completamente indignos ao se tornarem tão injuriosos em vez de confessar sua
ignorância e perder uma aposta tão insignificante; a reputação deles não seria
salva se alguém lhes contasse o enigma. Foi ainda mais abominável forçar a
mulher de Sansão a se tornar traidora do seu próprio marido e de simular um
maior interesse nela do que Sansão tinha. Agora que ela estava casada, ela
precisava esquecer o seu povo (veja Sl 45.10). No entanto, o mais desumano de
tudo foi ameaçá-la, caso não tivesse sucesso, de queimá-la junto com todos os
seus familiares a fogo. Eles estavam dispostos a chegar a esse extremo com
receio de perder uma camisa e uma veste festiva: Chamastes-nos vós aqui para
possuir o que é nosso? Alguém que não consegue perder mais humildemente e tranquilamente
do que isso, jamais deveria entrar em uma aposta.
V
Sua mulher, por meio de uma importunação desmedida, obteve dele a chave do seu
enigma. Foi ao sétimo dia, isto é, o sétimo dia da semana (como o Dr. Lightfoot
conjectura), mas foi no quarto dia da festa que eles solicitaram a ela que
seduzisse o seu marido (v. 15), e ela o fez.
1. Com grande arte e destreza (v. 16), insistindo que ele não a amava, caso não
atendesse ao seu pedido. Ela sabia que ele não suportaria ver seu amor
questionado e, portanto, se alguma coisa fosse ter algum efeito nele, isso
seria na área sentimental: “Tão-somente me aborreces e não me amas, se me
negares esse pedido”; na verdade, ele tinha muito mais motivo para dizer: “Tão
somente me aborrece e não me amas se insistires nisso”. Para que ela não
fizesse disso a prova do amor dele por ela, ele assegura a ela que não havia
contado o enigma nem mesmo aos pais dele, apesar da confiança que tinha neles.
Se ela não conseguisse ser bem-sucedida nessa tentativa, ela tentaria a
poderosa eloquência das lágrimas: ela chorou diante dele o restante dos dias em
que celebraram as bodas, preferindo arruinar a festa, o que as lágrimas da
noiva acabam fazendo, a não ganhar a sua causa e favorecer seus conterrâneos
(v. 17).
2. Com grande sucesso. Finalmente, estando bastante enfadado com a importunação
dela, ele contou a ela o significado do seu enigma e, embora, podemos supor que
ela tenha prometido manter segredo, ela imediatamente o declarou aos filhos do
seu povo. Ele não poderia esperar algo melhor de uma mulher das filhas dos
filisteus, especialmente quando os interesses do país dela importavam tão
pouco. Veja Miquéias 7.5,6. O enigma então é desvendado (v. 18): Que coisa há
mais doce do que o mel ou uma comida melhor? (Leia Provérbios 24.13). Que coisa
há mais forte do que o leão ou um devorador maior? Sansão nobremente reconhece
que eles ganharam a aposta, embora tivesse bons motivos para contestá-la,
porque não desvendaram o enigma, como tinha sido o trato (v. 12), mas ele tinha
sido desvendado para eles. Ele apenas achou conveniente dizer o seguinte: Se
vós não lavrásseis com a minha novilha, ou seja, se não tivessem importunado
minha mulher, nunca teríeis descoberto o meu enigma. Satanás, em suas
tentações, não poderia nos fazer o mal que faz se não lavrasse com a novilha da
nossa natureza corrupta.
VI
Sansão paga sua aposta a esses filisteus com os despojos obtidos com a morte
dos conterrâneos deles (v. 19). Ele aproveitou essa oportunidade para
indispor-se com os filisteus, desceu até Asquelom, uma de suas cidades, onde
provavelmente tinha conhecimento de uma grande festa, em que se juntaram muitas
pessoas. Ele escolheu 30 homens e os matou, tirou suas roupas e as deu àqueles
que haviam esclarecido o enigma. Assim, ao fazer um balanço, ficou claro que os
filisteus foram os perdedores. Pois uma vida que eles perderam valia mais do
que todas as vestes que ganharam; o corpo vale mais do que vestes. O Espírito
do SENHOR... se apossou dele para autorizar e para capacitá-lo a realizar esse
ato heroico.
VII
Isso acabou sendo uma boa ocasião para afastar Sansão da sua nova parentela.
Ele percebeu como seus companheiros o trataram mal e como a sua mulher o traiu,
por isso, acendeu-se a sua ira (v. 19). É melhor ficar irado com os filisteus
do que criar uma forte afeição por eles, porque, quando nos unimos com eles,
corremos um sério risco de sermos enganados por eles. Assim, ele subiu à casa
de seu pai. Seremos bem-aventurados se a dureza ou crueldade que encontramos
neste mundo, e nossos desapontamentos com ele, nos obriguem pela fé e oração a
voltar à casa do nosso Pai celestial e descansar ali. As inconveniências que
ocorrem em nosso caminho deveriam fazer-nos amar nosso lar e desejar estar ali.
Tão logo ele deixou aquele lugar, sua mulher foi dada a outro (v. 20). Em vez
de pedir o seu perdão pelo mal que havia causado a ele, quando ele com toda
justiça mostrou o seu ressentimento com o que havia ocorrido, ao se afastar por
um tempo, ela imediatamente casa com aquele que era o convidado principal, o
amigo do noivo, a quem, talvez, ela amava muito, e estava propensa a favorecer,
quando ela obteve a solução do enigma do seu marido. Veja quão pouca confiança
podemos colocar no homem, quando aqueles que considerávamos nossos amigos
provam ser nossos inimigos.
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JUÍZES
CAPÍTULO 13 - Comentário - NVI (F.F.Bruce)
e)
Sansão: oportunidade desperdiçada (13.1—16.31).
Continuando o retrato do declínio cada vez maior, a narrativa alcança
o ápice dos seus detalhes épicos. Sabemos muito mais a respeito de
Sansão, o “juiz” que nunca libertou de fato Israel e cujos anos de maior
potencial foram interrompidos por sua própria insensatez, do que sabemos a
respeito de Otoniel, Eúde ou Débora. Talvez haja algumas razões para isso.
Em primeiro lugar, a atuação de Sansão valeu para as gerações posteriores
como o round inicial na batalha pela sobrevivência contra a ameaça dos
filisteus (v. a introdução, 1 a). Com base em Jz 14.3,4 e 15.9-13,
está claro que tanto em Dã quanto em Judá o domínio filisteu havia sido
aceito, um fato que constituía uma ameaça maior para a existência
nacional do que qualquer outra opressão anterior. Sansão deu
expressão à primeira verdadeira resistência à invasão desses
poderosos povos do mar. Em segundo lugar, a vida de Sansão, embora
dificilmente fosse aceita por padrões modernos (ou até mesmo da
monarquia), representa o ideal heroico de coragem, independência e
compaixão. Nascido após uma anunciação miraculosa, estimulado desde a sua
juventude pelo Espírito de Javé, um lutador, um amante, um orador
talentoso e até, apesar de grandes pontos fracos, um homem do
Senhor, Sansão está aí como o objeto adequado para uma epopeia
nacional. Finalmente, apesar dos valores positivos, a vida de Sansão
aparece como o ápice do período do declínio. Conduz aos episódios de
vergonha e deboche com os quais a narrativa teologicamente elaborada faz o
seu apelo final a algum tipo de autoridade mais forte e centralizada.
Nesse sentido, a vida de Sansão é considerada uma vida de grande
oportunidade, só que perdida. Com essas credenciais, ele poderia ter libertado
Israel, uma afirmação que nunca se faz dele. A época exigia mais do que um
herói saqueador e aventureiro. Israel precisa ser afastado do
individualismo exemplificado de forma tão forte por Sansão, o qual,
mais do que a maioria dos que ele “julgou”, fez “o que lhe parecia certo”.
A epopeia começa com uma fórmula-padrão (13.1), continua com uma teofania
relatada em detalhes e uma narrativa de nascimento (13.2-24), e chega ao ápice
com o casamento de Sansão em Timna e suas consequências (caps. 14 e 15). O cap.
16 é um apêndice contendo dois relatos dos amores de Sansão, dos
quais o segundo (Dalila) levou à ruína tanto de Sansão quanto de
seus senhores filisteus.
Jz 13.2-24 tem algumas semelhanças com o relato de Gideão, embora as diferenças
sejam muito maiores do que as semelhanças. O anjo do Senhor é comum aos
dois relatos, mas a forma de ele ir e vir é diferente. O fato de a
anunciação ser feita a uma mulher estéril (13.3) traz à mente Sara, Ana e
Isabel, e intensifica o sentido da intervenção sobrenatural de Deus. Como
no caso de Gideão, a identidade do mensageiro é questionada
(cf. 6.17ss; 13.6,16,17), e sua natureza divina é finalmente
evidenciada por meio da aceitação da comida num nítido contexto
de adoração. Tanto o nome (13.6,17) quanto a presença (13.20,22) são
indescritíveis, preservando o sentimento de admiração diante do Deus cujos
atos de salvação são todos miraculosos (13.18,19). O
reconhecimento de que Deus visitou o seu povo pode levar ao espanto
ou ao alívio. Na presença da santidade de Deus, Manoá só consegue pensar no
juízo terrível de Deus (13.22), mas a resposta bem pensada de sua esposa o
lembra de que Deus pode aparecer também por outros motivos (13.23). O
capítulo conclui com o nascimento do herói e seus primeiros movimentos em
direção à tarefa de Deus na sua terra natal.
13.1. filisteus-, a opressão causada pelos filisteus, junto com a dos
amonitas, caracteriza a seção toda (cf. 10.7). A saga dos filisteus, que
são o inimigo mais problemático, é colocada na segunda posição, i.e., na
máxima, v. 2. Zorá\ uma cidade da qual a delegação da tribo de Dã é
enviada (18.1,2) para escapar (aparentemente) da pressão dos filisteus nas
planícies. E a atual Sarah, no lado norte do vale de Soreque. do clã da
tribo de Dã\ lit. “da família de Dã”. A palavra usual para “tribo” não é
empregada, apoiando a ideia de que o cap. 18 precede o cap. 13, e que
somente restaram um ou dois clãs. v. 5. nazireu [...] desde o nascimento:
cf. Nm 6.1-21. Normalmente o voto era por um período limitado. A mãe de Sansão
recebe a advertência acerca das orientações que tratam da bebida e do
contato com os mortos (v. 4,14), embora para Sansão aparentemente as
proibições tenham se limitado apenas ao seu cabelo (v. 5). ele iniciará a
libertação: reconhece-se em todo o texto que a libertação será incompleta,
v. 8. para nos instruir sobre o que fazer com o menino: o destaque
aqui é para a sua formação, v. 12. O que ele deverá fazer heb. mispat
han-na‘ar. Um texto de Ugarite parece favorecer a tradução: “destino do
menino” (UT, p. 506).
Agora (cf. o v. 8) Manoá quer saber de que maneira o menino vai libertar
Israel, v. 15. Gostaríamos que ficasses conosco: há uma ênfase dupla: a
hospitalidade requeria alguma provisão para o estranho, mas, como no
caso de Gideão (6.18ss), já há uma pista de que esse hóspede seja
mais do que um estranho. A resposta do anjo separou o mensageiro
de Manoá (heb. “não comerei o teu pão”) e o aconselhou a apresentar a
oferta a Javé. v. 17. Qual é o teu nome?-. cf. Gn 32.29 e Ex 3.13,
em que a pergunta é um pouco diferente. O nome esclareceria a
verdadeira identidade do agente divino e revelaria seus segredos. Esse
tipo de revelação é sempre velada (v. 18: o meu “nome é maravilhoso”,
nota de rodapé da NVI). v. 19. fez algo estranho-, heb. “e ele estava
fazendo maravilhas”, provavelmente aludindo ao anjo. A NTLH omite a
locução seguinte: “enquanto Manoá e sua mulher observavam”, v. 20. a
chama do altar subiu-, contraste com 6.21. v. 24. Sansão: provavelmente
associado ao hebraico semes (“sol”), embora o seu significado exato
continue incerto. Tentativas de associar Sansão a um culto ao Sol falharam
por falta de evidências, v. 25. o Espírito do Senhor: cf. 3.10; 6.34
etc. Não há fórmula preestabelecida para a atividade do Espírito.
Maané-Dã: lit. “o acampamento de Dã”; 18.12 o situa em local mais elevado
nas montanhas em direção a Jerusalém, mas Estaol é mais próximo de Zorá
(provavelmente a atual ’Esua‘, a 2 quilômetros a nordeste de Sorah).
O casamento de Sansão e suas consequências constituem o tema do bloco seguinte
(caps. 14 e 15). Por meio dessa ligação providencial (cf. o comentário
editorial em 14.4) mas heterodoxa, Deus abriu o caminho para que
Sansão assumisse a tarefa de juiz. Todos os três incidentes em que houve o
preenchimento do Espírito estão nessa seção (14.6,19;
15.14) e constituem um tipo de inclusão. O texto começa com a exigência
obstinada de uma noiva (considerada providência de Deus) e termina
com o reconhecimento oficial dele como juiz. A noiva sugerida morava em Timna,
não longe de sua terra natal, e numa das primeiras viagens de Sansão para
lá é registrada sua primeira façanha de demonstração de força (v. 6). O
incidente do leão é o prelúdio ao papel posterior da sua força proveniente do
Espírito, mas também funciona como a base para o enigma cujo segredo é a
chave para tudo que segue. A alta aposta de Sansão no final das
contas forçou os filisteus que estavam diante da ruína financeira, e a
ação deles estabeleceu o padrão para incidentes que ainda estavam por
acontecer. Entretanto, mais do que isso, exatamente o sucesso da ação
deles é mais um elo na corrente do desastre filisteu. A fraqueza de Sansão
em relação a mulheres é explorada; ele cede no último minuto (14.17).
Exceto pela sua falha, a história poderia ter terminado ali naquela hora. De
qualquer forma, o primeiro ataque contra a capital dos filisteus
seguiu imediatamente, um ataque realizado na força do Espírito de
Javé (14.19). Começa a surgir Sansão, o libertador.
Sansão não sabe que a sua noiva foi entregue a outro, e o cap. 15 começa com o
que pode ter sido uma visita conjugal normal num casamento que era
conhecido como da classe sádica. Aqui a mulher permanece em casa, e o
marido a visita periodicamente com um presente. É evidente que o pai fica
desconcertado (15.2), e pode até afirmar que tecnicamente Sansão se divorciou
de sua irmã. Todo o incidente prepara o cenário para o segundo ataque
aos opressores, dessa vez direcionado contra a produção agrícola
deles na época crucial da colheita (15.5). Os filisteus, incapazes de
confrontar Sansão e talvez reconhecendo a validade da queixa dele (cf.
15.3), vingam-se da infeliz noiva e de sua família, um ato que Sansão jura
retribuir mais uma vez (15.7). Ele se retira para uma fortaleza no
território de Judá, e de repente a rixa se torna um conflito internacional.
Os homens de Judá, que não têm estômago para guerras de libertação ou
heróis carismáticos, preferem entregar Sansão e manter a paz. O palco é
preparado novamente para o triunfo de Sansão e para que assuma sua
responsabilidade de juiz. Novamente, e pela última vez
(15.14), o Espírito do Senhor se torna a força dele. De maneira realmente
épica, um poema segue a vitória. A fragilidade do herói é o objeto da
breve perícope com a qual o capítulo termina (15.18,19). Sansão é visto
aqui como alguém que clamou a Deus e conheceu a provisão dele. Até aqui, a
providência o conduziu a uma série de vitórias e à responsabilidade de
juiz em Israel (15.20).
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JUÍZES
CAPÍTULO 14 - Comentário - NVI (F.F.Bruce)
14.1.
Timncr. Aharoni {MBA, mapas n. 79, 80; LOB, p. 267) está a favor da atual
Tell el-Batashi, a cerca de 7 quilômetros rio abaixo (a noroeste) no vale
de Soreque, em direção a Ecrom a partir de Bete-Semes. v. 3. incircuncisos'.
o epíteto pejorativo normal dos filisteus. A maioria dos outros habitantes
do Oriente Médio eram circuncidados. Consiga-a\ o v. 3 inverte a ordem
normal: “ela! Consiga para mim!” E ela que me agrada: lit. “ela é a
certa aos meus olhos”. A comparação com 17.6 e 21.25 imediatamente vem
à mente. v. 4. os filisteus [...] dominavam Israel: v. a introdução,
1 b. Esse evento foi datado do início da expansão dos filisteus para o
interior, i.e., depois de c. 1080 a.C. v. 6. O Espírito do Senhor apossou-se:
heb. tislah, lit. “veio repentinamente sobre”. Cf. expressões em
6.34; 11.29. O mesmo verbo é usado em 14.19; 15.14 e aqui. não contou nem
ao pai nem à mãe\ possivelmente porque era uma violação do seu voto.
v. 8. nele havia um enxame de abelhas-, o esqueleto era velho o suficiente para
ter sido limpo e desidratado. Em outra época, mel foi tirado por Jônatas
para recuperar a energia rapidamente (ISm 14.24
30). v. 10. Sansão deu ali uma festa-, lit. “uma festa de bebidas”. Novamente
parece que o voto não era empecilho, v. 11. Quando ele chegou-,
Burney muda rh (ver) parayr’ (temer). Visto que Sansão era temido, foram
recrutados 30 companheiros. O texto é adequado como está. v. 12. Vou
propor-lhes um enigma-, lit. “ vou ‘enigmar’ um enigma”. Esses
estratagemas eram comuns no mundo antigo, geralmente como um teste de
inteligência ou de habilidade. O enigma de Sansão é uma perfeita parelha
de versos (3 + 3), cujo significado só seria compreensível a
quem estivesse familiarizado com o incidente do leão. (Mas cf. J. R.
Porter, JTS, 13 [1962], p. 106-9, acerca de outra sugestão.)
v. 15. No quarto dia\ no hebraico está “no sétimo dia”, mas a maioria das
versões aqui segue a LXX. A sequência exata dos eventos ainda é um
pouco confusa. Convença o seu marido [...] poremos fogo em você [...] Você
nos convidou para nos roubar?-, os companheiros agora suspeitam de
que a coisa toda foi armada para tirar um lucro considerável e responsabilizam
a família que patrocinou a coisa. O castigo anunciado prevê o destino do
pai e da filha em 15.6. v. 16. a mulher de Sansão implorou-lhe aos
prantos-, uma indicação do que aconteceria com Dalila. Nem a meu
pai nem à minha mãe expliquei o enigma-, cf. v. 6. O seu silêncio
para com os pais se deu por outra razão. v. 18. O que é mais doce...?-, a
solução é, semelhantemente ao enigma, em forma poética (2 + 2), assim como
é a resposta de Sansão (3 + 3). Porter (v. comentário do v.
12) argumenta que uma palavra com significado duplo (“mel” e “leão”)
originariamente aparecia no final das duas linhas da resposta dos amigos e
era a chave para o enigma, v. 19. Ascalom-, uma das cinco capitais dos
filisteus. Esse ataque, impelido pela terceira capacitação de Javé, é o
ápice da história, v. 20. a mulher [...] foi dada-, prepara o cenário
para a segunda libertação (cap. 15).
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JUÍZES
CAPÍTULO 13 - Comentário Bíblico Wesleyana
SANSÃO
( Jz. 13: 1-16: 31 )
O historiador, tendo dado conta da opressão amonita, no lado leste do rio Jordão,
e libertação de Jefté, volta-se para a conta da opressão dos filisteus, no lado
oeste do rio, e resistência de Sansão ( 13: 1 ; cf. 10:
6 , 7 ). "Jeová os entregou na mão dos filisteus por
40 anos" ( 13: 1 ). "Esses 40 anos durou pelo menos
até a segunda batalha de Ebenézer ( 1 Sam. 7:. 10 e ss ) ... "A
conta de Sansão se estende por um período de, pelo menos, vinte anos
( 15:20 ). Aparentemente, Sansão e Samuel foram contemporâneos,
com Samson sendo o mais velho. Sansão não nasceu até a opressão dos filisteus
foi aflige a terra, e ele estava a ter um papel significativo como
juiz. "Ele deve começar a salvar Israel da mão dos filisteus"
( 13: 5 ). Isso o colocaria no mesmo período, como
Samuel. Além disso, a vida de ambos os homens estava envolta na crise
resultante da opressão dos filisteus.
Sansão era da tribo de Dã e da aldeia de Zorá, localizado no Shephelah cerca de
14 milhas a oeste de Jerusalém. Sua história de vida, desde o nascimento
até a morte é contada no livro de Juízes, abordados com mais detalhes do que
qualquer dos outros juízes.
A. circunstâncias do nascimento de Sansão ( 13: 1-25 )
1 E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do
Senhor; e o Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
2 E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era
Manoá; e sua mulher era estéril, e não nua. 3 E o anjo do
Senhor apareceu à mulher e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca
não; . mas tu conceberás e terás um filho de 4 Agora pois,
toma cuidado, peço-te, e não beberá vinho nem bebida forte, e não comas coisa
alguma impura: 5 Porque eis que tu conceberás e terás um
filho; e não passará navalha sobre a sua cabeça; para o menino será
nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos
filisteus. 6 Então a mulher entrou, e falou a seu marido,
dizendo: Um homem de Deus veio a mim, e sua semblante era como o rosto de um
anjo de Deus, em extremo terrível; e não lhe perguntei de onde era, nem
ele me disse o seu nome:7 , mas ele disse-me: Eis que tu conceberás
e terás um filho; e agora não beberá vinho nem bebida forte, e não comas
coisa alguma impura; para o menino será nazireu de Deus, desde o ventre
até ao dia da sua morte.
8 Então Manoá orou ao Senhor, e disse: Oh, Senhor, peço-te que o
homem de Deus, que enviaste venha novamente a nós, e nos ensine o que devemos
fazer ao menino que há de nascer. 9 Deus ouviu a voz de
Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez à mulher, e ela estava no campo,
mas seu marido Manoá não estava com ela. 10 E a mulher se
apressou, e correu, e falou a seu marido, e disse-lhe: Eis que o homem ele
apareceu a mim, que veio a mim o outro dia. 11 Então
Manoá se levantou e seguiu a sua mulher, e veio para o homem, e disse-lhe: És
tu o homem que falou a esta mulher? E ele disse, eu
sou. 12 E disse Manoá, agora as tuas palavras vir a passar:
qual será a ordem da criança, e como ? vamos
fazer-lhe: 13 E o anjo do Senhor a Manoá: De tudo o que Eu
disse à mulher guardará ela. 14 Ela não pode comer de tudo o
que vem da videira, nem a deixar beber vinho, nem bebida forte, nem comas coisa
alguma impura; tudo o que eu ordenei a ela deixá-la observar.
15 E disse Manoá ao anjo do Senhor, peço-te, vamos deter-te, para
que possamos fazer preparou um cabrito para ti. 16 E o anjo do
Senhor a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se
fizeres aprontar um holocausto, tu deves oferecê-lo ao Senhor. Pois Manoá
não sabia que ele era o anjo do Senhor. 17 E disse Manoá ao
anjo do Senhor: Qual é o teu nome, para que, quando as tuas palavras virem a
passar, podemos fazer-te honrar? 18 E o anjo do Senhor disse-
lhe: Por que me perguntas a meu nome, visto que é
maravilhoso? 19 Então Manoá tomou um cabrito com a oferta de
cereais, e ofereceu sobre a pedra ao Senhor; e o anjo fez
maravilhosamente; e Manoá e sua mulher o
observavam. 20 Pois sucedeu que, quando a chama subiu para o
céu a partir do altar, que o anjo do Senhor subiu na chama do altar; e Manoá e
sua mulher o observavam; e caíram sobre os seus rostos em terra.
21 Mas o anjo do Senhor não mais apareceu a Manoá, nem a sua
esposa. Então compreendeu Manoá que era o anjo do
Senhor. 22 E disse Manoá à sua mulher, Certamente morreremos,
porquanto temos visto a Deus. 23 Mas a sua mulher lhe disse: Se
o Senhor nos quisera matar, ele não teria recebeu um holocausto e uma oferta de
cereais no nosso lado, nem nos teria mostrado todas estas coisas, nem neste
momento ter dito tais coisas como essas. 24 E a mulher deu à
luz um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o
abençoou. 25 E o Espírito do Senhor começou a movê-lo em
Maané-Dã, entre Zorá e Estaol.
A história de Sansão é aberto com a visita de um anjo do Senhor para
a esposa de Manoá, da tribo de Dã. Este homem e mulher não tinha filhos,
mas o anjo anunciou que a mulher era dar à luz um filho e o menino será
nazireu de Deus ... (v. 5 ). A palavra NAZIREU refere-se
a "aquele que é separado, dedicado ao Senhor."
Um dos aspectos didáticos relacionados com a narrativa do nascimento de Sansão
tem a ver com a responsabilidade de seus pais. Desde que a criança era
para ser um Nazireu, o anjo do Senhor instruiu a esposa de Manoá para criá-lo
da maneira Nazireu (v. 4). Um filho dedicado precisa de pais
dedicados tanto como uma herança e como um exemplo. Um pai deve isso ao
seu filho.
Além disso, após ouvir o relato da esposa da visitação pelo anjo do Senhor,
Manoá orou: Deixe o homem de Deus ... ensina-nos o que devemos fazer ao
menino que há de nascer (v. 8 ).
Apesar do fato de que Sansão não medir até o ideal de uma pessoa dedicada, um
fator decisivo ao longo de sua vida é que ele era um filho da promessa, que foi
criado em meio a influências de justiça por parte dos pais
devotos. Herança ancestral de Sansão está em contraste com a de Jefté de
Gad.
Manoá, sem saber que a pessoa que anunciou o nascimento de Sansão era o anjo do
Senhor, ofereceu-se para preparar uma refeição para o visitante. Não até
que o mensageiro misteriosamente subiu na chama de um holocausto ele convidou
Manoá fazer se a realização vir a Manoá, pois vimos a
Deus (v. 22 ).
O medo tomou conta Manoá como disse a sua esposa, Certamente morreremos,
porquanto temos visto a Deus (v. 22 ). No entanto, sua
esposa teve a percepção mais clara do significado do que estava
acontecendo. Ela protestou com o marido, Se o Senhor nos quisera
matar, ele não ... neste momento nos disseram coisas como
estas (v. 22 ). Há pessoas que, como Manoá, temem que Deus
colocou-os para longe dele. Eles também precisam de incentivo da esposa de
Manoá. Eles precisam ver diante de si a tarefa dada por Deus. Ele
dissipa a ilusão de que Deus os abandonou. Se houver uma chamada para o
serviço, não é o corolário da presença divina.
E a mulher deu à luz um filho, a quem pôs o nome de
Sansão (v. 24 ). O anjo do Senhor havia prometido Manoá e
sua esposa que seu filho iria começar a salvar
Israel (v. 5 ). Enquanto Sansão crescia, o Senhor
abençoou. E o Espírito do Senhor começou a movê-lo
... (vv. 24 , 25 ). A promessa e cumprimento
relacionados especificamente a entregar Israel dos filisteus. Quando o
Espírito do Senhor veio sobre Sansão e começou a se mover, ele foi impelido a
tomar medidas contra os filisteus. O seguinte episódio da vida de Sansão
era essencialmente um esforço de sua parte para provocar a hostilidade dos filisteus.
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JUÍZES
CAPÍTULO 14 - Comentário Bíblico Wesleyana
B. A MULHER
DE Timna ( 14: 1-15: 8 )
1 Desceu Sansão a Timna, e viu uma mulher em Timna, das filhas dos
filisteus. 2 E ele veio para cima, e disse a seu pai e sua mãe,
e disse: Vi uma mulher em Timna, das filhas do filisteus; agora, pois, tomai-ma
por mulher. 3 seu pai e sua mãe lhe disseram: Existe nunca uma mulher
entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás
tomar mulher dos incircuncisos filisteus? E disse Sansão a seu pai,
Levá-la para mim; para ela muito me agrada. 4 Mas seu pai
e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor; que buscava ocasião contra
os filisteus. Agora, nesse momento os filisteus dominavam sobre Israel.
5 Desceu, pois, e seu pai e sua mãe, a Timna, e chegando às vinhas
de Timna, e eis que, um jovem leão rugiu contra ele. 6 E o
Espírito do Senhor se apossou dele, e ele lhe alugar como ele teria um
cabrito; e ele não tinha nada em sua mão, mas ele não disse a seu pai ou a
sua mãe o que tinha feito. 7 E desceu, e falou com a
mulher; e ela muito lhe agradou. 8 E depois de um tempo
ele voltou a tomá-la; E virou-se para ver o corpo do leão: e eis que havia
um enxame de abelhas no corpo do leão, e mel. 9 E tomou-o nas
mãos, foi andando e comendo dele; e ele foi para seu pai e mãe, e
deu-lhes, e eles comeram; porém não lhes disse que havia tirado o mel do corpo
do leão.
10 E seu pai, desceram às da mulher; e Sansão fez ali um
banquete; . porque assim os jovens a fazer 11 . E
aconteceu que, quando o viram, trouxeram trinta companheiros para estarem com
ele 12 Sansão lhes disse: Deixa-me propõe um enigma até você:
se vos pode declarar-se em mim nos sete dias da festa, e encontrá-lo para fora,
então eu vos darei trinta túnicas de linho e trinta
mantos; 13 mas se não puderes, então vós me dareis trinta
vestes de linho e trinta mudas de roupa. E eles disseram-lhe: Põe o teu
enigma, para que possamos ouvi-lo. 14 E disse-lhes:
Do que come saiu comida,
E do forte saiu doçura.
E em três dias não conseguia decifrar o enigma.
15 E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansão:
Persuade teu marido, que ele pode declarar-nos o enigma, para que não queimemos
ti e à casa de teu pai com fogo: tendes nos chamou para nos
empobrecer? não é assim? 16 E a mulher de Sansão
chorou diante dele, e disse: Tu fazes mas me odeiam, e amas: Não me tens propõe
um enigma aos filhos do meu povo, e não mo declaraste a mim. E ele
disse-lhe: Eis que eu não disse a meu pai nem minha mãe, e eu
digo-te? 17 E chorou diante dele os sete dias em que celebravam
as bodas e aconteceu no sétimo dia, que ele disse a ela, porque ela o
pressionava ferida; então ela declarou o enigma aos filhos do seu
povo. 18 E os homens da cidade lhe disseram: no sétimo dia
antes de o sol se punha, que é mais doce que o mel? E o que é mais forte
do que o leão? E ele disse-lhes:
Se vós não tivésseis lavrado com a minha novilha,
Ye não tinha descoberto o meu enigma.
19 E o Espírito do Senhor se apossou dele, e ele desceu para
Ashkelon, e feriu trinta dos seus homens, e tomou as suas roupas, e deu as
mudas de roupa aos que declararam o enigma. E se em ira, e ele
foi até a casa de seu pai. 20 E a mulher de Sansão foi dada ao
seu companheiro, a quem ele havia usado como seu amigo.
1 Mas aconteceu que depois de um tempo, no tempo da colheita do
trigo, Sansão visitou a sua mulher com uma criança; e ele disse, eu irei
para a minha esposa para a câmara. . Mas o pai dela não o deixou ir
em 2 e seu pai disse: Eu, na verdade pensei que tinhas
absolutamente odiava; por isso a dei ao teu companheiro: não é sua irmã
mais nova formosa do que ela? levá-la, peço-te, em vez
dela. 3 Então Sansão lhes disse: Desta vez eu serei irrepreensível
no que diz respeito dos filisteus, quando lhes fizer algum
mal. 4 E Sansão foi, apanhou trezentas raposas, e, tomando
tochas e virou cauda a cauda, e lhes pôs uma tocha no meio de cada duas
caudas. 5 E quando ele tinha definido as marcas no fogo, ele
deixá-los entrar na seara dos filisteus, e consumiu tanto os choques e o em pé
de grãos, e os olivais. 6 Então os filisteus: Quem fez
isto? E eles disseram: Sansão, o filho-de-lei do timnita, porque ele tomou
a sua mulher, e deu a seu companheiro. E os filisteus, e queimaram a ela e
ao pai com o fogo. 7 Sansão disse-lhes: Se vós fizerdes desta
maneira, com certeza eu vou ser vingado de vós, e depois que eu
cessará. 8 E feriu-quadril e coxa com grande matança, e ele
desceu, e habitou na fenda da rocha de Etã.
É significativo que a história de Sansão é aberta com a declaração: "E os
filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor; e o
Senhor os entregou na mão dos filisteus por 40 anos "( 13:
1 ). Nós não ouvir nenhum grito de socorro de Israel por causa dessa
opressão. Em vez disso, coexistência foi o tema popular. "fontes
bíblicas e vestígios arqueológicos estão de acordo em que exibe um período de
entrelaçamento entre israelitas e filisteus. ... Estes dois povos viveram lado
a lado sem muita dificuldade. Mesmo que o pai de Sansão desaprovou desejo
de Sansão para se casar com a mulher de Timna (v. 3 ), ele não
impediu o casamento. "Os episódios Samson refletem uma situação
instável quando ainda não havia uma guerra aberta entre os dois povos."
À luz destes fundos, é necessário perceber que Israel aparentemente foi apático
para Sansão. Mesmo que o Espírito do Senhor estava sobre ele com o
objetivo de entregar Israel dos filisteus, coexistência, em vez de libertação
era o desejo popular.
Embora houvesse irregularidades graves no comportamento de Sansão o Nazireu,
parece que ele era um homem à frente do seu tempo e, consequentemente,
indesejável. Mudou-se para libertar Israel, mas Israel não se
impressionou. Não até que as crises graves relacionados com a primeira
batalha em Ebenézer fez Israel sacudir sua apatia e buscar a libertação
(cf. 1 Sam. 4 ).
Tudo isso é para oferecer alguma luz sobre as estranhas circunstâncias que
cercam primeiro romance e casamento de Sansão. Quando o Espírito do Senhor
estava começando a se mexer Samson a avançar contra os filisteus, ele viu uma
mulher filisteia em Timna que serviria aos seus propósitos. Este estranho
complexo é revelado pelo historiador da seguinte maneira. Samson disse a
seu pai, Levá-la para mim; para ela muito me agrada. Mas seu pai e
mãe não sabiam que isto vinha do Senhor; que buscava ocasião contra os
filisteus (v. 3 , 4 ).
Contra a vontade de seus pais, Samson persistiu em seu desejo de se casar com a
mulher de Timna. No entanto, esta persistência envolveu mais do que o amor
de um homem por uma mulher; foi também uma ocasião para provocar os
filisteus para abrir hostilidade. Tal desenvolvimento, supostamente, iria
reunir Israel por trás do vestido libertador do Espírito. No entanto, não
houve tal resposta por parte de Israel.
Líderes enfrentam continuamente esta dificuldade. Alguns que poderia ter
feito uma grande contribuição para a humanidade nunca têm a oportunidade,
porque eles parecem ter sido fora de sintonia com os seus contemporâneos e os
tempos em que viviam. Outros, menos capazes de contribuir para o bem-estar da
humanidade, aparecer no momento oportuno e lugar e realizar boa
fenomenal. Samson nunca foi capaz de reunir um exército e despertar as
pessoas.
O casamento de Samson revela uma relação tensa na casa de Manoá. Era
costume dos pais para organizar o casamento de seus filhos, mas parece que os
pais de Sansão não providenciar sua. Eles procuraram cumprir as diretivas
divinas na criação deste filho da promessa, o seu único filho. Sua
persistência em um casamento de que não aprovava foi extremamente difícil para
eles, e mais ainda, uma vez que não podia perceber qualquer atividade do Senhor
nele.
O casamento de Sansão não estava em nenhum sentido com1. Não só ele o
organizar a si mesmo e selecione filisteus como atendentes, mas a noiva
manteve-se em casa dos pais e foi visitado por Samson.
Assassinato de um jovem leão no caminho para o casamento de Sansão lhe
proporcionou um enigma para os convidados na festa de casamento. Um prêmio
foi prometido se o enigma foi resolvido durante esse período de sete dias.
Através de ameaças feitas a noiva de Sansão, os homens descobriram a resposta,
mas eles esperaram para dar-lhe até que o sol estava se pondo no sétimo dia
(v. 18 ). Esta parece ser uma conspiração por parte desses
filisteus para humilhar e urtiga Samson pouco antes de ele entrou na
privacidade da noite de núpcias.
Sansão, que tinha procurado para provocar os filisteus, encontrou-se com tanta
raiva que ele nunca consumado totalmente o casamento
(v. 19 ). Em vez disso, depois de ter feito o pagamento adequado
para a aposta que tinha feito, ele foi para casa para seus pais. Sua
partida raiva exigiu uma ação direta por parte dos pais da noiva para salvá-la
de grande humilhação. E a mulher de Sansão foi dada ao seu companheiro,
que lhe servira de seu amigo (v. 20 ). Aparentemente, ela
foi dada para o melhor homem.
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SANSÃO -
Dicionário Champlin - CPAD
1. Nome. No hebraico, homem do sol (shimshon,
literalmente, “pequeno sol”), mas alguns dão o significado de “distinto”
ou “forte”.
2. Família. Foi o filho de Manoá, membro da tribo de Dã.
Seu nascimento foi previsto por um anjo do Senhor, pois, de forma
violenta, ele devia cumprir a missão de aliviar a opressão de Israel
pelos filisteus.
3. Observações pessoais. Em Timna, ele se interessou
pela filha de um filisteu e com ela casou apesar dos protestos de
seus parentes. Quando de sua primeira visita para ver a jovem
mulher, um leão o interceptou, mas isso não foi problema, pois
aquele gigante não teve nenhum problema para matar o animal. Na
festa de casamento, ele propôs uma charada, que fazia parte do
entretenimento na ocasião. Prometeu roupas àqueles que conseguissem resolver
o quebra-cabeças. Ninguém conseguiu, mas, pressionando a esposa de Sansão, a
resposta apareceu. Em uma fúria para conseguir as roupas, ele foi a
Asquelom, matou 30 filisteus e levou suas roupas para dar aos falsos
solucionadores de charadas. O casamento logo fracassou: sua mulher foi
dada a outro e ele voltou à casa de seu pai (Juí. 14.1-20).
O homem era uma máquina de matar. Para se vingar de sua mulher, seu sogro e
os filisteus de modo geral, ele prendeu 300 chacais, amarrou seus rabos e
os enviou aos campos, o que destruiu as colheitas. Os filisteus ficaram
furiosos e mataram a mulher de Sansão e seu sogro. A máquina de matar
respondeu com outro grande massacre de filisteus (Juí. 15.1-80).
4. A promessa do nazireado, que exigia cabelos longos,
sem cortes, existia desde o nascimento de Sansão, mas, ao longo de
sua vida, encontramos muitas infrações dessa condição. Ver Núm. 6.221,
para detalhes sobre esta promessa. Ver ainda Nazireado, Voto do, na
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia e neste Dicionário. O homem
que não cumprisse suas promessas religiosas tinha uma vida cheia de
reversões e violência, e acabava morrendo prematuramente, algo muito temido
pelos hebreus.
5. Outras adversidades. Ou Sansão estava atrás dos
filisteus, ou os filisteus estavam atrás dele. Vingança é o nome do jogo.
Após o incidente dos chacais, seu próprio povo o prendeu (por
considerá-lo um encrenqueiro) e o entregou ao seu inimigo. Sansão foi
amarrado com duas cordas e imobilizado. Eles concordaram em não o matar com as
próprias mãos e levaram-no a Lei (Lehi, que significa queixo). Ali os
filisteus o receberam e pretendiam divertir-se ao torturá-lo e matá-lo.
Mas quando Sansão ouviu os gritos de triunfo, sua força repentinamente
anormal reapareceu. Ele rompeu as cordas, agarrou o queixo de um asno e
imediatamente matou mil filisteus. Acabou-se a história de amarrar o homem
com cordas! (Juí. 15.9-20).
6. Sentindo-se razoavelmente bem, ele foi a Gaza e ali viu
uma linda jovem, uma prostituta, e manteve relações com ela. Os habitantes
da cidade fecharam os portões e o confinaram na cidade, planejando matá-lo no
dia seguinte. Pela manhã, a máquina de matar deixou a casa onde passara a
noite com a mulher e viu os portões trancados. Imediatamente quebrou as
travas e levou consigo toda a estrutura do portão até o topo de uns morros
das redondezas. Acabou-se a história de confinar o homem com portões! (Juí.
16.1.3.). Isso ocorreu por volta de 1070 A. C.
Meus amigos, estou relatando apenas parte da história, pois contá-la toda
seria assustador. O homem andava por aí como Zeus encarnado e fazia o que
queria com homens, o que, de modo geral, significava matá-los exatamente como
fazia Zeus.
7. A perversa Dalila. O homem que nenhum homem pôde
conquistar foi derrubado por uma mulher, uma história tão antiga quanto o
próprio mundo. Após várias tentativas, aquela temível mulher foi capaz de
arrancar de Sansão o “segredo” de sua força. Nenhum homem poderia ser tão
forte quanto ele sem algum tipo de segredo. A promessa havia sido feita a
Yahweh, e seus longos cabelos eram o sinal do pacto. Se seus cabelos
fossem cortados, Sansão seria reduzido à normalidade. Os filisteus conseguiram
cortar-lhe os cabelos e prendê-lo, depois o cegaram e o forçaram a moer
grãos (como um animal) no moinho giratório de uma prisão. Mas seu cabelo
voltou a crescer e nenhum filisteu percebeu o perigo que se aproximava.
Em uma ocasião especial, para honrar o deus-chefe Dagom, os
filisteus trouxeram Sansão para fazer parte da diversão no festival. A
festa estava sendo realizada entre dois pilares que sustentavam a
casa. Após uma rápida oração a Yahweh, Sansão agarrou os pilares,
derrubou-os e, com eles, a casa toda, matando a si mesmo e a três
mil filisteus. Assim, com sua morte, Sansão matou mais inimigos do que havia
matado durante toda a sua vida, o que foi uma realização e tanto (Juí.
16).
8. Historicidade. Os críticos consideram essa história um
folclore romântico e dramático, um tipo de romance antigo. Outros acham
que tudo isso foi verdade, pondo e tirando alguns detalhes. Outros ainda estão
certos de que apenas metade da temível história foi contada, pois ela é
assustadora demais para ser exposta. De qualquer forma, dizem que o homem
“julgou Israel” por vinte anos (Juí. 16.28-31), embora a história sobre
Sansão nada aponte nessa direção, mais interessada em discursar sobre
a incrível máquina de matar. Suponho que Sansão nada tenha feito para
julgar. Ele estava ocupado demais entrando e saindo de encrencas.
9, Caráter. Não há muito que falar sobre o “caráter” de um homem como
Sansão. Ele era um homem de ação, não de pensamento, exceto quando usou sua
inteligência para ajudá-lo a realizar seus planos destrutivos. Por outro
lado, Sansão teve vários encontros próximos com Yahweh, e o Deus de Israel nunca
o desapontou. O segredo de sua força foi a associação com Yahweh, não seus
cabelos, que eram apenas um símbolo. Sansão foi o nazireado, o homem de
extraordinária força sobrenatural, a qual ele recebeu como uma dádiva de
Deus para cumprir uma missão específica. Ele cometeu muitos erros e tomou
más decisões, mas ainda assim conseguiu realizar o trabalho, e talvez essa
seja uma boa descrição da maioria de nós. Sua história é contada em Juí.
13-16. Ele foi o Hércules dos hebreus. Verdadeiramente, como disse
Hércules, se pudesse ter encontrado um lugar para se posicionar, ele teria sido
capaz de mover o mundo todo.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA NA
ÍNTEGRA
Escrita
Lição 6, CPAD, Pais Zelosos e Filhos Rebeldes, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
TEXTO
ÁUREO
“Vós,
filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao
Senhor.” (Cl 3.20)
VERDADE
PRÁTICA
O modo de
criar e educar tem impacto no comportamento de nossos filhos no mundo, mas não
anula a responsabilidade individual das escolhas deles.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda –
Cl 3.21; Ef 6.4 O papel dos pais na educação dos filhos
Terça – 2
Tm 3.16,17 A Bíblia como fundamento da educação dos filhos
Quarta – 1
Sm 15.22,23 A obediência como virtude dos filhos
Quinta – 2
Co 12.14 A responsabilidade dos pais para com os filhos
Sexta - 1
Pe 5.8 É preciso ser sóbrio e vigilante contra as armadilhas do Diabo
Sábado – Nm
6.13-21 Uma descrição do nazireado
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Juízes 13.1-7,24; 14.1-3
Juízes 13
1 – E os
filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, e o
Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos. 2 – E havia um homem
de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher era estéril e não
tinha filhos. 3 – E o Anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: Eis
que, agora, é estéril e nunca tens concebido; porém conceberás e terás um
filho. 4 – Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho ou bebida forte, nem comas
coisa imunda. 5 – Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja
cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o
ventre e ele começará a livrar Israel da mão dos filisteus. 6 – Então a mulher
entrou e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja vista
de um anjo de Deus, terribilíssima; e não lhe perguntei de onde era, nem ele me
disse o seu nome. 7 – Porém disse-me: Eis que conceberás e terás um filho,
agora, pois, não bebas vinho nem bebida forte e não comas coisa imunda; porque
o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até o dia da sua morte.
24 –
Depois, teve esta mulher um filho e chamou o seu nome Sansão; e o menino
cresceu e o Senhor o abençoou.
Juízes 14
1 – E
desceu Sansão a Timna; e vendo em Timna a uma mulher das filhas dos filisteus,
2 – subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna,
das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. 3 – Porém, seu pai
e sua mãe lhe disseram: Não há porventura, mulher entre as filhas de teus
irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus,
daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Tomai-me esta, porque ela
agrada aos meus olhos.
HINOS
SUGERIDOS: 225, 256, 354 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE
- Instrução
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A história
da família de Sansão se dá num contexto de pressão social, escassez e
sofrimento impostos pelos filisteus sobre os israelitas, por volta do século XI
a.C. O filho de Manoá nasceu por um desígnio de Deus no tempo dos juízes, sendo
o 12º e o último juiz em Israel. Apesar de ele ter nascido para cumprir um
desígnio divino, na defesa de Israel, tinha um temperamento irascível e rebelde.
É possível constatar isso ao longo de sua vida pessoal de acordo com a Bíblia.
Na presente lição, veremos que os pais de Sansão foram zelosos em sua educação,
mas seu filho tornou-se rebelde.
I – OS PAIS
DE SANSÃO
1. Uma
situação espiritualmente deplorável. O capítulo 13 de Juízes mostra que “os
filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor” (v.1).
Por isso, Deus entregou Israel na mão dos filisteus por 40 anos (Jz 13.1). Era
um contexto em que o povo vivia na prática do pecado, onde poucas famílias
temiam a Deus e procuravam guardar seus mandamentos. Entretanto, havia um casal
fiel ao Eterno, que recebeu uma visita do Anjo do Senhor.
2. A mulher
agraciada. O casal era formado por um homem chamado Manuá, da tribo de Dã, e
sua esposa, que era estéril (Jz 13.2). Foi para essa mulher que o Anjo do
Senhor apareceu, dizendo: “Eis que, agora, és estéril e nunca tens concebido;
porém conceberás e terás um filho” (Jz 13.3). Dessa forma, a mulher de Manoá
surge no cenário do livro de Juízes, escolhida pelo Senhor para ser mãe do
“remidor de Israel”. Sua história é semelhante à de Sara, Rebeca e Ana, que
tiveram a esterilidade revertida para gerar vidas que desempenhariam uma função
importante para a glória de Deus. Sob uma fé inabalável, a mulher de Manoá,
devido ao favor gracioso de Deus, geraria um filho que libertaria o povo judeu
do jugo dos filisteus.
3.
Recebendo orientações divinas. O Anjo do Senhor deu orientações bem precisas a
respeito da criança que iria nascer. Isso porque Sansão seria um nazireu desde
o ventre materno (Jz 13.5), ou seja, ele seria um homem separado e consagrado
para cumprir um desígnio de Deus (Nm 6.13-21). Cabia aos seus pais ensiná-lo e
orientá-lo quanto aos requisitos do nazireado. Sansão não poderia beber vinho
ou qualquer outra bebida considerada forte; não poderia comer coisa considerada
imunda (Jz 13.4); não poderia ter os cabelos cortados e, finalmente, não poderia
tocar em cadáver ou quaisquer outras coisas que representassem uma quebra de
voto de nazireu.
II – O
NASCIMENTO DE SANSÃO E SUA FORMAÇÃO
1. O
nascimento e desenvolvimento de Sansão. Conforme a promessa, Sansão nasceu de
uma mulher estéril. Ele cresceu debaixo da bênção do Senhor (Jz 13.24). Tanto
era assim, que o Espírito Santo o dirigia para o campo de Dã (Jz 13.25). Não
havia dúvida de que a vida de Sansão estava sob a vontade soberana de Deus. Ela
foi proveniente de um grande milagre executado pelo Altíssimo na vida de sua
mãe.
2. A
família de Sansão. O menino Sansão, no plano terreno, estava sob a
responsabilidade de seus pais. Embora o texto bíblico não traga muitos detalhes
do relacionamento dos pais de Sansão, podemos inferir que Manoá e sua esposa
tinham uma vida conjugal de confiança e profunda piedade: a) a esposa de Manoá
compartilhou diretamente com ele a respeito do Anjo; b) Manoá orou
insistentemente pedindo orientação de como criar a criança; c) os dois estavam
juntos e contemplaram a visão do anjo subindo em meio às chamas do
altar (Jz 13.6,8,9,11,20). Nesse aspecto, podemos perceber que o
relacionamento entre esposo e esposa tem impacto direto na formação dos filhos.
Certamente, Sansão cresceu em um lar cuja relação baseava-se em amor, comunhão
e piedade a Deus.
3. A
formação de Sansão. Pela citação da trajetória de fé de seus pais, podemos
inferir que Manoá e sua esposa criaram Sansão de acordo com as orientações
recebidas pelo Anjo do Senhor. Na vida adulta, podemos ver que Sansão observava
o protocolo do nazireado (Nm 6.1-7), vindo a violá-lo progressivamente mais
tarde. Mas seus pais fizeram a parte deles, educando-o segundo a orientação
divina recebida. Além disso, eles cumpriam os papéis esperados de pais para
aquele contexto. Infelizmente, veremos que Sansão teve fraqueza de caráter e
não honrou o voto de nazireu para com o Senhor. O que mostra que há pais
zelosos que ensinam seus filhos no caminho em que devem andar, mas,
infelizmente, algumas vezes, os filhos escolhem o caminho oposto. Por isso, a
partir de uma certa idade, a responsabilidade diante de Deus é individual (Ez
18.20; Rm 2.6). Outrossim, por exemplo, Caim e Abel tiveram a mesma formação,
mas comportamentos completamente distintos (Gn 4.1-5).
III – A
FRAQUEZA DE CARÁTER DE SANSÃO
1. Sansão
subestimou o poder do inimigo. Sansão sabia da unção que estava sobre a sua
vida para vencer seus inimigos. Certa feita, ele foi cercado por mais de mil
soldados filisteus armados, mas Sansão os matou com uma queixada de jumento (Jz
15.15,16). Entre muitas proezas, ele encontrou um leão nas vinhas de Timna, o
qual rasgou-o como quem rasga um cabrito porque o Espírito do Senhor veio sobre
o juiz de Israel para matar esse filho de leão (Jz 14.5,6). Assim, Sansão foi
acostumando-se com a vitória sobre os inimigos até que mais tarde ele seria
vítima dessa subestimação (Jz 16.18-22). Não por acaso, o apóstolo Pedro alerta
a igreja a respeito das artimanhas do Diabo: “Sede sóbrios, vigiai, porque o
diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem
possa tragar” (1 Pe 5.8). Infelizmente, muitos filhos subestimam as
circunstâncias que rondam suas vidas e ignoram a experiência dos pais.
2. A
presunção de Sansão. Visto que o Espírito do Senhor o capacitou a realizar
grandes proezas que o homem comum não realizaria, Sansão não percebeu que tinha
um terrível inimigo: o seu próprio ego. Este o levou a subestimar a presença de
Deus em sua vida. Sua força vinha de Deus, mas ele agia como se viesse dele
mesmo e, por causa disso, passou a anular a glória de Deus. Sua atitude rebelde
e presunçosa o levou a não dar o primeiro lugar para o Senhor, passando a
buscar o prazer, a ociosidade e a luxúria (Jz 14.1; Jz 16.1). É muito triste
quando os filhos não conseguem mais ver a benevolência do Senhor. Todavia, os
pais devem continuar fiéis a Ele, sendo como faróis que encorajam os filhos
rebeldes a se reconciliarem com Deus (Lc 15.11-32).
3.
Manipulando o poder de Deus e brincando com o pecado. Em Juízes 16.16-18, a
Bíblia descreve como Sansão tratava as coisas espirituais. Ele entrou num
terreno perigoso, “brincando” com a coisa santa. Ele obteve uma ideia falsa do
poder de Deus. Iludido, pensava que poderia viver de qualquer maneira, pois
estava certo de que o poder divino não lhe faltaria. Geralmente quem brinca com
as coisas espirituais também passa a brincar com o pecado (Jz 16.1). Ele
afrontou os conselhos de seus pais para se envolver com uma mulher estrangeira
(Jz 16.4). Deixou-se dominar pelas paixões carnais e passageiras. Infelizmente,
alguns filhos de nossos arraiais passam a fazer as mesmas escolhas de Sansão.
Nesse caso, os pais devem fazer o que se espera que eles façam: Educar os
filhos no caminho do Senhor (Pv 22.6). Entretanto, saiba que as escolhas de
seus filhos serão de inteira responsabilidade deles, quer para justificá-los
quer para condená-los (Ec 11.9).
CONCLUSÃO
A presente
lição não teve o objetivo de explorar toda a história de Sansão, mas de
enfatizar a sua chamada divina, sua formação e o desvio de caráter. Vimos que,
muitas vezes, os pais são zelosos em criar seus filhos no caminho do Senhor,
mas, infelizmente, quando alguns deles atingem certa idade, passam a ser
rebeldes contra o Senhor e os próprios pais. Nosso propósito é que os pais
continuem a ser faróis como luzeiros que revelam aos filhos rebeldes o quanto
equivocados espiritualmente eles estão; orando sempre, para que eles voltem ao
caminho de justiça do Deus Altíssimo.
PLANO DE
AULA
1.
INTRODUÇÃO
Nesta lição
vamos estudar a criação de Sansão a fim de extrair importantes lições sobre a
educação dos filhos. Embora vivessem num período de desvio espiritual coletivo
e de décadas de jugo, Manoá e sua esposa seguiram as orientações do Anjo do
Senhor com zelo e temor. Assim, Sansão nasceu e cresceu nazireu, sendo muito
abençoado por Deus. Contudo, como sabemos, a despeito do comprometimento de
seus pais em criá-lo nos caminhos do Senhor para cumprir a importante missão de
libertar o seu povo, Sansão usou seu livre-arbítrio para quebrar alguns desses
ensinos.
Ao longo
desta aula, vamos compreender que, a nossa fidelidade a Deus, ainda que seja
valiosa como exemplo aos nossos filhos, não é hereditária e nem compulsória.
Como pais, temos a responsabilidade de semear a Palavra do Senhor, ensinando
aos nossos filhos no caminho que se deve andar (Cf. Pv 22.6). Contudo, cientes
de que a consequência dessa criação foge ao nosso controle, ela não escapa da soberania
do Todo-Poderoso. Não obstante, o último juiz de Israel ter feito más escolhas,
por fim, houve um quebrantamento e retorno às preciosas lições deixadas por
seus pais, cumprindo assim o desígnio divino.
2.
APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A)
Objetivos da Lição: I) Apresentar o contexto pecaminoso de Israel e a
fidelidade dos pais de Sansão ao Senhor; II) Identificar o comprometimento dos
pais de Sansão com a sua formação moral e espiritual sob a bênção divina; III)
Conscientizar de que a conduta falha de Sansão na vida adulta, assim como as
suas consequências, foi de responsabilidade pessoal e intrasferível, fruto de
seu livre-arbítrio, nem sempre seguindo a educação recebida.
B)
Motivação: Vivemos sob uma cultura de banalização da culpa parental, como se o
desenvolvimento do caráter de um ser humano dependesse única e exclusivamente
de sua criação. Como se equilibrar entre a missão divina de criar filhos nos
caminhos de Deus e o excesso de informações, desafios culturais, diferentes
perspectivas de educação e tudo mais que influencia na formação ética dos
nossos filhos? Como não desanimar diante da imprevisibilidade de nosso empenho
e esforços na criação deles? Por meio deste estudo, vamos refletir sobre essas
importantes questões.
C) Sugestão
de Método: Peça que todos em classe fiquem em silêncio por um momento e
lembrem-se de si mesmos mais jovens, por volta da adolescência, por exemplo. Em
seguida, peça que também se recordem de seus pais ou responsáveis nesse
período: O que mais os recomendavam, um exemplo, lição ou lembrança marcante
com eles. Por fim, peça que lembrem de algo que só vieram a compreender após a
vida adulta ou mesmo após terem filhos. Encerre esse momento com uma singela
oração, pedindo que o Espírito Santo dê a cada um a sabedoria necessária para
fazer o melhor por seus filhos, não desanimando diante das escolhas infelizes
de alguns deles. Reforce que, sob o nosso controle está apenas a decisão sobre
o que ensinar enquanto eles estiverem vivendo a menoridade. Já o que farão com
tal ensino na vida adulta é de responsabilidade deles, primeiramente, diante de
Deus e, depois, diante dos homens.
3.
CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A)
Aplicação: Ao final do último tópico, reforce a importância de ensinarmos a
Palavra de Deus aos nossos filhos, sobretudo, praticando-a na intimidade do
lar. Estimule-os a crerem na força da poderosa Mensagem do Evangelho e de seus
exemplos transmitidos na criação de seus filhos. Conforte aos que não tiveram a
oportunidade de conhecer o Senhor antes e aos que sentem que é tarde demais para
os seus filhos, lembrando-os de que a oração, paciência e amor operam milagres
em Cristo (Cf. 1 Co 13.13; Tg 5.16).
4. SUBSÍDIO
AO PROFESSOR
A) Revista
Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens,
artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição
93, p. 39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios
Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na
preparação de sua aula: 1) O texto “A criação de Sansão”, localizado ao final
do segundo tópico, endossa que, a despeito das preocupações de Manoá e de sua
esposa em educar o filho segundo a vontade divina, ao crescer, o último Juiz de
Israel se desviou da educação recebida. Tal exemplo fornece um consolo aos pais
que se sentem culpados quando os filhos optam por não seguir a Jesus; 2) O
texto “Não se apavore, a colheita ainda não se perdeu”, localizado no terceiro
tópico da lição, explica que, a crise de fé dos nossos filhos pode ser na
verdade o caminho para uma genuína
e
intransferível aliança com Deus.
AUXÍLIO
devocional
A CRIAÇÃO
DE SANSÃO
“Sansão é
uma das poucas pessoas nas Escrituras cujo nascimento foi anunciado a seus
pais. Ele compartilha esta honra com Isaque, João Batista, e Jesus. Os pais de
Sansão eram israelitas devotos que acreditaram na predição e pediram que Deus
lhes mostrasse como deviam criar seu filho. A sua oração foi atendida. Sansão
devia ser criado como um nazireu — uma pessoa que devia ser consagrada a Deus
(veja Nm 6.1-8). Os nazireus não bebiam vinho, não cortavam seus cabelos, e
deviam cumprir algumas outras exigências.
É
surpreendente que o autor não expresse suas ideias, nesta e em outras histórias
do livro de Juízes. Ele simplesmente conta a história, sem moralizar nem comentar.
Mas as histórias falam por si mesmas, particularmente no caso de Sansão.
Diferentemente de Jefté, Sansão tinha pais devotos e amorosos. Ainda quando era
adolescente, ‘o Espírito do Senhor o começou a impelir’ (Jz 13.25). Os muitos
defeitos de Sansão dificilmente podem ser atribuídos aos seus pais, ou a Deus.
Que consolo para os pais cristãos devotos cujos filhos não optaram por seguir a
Jesus. Cada mãe ou pai atormentado, que olha para trás e se pergunta, ‘O que
foi que eu fiz?’ ou ‘O que foi que eu deixei de fazer?’ pode encontrar consolo
na história de Sansão. Os pais de Sansão não falharam. As deficiências que
posteriormente destruíram Sansão estavam no próprio Sansão” (RICHARDS, Lawrence
O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.155).
Auxílio
Vida cristã
NÃO SE
APAVORE, A COLHEITA AINDA NÃO SE PERDEU!
“Por ter
visto um ou mais desses sinais de advertência, não conclua que seu filho está
perdido. Quando os filhos entram na adolescência e na juventude é muito normal
se esforçarem para estabelecer a própria identidade e questionar a identidade
que receberam de você. É normal os adolescentes serem influenciados pelo meio e
amigos. E, pelo fato de seus corpos estarem crescendo e mudando, a maioria é
acometida por preguiça; até os melhores filhos podem ficar mal-humorados e
debochados de vez em quando. Mas o mero fato de essas coisas serem normais não
anula a verdade de que eles estão errados e, caso persistam no erro, você
precisa ser mais alerta.
[...]
Muitos jovens criados em lares cristãos acabam questionando a fé. Eles desejam
saber se são cristãos porque o Cristianismo é a verdade ou por padrão familiar.
Eles veem que há um mundo cheio de pessoas que sinceramente têm outras crenças.
Constatam que algumas dessas pessoas são bondosas e inteligentes, e esse fato
pode levá-los a questionar se o Cristianismo é a verdade absoluta. Não fique
chocado se isso acontecer com o seu filho. A salvação tem de ser confirmada no
coração de cada indivíduo; ela não é transferida meramente por laços de
família. Tal questionamento pode ser, portanto, uma bênção para o seu filho,
porque no final das contas pode resultar em uma reafirmação saudável do
Evangelho” (FITZPATRICK, Elyse; NEWHEISER, Jim. Quando Filhos Bons Fazem
Escolhas Ruins. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.76).
REVISANDO O
CONTEÚDO
1. O que o
capítulo 13 de Juízes mostra?
Mostra que
os filhos de Israel tornaram a fazer o mal aos olhos do Senhor, que os entregou
nas mãos dos filisteus por 40 anos.
2. Cite
pelo menos duas orientações do Anjo do Senhor à mãe de Sansão.
Sansão não
podia beber vinho; comer coisa considerada imunda ou cortar os cabelos.
3. Segundo
a lição, o que podemos inferir pelo texto bíblico?
Que Manoá e
sua esposa criaram Sansão de acordo com as orientações recebidas pelo Anjo do
Senhor.
4. O que
não podemos subestimar, segundo a lição?
Não podemos
subestimar a presença de Deus em nossa vida por causa do nosso próprio ego.
5. Segundo
a lição, o que acontece com quem brinca com as coisas espirituais?
Geralmente
quem brinca com as coisas espirituais também passa a brincar com o pecado (Jz
16.1).
LEITURAS
PARA APROFUNDAR
Quando
Filhos bons fazem Escolhas Ruins; Como Ser um Herói para seus Filhos.