Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

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Escrita Lição 13, Resistindo às Sutilezas de Satanás, 3Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

 Lição 13, Resistindo às Sutilezas de Satanás

 

 
TEXTO ÁUREO
“Sujeitai-vos, pois, a DEUS; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4.7)
 
 
VERDADE PRÁTICA
A submissão a DEUS é a forma mais poderosa de resistir ao Diabo.
 
Ajuda

Vídeo – https://youtu.be/EPn1oEk2YPQ

Escrita - https://ebdnatv.blogspot.com/2022/09/escrita-licao-13-resistindo-as.html

Slides - https://ebdnatv.blogspot.com/2022/09/slides-licao-13-resistindo-as-sutilezas.html

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https://youtu.be/Y6XAzP_T5d8 Resenha do 4º trimestre 2023

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LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 2.2; At 8.5 - CRISTO como o centro da nossa vida
Terça - Cl 2.6 - Andemos na presença do Senhor JESUS, o Salvador
Quarta - Sl 119.105 - Moldando-nos segundo a Bíblia
Quinta - Hb 4.12 - A Bíblia norteia os nossos valores
Sexta - 2 Ts 2.13 - O ESPÍRITO SANTO nos santifica
Sábado - 1 Co 12.27 - Perseverando como membro do Corpo de CRISTO
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tg 4.4-10

4 - Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra DEUS? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de DEUS. 5 - Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O ESPÍRITO que em nós habita tem ciúmes? 6 - Antes, dá maior graça. Portanto, diz: DEUS resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. 7 - Sujeitai-vos, pois, a DEUS; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8 - Chegai-vos a DEUS, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração. 9 - Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza. 10 - Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
 
Resumo da Lição 13, Resistindo às Sutilezas de Satanás
I – COMPROMETIMENTO COM UMA VIDA CENTRADA EM CRISTO
1. CRISTO, o Salvador.
2. CRISTO, o Senhor.
II – COMPROMETIMENTO COM AS ESCRITURAS
1. Bíblia, a revelação de DEUS. 

2. Bíblia, regra de fé e conduta.
III – COMPROMETIDOS COM UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO
1. O ESPÍRITO SANTO no plano da redenção.
2. A vida cheia do ESPÍRITO.
IV – COMPROMETIMENTO COM A IGREJA LOCAL
1. A Igreja como o Corpo de CRISTO.
2. O lugar e a importância de cada membro na Igreja.
 
 
Resumo rápido - da Lição 13, Resistindo às Sutilezas de Satanás
I – COMPROMETIMENTO COM UMA VIDA CENTRADA EM CRISTO
1. CRISTO, o Salvador. Só JESUS CRISTO salva. Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, 1 Timóteo 2:5
2. CRISTO, o Senhor. Só JESUS CRISTO é Senhor. Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens. 1 Coríntios 7:23
II – COMPROMETIMENTO COM AS ESCRITURAS
1. Bíblia, a revelação de DEUS. Palavra de DEUS imutável. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 2 Timóteo 3:16
2. Bíblia, regra de fé e conduta. Nossa constituição máxima. Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Provérbios 30:5
III – COMPROMETIDOS COM UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO
1. O ESPÍRITO SANTO no plano da redenção. Convence do pecado, da justiça e do juízo. Nos conduz a JESUS.
2. A vida cheia do ESPÍRITO. Mora em nós, no santifica, nos ensina, nos lembra, nos capacita com poder para realizar a obra de DEUS.
IV – COMPROMETIMENTO COM A IGREJA LOCAL
1. A Igreja como o Corpo de CRISTO. Todos os salvos do mundo inteiro formam o corpo de CRISTO na terra, tendo como cabeça o próprio JESUS CRISTO. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, Efésios 1:22
2. O lugar e a importância de cada membro na Igreja. porque somos membros do seu corpo. Efésios 5:30 - Cada crente tem sua função no reino, sendo cinco os ministérios - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Efésios 4:11
 
(BEP - CPAD) Tg 4.4 AMIZADE DO MUNDO É INIMIZADE CONTRA DEUS? "A amizade do mundo" é adultério espiritual, i.e., infidelidade a DEUS e ao nosso compromisso de dedicação a Ele (1 Jo 2.15-17; cf. Is 54.5; Jr 3.20). Significa acatar os pecados, os valores e os prazeres malignos do mundo. DEUS não aceitará semelhante amizade (Mt 6.24), porque é um DEUS zeloso (Êx 20.5; Dt 5.9). Um exemplo de amizade desse tipo é a participação do crente em sociedades secretas (i.e., a filiação a lojas maçônicas) que exigem juramentos, ritos e práticas religiosas antibíblicos e comunhão com incrédulos, coisas essas que estão proibidas na Palavra de DEUS (Mt 5.33-37; 2 Co 6.14). O crente não pode pertencer a tais sociedades sem transigir com a doutrina cristã (2 Pe 3.16), com os padrões divinos, com o princípio bíblico da separação do mundo (2 Co 6.17,18) e com sua lealdade a CRISTO (Mt 6.24)
4.5 O ESPÍRITO QUE EM NÓS HABITA. A construção do versículo 5, em grego, não é muito clara. Pode significar que a tendência natural do espírito humano é opor-se a DEUS e ao próximo e desejar os prazeres pecaminosos do mundo (v. 4). Porém, essa tendência pode ser alterada pela graça de DEUS pois alcança todos aqueles que humildemente aceitam a salvação em CRISTO (v. 6).
4.6 DEUS RESISTE AOS SOBERBOS. Deve ficar gravado em nossos corações e mentes o quanto DEUS aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas faz DEUS rejeitar nossas orações e reter sua presença e graça para conosco. O exaltado em si mesmo, que busca a honra e a estima dos outros a fim de satisfazer o seu orgulho, afasta de si a ajuda de DEUS. Mas para aqueles que com humildade se chegam a DEUS, Ele lhes dá abundância de graça, de misericórdia e de ajuda em todas as situações da vida (ver Fp 2.3; Hb 4.16; 7.25).
4.8 CHEGAI-VOS A DEUS. DEUS promete estar perto de todos que se afastam do pecado, que purificam os seus corações e que o invocam verdadeiramente arrependidos. A comunhão com DEUS trará sua presença, graça, bênçãos e amor.

O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO (BEP - CPAD)
1Jo 2.15,16 “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.”
A palavra “mundo” (gr. kosmos) frequentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de DEUS. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra DEUS, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de CRISTO. Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura etc., para opor-se a DEUS, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14 ). Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros (abortos); a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida, tais como o álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta. Os crentes devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra DEUS e a sua Palavra. Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. Finalmente, o “mundo” também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas.
Satanás (ver Mt 4.10) é o deus do presente sistema mundano (ver Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; 5.19). Ele o controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).
Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais, econômicos e religiosos que são inatamente hostis a DEUS e ao seu povo (Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua verdade, a qual revela a iniquidade do mundo (Jo 7.7).
O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. O mundo está sob o domínio de Satanás (ver Jo 12.31); a igreja pertence exclusivamente a DEUS (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve separar-se do mundo.
No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11). (a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2), não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (54), odiar a iniquidade do mundo (ver Hb 1.9), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4). (b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com DEUS e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4.4). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a DEUS e que se opõe a Ele (ver Lc 23.35). Note, é claro, que os termos “mundo” e “terra” não são sinônimos; DEUS não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas etc.
De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a DEUS: (a) “A concupiscência da carne”, que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14). (b) “A concupiscência dos olhos”, que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por DEUS, inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, no celular, nos computadores, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28). (c) “A soberba da vida”, que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência autossuficiente, que não reconhece DEUS como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).
O crente não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11; 2Co 6.14) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para CRISTO (Mc 16.15; Jd 22,23).
Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio (Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de DEUS dentro do cristão (2Co 11.3; 1Pe 5.8).
O sistema deste mundo é temporário e será destruído por DEUS (Dn 2.34,35, 44; 2Ts 1.7-10; 1Co 7.31; 2Pe 3.10; Ap 18.2).
 
SATANÁS. (BEP - CPAD) Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado como ministro junto ao trono de DEUS, porém num certo tempo, antes de o mundo existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de DEUS e dos homens (Ez 28.12-15). (1) Satanás na sua rebelião contra DEUS arrastou consigo uma grande multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser identificados (após sua queda) com os demônios ou espíritos malignos. Satanás e muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de DEUS. (2) Satanás, também chamado a serpente , provocou a queda da raça humana (Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19). (3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (Mt 12.26) é altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo inferior, os anjos caídos (Mt 25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19). Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (Mt 8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó 1.12). (4) JESUS veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1 Jo 3.8), de estabelecer o reino de DEUS e de livrar o homem do domínio de Satanás (Mt 12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). CRISTO, pela sua morte e ressurreição, derrotou Satanás e ganhou a vitória final de DEUS sobre ele (Hb 2.14). (5) No fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de derrotar a DEUS, seguindo-se sua ruína final, que será o seu lançamento no lago de fogo e enxofre (Ap 20.7-10). (6) Satanás atualmente guerreia contra DEUS e seu povo (Ef 6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a CRISTO (2 Co 11.3) e fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15; 1 Jo 5.19). O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás (6.13), para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8,9)
 
PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS (BEP - CPAD)
Mc 3.27 “Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e, então, roubará a sua casa”.
Um dos destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de JESUS: derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3.27, isto é descrito como “manietar o valente” (i.e., Satanás) e, “roubará a sua casa” (i.e., libertar os escravos de Satanás). O poder de JESUS sobre Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou espíritos malignos.

OS DEMÔNIOS. (1) O NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna de Satanás, devido a um espírito maligno que neles habita; menciona também o conflito de JESUS com os demônios. O Evangelho segundo Marcos, e.g., descreve muitos desses casos: 1.23-27, 32, 34, 39; 3.10-12, 15; 5.1-20; 6.7, 13; 7.25-30; 9.17-29; 16.17.
Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência. Como súditos de Satanás, inimigos de DEUS e dos seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4.10).
Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver 1Co 10.20).
O NT mostra que o mundo está alienado de DEUS e controlado por Satanás (ver Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 6.10-12). Os demônios são parte das potestades malignas; o cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6.12).
Os demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (ver Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas. Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniquidade, à imoralidade e à destruição.
Os demônios podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 13.11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).
Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i.e., feitiçaria) estão lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à possessão demoníaca (cf. At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).
Os espíritos malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era, na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de DEUS e a sã doutrina (Mt 24.24; 2Co 11.14,15; 1Tm 4.1). O maior surto de atividade demoníaca ocorrerá através do Anticristo e seus seguidores (2Ts 2.9; Ap 13.2-8; 16.13,14).

JESUS E OS DEMÔNIOS. (1) Nos seus milagres, JESUS frequentemente ataca o poder de Satanás e o demonismo (e.g., Mc 1.25,26, 34, 39; 3.10,11; 5.1-20; 9.17-29; cf. Lc 13.11,12,16). Um dos seus propósitos ao vir à terra foi subjugar Satanás e libertar seus escravos (Mt 12.29; Mc 1.27; Lc 4.18).
JESUS derrotou Satanás, em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo, Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou o poder do reino de DEUS.
O inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e seus demônios (Mt 8.29; 25.41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc 9.43,45,47; Mt 10.28; 18.9.
 
O CRENTE E OS DEMÔNIOS. (1) As Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o ESPÍRITO SANTO, pode ficar endemoninhado; i.e.: o ESPÍRITO e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (ver 2Co 6.15,16). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do ESPÍRITO SANTO (Mt 16.23; 2Co 11.3,14).
JESUS prometeu aos genuínos crentes autoridade sobre o poder de Satanás e das suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que querem exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando-os sem trégua pelo poder do ESPÍRITO SANTO (ver Lc 4.14-19). Desta maneira, podemos nos livrar dos poderes das trevas.
Segundo a parábola em Mc 3.27, o conflito espiritual contra Satanás envolve três aspectos: (a) declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de DEUS (ver Lc 4.14-19); (b) ir onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11.20-22); (c) apoderar-se de bens ou posses, i.e., libertando os cativos do inimigo e entregando-os a DEUS para que recebam perdão e santificação mediante a fé em CRISTO (Lc 11.22; At 26.18).
Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal: (a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra forças espirituais do mal (Ef 6.12).
Viver diante de DEUS uma vida fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça (Rm 12.1,2; Ef 6.14). (c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio (At 26.18; Ef 6.16; 1Ts 5.8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais poderosas dadas por DEUS para a destruição das fortalezas de Satanás (2Co 10.3-5). (d) Proclamar o evangelho do reino, na plenitude do ESPÍRITO SANTO (Mt 4.23; Lc 1.15-17; At 1.8; 2.4; 8.12; Rm 1.16; Ef 6.15). (e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de JESUS (At 16.16-18), ao usar a Palavra de DEUS (Ef 6.17), ao orar no ESPÍRITO (At 6.4; Ef 6.18), ao jejuar (ver Mt 6.16; Mc 9.29) e ao expulsar demônios (ver Mt 10.1; 12.28; 17.17-21; Mc 16.17; Lc 10.17; At 5.16; 87; 16.18; 19.12). (f) Orar, principalmente, para que o ESPÍRITO SANTO convença os perdidos, no tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16.7-11). (g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do ESPÍRITO, mediante os dons de curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4.29-33; 10.38; 1Co 12.7-11).
 
Tres classes de pessoas
1Co 2.14,15 “Ora, o homem natural não compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”.

DIVISÃO BÁSICA DA RAÇA HUMANA.
As Escrituras dividem todos os seres humanos em geral, em duas classes.

(1) O homem/mulher natural (gr. psuchikos, 2.14), denotando a pessoa irregenerada, i.e., governada por seus próprios instintos naturais (2Pe 2.12). Tal pessoa não tem o ESPÍRITO SANTO (Rm 8.9), está sob o domínio de Satanás (At 26.18) e é escravo da carne com suas paixões (Ef 2.3). Pertence ao mundo, está em harmonia com ele (Tg 4.4) e rejeita as coisas do ESPÍRITO (2.14). A pessoa natural não consegue compreender a DEUS, nem os seus caminhos; pelo contrário, depende do raciocínio ou emoções humanas.

(2) O homem/mulher espiritual (gr. pneumatikos, 2.15; 3.1) denota a pessoa regenerada, i.e., que tem o ESPÍRITO SANTO. Essa pessoa tem mentalidade espiritual, conhece os pensamentos de DEUS (2.11-13) e vive pelo ESPÍRITO de DEUS (Rm 8.4-17; Gl 5.16-26). Tal pessoa crê em JESUS CRISTO, esforça-se para seguir a orientação do ESPÍRITO que nela habita e resiste aos desejos sensuais e ao domínio do pecado (Rm 8.13,14).Como tornar-se um crente espiritual? Aceitando pela fé a salvação em CRISTO, a pessoa é regenerada; o ESPÍRITO SANTO lhe confere uma nova natureza mediante a concessão da vida divina (2Pe 1.4 ). Essa pessoa nasce de novo (Jo 3.3,5,7), é renovada (Rm 12.2), torna-se nova criatura (2Co 5.17) e obtém a justiça de DEUS mediante a fé em CRISTO (Fp 3.9).

UMA DISTINÇÃO ENTRE OS CRENTES.
Embora o crente nascido de novo receba a nova vida do ESPÍRITO, ele tem residente em si a natureza pecaminosa, com suas perversas inclinações (Gl 5.16-21). A natureza pecaminosa que no crente existe, não pode ser mudada em boa; precisa ser mortificada e vencida pelo poder e graça do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.13). O crente obtém tal vitória negando-se a si mesmo diariamente (Mt 16.24; Rm 8.13; Tt 2.11,12), deixando todo impedimento ou pecado (Hb 12.1), e resistindo a todas as inclinações pecaminosas (Rm 13.14; Gl 5.16; 1Pe 2.11). Pelo poder do ESPÍRITO SANTO, o próprio crente guerreia contra a natureza pecaminosa e diariamente a crucifica (Gl 5.16-18,24; Rm 8.13,14) e a mortifica (Cl 3.5). Pela abnegação e submissão à obra santificadora do ESPÍRITO SANTO em sua vida, o crente em CRISTO experimenta a libertação do poder da sua natureza pecaminosa e vive como um crente espiritual (Rm 6.13; Gl 5.16).

Nem todo crente se esforça como devia para vencer plenamente sua natureza pecaminosa. Ao escrever aos coríntios, Paulo mostra (3.1,3) que alguns deles viviam como carnais (gr. sarkikos), i.e., ao invés de resistirem com firmeza às inclinações da sua natureza pecaminosa, entregavam-se a algumas delas. Embora não vivessem em contínua desobediência, estavam em parceria com o mundo, a carne e o diabo em certas áreas das suas vidas, e mesmo assim querendo permanecer como povo de DEUS (10.21; 2Co 6.14-18; 11.3; 13.5).

(1) A figura do crente carnal. Embora os crentes de Corinto não vivessem em total carnalidade e rebeldia, nem praticassem grave imoralidade e iniquidade, que os separaria do reino de DEUS (ver 6.9-11; cf. Gl 5.21; Ef 5.5), estavam vivendo de tal maneira que já não cresciam na graça, e agiam como recém-convertidos, sem divisar o pleno alcance da salvação em CRISTO (13.1,2). A carnalidade deles era vista na “inveja e contendas” (3.3). Não se afligiam com a imoralidade dentro da igreja (5.1-13; 6.13-20). Não levavam a sério a Palavra de DEUS, nem os ministros do Senhor (4.18,19). Moviam ação judicial, irmãos contra irmãos, por razões triviais (6.6-8). Observe-se que os crentes coríntios que estavam vivendo em imoralidade sexual ou pecados semelhantes, Paulo os têm como excluídos da salvação em CRISTO (5.1,9-11; 6.9,10).

(2) Perigos para os cristãos carnais. Os cristãos carnais de Corinto corriam o perigo de se desviarem da pura e sincera devoção a CRISTO (2Co 11.3) e de se conformarem cada vez mais com o mundo (cf. 2Co 6.14-18). Caso isso continuasse, seriam castigados e julgados pelo Senhor, e se continuassem a viver segundo o mundo, acabariam sendo excluídos do reino de DEUS (6.9,10; 11.31,32). Realmente, alguns deles já estavam mortos espiritualmente, por viverem em pecados que levam a isso (ver 1Jo 3.15; 5.17; cf. Rm 8.13; 1Co 5.5; 2Co 12.21; 13.5).

(3) Advertências aos cristãos carnais. (a) Se um crente carnal não tomar a resolução de se purificar de tudo quanto desagrada a DEUS (Rm 6.14-16; 1Co 6.9,10; 2Co 11.3; Gl 6.7-9; Tg 1.12-16), ele corre o risco de abandonar a fé. (b) Devem tomar como exemplo o fato trágico dos filhos de Israel, que foram destruídos por DEUS por causa de seus pecados (1Co 10.5-12). (c) Devem entender que é impossível participar das coisas do Senhor e das coisas de Satanás ao mesmo tempo (Mt 6.24; 1Co 10.21). (d) Devem separar-se completamente do mundo (2Co 6.14-18) e se purificar de tudo quanto contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a sua santificação no temor do Senhor (2Co 7.1).
 
A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE
2Co 6.17,18 “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”.
O conceito de separação do mal é fundamental para o relacionamento entre DEUS e o seu povo. Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo uma negativa e outra positiva: (a) a separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é contrário a JESUS CRISTO, à justiça e à Palavra de DEUS; (b) acercar-se de DEUS em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o serviço a Ele.
No AT, a separação era uma exigência contínua de DEUS para o seu povo (Lv 11.44; Dt 7.3; Ed 9.2). O povo de DEUS deve ser santo, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer exclusivamente a DEUS. Uma principal razão por que DEUS castigou o seu povo com o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo pecaminoso de vida dos povos vizinhos (ver 2Rs 17.7,8; 24.3; 2Cr 36.14; Jr 2.5, 13; Ez 23.2; Os 7.8).
No NT, DEUS ordenou a separação entre o crente e (a) o sistema mundial corrupto e a transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2Tm 3.1-5; Tg 1.27; 4.4); (b) aqueles que na igreja pecam e não se arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17; 1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15); e (c) os mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológicos e negam as verdades bíblicas (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo 4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).
Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de (a) ódio ao pecado, à impiedade e à conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9; Hb 1.9; 1Jo 2.15), (b) oposição à falsa doutrina (Gl 1.9), (c) amor genuíno para com aqueles de quem devemos nos separar (Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm 9.1 3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22) e (d) temor de DEUS ao nos aperfeiçoarmos na santificação
Nosso propósito na separação do mal, é que nós, como o povo de DEUS, (a) perseveremos na salvação (1Tm 4.16; Ap 2.14-17), na fé (1Tm 1.19; 6.10, 20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co 6.17,18; (b) vivamos inteiramente para DEUS como nosso Senhor e Pai (Mt 22.37; 2Co 6.16-18) e (c) convençamos o mundo incrédulo da verdade e das bênçãos do evangelho (Jo 17.21; Fp 2.15).
Quando corretamente nos separarmos do mal, o próprio DEUS nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos (6.16-18).
O crente que deixa de separar-se da prática do mal, do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão com DEUS (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos de filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).
 
A IDOLATRIA E SEUS MALES
1Sm 12.20,21 “Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são. ”
A idolatria é um pecado que o povo de DEUS, através da sua história no AT, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de DEUS frequentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por frequente idolatria em Israel (1Rs 10). Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus.

O FASCÍNIO DA IDOLATRIA. Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores implícitos.
As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único DEUS. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de DEUS sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de DEUS, no sentido de se manter santo e separado delas.
Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o DEUS de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. DEUS, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.
Por causa do elemento demoníaco da idolatria, ela, às vezes, oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos.

A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA. Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.
A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (12.21), e Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e os profetas (e.g. 1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) frequentemente zombavam dos ídolos.
Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo.
Tanto Moisés (ver Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Note, também, o que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a DEUS” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de JESUS CRISTO é maior do que o dos demônios. Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (ver 1Jo 5.19; cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).
A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes (cf. 2Rs 21.3-6; Is 8.19; ver Dt 18.9-11; Ap 9.21). Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo da terra, representando Samuel (28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo do inferno.
O NT declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5). A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idólatras. Dessa maneira, a declaração de JESUS: “Não podeis servir a DEUS e a Mamom [as riquezas]” (Mt 6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de Paulo: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Co 10.21).

DEUS NÃO TOLERARÁ NENHUMA FORMA DE IDOLATRIA.
Ele advertia frequentemente contra ela no AT. (a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor DEUS de Israel (ver Êx 20.3,4). (b) Esta ordem foi repetida por DEUS noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38). (c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).
A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. DEUS muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, DEUS castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre eles. (a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. DEUS permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para libertá-lo. (b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de DEUS esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2Rs 17.6-18). (c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a DEUS, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, DEUS disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4,5;
Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, DEUS cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25).
O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria. (a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em DEUS somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a DEUS, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e participar das práticas imorais e ímpias do mundo. (b) Daí, o NT nos admoestar a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1Co 10.14; 1Jo 5.21). DEUS reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).
 
O REINO DE DEUS
Mt 12.28: “Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, é conseguintemente chegado a vós o Reino de DEUS.”
A NATUREZA DO REINO. O reino de DEUS (ou dos céus), no presente, significa DEUS intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é DEUS revelando-se com poder na execução de todas as suas obras.
O reino é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. DEUS inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (Jo 14.23; 20.22). Ele entra no mundo com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20). Não se trata de poder no sentido material ou político, e sim, espiritual. O reino não é uma teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36). DEUS não pretende atualmente redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta (26.52; ver Jo 18.36). O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de DEUS e do seu povo (Jo 15.19; Rm 12.1,2; Tg 4.4; 1Jo 2.15-17; 4.4). O governo de DEUS mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim desta era (Ap 19.11-21).
Quando DEUS se manifesta com poder sobre o mundo, este entra em crise. O império do diabo fica totalmente alarmado (12.28,29; Mc 1.23,24), e todos encaram a decisão de submeter-se ou não ao governo de DEUS (3.1,2; 4.17; Mc 1.14,15). A condição necessária e fundamental para se entrar no reino de DEUS é: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
O fato de DEUS irromper no mundo com poder, abrange: (a) seu poder divino sobre o governo e domínio de Satanás (12.28; Jo 18.36); a chegada do reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Jo 12.31; 16.11) e do livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1.34,39; 3.14,15; At 26.18) e do pecado (Rm 6); (b) poder para operar milagres e curar os enfermos (4.23;_ 9.35; At 4.30; 8.7); (c) a pregação do evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo (11.5; Jo 16.8-11; At 4.33); (d) a salvação e a santificação daqueles que se arrependem e crêem no evangelho (ver Jo 3.3; 17.17; At 2.38-40; 2Co 18); e (e) o batismo no ESPÍRITO SANTO, com poder, para testemunhar de CRISTO (ver At 1.8; 2.4).
Uma evidência máxima de que a pessoa está vivendo o reino de DEUS é viver uma vida de “justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO” (Rm 14.17).
O reino de DEUS tem um aspecto tanto presente como futuro. É uma realidade presente no mundo hoje (Mc 1.15; Lc 18.16,17; Cl 1.13; Hb 12.28), mas o governo e o poder de DEUS não predominam plenamente em todos e em tudo. A obra e a influência de Satanás e dos homens maus continuarão até o fim desta era (1Tm 4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 19.19 — 20.10). A manifestação futura da
glória de DEUS e do seu poder e reino ocorrerá quando JESUS voltar para julgar o mundo (24.30; Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). O estabelecimento total do reino virá, quando CRISTO finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição e entregar o reino a DEUS Pai (1Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8; ver Mc 1.15 várias manifestações do reino na história da redenção).
O PAPEL DO CRENTE NO REINO. O NT contém abundante ensino sobre a missão do crente no reino de DEUS, na sua presente manifestação.
É responsabilidade do crente buscar incessantemente o reino de DEUS, em todas as suas manifestações, tendo fome e sede pela presença e pelo poder de DEUS, tanto na sua vida como no meio da sua comunidade cristã (ver 5.10; 6.33).
Em 11.12, JESUS revela novos fatos sobre a natureza dos membros do reino. Ali Ele disse que somente quem se esforça apodera-se do reino de DEUS. Os tais, movidos por DEUS, resolvem romper com as práticas pecaminosas e imorais do mundo e seguem a CRISTO, a sua Palavra e seus justos caminhos. Não importando o preço a pagar, esses, resolutamente, buscam o reino com todo o seu poder. Noutras palavras, pertencer ao reino de DEUS e desfrutar de todas as suas bênçãos requer esforço sincero e constante — um combate de fé, aliado a uma forte vontade de resistir a Satanás, ao pecado e à sociedade perversa em que vivemos.
Não conhecerão o reino de DEUS aqueles que raramente oram, que transigem com o mundo, que negligenciam a Palavra e que têm pouca fome espiritual. É para crentes como José (Gn 39.9), Natã (2Sm 12.7), Elias (1Rs 18.21), Daniel e seus três amigos (Dn 1.8; 3.16-18), Mardoqueu (Et 3.4,5), Pedro e João (At 4.19,20), Estêvão (At 6.8; 7.51) e Paulo (Fp 3.13,14); inclusive mulheres como Débora (Jz 4.9), Rute (Rt 1.16-18), Ester (Et 4.16), Maria (Lc 1.26-35), Ana (Lc 2.36-38) e Lídia (At 16.14,15,40).
 
SINAIS DOS CRENTES
Mc 16.17,18: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes;
se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão”.
As Escrituras ensinam claramente que CRISTO quer que seus seguidores operem milagres ao anunciarem o evangelho do reino de DEUS (ver Mt 10.1; Mc 3.14,15; Lc 9.2; 10.17; Jo 14.12).
Estes sinais (gr. semeion), realizados pelos discípulos verdadeiros, confirmam que a mensagem do evangelho é genuína, que o reino de DEUS chegou à terra com poder e que o Senhor JESUS vivo e ressurreto está presente entre os seus, operando através deles (ver Jo 10.25; At 10.38).
Cada um destes sinais (exceto a ingestão de veneno) ocorreu na igreja primitiva: (a) falar novas línguas (ver At 2.4; 10.46; 19.6; 1Co 12.30; 14); (b) expulsar demônios (At 5.15,16; 16.18; 19.11,12); (c) escapar da morte por picada de serpente (At 28.3-5); e (d) curar os enfermos (At 3.1-7; 87; 9.33,34; 14.8-10; 28.7,8).
Essas manifestações espirituais devem continuar na igreja até a volta de JESUS. Conforme vemos nas Escrituras, esses sinais não foram limitados ao período que se seguiu à ascensão de JESUS (ver 1Co 1.7; Gl 3.5).
Os discípulos de CRISTO não somente deviam pregar o evangelho do reino e levar a salvação àqueles que crêem (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47), mas também concretizar o reino de DEUS, como fez JESUS (At 10.38) ao expulsar demônios e curar doenças e enfermidades.
JESUS deixa claro, em Mc 16.15-20, que esses sinais não são dons especiais para apenas alguns crentes, mas que seriam concedidos a todos os crentes que, em obediência a CRISTO, dão testemunho do evangelho e reivindicam as suas promessas.
A ausência desses “sinais” na igreja, hoje, não significa que CRISTO falhou no cumprimento de suas promessas. A falta, conforme JESUS declara, está na vida dos seus seguidores (ver Mt 17.17).
CRISTO prometeu que sua autoridade, poder e presença nos acompanharão à medida que lutarmos contra o reino de Satanás (Mt 28.18-20; Lc 24.47-49). Devemos libertar o povo do cativeiro do pecado pela pregação do evangelho, mediante uma vida de retidão (Mt 6.33; Rm 6.13; 14.17) e pela operação de sinais e milagres através do poder do ESPÍRITO SANTO (ver Mt 10.1; Mc 16.16;20;
At 4.31-33).
 
A REGENERAÇÃO
Jo 3.3: “JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS.”
Em 3.1-8, JESUS trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. Sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o reino de DEUS, i.e., receber a vida eterna e a salvação mediante JESUS CRISTO. Apresentamos a seguir, importantes fatos a respeito do novo nascimento.
A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o ESPÍRITO SANTO (3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio DEUS é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo DEUS “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
A regeneração é necessária porque, à parte de CRISTO, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).
A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt
e coloca a sua fé pessoal em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver 1.12).
A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS CRISTO (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a DEUS e de seguir a direção do ESPÍRITO (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo
, ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).
Quem é nascido de DEUS não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8, 20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com CRISTO (ver 15.4) e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14).
Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).
Assim como uma pessoa nasce do ESPÍRITO ao receber a vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniquidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21).
O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre
DEUS e o salvo é questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho, que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra (ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com DEUS é condicionado pela nossa fé em CRISTO durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).
 
A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS
Jo 20.22 “E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes:
Recebei o Espírito Santo. ”
A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (14.17). Jesus agora cumpre aquela promessa.
Da frase, “assoprou sobre eles”, em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde Deus “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que Jesus estava lhes outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45).
O imperativo “Recebei o Espírito Santo” estabelece o fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorga da autoridade de Jesus para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecoste (At 2.4).
Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17). Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus: (a) os discípulos receberam o Espírito Santo (i.e., o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecoste; e (b) o derramamento do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no Espírito no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas (At 1.5,8; 2.4; ver 2.39).
Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecoste. O uso do aoristo imperativo para “receber” (ver supra) denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.
 
A Causa das Disputas e Contendas. Contra o Orgulho. A Sujeição a DEUS - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Tiago 4:1-10

O capítulo anterior fala da inveja uns dos outros, como a grande fonte de disputas e contendas; este capítulo fala do desejo pelas coisas do mundo, e de se dar um valor grande demais aos prazeres e amizades do mundo, como aqueles que estavam levando as suas divisões a um nível vergonhoso.
I
O apóstolo reprova aqui as guerras dos cristãos de origem judaica, e os seus desejos como a causa delas: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v. 1). Os judeus eram um povo muito revoltoso, e por isso tinham constantes guerras com os romanos; e eram um povo muito belicoso e dividido, e com frequência brigavam entre si. E muitos desses cristãos pervertidos contra cujos erros e vícios é escrita esta epístola parecem ter concordado com as brigas gerais. Por conta disso, o apóstolo lhes informa que a origem das suas guerras e brigas não era (como eles pensavam) o verdadeiro zelo pelo seu país e pela honra de DEUS, mas que os seus desejos predominantes eram a causa de tudo. Daí observe: O que é coberto e escondido sob uma ilusória pretensão de zelo por DEUS e pela religião com frequência procede do coração do homem, da sua maldade, cobiça, ambição e vingança. Os judeus tiveram muitas guerras com o poder romano antes de serem totalmente destruídos. Com frequência se envolviam numa briga desnecessariamente, e então se dividiam em partidos e facções acerca dos diferentes métodos de conduzir as suas guerras contra o inimigo comum. E daí acontecia que, mesmo quando sua causa estava supostamente bem, contudo sua forma de se envolver e de conduzi-la vinha de uma origem má. Seus desejos mundanos e carnais suscitavam e conduziam suas guerras e brigas; mas podemos pensar que foi dito suficiente aqui para dominar esses desejos; pois: 1. Eles fazem guerras internas como também lutas externas. Paixões e desejos impetuosos primeiro guerreiam em seus membros, e então suscitam hostilidade na nação. Há guerra entre a consciência e a corrupção, e há guerra também entre uma corrupção e outra, e dessas disputas surgiram as brigas uns com os outros. Se aplicarmos isso a casos particulares, não podemos contar de lutas e disputas entre parentes e vizinhos e dizer que vêm desses desejos que guerreiam nos seus membros? Do desejo pelo poder e domínio, do desejo pelo prazer, do desejo por riquezas, de algum desses desejos ou de outros ainda surgem todas as brigas e disputas que há no mundo. E, visto que todas as guerras e brigas vêm das corrupções do nosso próprio coração, é, portanto, o método indicado para a cura da disputa colocar o machado à raiz, e mortificar esses desejos que guerreiam nos membros. 2. O simples fato de pensarmos no seu desapontamento deveria matar esses desejos: “Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar (v. 2). Cobiçais grandes coisas para vós mesmos, e pensais em obtê-las pela vossa vitória sobre os romanos ou suprimindo um ou outro partido entre vós. Pensais que podeis garantir grandes prazeres e felicidade para vós mesmos, ao derrotarem qualquer coisa que ameace vossos maus desejos; mas, ai de vós! Estais perdendo o vosso labor e o vosso sangue, enquanto matais uns aos outros com opiniões como essas”. Desejos imoderados ou são totalmente frustrados, ou não são satisfeitos e saciados quando se obtêm as coisas desejadas. As palavras não podeis alcançar significam que eles não podem obter a felicidade que buscam. Então, observe: Os desejos mundanos e carnais são a perturbação que não vai permitir o contentamento ou a satisfação na mente. 3. Desejos e sentimentos pecaminosos geralmente excluem a oração, e a realização dos nossos desejos a favor de DEUS. “Combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Lutais e não tendes sucesso, porque não orais, não consultais a DEUS em vossos empreendimentos, para ver se Ele vai concordar ou não com eles. E não entregais vossos caminhos a Ele, e não tornais conhecidos a Ele as vossas petições, mas seguis vossas próprias opiniões e inclinações. Por isso, enfrentais constantes frustrações”; ou então: 4. “Vossos desejos arruínam vossas orações, e as tornam uma abominação diante de DEUS, sempre que as colocais perante Ele (v.3). Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Como se fosse dito: “Embora talvez às vezes orais por sucesso contra os vossos inimigos, contudo não é o vosso alvo melhorar as vantagens que obtendes, para assim promoverdes a verdadeira piedade e religião tanto em vós mesmos quanto nos outros; mas o orgulho, a vaidade, a luxúria e a sensualidade são o que quereis servir por vossos sucessos, e até por vossas orações. Quereis viver em grande poder e abundância, em volúpia e prosperidade sensual; e assim desgraçais a devoção e desonrais a DEUS por tais propósitos indecentes e egoístas; e por isso vossas orações são rejeitadas”. Aprendamos, pois, na conduta das nossas coisas no mundo, e em nossas orações a DEUS por sucesso nelas, a ver que os nossos propósitos estão corretos. Quando os homens seguem os seus negócios no mundo (suponha que sejam negociantes ou agricultores), e pedem prosperidade a DEUS, mas não recebem o que pediram, é porque pediram com alvos e intenções errados. Eles pedem a DEUS que lhes dê sucesso em seus negócios e empreendimentos, não para que possam glorificar o seu Pai celestial e fazer o bem com o que têm, mas para que o possam gastar em seus deleites – para que possam comer carne melhor, e beber bebidas melhores, e vestir roupas melhores, e assim gratificar o seu orgulho, sua vaidade e sua volúpia. Mas, se assim buscarmos as coisas deste mundo, é justo que DEUS as negue. Ao passo que, se buscarmos alguma coisa para com isso servir a DEUS, podemos esperar que ou Ele vai nos dar o que buscamos, ou vai nos dar um coração contente sem aquilo, e dar oportunidades para servir e glorificá-lo de alguma outra forma. Lembremo-nos disso, de que quando não prosperamos nas nossas orações é porque pedimos mal; ou não pedimos para os fins corretos ou não pedimos da forma correta, sem fé ou sem fervor. A incredulidade ou os maus desejos rogam por negação do pedido. E disto podemos ter certeza: se as nossas orações são mais a linguagem dos nossos desejos do que das nossas virtudes, elas vão retornar vazias.
II
Temos aqui uma advertência clara para evitarmos todas as amizades prejudiciais com este mundo: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra DEUS?” (v. 4). Pessoas mundanas são aqui chamadas de adúlteros e adúlteras, em virtude de sua deslealdade para com DEUS, enquanto dedicam os seus melhores sentimentos ao mundo. A cobiça é chamada de idolatria em outra passagem, e aqui é chamada adultério; é o abandono daquele a quem somos consagrados e com quem estamos comprometidos, para nos apegarmos a outras coisas; há essa marca colocada na disposição mental voltada para o mundo – que ela é inimiga de DEUS. Um homem pode ter uma boa porção das coisas deste mundo, e mesmo assim manter o seu amor por DEUS; mas o homem que volta o seu coração ao mundo, que coloca sua felicidade nele, e então se conforma a ele, e faz qualquer coisa para não perder a sua amizade, este é inimigo de DEUS. É traição implícita e rebelião contra DEUS colocar o mundo no trono do nosso coração. “Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de DEUS”. Aquele que agir de acordo com esse princípio, para manter a simpatia do mundo, e para ter sua amizade contínua, não pode escapar de se mostrar, em espírito e em suas ações, inimigo de DEUS. “Não podeis servir a DEUS e a Mamom” (Mt 6.24). Assim surgem guerras e brigas, até mesmo desse amor idólatra e adúltero ao mundo, e de servi-lo; pois que paz pode haver entre os homens enquanto há inimizade com DEUS? Ou quem pode lutar contra DEUS e prosperar? “Pensem seriamente consigo mesmos o que é o espírito do mundo, e vocês vão descobrir que não podem se adequar a ele como amigos, mas isso vai fazer com que vocês fiquem cheios de inveja, e de inclinações más, como está o mundo em geral”. “Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O ESPÍRITO que em nós habita tem ciúmes?” (v. 5). O relato dado nas Escrituras Sagradas do coração dos homens por natureza é que “...toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5). A depravação natural se mostra principalmente pela inveja, e há uma contínua propensão para isso. O espírito que habita naturalmente no homem está sempre produzindo uma ou outra imaginação nociva, sempre tentando imitar aqueles que vemos ou com quem conversamos e buscando as coisas que são possuídas ou desfrutadas por eles. Então esse caminho do mundo, aparentando pompa e prazer, e caindo em divisões e brigas por causa dessas coisas, é a consequência segura da amizade com o mundo; pois não há amizade sem uma unidade de espírito, e por isso os cristãos, para evitar disputas, precisam evitar a amizade do mundo, e precisam mostrar que são estimulados por princípios mais nobres e que um espírito mais nobre habita neles. Pois, se pertencemos a DEUS, Ele dá mais graça então para viver e agir do que o mundo como um todo dá. O espírito do mundo ensina os homens a serem rudes; DEUS os ensina a serem generosos. O espírito do mundo nos ensina a dispor ou a armazenar para nós mesmos, e de acordo com nossa própria imaginação; DEUS nos ensina a estarmos dispostos a compartilhar com os necessitados e para o seu conforto, e assim fazermos o bem a todos ao nosso redor, de acordo com nossas possibilidades. A graça de DEUS é contrária ao espírito do mundo, e por isso a amizade do mundo deve ser evitada, se queremos ser amigos de DEUS, aliás, a graça de DEUS vai corrigir e curar o espírito que naturalmente habita em nós; onde Ele dá graça, Ele dá um espírito diferente do espírito do mundo.
III
Somos ensinados a observar a diferença que DEUS faz entre o orgulho e a humildade. “DEUS resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (v. 6). Isso é mostrado nas Escrituras do Antigo Testamento; pois assim está declarado no livro dos Salmos: “Porque tu livrarás o povo aflito (se o seu espírito se adequar à sua condição) e abaterás os olhos altivos” (Sl 18.27). E no livro dos Provérbios está dito: “Certamente ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos” (Pv 3.34). Duas coisas devem ser observadas aqui: 1. A desgraça lançada sobre os orgulhosos: DEUS lhes resiste. A palavra original, antitassetai, significa: DEUS se coloca como que de prontidão na batalha contra eles; e pode haver uma desgraça maior do que DEUS proclamar um homem rebelde, um inimigo, um traidor da sua coroa e dignidade, e proceder contra ele como tal? Os soberbos resistem a DEUS; na sua compreensão, resistem às verdades de DEUS; na sua vontade, resistem às leis de DEUS; nas suas emoções, resistem à providência de DEUS; e por isso, não é de admirar que DEUS se coloque contra os soberbos. Que os espíritos orgulhosos ouçam isso e tremam – DEUS resiste a eles. Quem pode descrever o estado deplorável dos que fazem de DEUS o seu inimigo? Ele certamente vai encher de vergonha (mais cedo ou mais tarde) a face dos tais que encheram o seu coração de soberba. Devemos, portanto, resistir à soberba em nosso coração, se não quisermos que DEUS nos resista. 2. A honra e a ajuda que DEUS dá aos humildes. A graça, em oposição à desgraça, é a honra; isso DEUS dá aos humildes. E, quando DEUS dá graça aos humildes, também dará todas as outras virtudes, e, como no começo do versículo 6, Ele vai dar maior graça. Sempre que DEUS dá verdadeira graça, Ele dá mais, pois aquele que tem e usa corretamente o que tem, a este será dado mais. Ele vai especialmente dar mais graça aos humildes porque eles veem a necessidade dela, e oram por ela e são gratos por ela; e os tais a terão. Por esta razão:
IV
Somos ensinados a nos submeter inteiramente a DEUS: “Sujeitai-vos, pois, a DEUS; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (v. 7). Os cristãos devem abrir mão da amizade do mundo, e ser vigilantes contra aquela inveja e soberba que eles veem prevalecendo em homens naturais, e devem pela graça aprender a se gloriar na sua submissão a DEUS. “Submetam-se a Ele como súditos a seu príncipe, no dever, e como um amigo ao outro, em amor e atenção. Submetam os seus entendimentos às verdades de DEUS; submetam sua vontade a vontade de DEUS, à vontade dos seus preceitos, à vontade da sua providência”. Somos súditos, e, como tais, devemos ser submissos; não somente por meio do temor, mas do amor; não somente em virtude da ira, mas também da consciência. “Submetam-se a DEUS, levando em consideração de quantas maneiras vocês são compelidos a isso, e levando em consideração que vantagens vão obter com isso. Porque DEUS não vai machucá-los pelo seu domínio sobre vocês, mas vai lhes fazer bem”. Então, visto que essa sujeição e submissão a DEUS são coisas que o diabo mais se empenha em atrapalhar, assim devemos, com grande cuidado e firmeza, resistir às suas sugestões. Se ele representar uma entrega dócil à vontade e providência de DEUS como algo que vai trazer calamidades e nos expor ao desprezo e à miséria, precisamos resistir a essas sugestões de medo. Se ele representar a submissão a DEUS como um impedimento de conforto exterior, ou de regalias no mundo, precisamos resistir a essas sugestões de soberba e indolência. Se ele nos tentar a atribuir quaisquer de nossas misérias, ou cruzes, ou aflições à Providência, que possamos evitar isso e não seguir suas orientações em vez de seguir as diretrizes de DEUS, precisamos resistir a essas provocações à ira, não nos afligindo de forma alguma para fazer o mal. “Não deixeis que o diabo, desta ou de maneira semelhante, prevaleça sobre vós; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Se de maneira desprezível cedermos às tentações, o diabo vai nos seguir continuamente; mas se colocarmos toda a armadura de DEUS, e lhe resistirmos, ele vai se afastar de nós. A determinação fecha e tranca a porta contra a tentação.
V
Somos orientados a como agir para com DEUS, ao nos tornarmos submissos a Ele (vv. 8-10). 1. “Chegai-vos a DEUS”. O coração que se rebelou precisa ser levado aos pés de DEUS; o espírito que estava distante e se tornou alienado da vida de comunhão e convivência com DEUS precisa se tornar familiarizado com Ele. “Chegai-vos a DEUS, na adoração e nas instituições, e em todos os deveres que Ele exige de vós”. 2. “Limpai as mãos”. Aquele que vem a DEUS precisa ter mãos limpas. Por isso, Paulo nos orienta a que “...levantemos mãos santas, sem ira nem contenda” (1 Tm 2.8), mãos livres de sangue, e subornos, e de tudo que é injusto e cruel, e livres de toda mancha do pecado. Não é súdito de DEUS quem é escravo do pecado. As mãos precisam ser purificadas pela fé, arrependimento e transformação, ou será inútil para nós nos aproximarmos de DEUS em oração, ou em qualquer outro dos exercícios de devoção. 3. O coração dos inconstantes, “...de duplo ânimo”, precisa ser purificado. O que se quer dizer aqui são os que hesitam entre DEUS e o mundo. “...purificai o coração” é ser sincero e agir com base nesse único alvo e princípio, antes agradar a DEUS do que buscar qualquer coisa neste mundo; a hipocrisia é a impureza do coração. Mas os que se submetem a DEUS corretamente purificam o seu coração como também limpam as suas mãos. 4. “Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai”. “Sejam quais forem as aflições que DEUS vos enviar, tomai-as como Ele vos envia, e sejam devidamente sensíveis a elas. Sede afligidos quando aflições forem enviadas sobre vós, e não as desprezeis. Ou sede afligidos na vossa compaixão com os que assim estão, e ao considerardes no coração as calamidades da igreja de DEUS. Lamentai e chorai por seus próprios pecados e pelos dos outros; tempos de disputas e divisões são tempos em que se deve lamentar, e os pecados que causam guerras e brigas devem ser lamentados. Converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza”. Isso pode ser entendido ou como prenúncio de tristeza ou uma prescrição para a seriedade. Que os homens pensem que podem desafiar a tristeza, mas DEUS pode enviá-la sobre eles. Ninguém ri tão seguramente que DEUS não possa converter o riso em pranto. E parece ser esse o caso dos despreocupados cristãos a quem Tiago escreveu sua epístola. Eles são dirigidos, portanto, antes que as coisas se tornem piores, a colocarem de lado a sua alegria presunçosa e seus prazeres sensuais, para que cedam à tristeza divina e às lágrimas penitenciais. 5. “Humilhai-vos perante o Senhor. Que os atos interiores da alma sejam adequados a todas aquelas expressões exteriores de tristeza, aflições e pesar, mencionadas anteriormente”. A humildade de espírito é aqui exigida, como aos olhos daquele que olha principalmente para o espírito dos homens. “Que haja uma humilhação profunda no lamento de tudo que é mau; que haja grande humildade em se fazer o que é bom: Humilhai-vos”.
VI
Temos grande encorajamento de agir assim para com DEUS: “Chegai-vos a DEUS, e ele se chegará a vós” (v. 8), e Ele exaltará os que se humilharem diante dele (v. 10). Os que se chegam a DEUS por obediência descobrem que DEUS se chega a eles por misericórdia. Chegue-se a Ele em fé, em confiança e obediência, e Ele vai se chegar a você para a sua libertação. Se não há uma íntima comunhão entre DEUS e nós, é nossa culpa, e não dele. Ele exaltará o humilde. O próprio Senhor declarou isso: “...e o que a si mesmo se exaltar será humilhado” (Mt 23.12). Se estivermos realmente arrependidos e humildes debaixo das marcas do que agrada a DEUS, saberemos em pouco tempo as vantagens do seu favor. Ele vai nos exaltar e nos levantar dos problemas, ou Ele vai nos exaltar em nosso espírito e nos confortar nos problemas; Ele vai nos exaltar à honra e segurança no mundo, ou Ele vai nos exaltar e levantar no nosso caminho para o céu, para elevar nosso coração e sentimentos acima do mundo. DEUS vai “...vivificar o espírito dos abatidos” (Is 57.15), Ele vai ouvir os “...desejos dos mansos” (Sl 10.17), e no final Ele vai elevá-los à glória. Antes da honra está a humildade. A honra mais elevada no céu vai ser a recompensa pela maior humilhação na terra.
 

Hinos Sugeridos: 258, 312, 459 da Harpa Cristã

PALAVRA-CHAVE - Resistir
 
 
SINÓPSE I - É preciso estar comprometido com CRISTO, o Salvador e Senhor.
SINÓPSE II - Comprometer-se com a Bíblia é tê-la como revelação de DEUS, considerando-a única regra de fé e conduta.
SINÓPSE III - É preciso buscar uma vida cheia do ESPÍRITO em que somos conduzidos e dirigidos por Ele.
SINÓPSE IV - É preciso comprometer-se com a Igreja como o Corpo de CRISTO.
 
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre. Ao longo dele, estudamos a respeito de várias sutilezas de Satanás contra a Igreja de CRISTO. São sutilezas que tentam atacar a Igreja tanto por dentro quanto por fora. Talvez, nunca na história da Igreja esses ataques sutis estiveram tão intensos. É bem verdade que esse fenômeno é muito mais nas igrejas do Ocidente, pois nas igrejas em regimes não democráticos os ataques são mais frontais. Em todo sentido, somos chamados por DEUS a resistir aos ataques do Maligno.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar o comprometimento com uma vida centrada em CRISTO; II) Conscientizar a respeito do comprometimento com as Escrituras; III) Mostrar o comprometimento com uma vida cheia do ESPÍRITO SANTO; IV) Incentivar o comprometimento com a igreja local.
B) Motivação: Diante dos diversos ataques contra a Igreja de CRISTO, as nossas armas não podem ser carnais. Precisamos compreender o que de fato está acontecendo, mas a nossa maneira de reagir deve ser bíblica e espiritual. Isso passa pela submissão a CRISTO, pelo comprometimento com as Escrituras, pelo comprometimento com uma vida cheia do ESPÍRITO SANTO e, finalmente, pelo comprometimento com a igreja local.
C) Sugestão de Método: Nesta última lição, faça uma recapitulação dos principais assuntos abordados ao longo deste trimestre. Mostre, conforme a proposta do atual trimestre, que as frentes de ataques do Inimigo contra a Igreja são muitas. Entretanto, somos chamados a resistir a elas com armas espirituais.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Desafie os alunos a estarem a cada dia comprometidos com JESUS CRISTO. Anime-os a se comprometerem com as Escrituras Sagradas. Estimule-os a buscarem uma vida cheia do ESPÍRITO SANTO. E, finalmente, fortaleça com eles a necessidade do comprometimento com a igreja local.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "CRISTO Está Conosco" aprofunda o primeiro tópico a respeito de nosso comprometimento com CRISTO, o nosso Salvador e Senhor; 2) O texto "O Ministério à Igreja" traz uma reflexão a respeito da importância da comunhão numa igreja local.


AUXÍLIO TEOLÓGICO
“CRISTO ESTÁ CONOSCO
Não pensemos em CRISTO como estando tão distante que só remotamente fosse atingido por nossos sofrimentos e lutas pessoais. O contrário é a verdade: Ele ensinou os discípulos que era melhor que Ele fosse para que o Consolador fosse enviado e habitasse entre nós para sempre. [...]. Ele permanece conosco em todas as nossas necessidades. Para lembrá-lo da proximidade de CRISTO: pense nEle como alguém que está perto de você no quarto, no carro ou indo ao seu lado enquanto você se dirige para o trabalho. (Que programas de televisão não assistiríamos se CRISTO estivesse sentado no sofá ao nosso lado?)” (LUTZER, Erwin. CRISTO entre outros deuses: Uma defesa da fé cristã numa era de tolerância. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.167).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“EM NENHUM OUTRO HÁ SALVAÇÃO
Os discípulos tinham convicção de que a maior necessidade de cada indivíduo era a salvação do pecado e da ira de DEUS, e pregavam que esta necessidade não poderia ser satisfeita por nenhum outro, senão JESUS CRISTO. Isto revela a natureza exclusiva do evangelho e coloca sobre a igreja a pesada responsabilidade de pregar o evangelho a todas as pessoas.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, pp.55,56.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
O MINISTÉRIO À IGREJA
“O ministério à Igreja inclui o compartilhar da vida divina. Só temos a dinâmica daquela vida à medida que permanecermos nEle e continuarmos repassando a sua vida uns aos outros dentro do corpo. Esse processo de edificação é descrito por Paulo como relacionamentos de mútua confiança: pertencemos uns aos outros, precisamos uns dos outros, afetamos uns aos outros (Ef 4.13-16). Essa mútua confiança inclui abnegação para ajudarmos a suprir as necessidades uns dos outros. Não somos um clube social mas, sim, um exército que exige mútua cooperação e solicitude ao enfrentarmos o mundo, negarmos a carne e resistirmos ao diabo” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.d. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.601

REVISANDO O CONTEÚDO
1. Cite textos bíblicos que fundamentam a centralidade de CRISTO na mensagem apostólica. 1 Co 2.2; At 4.12; 8.5

2. Se por um lado a Igreja não deve esquecer-se de proclamar CRISTO como o único Salvador, qual o outro lado que a Igreja jamais deve esquecer? Jamais deve esquecer-se de que Ele é o único Senhor (At 2.36).
3. Se a Bíblia deixar de ser Palavra de DEUS, como defende alguns, no que ela se torna? A Bíblia torna-se um livro meramente humano, sujeito a falhas e, portanto, passível de correção.
4. Quem conduz o homem a CRISTO? É o ESPÍRITO SANTO quem conduz o homem a CRISTO (Jo 16.8-11; 3.5).
5. Cite algumas das sutilezas que estudamos ao longo do trimestre. Sutilezas da imoralidade sexual; sutileza da relativização da Bíblia; sutileza das Mídias Sociais.

VOCABULÁRIO
Anomalia: Anormalidade; irregularidade.