Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

ESCRITA - Lição 1, Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia, Pr. Henrique, EBD NA TV

Lição 1, Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
3º Trimestre de 2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos
Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares, Assembleia de DEUS, Jundiai, SP
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454
 
Ajuda
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao8-dlld-bibliapalavradedeus.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-dlld-ainerranciadabiblia.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-dlld-abibliacodigoetica.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao11-dlld-acompletudedabiblia.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-dlld-igrejaservadabiblia.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao13-dlld-ovalordoestudodabiblia.htm
 
TEXTO ÁUREO"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO." (2 Pe 1.21)
 

VERDADE PRÁTICACremos na inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jr 36.1,2 DEUS mandou que suas palavras fossem escritas em um rolo
Terça - 2 Pe 3.2 As Escrituras inspiradas por DEUS dizem respeito ao Antigo e ao Novo Testamento
Quarta - Mc 7.13 O Senhor JESUS disse que a Bíblia é a Palavra de DEUS
Quinta - Jo 10.35 As Escrituras Sagradas jamais falharão
Sexta - Hb 4.12 A Palavra de DEUS é viva, poderosa e capaz de transformar vidas
Sábado - Js 1.8 A Bíblia é o manual de DEUS para o nosso bem.
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.14-1714 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. 15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS. 16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 17 - para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
 
OBJETIVO GERAL - Conscientizar a respeito da inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reconhecer a revelação e inspiração da Bíblia Sagrada;
Mostrar a inspiração divina na Bíblia Sagrada;
Explicar a inspiração plena e verbal da Bíblia Sagrada;
Saber que a Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORPrezado professor, neste terceiro trimestre do ano estudaremos as principais doutrinas da fé cristã. O comentarista do trimestre é o pastor Esequias Soares, autor de diversos livros, graduado em Letras, Mestre em Ciência da Religião, presidente da Comissão de Apologética Cristã da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de DEUS no Brasil) e líder da Assembleia de DEUS em Jundiaí, SP.
 
PONTO CENTRAL - Cremos na inspiração divina e autoridade da Bíblia Sagrada.
 
Resumo da Lição 1, Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
I - REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
1. Revelação.
2. Inspiração.
3. A forma de comunicação.
II - A INSPIRAÇÃO DIVINA
1. A inspiração divina.
2. Uma avaliação exegética.
3. Autoridade.
III - INSPIRAÇÃO PLENA E VERBAL
1. Inspiração plenária.
2. Inspiração verbal.
IV - ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA
1. "Proveitosa para ensinar".
2. A conduta humana.
3. As traduções da Bíblia.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A Bíblia é a revelada e inspirada Palavra de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II- Toda a Bíblia é inspirada por DEUS
SÍNTESE DO TÓPICO III - A inspiração da Bíblia Sagrada é plena e verbal.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.
 
PARA REFLETIR - A respeito da inspiração divina e a autoridade da Bíblia, responda:
Qual o significado da palavra teopneustia? A palavra teopneustia significa "inspiração divina da Bíblia".
De onde deriva a autoridade das Escrituras? A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina.
O que significa a expressão "inspiração plenária"? Tal expressão significa que todos os livros das Escrituras são inspirados por DEUS.
O que significam as palavras "inspiração verbal"? Significa que cada palavra foi inspirada pelo ESPÍRITO SANTO (1 Co 2.13).
Segundo a lição, qual é o propósito das Escrituras? O propósito das Escrituras é o ensino para a salvação em JESUS.
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p. 36
 
 
Resumo Rápido da Lição 1, Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
 
INTRODUÇÃO
QUE É A  DOUTRINA BÍBLICA?
 Doutrina: Conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática do cristão. "Doutrina é coisa prática, visto que desperta o coração".
1. Definição. A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com DEUS, com a Igreja e com os nossos semelhantes.
2. Objetivos. Aprofundar o nosso conhecimento de DEUS (Os 6.3). Visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser humano.
3. Doutrina e costumes. Doutrina não são costumes.
Não podemos dissociar os bons costumes da doutrina. Como aqueles dependem desta, logo: a boa doutrina gera, necessariamente, os bons costumes.
 NECESSIDADE DA DOUTRINA
1. A doutrina bíblica nos mantém na salvação em CRISTO.
2. A doutrina bíblica santifica-nos.
3. A doutrina bíblica torna-nos sábios.
A DOUTRINA BÍBLICA E O SERVIÇO CRISTÃO
1. Está presente na evangelização.
2. Está presente na instrução dos santos.
3. Está presente na defesa da santíssima fé.
 
COMO NÃO HÁ UMA LIÇÃO COM A INTRODUÇÃO DO TRIMESTRE, DEVEMOS PELO MENOS MENCIONAR AOS ALUNOS QUE A IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS CONFECCIONOU UMA DECLARAÇÃO DE FÉ - O CHAMADO CREMOS - OFICIAL, PARA QUE TODOS POSSAM SABER E FAZER SABER QUE ESSA É NOSSA DOUTRINA BÍBLICA ACEITA E ENSINADA POR NOSSA DENOIMNAÇÃO.
LEIA PARA SEUS ALUNOS POR FAVOR - LEIA PARA A IGREJA POR FAVOR.
 
Cremos
1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);
2. Em um só DEUS, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);
3. No Senhor JESUS CRISTO, o Filho Unigênito de DEUS, plenamente DEUS, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16- 18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);
4. No ESPÍRITO SANTO, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13); 5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de DEUS e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de JESUS CRISTO podem restaurá-lo a DEUS (Rm 3.23; At 3.19);
6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO e pelo poder atuante do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por JESUS CRISTO em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8. Na Igreja, que é o corpo de CRISTO, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo ESPÍRITO SANTO para seguir a CRISTO e adorar a DEUS (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);
9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO, conforme determinou o Senhor JESUS CRISTO (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);
10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do ESPÍRITO SANTO, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de JESUS CRISTO (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);
11. No batismo no ESPÍRITO SANTO, conforme as Escrituras, que nos é dado por JESUS CRISTO, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);
12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo ESPÍRITO SANTO à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);
13. Na segunda vinda de CRISTO, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14); 14
14. No comparecimento ante o Tribunal de CRISTO de todos os cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de CRISTO na Terra (2 Co 5.10);
15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).
16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por DEUS e ratificado por nosso Senhor JESUS CRISTO como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).
 
CAPÍTULO I.
SOBRE AS SAGRADAS ESCRITURAS
Nossa declaração de fé é esta: cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de DEUS, única revelação escrita de DEUS dada pelo ESPÍRITO SANTO, escrita para a humanidade e que o Senhor JESUS CRISTO chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de DEUS”; que os livros da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por DEUS e útil” (2 Tm 3.16 – ARA). Isso significa que toda a Escritura foi respirada ou soprada por DEUS, o que a distingue de qualquer outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter sui generis. As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e plenária do ESPÍRITO SANTO: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” (2 Pe 1.21). DEUS soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por DEUS, cada um com sua própria personalidade e talento. A inspiração da Bíblia é especial e única, não existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau de inspiração e autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática, a inerrante, completa e infalível Palavra de DEUS: “A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de DEUS, que não pode ser anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35 – ARA).
 
1. Estrutura.
Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por DEUS, estando dividida em duas partes principais, Antigo e Novo Testamento, ambos escritos por ordem de DEUS num período de 1.600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens de estratigrafias distintas, os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes, como Moisés: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque, conforme o teor destas palavras, tenho feito concerto contigo e com Israel” (Êx 34.27); Jeremias (cerca de 800 anos depois): “[...] veio esta palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: Toma o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre Israel, e sobre Judá, e sobre todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje” (Jr 36.1,2); e o apóstolo João (no final do primeiro século da era cristã): “[...] E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Ap 21.5). Entretanto, a pluralidade de escritores e os diferentes lugares e épocas em que foi escrita não comprometeram a sua singular homogeneidade, pois se trata do pensamento de um único autor: DEUS.
2. Classificação.
O Antigo Testamento contém 39 livros produzidos antes de CRISTO e está dividido em quatro partes, pela seguinte ordem: Lei – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio; Históricos – Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester; Poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão; Proféticos – Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O Novo Testamento contém 27 livros que foram produzidos depois da morte e ressurreição do Senhor JESUS CRISTO e está dividido em quatro partes: Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João; Histórico – Atos dos Apóstolos; Epístolas – Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas; e Revelação – Apocalipse. Esses livros autorizados são chamados de canônicos.
3. Propósito.
São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o próprio DEUS e expressar a sua vontade à humanidade. Pelo primeiro, dentre outras formas de revelação, DEUS graciosamente revelou a si mesmo pela Palavra: “Havendo DEUS, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb 1.1). Pelo segundo propósito, DEUS expressa claramente a sua vontade redentora a todos e a cada um dos seres humanos sem nenhuma acepção de pessoas, por meio da fé em JESUS CRISTO: “Porque nele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.17). Assim sendo, o Senhor JESUS CRISTO é o centro das Escrituras. Ele mesmo disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de 16 Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Tudo o que precisamos saber sobre DEUS e a nossa redenção está suficientemente revelado em sua Palavra. Ela é o manual de DEUS para toda a humanidade, e suas instruções visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social de todos os seres humanos.
4. O poder da Palavra de DEUS.
A Bíblia revela o seu poder de forma clara e inconfundível. Ela emprega uma metáfora para mostrar esse poder quando chama a si mesma de “a espada do ESPÍRITO, que é a palavra de DEUS” (Ef 6.17). O seu poder é capaz de destruir as fortalezas de Satanás6 , como também pode penetrar no mais íntimo do ser humano.7 O próprio Senhor JESUS CRISTO derrotou Satanás usando o poder das Escrituras Sagradas quando foi tentado por este no deserto. JESUS evitou qualquer outro argumento, abriu mão do uso de seus poderes sobrenaturais, característicos do seu ministério terreno, e disse apenas “está escrito”, e isso por três vezes. Citou a Lei de Moisés, o livro de Deuteronômio: “[...] Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de DEUS” (Mt 4.4);8 “[...] Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu DEUS” (v. 7);9 “[...] Porque está escrito: Ao Senhor, teu DEUS, adorarás e só a ele servirás” (v. 10).
5. Os livros apócrifos e pseudoepígrafos.
Não reconhecemos a autoridade espiritual dos livros apócrifos, nem dos pseudoepígrafos, chamados pelos católicos romanos, respectivamente, de deuterocanônicos e apócrifos. O Senhor JESUS fez menção das Escrituras Sagradas dos seus dias, a Bíblia tripartida dos judeus, “Lei, Profetas e Escritos”, e nelas não constam esses livros, pois nunca fizeram parte do Antigo Testamento dos judeus. Os livros apócrifos (palavra que significa “escondido”) apresentam erros históricos e geográficos, bem como anacronismos, além de ensinarem doutrinas falsas e práticas divergentes das Escrituras inspiradas, a exemplo da oração pelos mortos. Os pseudoepígrafos (palavra que significa “falso escrito”) foram produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos.
6. Mensagem.
A Bíblia é, portanto, a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de DEUS, cujo alvo principal é, pela persuasão do ESPÍRITO SANTO, levar-nos à redenção em JESUS CRISTO. Nós a interpretamos sob a orientação do ESPÍRITO SANTO, observando as regras gramaticais e o contexto histórico e literário.
A Bíblia fornece-nos, ainda, o conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com o Pai Celeste e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova revelação extraordinária ou pretensamente canônica para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual. O próprio DEUS ordena que conservemos íntegra a sua Palavra: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso DEUS, que eu vos mando” (Dt 4.2. O livro de Provérbios reafirma a inteireza e a pureza da Bíblia Sagrada: “Toda palavra de DEUS é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5,6). No encerramento do cânone divino, o Senhor JESUS chancela a integridade e a completude da Bíblia Sagrada: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, DEUS fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, DEUS tirará a sua parte da árvore da vida, e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19).
 
E JESUS, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais (não sois enganados) vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de DEUS? Marcos 12:24
 
O ideal é conhecer muito das escrituras (Bíblia) e conhecer muito do poder de DEUS - Equilíbrio espiritual. Ser intimo do ESPÍRITO SANTO. ELE nos ajuda a compreender as escrituras da maneira correta. ELE nos ajuda a conhecer JESUS e o PAI. Ele nos faz lembrar do que JESUS nos ensinou. ELE mora dentro de nós. ELE tem o poder para realizar tudo o que é necessário na obra de DEUS. ELE nos ajuda na oração. ELE é o AJUDADOR. . παρακλητος parakletos - Chamado, convocado a estar do lado de alguém, esp. convocado a ajudar alguém. Seria como a pessoa que pega do outro lado na hora de levantar uma mesa do chão. peça ajuda para o ESPÍRITO SANTO quando for ler a Bíblia - JESUS o chamou de professor (vos ensinará).
 
I - REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
1. Revelação.
 Inspiração é o que DEUS quer dizer. Ai aquele que a recebeu vai escrever isso de sua maneira, com seu vocabulário, com sua cultura, e sua língua.
Revelação é o que está escondido e aparece. Mensagens da criação e futuristas de DEUS sempre são chamadas revelações.
 
Ele "não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am 3.7). "revelação", apocalipsis, em grego, significa o ato e o efeito de tirar o véu que encobre o desconhecido.
DEUS revela a si mesmo, a sua vontade e natureza e os demais mistérios pela Bíblia.
Todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas e os escritores não foram usados inconscientes, mas cooperava com eles o ESPÍRITO SANTO, que os capacitava. Homens santos escreveram a Bíblia com as palavras de seu vocabulário, mas numa influenciante presença do ESPÍRITO SANTO, escrevendo a PALAVRA DE DEUS.
REVELAÇÃO X INSPIRAÇÃO:
Revelação é a ação de DEUS que se dá a conhecer ao Escritor e que o homem sozinho, nada pode saber (Dn.12.81 Pe. 1:10,11). Inspiração não implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada, mas nem toda ela foi revelada: Ex. de Revelação: Gênesis, sonhos de José, escritos de Paulo (Gl. 1:11Ef.3:3).
Apocalipse: (Ap.) Revelação dos Últimos Tempos. Autor João,90 A.D.Revelação de JESUS para as 7 igrejas da Ásia.
 
 
2. Inspiração.
"homens santos falaram da parte de DEUS, movidos pelo ESPÍRITO SANTO" (2 Pe 1.21, ARA).
 Inspiração é o que DEUS quer dizer. Ai aquele que a recebeu vai escrever isso de sua maneira, com seu vocabulário, com sua cultura, e sua língua.
Revelação é o que está escondido e aparece. Mensagens da criação e futuristas de DEUS sempre são chamadas revelações.
 
INSPIRAÇÃO - Dicionário da Bíblia de John D. Davi
INSPIRAÇÃO
Os termos inspiração e inspirado empregam-se em sentido muito lato nas Escrituras. Encontram-se apenas duas vezes em nossa Bíblia, em sentido religioso: em Jó 32: 8 e 2 Tm 3:16. Na primeira passagem, para dar expressão ao fato que os homens não são independentes de DEUS como entes intelectuais, mas que, grandes e pequenos, velhos e moços, a todos igualmente, "a inspiração do Todo-Poderoso dá a inteligência. "Na segunda passagem o termo inspirado, tem um sentido mais próprio e específico, como predicado direto das Escrituras, afirmando que elas são divinas e que contem a virtude de ser proveitosas para os grandes fins a que se destinam. O Apóstolo refere-se às Escrituras do Antigo Testamento em particular, que eram os livros sagrados dos judeus. Não quer isto dizer, porém, que os outros escritos que hoje formam o todo das Escrituras não merecem o mesmo valor. Esta qualidade constitui o característico fundamental das Escrituras e é expressa no original grego por uma palavra composta: inspirado-por-DEUS, theopneusta, para determinar a origem da inspiração. Acrescenta o apóstolo, como base do valor das Escrituras, que todas elas são dadas por inspiração divina, e, portanto úteis para a salvação. A inspiração, segundo ele diz, é, pois a qualidade fundamental das Escrituras, em virtude da qual, são a palavra de DEUS, e se revestem de todos os predicados que lhe são devidos. De acordo com o ensino desta passagem clássica, todas as Escrituras são uniformemente reconhecidas como a própria palavra de DEUS, contendo todas as qualidades inerentes à sua origem divina. Por isso, elas possuem os títulos exclusivos de Escrituras, as Escrituras, os Oráculos de DEUS, Rm 3: 2, palavras de vida, At 7: 38. Oráculos de vida endossadas pela fórmula Esta escritura, freqüentemente empregada para indicar a fonte autorizada donde procedem. Comprova-se ainda pelas constantes referências a DEUS como seu autor, At 13: 341Co 6: 16Mt 1: 222: 15Rm 1: 2, e mais especialmente ao ESPÍRITO SANTO, Hb 3: 79: 810: 15At 1: 164: 2528: 25. Mesmo quando, nas passagens originais, estas palavras não sejam atribuídas a DEUS, devem ser a ele atribuídas por fazerem parte das Escrituras, At 4: 242513: 3435Mt 19: 5Hb 1: 678104: 477: 2110: 30. Por outro lado os escritores da Bíblia, falando por boca do ESPÍRITO SANTO, Mc 12: 36Mt 22: 43, são considerados como canais de DEUS pelos quais DEUS falava aos homens, Mt 1: 222: 15At 1: 164: 2528: 25Rm 1: 2. Conseqüentemente, todas as palavras das Escrituras são autorizadas, nenhum de seus mandamentos deve ser violado, Mt 22: 43Jo 10: 3435Gl 3: 16, todas as suas profecias terão de ser cumpridas, 2 Pe 1: 20Jo 19: 363720: 9At 1: 16; comp. Ed 1: 1Dn 9: 2, e todo o seu conteúdo, quer seja história, quer doutrinário, quer ético, não somente merece fé, como também deve ser considerado como elemento valioso ao proveito espiritual das criaturas em todos os tempos, 2 Tm 3: 16Rm 15: 41 Co 10: 11Rm 4: 239: 171 Co 9: 10Gl 3: 8224: 301 Pe 2: 6; comp. 2 Cr 17: 9Ne 8: 1. Os livros do Novo Testamento tem o mesmo direito à inspiração como os do Antigo e participam com eles de todos os predicados que lhe são inerentes como se prova pelas referências a eles feitas, 1Co 7: 4014: 372 Ts 3: 414Gl 1: 8, pela igual classificação de seus autores como órgãos do ESPÍRITO SANTO, 1 Ts 2: 134: 21 Co 2: 13167: 40, e pela inclusão dos livros do Novo Testamento sob o mesmo título sagrado de Escrituras, 2 Pe 3: 161 Tm 5: 18. B. W.
 
3. A forma de comunicação.
O processo de comunicação divina sempre foi o mesmo - palavra dita diretamente aos ouvidos do ouvinte ou em seu interior, sonhos, visões, imagens (Jr 1.11-13), tambéem através de mensagens entregues por anjos. DEUS PAi se manifestou mais no Antigo Testamento enquanto JESUS se manifestou mais no Novo Testamento (apareceu algumas vezes em Teofanias no AT, como anjo do SENHOR).
A revelação aos apóstolos no Novo Testamento veio diretamente do Senhor JESUS CRISTO (Gl 1.11,12; 2 Pe 1.16-18; 1 Jo 1.3) e do ESPÍRITO SANTO (Ef 3.4,5). Por sermos templo do ESPÍRITO SANTO DEUS nos fala mais agora através deste, em nosso interior.
DEUS continua nos falando de várias maneiras e usa mais sua Palavra escrita para nos dizer o que deseja que façamos, seja usando alguém ou ao lermos sua bendita Palavra.
 
II - A INSPIRAÇÃO DIVINA
1. A inspiração divina.
A POSIÇÃO CONSERVADORA
Os ortodoxos afirmamos que a Bíblia é a Palavra de DEUS. Dessa forma, colocamo-la no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável arbitra em matéria de fé e prática. Se a Escritura diz, é a nossa obrigação ser-lhe obediente sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana! Os cristãos jamais deixaram de ser dogmáticos quanto à origem divina da Bíblia.
A Igreja Primitiva. Firmados, principalmente, em 2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.20,21, os cristãos primitivos tinham os profetas hebreus como oráculos de DEUS. Igual deferência concediam eles aos escritos dos apóstolos de nosso Senhor e daqueles que lhes foram íntimos seguidores — Marcos e Lucas, por exemplo.
No século II, quando o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas Escrituras, tentando extirpar do cânon os livros apostólicos, por considerá-los escandalosamente judaicos, os líderes da igreja condenaram-no em uníssono e energicamente. Atuando como porta-voz dos pastores e bispos, Tertuliano escreveu Contra Marcião, numa apaixonada apologia do cânon atual da Bíblia Sagrada.
Orígenes de Alexandria, nascido no Egito por volta de 185, também saiu com presteza, a fim de defender o cânon das Sagradas Escrituras. Ele asseverou que tanto as Escrituras do Antigo quanto as do Novo Testamentos foram inspiradas pelo mesmo ESPÍRITO SANTO. Logo, acrescenta o doutor alexandrino, “as Escrituras Sagradas foram redigidas pelo ESPÍRITO de DEUS”.
Nascido em 296, Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia em virtude de seu apaixonado zelo pela pureza doutrinária da fé cristã. A semelhança de seus predecessores, fez ele uma brilhante apologia da inspiração divina das Escrituras Sagradas como a Palavra de DEUS.
Os reformadores. Ao deflagrar a Reforma Protestante, Martinho Lutero fez questão de ressaltar a importância da Bíblia Sagrada como a Palavra de DEUS. Se até àquele dia a igreja de Roma tinha as suas tradições como mais importantes que as Sagradas Escrituras, veio Lutero e afirmou que estas são a nossa única norma em matéria de fé e prática. Foi a partir desse ponto doutrinai que Lutero revolucionou espiritualmente a igreja de CRISTO, levando os fiéis a depositarem toda a sua confiança no Antigo e no Novo Testamento.
Cognominando a Bíblia como o berço que traz o CRISTO, Lutero — natural de Eisleben, na Alemanha— defendeu ardorosamente a inspiração divina das Sagradas Escrituras. Exortava ele os cristãos a lerem a Palavra de DEUS sob a luz de CRISTO.
João Calvino, de igual modo, sustentava a origem divina da Bíblia:
 
Visto que DEUS se comunicou por sua Palavra de Vida a todos os que Ele recebeu por sua graça, disso devemos inferir que os fez participantes da vida eterna. Eu digo que na Palavra de DEUS há tal eficácia de vida que a sua comunicação é uma segura e certa vivifcação da alma. Entendo por comunicação não a geral e comum, que se propaga por céus e terra t sobre todas as criaturas do mundo. Porque, conquanto esta vivif que todas as coisas conforme a sua respectiva natureza diversa, todavia não livra nada nem ninguém da corrupção. Mas a comunicação a que me refiro ê especial, e por esta a alma dos crentes é iluminada no conhecimento de DEUS e de algum modo é ligada a Ele.
 
Os pen tecos tais. A comunidade de fé pentecostal, formada principalmente pelas Assembléias de DEUS, sempre acreditou ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de DEUS. Vejamos como se posicionaram alguns de nossos maiores e mais respeitados teólogos.
O missionário finlandês Lars Eric Bergstén, que, durante cinco décadas peregrinou pelo Brasil, ensinando a lídima doutrina bíblica, assim se posicionou acerca das Sagradas Escrituras:
DEUS, que antigamente falou “muitas vezes e de muitas maneiras aos país”, queria que a sua Palavra não jicasse guardada pelos homens apenas através da experiência com Ele ou pela tradição falada, isto é, os país contando para os seus filhos, etc. DEUS queria que as verdades reveladas fossem conservadas em um autêntico documento. Por isso, Ele mesmo tomou as providências para que suas palavras, revelações e acontecimentos — maravilhas operadas em meio ao seu povo —fossem escritos.
 
Antonio Gilberto, um dos maiores teólogos do Brasil, afirmou acerca da origem divina da Bíblia:
E a revelação de DEUS à humanidade. Seu autor ê DEUS mesmo. Seu real intérprete é o ESPÍRITO SANTO. Seu assunto central é o Senhor JESUS CRISTO.
 
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA SAGRADA
Matthew Henry — um dos maiores expositores das Sagradas Escrituras é categórico ao se referir à inspiração da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do ESPÍRITO SANTO”. Como não concordar com Henry? Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do ESPÍRITO SANTO.
 
Que outro livro trouxe tanta mudança à humanidade como a Bíblia Sagrada? Homero, Aristóteles, Camões, Karl Marx? O Capital de Marx, por exemplo, embora considerado a “bíblia” do comunismo, é tão seco e árido que dificilmente alguém consegue lê-lo do início ao fim. A Escritura, porém, vem sendo lida de geração em geração com o mais vivo interesse. O imperador brasileiro Dom Pedro II revelou que a lia cotidianamente.
Qual a diferença entre ela e os demais livros? Sem dúvida, a sua inspiração.
Definição etimológica. A palavra “inspiração” vem de dois vocábulos gregos: theo, “DEUS”; e pneustos, “sopro”. Literalmente, significa: “aquilo que é dado pelo sopro de DEUS”.
Definição teológica. “Ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de DEUS — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade, CPAD).
Em português, a palavra “inspirar” é originária do verbo latino inspirare, que significa: “introduzir ar nos pulmões”. È um processo fisiológico tão necessário à vida, que a mantém em pleno funcionamento. È algo automático; independe de nossa vontade. Basta estarmos vivos para que o ar nos entre pela boca e pelas narinas e nos chegue até os pulmões.
Assim também ocorreu com os santos profetas e apóstolos usados para escrever a Bíblia Sagrada. O ESPÍRITO SANTO insuflou-lhes a Palavra de DEUS de tal forma, que foram eles impulsionados a registrar os arcanos e desígnios divinos de maneira sobrenatural, inerrante, infalível e singular. Nenhum outro livro foi inspirado dessa forma; foi um milagre que se deu na área do conhecimento humano e nunca mais se repetiu.
Inspiração verbal e plenária da Bíblia. È a doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por DEUS. Verbal: o ESPÍRITO SANTO guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2Tm 3.16).
A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).
Se no profeta Isaías deparamo-nos com um estilo sublime e clássico, em Amós encontramos um prosa simples e humilde, como os campos palmilhados pelo
mensageiro campesino. E, se em Paulo encontramos um grego que se amolda à dicção do heleno ático, em Marcos encontramos um grego humilde como humilde era o seu autor. Contudo, tanto nos primeiros como nos segundos, não podemos negar a exatidão e a ortodoxia da inspirada Palavra de DEUS.
A inspiração da Bíblia ê única. Conforme já dissemos, além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de maneira sobrenatural e inconfundivelmente divina. Eis porque a Palavra de DEUS é a obra-prima por excelência da raça humana. Até mesmo os seus mais arrebatados inimigos são obrigados a se curvar ante a sua beleza suprema e célica. Haja vista em todas as universidades realmente importantes haver uma cadeira dedicada ao idioma hebraico por causa da crescente importância da Bíblia.
Aliás, não fora a Palavra de DEUS, a civilização ocidental, como a conhecemos, seria impossível. O que os gregos não lograram com a sua filosofia e lógica, a Bíblia alcançou através de sua mensagem, que, embora singela, derrubou grandes reinos e impérios.
Declaração doutrinária das Assembléias de DEUS no Brasil. “Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão”. A maioria das denominações evangélicas, realmente conservadoras, tem a Bíblia como a inspirada Palavra de DEUS. Sem esse artigo de fé, o evangelismo perde todo o seu conteúdo.
Evidências da inspiração divina da Bíblia. Há evidências que nos indicam ser a Bíblia a Palavra inspirada de DEUS? Basta uma leitura das Sagradas Escrituras para se concluir, de imediato, terem sido elas produto da ação direta do ESPÍRITO SANTO sobre os hagiógrafos, levando-os a escrever os livros que fazem parte do cânon bíblico.
Entre as evidências, que nos indicam a procedência divina das Escrituras Sagradas, podemos citar:
  1. A influência na vida do ser humano. Que outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar radicalmente o homem? Temos testemunhos emocionantes de homens, mulheres, jovens e crianças que, no contato com a Palavra de DEUS, se tornaram novas criaturas.
  2. A influência na história da humanidade. Ultrapassando as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus escritores, a Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência do SANTO Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de DEUS seja admirada em países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista a China e o Japão. Até mesmo nos países árabes, que se deixam conduzir pelo Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.
  3. A influência na vida moral da humanidade. Sem a Bíblia Sagrada, estaria a humanidade mergulhada em densas trevas espirituais e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras. Todavia, a moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos, vem elevando os filhos de Adão aos mais altos ideais, impedindo que se degenerem.
2. Uma avaliação exegética.
O que é Exegese Bíblica?
A exegese consiste em compreender um ou mais textos bíblicos em sua forma e em sua essência, através de um trabalho minucioso de explicação e interpretação, usando vários recursos e instrumentos científicos para entender os contextos histórico e literário do texto sagrado. A exegese distingue-se de outras interpretações bíblicas pelo seu caráter mais científico, detalhado e aprofundado.
 
Qual a necessidade da Exegese Bíblica?
Exegese torna-se necessário pelo fato de que nós, como leitores, estamos entre 2000 e 4000 anos separados da realidade do texto. • A cultura, os costumes, a história, a cosmovisão, e especialmente a língua do contexto original criam uma distância muito grande entre nós e o texto.
Aquilo que os leitores originais entendiam naturalmente exige de nós horas e horas de análise cuidadosa.
Exegese existe para construir uma ponte entre nosso século e a "realidade" da audiência original.
Todos os passos da Exegese constituem uma tentativa de aproximação do significado do texto bíblico.
 
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; 2 Timóteo 3:16 . Essa deve ser a tradução certa e adotada por nós. A bíblia toda é inspirada por DEUS. O que está escrito na Bíblia toda tem proveito para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiiça a quem quer que seja.
 
2 Timóteo 3:16 A Bíblia inteira nos foi dada por inspiração de DEUS, e é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e para nos fazer compreender o que está errado em nossas vidas; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que é correto. 17 Ela é o meio que DEUS utiliza para nos fazer bem preparados em todos os pontos, perfeitamente habilitados para fazer o bem a todo mundo. Bíblia VIVA
 
Podemos dizer, que há pelo menos 6 “abismos” entre nós e o texto sagrado:
a. Abismo Cronológico - Quem foi usado para escrever o texto viveu num outro tempo e nós não estávamos lá. Não podemos então conversar com os autores, nem com os primeiros ouvintes e leitores para entender naturalmente o significado do que escreveram. Estamos separados pelo tempo.
b. Abismo Geográfico - Especialmente nós, daqui do Ocidente, estamos a quilômetros de distância da região e dos países onde se deram os fatos narrados na Bíblia. O texto faz parte de um espaço geográfico diferente do nosso.
c. Abismo Cultural - O texto, alvo de nossa Exegese, tem como pano de fundo uma cultura, que nada mais é do que o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc. Assim, o jeito de olhar pra vida na cultura onde o texto estava inserido originalmente, tende a ser bastante diferente da percepção moderna e ocidental.
d. Abismo Lingüístico - Há um “sofrimento”, um dano ao texto no ato da tradução e isso é inevitável. A estrutura gramatical, o jeito de escrever (falta de pontuação, acentos e separação entre palavras), as peculiaridades da língua grega, algumas expressões incomuns ou de sentido obscuro, a qualidade dos fragmentos de texto aos quais temos acesso, a possibilidade de erros na transmissão do texto, constituem um abismo entre o exegeta moderno e o texto.
e. Abismo Literário - O estilo e a forma de escrita do texto do Novo testamento difere do nosso estilo atual de escrever. Não é tão comum assim em nossa escrita o uso de imagens, parábolas e provérbios como era nos tempos do NT.
 
Exegese nas Epístolas de Paulo e nas Cartas Gerais:
As cartas de Paulo são várias vezes maiores do que as cartas médias da antiguidade, pelo que Paulo, em certo sentido, foi o inventor de uma nova forma literária – a epístola. No mundo greco-romano, as cartas particulares eram escritas usando, em média, 90 palavras. Missivas literárias, como as de Cícero, o estadista romano ou de Sêneca, o filósofo, chegavam a contar com 200 palavras, o que ocupava geralmente apenas uma folha de papiro. A menor carta de Paulo, Filemom, possui 335 palavras e a maior, Romanos, 7.101.28
O principal material de escrita na antiguidade era o papiro. O pergaminho para o preparo de livros do NT foi usado somente a partir do séc. III d.C.29
O papiro era feito com tiras estreitas da medula do caule de uma planta conhecida por esse nome (pavpuro") que parecia ser uma espécie de junco que crescia junto às margens de rios e lagos. Tais tiras eram coladas com uma substância glutinosa que era extraída delas mesmas quando prensadas. Diz-se que a medida de uma folha de papiro usada para o registro das cartas de Paulo girava em torno de 34 cm por 28 cm. O texto era disposto numa folha em colunas de cerca de 7 cm de largura cada com um intervalo no meio de uns 2 cm. Também várias folhas poderiam ser coladas pela extremidade umas as outras formando assim um rolo que não passava de 10 mts. Dentre as cópias de manuscritos do NT, há uma espécie de caderno formado por folhas (que poderia ser de papiro ou pergaminho) pregadas por uma das bordas. A palavra latina Códex é usada para designar este tipo de escrito. O alemão Adolf Deissmann, teólogo luterano (1866-1937) e professor de teologia da Universidade de Berlin, após estudar vários papiros, em cuja descoberta ele mesmo estava envolvido, fez uma diferenciação entre cartas e epístolas, considerando como “cartas verídicas” aquelas que foram endereçadas a uma pessoa ou mais pessoas, e epístolas aquelas destinadas ao público. Para Deissmann, as cartas eram “não-literárias”, enquanto que as epístolas eram uma forma literária artística ou uma espécie de literatura que visava à exposição ao público. Wegner distingue entre cartas, quando se trata de “mensagem entre um remetente e um destinatário conhecido” e epístolas como “tratados a respeito de certos assuntos que, mesmo servindo-se da moldura de cartas, não se dirigem a remetentes específicos, e, sim, visam atingir com sua mensagem, um círculo maior de leitores e leitoras”. Embora tal distinção deva ser vista com cautela, não deixa de ser interessante e válida. A maioria das cartas antigas encontradas tem uma forma bem semelhante às que temos nas páginas do Novo Testamento. Tais cartas se dividem basicamente em seis partes:
1. A apresentação do autor;
2. O nome do destinatário ou endereçado;
3. A saudação inicial;
4. Um desejo ou ações de graças (oração);
5. O conteúdo da carta (corpo);
6. Uma saudação final e despedida.
Atos 15:30 Os que foram enviados desceram logo para Antioquia e, tendo reunido a comunidade, entregaram a epístola. (referindo-se a Carta do Concílio – 15.23-29)
Romanos 16:22 Eu, Tércio, que escrevi esta epístola, vos saúdo no Senhor.
Colossenses 4:16 E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.
1 Tessalonicenses 5:27 Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta epístola seja lida a todos os irmãos.
2 Tessalonicenses 3:14 Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado.
2 Pedro 3:1 - Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida,...
É imprescindível notar que as cartas do NT, independentemente da distinção que Deissmann faz, são “documentos ocasionais”, isto é, elas foram ocasionadas por uma situação especial, numa circunstância específica que envolvia, ou o leitor, ou o próprio autor. A determinação deste contexto específico que “provoca” o escrito constitui a maior parte dos problemas para a Exegese nas epístolas.
 
 
3. Autoridade.
1- EXPLICAÇÃO E BASE BÍBLICA PARA A AUTORIDADE BÍBLICA:
“A autoridade das Escrituras significa que todas as palavras nas Escrituras são palavras de DEUS de modo que não crer em alguma Palavra a Bíblia ou desobedecer a ela é não crer em DEUS ou desobedecer a ele” Wayne Gruden
Ou seja, a Bíblia é a Palavra de DEUS, escrita por homens, mas inspirada por DEUS que foram ordenados para que escrevessem de forma fiel aquilo que lhes foi dito.(Nm 22:38Dt 18:18-20Jr 1:9;14:1423:16-2229:31-32Ez 2:713:1-16). Vemos alguns fatores que garantem a autoridade
bíblica: Todas as palavras nas escrituras são Palavra de DEUS
A Bíblia diz isso a seu próprio respeito: O Apóstolo Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por DEUS e ainda diz a sua completa utilidade, em várias áreas da vida e da necessidade interior e exterior do homem, caracterizando a autoridade, a inspiração, a inerrância e a suficiência bíblica para o homem em qualquer situação ou dificuldade de sua vida. (2 Tm 3:16).
Em 1 Pe 1:21, o apóstolo Pedro nos afirma que nenhuma escritura veio de propósitos humanos e que nenhuma interpretação é particular ou pertence a uma pessoa ou a um grupo restrito, mas sim que foram homens que escreveram e falaram da parte de DEUS, movidos pelo ESPÍRITO SANTO.
Somos convencidos a aceitar as reivindicações da Bíblia de que ela é a Palavra de DEUS, vemos que a partir do momento em que lemos a Bíblia e se inicia a ação do ESPÍRITO SANTO nos mostrando que as palavras da Bíblia são divinas, pois o próprio ESPÍRITO SANTO passa a falar aos nossos corações na palavra da Bíblia e por intermédio delas. Vemos isto com o Apóstolo Paulo nos falando em 1 Co 2:13,14.
As palavras das Escrituras são autocorroborantes. Elas se confirmam e se comprovam entre si mesmas, e não podem ser comprovadas por nada externo, como exemplo, razão humana, exatidão histórica, ou outros argumentos, caso isso aconteça estamos sugerindo que haja algo maior que a própria Escritura. Cremos que as Escrituras são a Palavra de DEUS por que elas reivindicam essa condição e cremos em sua reivindicação porque as
Escrituras são a Palavra de DEUS.
Não é o único meio de comunicação de DEUS, vemos no livro de Hb 1:1, que DEUS falou a nós pelos profetas de muitas maneiras.
Outros indícios, a Bíblia é historicamente precisa, tem coerência interna, contém profecias que se cumpriram centenas de anos mais tarde e estão a se cumprir hoje, influenciou e influencia os rumos da História humana, muda a vida de milhões de pessoas, que encontram a salvação por seu intermédio, tem em seus ensinos uma beleza singular e majestosa e de uma profundidade que nenhum outro livro pode superar e afirma centenas de vezes que é a Palavra de DEUS. Então em virtude do exposto:
2- NÃO CRER EM QUALQUER PALAVRA DA ESCRITURA OU DESOBEDECER A ELAS É NÃO CRER EM DEUS OU DESOBEDECER A ELE.
Vemos que JESUS repreende os discípulos por não crerem nas Escrituras (Lc 24:25). Nós crentes devemos guardar e obedecer às palavras dos discípulos (Jo 15:20). Os cristãos são incentivados a se lembrar “do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos apóstolos” (2Pe 3.2). Desobedecer aos escritos tornava as pessoas passivas de afastamento do corpo de CRISTO (2Ts 3:142Co 13:2-3). E, finalmente DEUS se alegra em todo aquele que “treme” diante de sua Palavra (Is 66:2).
3- VERACIDADE DAS ESCRITURAS
Todas as palavras nas Escrituras são inteiramente verdadeiras e não contém erros em nenhum lugar.
A Palavra de DEUS é o padrão definitivo da Verdade.
Nenhum fato novo poderá contradizer a Bíblia
4- AS ESCRITURAS SÃO A AUTORIDADE FINAL
Vemos que DEUS quando deu os mandamentos a Moisés, Ele mandou que Moisés preparasse as tábuas em que Ele escreveu como seu próprio dedo (Ex 31:18), ou seja, escritas pelo próprio DEUS, o Próprio Senhor fez questão de escrever, registrar, para ser lembrado, para não ser alterado, para que fosse de fácil acesso e de mais fácil obediência e que como conhece o homem saberia de sua facilidade de alterá-la se fosse apenas através da tradição oral, tanto é que as tábuas ainda estão guardadas dentro da arca do concerto, que vai ser achada por nós quando da nossa reunião com o Senhor (Ex 25:16Ap 11:19).
5- AS QUATRO CARACTERÍSTICAS DAS ESCRITURAS
INERRÂNCIA BÍBLICA (1)
Antes de mostrarmos as características dessa inerrância, vimos no item anterior que todas as Palavras escritas na Palavra de DEUS são proveniente s de DEUS e não obedecer a elas significa não obedecer a DEUS e que por Ser Palavra de DEUS e ser impossível que DEUS minta ou fale com
falsidade, então podemos dizer que a Palavra de DEUS é verdadeira e sem qualquer erro, ou destituída de qualquer imperfeição (Sl 12:6Pv 30:5Jo 17:17).
Então podemos entender que os manuscritos bíblicos nos seus originais são desprovidos de quaisquer erros e não afirmam nada contrário aos fatos e sempre diz a verdade a respeito de todas as coisas que trata.
 
Vejamos algumas características da inerrância bíblica:
A Bíblia pode ser inerrante e ainda assim usar a linguagem cotidiana, como já vimos a Bíblia foi escrita por vários autores dos mais variados níveis culturais, portanto foi escrito de acordo com a estrutura de linguagem de cada um, sendo geralmente a linguagem usual do povo, no caso de um homem do povo, ou de um sacerdote, no caso de ser escrita por um sacerdote, ou rica em detalhes quando escrita por um médico, ou numa linguagem mais coloquial quando escrita por pescador ou por vaqueiro;
A Bíblia pode ser inerrante e conter citações livres, no grego original, Koine em que foi escrito o NT não existia sinais de aspas ou pontuações que indicassem a autoria de determinado discurso por parte de uma pessoa, por isso no Original as citações não são diretas e sim livres abertas, porém o que deve ser observado é se elas estão de acordo como conteúdo verdadeiro já existente na própria Palavra;
A inerrância é compatível com construções gramaticais pouco usuais que estão presentes na Bíblia, por conter muitas vezes a linguagem natural do povo comum, ocorrem erros gramaticais, porém foi feita na linguagem natural do povo, mas que não afetam nem destroem a fidedignidade das declarações e do conteúdo sagrado e verdadeiro das Escrituras.
 
1- ALGUNS DESAFIOS PARA A INERRÂNCIA NOS DIAS DE HOJE
A Bíblia é a única autoridade em questões de “fé e prática”, algumas pessoas nos dizem que a Bíblia só serve para questões relacionada a fé e a questões éticas de comportamento e conduta, o que abre margem para que outras áreas da Bíblia estejam com erros, porém temos que ver que a Palavra de DEUS é a verdade e por ser a verdade e infalível e inerrante em qualquer área, veja o que diz At 24:14.
Em Rm 15:4 diz que tudo o que antes foi escrito foi escrito para o nosso ensino. Podemos dizer que a Bíblia é completamente pura, perfeita e verdadeira. (Sl 12:6Sl 119:96Pv 30:5). Vemos que o propósito geral das Escrituras é dizer exatamente tudo o que diz da maneira que diz. Tudo o que está declarado é por que DEUS quis que estivesse declarado, tudo tem o seu propósito, apenas dizer que a Palavra só serve para regra de fé e prática é impor limites a DEUS que não tem limites e é perfeito e poderoso para fazer abundantemente além de tudo o que pedimos ou pensamos.
O termo inerrância é um exagero, a questão da inerrância não está no aspecto gráfico da escrita, mas sim no aspecto de que os propósitos divinos foram atingidos, na perfeição do que foi relatado e escrito, na perfeição do anelo de amor e da grandeza de DEUS que estão relatados na Palavra. Então de maneira nenhuma é exagero dizer que a Palavra é inerrante.
Não possuímos manuscritos inerrantes, portanto não podemos falar de uma Bíblia inerrante. Os erros que se podem encontrar hoje em dia em relação aos manuscritos originais são ínfimos se comparados, chegam a ser menos de 1%, o que podemos falar que mesmo com a tradução permanecerão fiéis em sua integralidade, portanto a inerrância é mantida mesmo nos escritos de hoje mesmo com a diferença que existe em traduções.
Os escritores bíblicos “adaptaram” suas mensagens a idéias falsas correntes na época deles, afirmando tais idéias de modo incidental.
Diz que os escritores incluíram erros ou idéias erradas em seus escritos, só que essa afirmação nega a Soberania de DEUS, nem permite mentira ou erro algum, até por que DEUS não agiria contra o seu próprio caráter.
A inerrância superestima o aspecto divino das Escrituras e
negligencia o aspecto humano. Sabemos que a Bíblia é composta de dois aspectos, o divino e o humano e que se necessita dar a devida atenção a ambos.
Há erros evidentes na Bíblia. O grande problema é que muitas pessoas afirmam que a Bíblia contém vários erros, o maior problema é que esses erros não conseguiram ser comprovados até hoje e cremos que não vão ser. O detalhe é que a idéia de erros na Bíblia parte da visão de cada uma das pessoas, por olharem a Palavra a partir dos seus conceitos e valores. Porém a verdade é que já vão muitos e muitos anos e os erros nunca conseguiram ser comprovados e de lá até hoje a Palavra é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gu7mes e penetra até o mais íntimo do ser (Hb 4:11).
1- PROBLEMAS COM A REJEIÇÃO DA INERRÂNCIA:
Sem a inerrância ao imitar DEUS vamos mentir intencionalmente em questões secundárias.
Sem a inerrância será que podemos confiar em tudo o que DEUS nos diz?
Sem a inerrância, faremos de nossa mente humana um padrão de verdade maior que a Palavra de DEUS.
Sem a inerrância e com alguns pequenos itens errados vamos partir para afirmar que determinadas doutrinas fundamentais também estão erradas.
 
III - INSPIRAÇÃO PLENA E VERBAL
Inspiração verbal e plenária àa Bíblia. È a doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por DEUS. Verbal: o ESPÍRITO SANTO guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2Tm 3.16).
A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).
Se no profeta Isaías deparamo-nos com um estilo sublime e clássico, em Amós encontramos um prosa simples e humilde, como os campos palmilhados pelo
mensageiro campesino. E, se em Paulo encontramos um grego que se amolda à dicção do heleno ático, em Marcos encontramos um grego humilde como humilde era o seu autor. Contudo, tanto nos primeiros como nos segundos, não podemos negar a exatidão e a ortodoxia da inspirada Palavra de DEUS.
A inspiração da Bíblia ê única. Conforme já dissemos, além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de maneira sobrenatural e inconfundivelmente divina. Eis porque a Palavra de DEUS é a obra-prima por excelência da raça humana. Até mesmo os seus mais arrebatados inimigos são obrigados a se curvar ante a sua beleza suprema e célica. Haja vista em todas as universidades realmente importantes haver uma cadeira dedicada ao idioma hebraico por causa da crescente importância da Bíblia.
Aliás, não fora a Palavra de DEUS, a civilização ocidental, como a conhecemos, seria impossível. O que os gregos não lograram com a sua filosofia e lógica, a Bíblia alcançou através de sua mensagem, que, embora singela, derrubou grandes reinos e impérios.

 

1. Inspiração plenária.
TEORIA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA OU VERBAL
Todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas e os escritores não foram usados inconscientes, mas cooperava com eles o ESPÍRITO SANTO, que os capacitava. Homens santos escreveram a Bíblia com as palavras de seu vocabulário, mas numa influenciante presença do ESPÍRITO SANTO, escrevendo a PALAVRA DE DEUS.

2. Inspiração verbal.
Declaração doutrinária das Assembléias de DEUS no Brasil. “Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão”. A maioria das denominações evangélicas, realmente conservadoras, tem a Bíblia como a inspirada Palavra de DEUS. Sem esse artigo de fé, o evangelismo perde todo o seu conteúdo.
Evidências da inspiração divina da Bíblia. Há evidências que nos indicam ser a Bíblia a Palavra inspirada de DEUS? Basta uma leitura das Sagradas Escrituras para se concluir, de imediato, terem sido elas produto da ação direta do ESPÍRITO SANTO sobre os hagiógrafos, levando-os a escrever os livros que fazem parte do cânon bíblico.
Entre as evidências, que nos indicam a procedência divina das Escrituras Sagradas, podemos citar:
1- A influência na vida do ser humano. Que outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar radicalmente o homem? Temos testemunhos emocionantes de homens, mulheres, jovens e crianças que, no contato com a Palavra de DEUS, se tornaram novas criaturas.
2- A influência na história da humanidade. Ultrapassando as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus escritores, a Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência do SANTO Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de DEUS seja admirada em países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista a China e o Japão. Até mesmo nos países árabes, que se deixam conduzir pelo Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.
3- A influência na vida moral da humanidade. Sem a Bíblia Sagrada, estaria a humanidade mergulhada em densas trevas espirituais e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras. Todavia, a moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos, vem elevando os filhos de Adão aos mais altos ideais, impedindo que se degenerem.
 
IV - ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA
1. "Proveitosa para ensinar".
O testemunho da Bíblia quanto à sua suficiência. Dessa forma, exorta Paulo ao jovem m Timóteo: “E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS” (2 Tm 3.15).
A seguir, o mesmo apóstolo mostra a inspiração como prova da completude da Bíblia: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16).
Bem antes de Paulo o legislador dos hebreus, Moisés, exorta Israel a que preserve a doutrina da completude da Palavra de DEUS: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem dimmuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso DEUS, que eu vos mando” (Dt 4.2).
Finalmente, no último livro do cânon sagrado, deixa-nos João esta seriíssima advertência:
 
Porque eu testifico a todo aquele que: ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém íbes acrescentar alguma coisa, DEUS fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, DEUS tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, SenhorJesus! A graça de nosso Senhor JESUS CRISTO seja com todos vós. Amém! (Ap 22.18-2 Vj.

2. A conduta humana.
DEUS não escreveu nenhuma parte da Bíblia
Uma só vez Ele escreveu com o seu dedo os dez mandamentos em tábuas de pedra (cf. Êx 32.15,16). Porém, Moisés, quando viu o bezerro de ouro que os que os israelitas haviam feito, arremessou as tábuas, quebrando-as ao pé do monte (cf. Êx 32.19). JESUS es­creveu uma só vez na terra, mas os pés que andaram por cima daquele lugar apagaram aquela escrita (cf. Jo 8.8).
 
A escolha divina
Quando DEUS quis dar aos homens o Livro Divino, escolheu e preparou para isto servos seus, aos quais deu uma plena inspiração pelo ESPÍRITO SANTO (1 Pe 1.10-12; 2 Pe 1.21; 1 Tm 3.16; Jó 32.18-20 etc). Cada autor escreveu conscientemente conforme o seu próprlo estilo e vocabulário e a sua maneira individual de se expressar, mas todos sob ainfluência e inspiração do ESPÍRITO SANTO. Assim, as palavras com que registraram o que receberam de DEUS, foram-lhes ensinadas pelo ESPÍRITO SANTO (cf. 1 Co 2.13). Davi, que era rei e profeta, disse: "O ESPÍRITO do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca" (2 Sm 23.2). Dessa maneira ficou toda a Bíblia inspirada pelo ESPÍRITO SANTO. É realmente um milagre! O mesmo ESPÍRITO que inspirou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia (Êx 24.1-4; Nm 33.2), cerca de 1.550 anos antes de CRISTO, inspirou o apóstolo João a "escrever o seu evangelho, as suas três epístolas e o Apocalipse, no ano 90.
 
3. As traduções da Bíblia.
Mesmo antes da Reforma protestante houve muitas traduções da Bíblia para as diversas línguas faladas. Em 1382, com John Wycliff, teve início a Bíblia inglesa, com base na Vulgata Latina; por isso inclui também os livros apócrifos. Em 1280 e 1400 surgiram porções da Bíblia em português (veja o artigo sobre a BÍBLIA EM PORTUGUÊS). Mas somente com a Reforma protestante é que a Bíblia começou a ser traduzida para o inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, português e outras línguas européias. Para obter-se uma obra, para que não fosse volumosa, então mais cara, os tradutores procuravam produzir o texto com economia de palavras, perdendo em muito o significado das línguas originais. Isso foi corrigido em tempo e começaram a surgir traduções mais fieis ao texto original, sem preocupação com economia de palavras. Destas novas traduções destacamos a Amplified New Testament, da Zondervan Publishing House; The New Testament de Charles B. Williams e The New Testament, an Expanded Translation, de Kenneth S. Wuest. Outras traduções tornaram-se importantes: A Bíblia de Tyndale, traduzida em 1525 diretamente do hebraico e grego. A Versão do Rei Tiago (King James), baseada na Bíblia de Tyndale, sob a encomenda do Rei Tiago, surgiu em 1611 e popularizou-se entre os países de língua inglesa. The American Standard Revised Bible, lançada por ingleses e americanos em 1901, sendo uma espécie de revisão da versão do Rei Tiago.
 
A partir de 1804, com a British and Foreign Bible Society surgiram as modernas Sociedades Bíblicas que muito vêm contribuindo para a divulgação da Bíblia.
Prof. Ms. Antonio Lazarini Neto
 
CONCLUSÃO
Deus se revela a nós pela sua palavra e inspirou todos os escritores da Bíblia para que nos comunicasse
a autoridade das escrituras por sua inspiração plena e verbal. A bíblia é nossa única regra infalível de fé e prática e é proveitosa para ensinar a conduta humana. Ainda faltam ser traduzidas as escrituras de DEUS, a Bíblia para a metade das línguas existentes. Prossigamos buscando ajudar esta tão importante tarefa. Siga um plano de Leitura Bíblica – Leia pelo menos um capítulo da Bíblia antes de cada refeição.

 
Comentários Extras de Bíblias, Livros e Dicionários Bíblicos
 
A PALAVRA DE DEUS - BEP - CPAD
Is 55.10,11 “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.”
A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS.
A expressão “a palavra de DEUS” (também “a palavra do Senhor”, ou simplesmente “a palavra”) possui várias aplicações na Bíblia.
(1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto DEUS tem falado diretamente.
Quando DEUS falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16.17Gn 3.9-19). o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de DEUS. De modo semelhante. Ele se dirigiu a Abraão (e.g.. Gn 12.1-3). a Isaque (e.g.. Gn 26.1-5). a Jacó (e.g.. Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g.. Êx 3-4). DEUS também falou à totalidade da nação de Israel. no monte Sinai. ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de DEUS.
(2) Além da fala direta. DEUS ainda falou através dos profetas.
Quando eles se dirigiam ao povo de DEUS. assim introduziam as suas declarações: “Assim diz o Senhor”. ou “Veio a mim a palavra do Senhor”. Quando. portanto. os israelitas ouviam as palavras do profeta. ouviam, na verdade, a palavra de DEUS.
(3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT.
Embora não introduzissem suas palavras com a expressão “assim diz o Senhor”. o que falavam e proclamavam era, verdadeiramente, a palavra de DEUS. O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41). por exemplo, criou tamanha comoção que, “no sábado seguinte. ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de DEUS” (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que, “havendo recebido de nós a palavra da pregação de DEUS, a recebestes. não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de DEUS” (1Ts 2.13; cf. At 8.25).
(4) Além disso, tudo quanto JESUS falava era palavra de DEUS, pois Ele, antes de tudo, é DEUS (Jo 1.1.1810.301Jo 5.20). Lucas, escritor do terceiro evangelho, declara explicitamente que, quando as pessoas ouviam a JESUS, ouviam na verdade a palavra de DEUS (Lc 5.1). Note como, em contraste com os profetas do AT, JESUS introduzia seus ditos: Eu “vos digo...” (e.g.. Mt 5.18.20.22.23.32.3911.22.24Mc 9.1; 10.15Lc 10.1212.4Jo 5.196.268.34). Noutras palavras, Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de DEUS. É tão importante ouvir as palavras de JESUS, pois “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação” (Jo 5.24). JESUS, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de DEUS que é chamado “o Verbo” [“a Palavra”] (Jo 1.1.141Jo 1.1Ap 19.13 16; ver Jo 1.1 ). (5) A palavra de DEUS é o registro do que os profetas, apóstolos e JESUS falaram, i.e., a própria Bíblia. No NT. quer um escritor usasse a expressão “Moisés disse”, “Davi disse”, “o ESPÍRITO SANTO diz”, ou “DEUS diz”, nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5.19Hb 3.74.7); pois o que estava escrito na Bíblia era, sem dúvida alguma, a palavra de DEUS.
(6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras, a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas, na igreja de hoje, pode ser chamada a palavra de DEUS. (a) Pedro indicou que, a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação, era palavra de DEUS (1Pe 1.25), e Paulo mandou Timóteo “pregar a Palavra” (2Tm 4.2). A pregação, porém, não pode existir independentemente da Palavra de DEUS. Na realidade, o teste para se determinar se a palavra de DEUS está sendo proclamada num sermão, ou mensagem, é se ela corresponde exatamente à Palavra de DEUS escrita.
(b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia, ou revelação, no âmbito do culto de adoração (1Co 14.26-32)? Ela está recebendo, ou não, a palavra de DEUS? A resposta é um “sim”. Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia, há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de DEUS (ver 1Co 14.29). É somente em sentido secundário que os profetas, hoje, falam sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1Co 14.31.
O PODER DA PALAVRA DE DEUS. A palavra de DEUS permanece firme nos céus (Sl 119.89Is 40.81Pe 1.24.25). Não é, porém, estática; é dinâmica e poderosa (cf. Hb 4.12). pois realiza grandes coisas (55.11).(1) A palavra de DEUS é criadora. Segundo a narrativa da criação, as coisas vieram a existir à medida que DEUS falava a sua palavra (e.g.. Gn 1.3.4.6.7.9). Tal fato é resumido pelo salmista: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33.6. 9); e pelo escritor aos Hebreus: “Pela fé. entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados” (Hb 11.3; cf. 2Pe 3.5). De conformidade com João, a Palavra que DEUS usou para criar todas as coisas foi JESUS CRISTO (Jo 1.1-3.
(2) A palavra de DEUS sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus, DEUS sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18). Assim como a palavra criadora, essa palavra relaciona-se com JESUS CRISTO segundo Paulo insiste: “todas as coisas subsistem por ele [JESUS]” (Cl 1.17).
(3) A palavra de DEUS tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo “pela palavra de DEUS, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15Tg 1.18). É por essa razão que o próprio JESUS é chamado o Verbo da vida (1Jo 1.1).
(4) A palavra de DEUS também libera graça, poder e revelação, por meio dos quais os crentes crescem na fé e na sua dedicação a JESUS CRISTO. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem. assim a palavra que sai da boca de DEUS nos leva a crescer espiritualmente (55.10.11). Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que, ao bebermos do leite puro da palavra de DEUS, crescemos em nossa salvação (1Pe 2.2).
(5) A palavra de DEUS é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf.Ap 19.13-15). JESUS derrotou Satanás, pois fazia uso da Palavra de DEUS: “Está escrito” (i.e.. “consta como a Palavra infalível de DEUS”; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11).
(6) Finalmente. a palavra de DEUS tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT freqüentemente pronunciavam palavras de juízo recebidas do Senhor. O próprio JESUS assegurou que a sua palavra condenará os que o rejeitarem (Jo 12.48). E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de DEUS julga “os pensamentos e intenções do coração” (ver Hb 4.12). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de DEUS, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.
NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS.
A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de DEUS em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10Jr 7.1.2At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar, no Senhor, a palavra de DEUS (Sl 56.4.10), amá-la (Sl 119.47.113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16.47). Devemos aceitar o que a palavra de DEUS diz (Mc 4.20; At 2.411Ts 2.13), ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74.81.114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17.67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames. DEUS conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2Tm 2.15 e a pregá-la fielmente (2Tm 4.2). Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de DEUS por onde quer que forem (At 8.4).
 
A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS - BEP - CPAD
2Tm 3.16,17 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.”
O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2Tm 3.16refere-se principalmente aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2Tm (1Tm 5.18cita Lc 10.72Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT quanto do NT, i.e., a Bíblia. São (os escritos) a mensagem original de DEUS para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de DEUS para todas as pessoas.
  1. Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por DEUS. A palavra “inspirada” (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa “DEUS”, e pneuo, que significa “respirar”. Sendo assim, “inspirado” significa “respirado por DEUS”. Toda a Escritura, portanto, é respirada por DEUS; é a própria vida e Palavra de DEUS. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos (cf. 2Pe 1.20,21; note também a atitude do salmista para com as Escrituras no Sl 119).
  2. Os escritores do AT estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de DEUS (ver Dt 18.182Sm 23.2. Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”.
  3. JESUS também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de DEUS até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.1930,317.168.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do restante do NT), da parte do ESPÍRITO SANTO através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).
  4. Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de JESUS CRISTO (Mt 5.1815.3-6Lc 16.1724.25-2744,45Jo 10.35), do ESPÍRITO SANTO (Jo 15.2616.131Co 2.12-131Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.
  5. Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu ESPÍRITO, DEUS, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13).
  6. A inspirada Palavra de DEUS é a expressão da sabedoria e do caráter de DEUS e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em CRISTO (Mt 4.4Jo 6.632Tm 3.151Pe 2.2).
  7. As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de DEUS, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em CRISTO JESUS. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas igualam-se à autoridade delas.
  8. Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3).
  9. As Sagradas Escrituras como a Palavra de DEUS devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mt 5.17-19Jo 14.2115.10;2Tm 3.15,16; ver Êx 20.3). Na igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2Tm 3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de CRISTO sem estar submisso a DEUS e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,3237).
  10. Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o ESPÍRITO SANTO. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co 2.12).
  11. Devemos nos firmar na inspirada Palavra de DEUS para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mt 4.4Ef 6.12,17Tg 1.21).
  12. Todos na igreja devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de DEUS para um mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.162Tm 1.13,14; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2Ap 22.19).
  13. Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema: (a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão; (b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou (c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.
 
Teologia Sistemática Bergstein, Eurico - Introdução à Teologia Sistemática.../Eurico Bergstein - CPAD - 1993
  
1. TEOLOGIA — DEFINIÇÃO
Teologia (da palavra grega Théos — DEUS e logos — ciência, tratado, isto é, "tratado sobre DEUS") é uma exposição da ciência de DEUS e as relações entre DEUS e o Universo. DEUS existe. Ele criou os céus e a terra, e o homem conforme a sua imagem (cf. Gn 1.26). DEUS quer ter relações com o homem. O homem, criado por DEUS, tem condições de ter contato com Ele. A Teolo­gia é a ciência que tem por objetivo fazer-nos conhe­cer a pessoa de DEUS, isto é, DEUS Pai, DEUS Filho e DEUS ESPÍRITO SANTO, e a sua vontade para com os homens.
Teologia Sistemática significa a exposição de conheci­mentos e dados sobre DEUS, postos em ordem sistemá­tica e progressiva, descrevendo-os por sua ordem, des­de o princípio (cf. Lc 1.3).
2. A FONTE DO ESTUDO DA TEOLOGIA
A fonte verdadeira para o estudo da doutrina de DEUS é a sua Palavra, a Bíblia. Esse compêndio completo, divinamente inspirado pelo ESPÍRITO SANTO (cf. 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21), dá-nos condições de ficar "inteira­dos" (cf. 2 Tm 3.14) e "sábios para a salvação" (cf. 2 Tm 3.15).
É necessário um verdadeiro esforço para estudar a Palavra de DEUS: "Medita estas coisas, ocupa-te nelas" (1 Tm 4.15) e: "Persiste em ler" (1 Tm 4.13). Precisa­mos entrar no santuário da revelação de DEUS para que tenhamos compreensão dos seus mistérios (cf. Ef 3.2-4).
O homem natural tem grande limitação para compre­ender as coisas de DEUS (cf. 1 Co 2.14). A profundida­de de riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de DEUS, é insondável (cf. Rm 11.33), e por isso carece­mos da ajuda divina para penetrar nesses mistérios. E esse auxílio que precisamos é DEUS quem nos oferece. O ESPÍRITO de sabedoria e de revelação é dado (cf. Ef 1.17), e tem por finalidade iluminar os olhos do nosso entendimento para que saibamos qual seja a esperan­ça da nossa vocação e quais as riquezas da sua heran­ça (cf. Ef 1.18). Afinal, seremos "corroborados com poder pelo seu ESPÍRITO no homem interior; para que CRISTO habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, es­tando arraigados e fundados em amor, poderdes per­feitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, e a altura, e a profun­didade e conhecer o amor de CRISTO, que excede todo entendimento" (Ef 3.16,18). É verdade! "A sua unção vos ensina" (1 Jo 2.27).
Porém, apesar de todo o nosso esforço e da ajuda do ESPÍRITO SANTO, experimentaremos, enquanto estiver­mos neste mundo, que o nosso conhecimento das coi­sas de DEUS sempre será limitado. "Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos" (1 Co 13.9). Jó chegou a ter profundas experiências com DEUS, e mes­mo assim disse: "Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele!" (Jó 26.14).
Sempre, mesmo depois de termos aprendido bastante, JESUS nos diz: "Coisas maiores do que estas verás" (Jo 1.50).
Mas um dia — e esse dia vem breve — virá "o que é perfeito" e o que é em parte será aniquilado (cf. 1 Co 13.10). E então "conhecerei como também sou conhe­cido" (1 Co 13.12). Amém! Venha breve aquele gran­de dia!
 
   
Capítulo 1 - Bibliologia - A Doutrina das Escrituras
Já observamos que a fonte verdadeira para o estudo da Teologia é a Palavra de DEUS, as Sagradas Escrituras. Portanto, começaremos este livro estudando sobre a Palavra de DEUS, sua origem, inspiração, estrutura e autoridade.
 
1.  ORIGEM DA BÍBLIA
 
1.1. A Bíblia é uma dádiva de DEUS — "O Senhor deu a palavra" (Sl 68.11)
DEUS, que antigamente falou "muitas vezes e de muitas maneiras aos pais", queria que sua Palavra não ficasse guardada pelos homens apenas através da ex­periência com Ele ou pela tradição falada, isto é, os pais contando para os seus filhos etc. DEUS queria que as verdades reveladas fossem conservadas em um au­têntico documento. Por isso, Ele mesmo tomou as pro­vidências para que suas palavras, revelações e acon­tecimentos — maravilhas operadas em meio ao seu povo — fossem escritos.
 
1.2. A Bíblia foi registrada por ordem de DEUS.
DEUS ordenou a Moisés: "Escreve isto para memó­ria numliyro" (Êx 17.14). Essa mesma ordem foi repe­tida ao longo de 1.600 anos para cerca de 45 homens escolhidos por DEUS, e assim surgiu "o livro do Senhor" (Is 34.16), a "Palavra de DEUS" (Ef 6.17; Mc  7.13), as "Santas Escrituras" (Rm 1.2), que nós chamamos de Bíblia. A palavra portuguesa "Bíblia" vem do grego bíblia, que é o plural de biblion — "livro". Essa palavra deriva-se originalmente da cidade fenícia de Biblos (no Antigo Testamento, Gebal), que era um dos antigos e importantes centros produtores de papiro, o papel an­tigo. Com o tempo, esse vocábulo acabou sendo usado para designar as Sagradas Escrituras. A palavra grega biblos significa um livro, um escrito qualquer, tendo mesmo servido para indicar o livro da vida, como se vê em Apocalipse 3.5, isto é, um livro sagrado. Estritamente falando, biblos era um livro, e biblion um livrinho.
A palavra "Bíblia", mediante um desenvolvimento histórico divinamente dirigido, veio a designar o Li­vro dos livros, as Escrituras Sagradas, contendo 66 livros – 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo.
 
1.3. Os hagiógrafos
Os hagiógrafos_(do grego hagiógraphos  autor inspirado dos livros da Bíblia) que escreveram os 66 "diferentes livros das Sagradas Escrituras, receberam a mensagem de diferentes maneiras. Às vezes DEUS disse: "Escreve num livro todas as palavras quejbe tenho dito" (Jr 30.2; 36.2; Hc 2.1,2 etc). Muitas ve­zes os autores escreveram: "Veio a mim a palavra do Senhor" (Jr 1.4; Mq 1.1; Is 1.2 etc). A Bíblia diz a respeito de Moisés: "Recebei as palavras da vida para no-las dar" (At 7.38). Isaías menciona 120 vezes que o Senhor lhe falou, Jeremias 430 vezes e Ezequiel 329 vezes. Outros registraram acontecimentos, assim como se escreve memória histórica (Êx 17.14). Outros exa­minaram minuciosamente aquilo sobre o qual rece­beram a direção para escrever (Lc 1.3). Outros rece­beram a mensagem por revelação (At 22.14-17; Gl 1.11,12,15,16; Ef 3.1-8; Dn 10.1 etc), e alguns receberam sonhos e visões (Dn 7.1; Ez 1.1; 2 Co 12.1-3), mas todos escreveram o que receberam pela inspiração do ESPÍRITO SANTO, e podiam dizer: "Porque eu recebi cio Senhor o que também vos ensinei" (1 Co 11.23; 15.3).
 
2.  A INSPIRAÇÃO PLENÁRIA DAS ESCRITURAS
DEUS deu a Palavra e providenciou o modo de garantir a autenticidade daquilo que os homens de DEUS haveriam de escrever.
2.1. DEUS não escreveu nenhuma parte da Bíblia
Uma só vez Ele escreveu com o seu dedo os dez mandamentos em tábuas de pedra (cf. Êx 32.15,16). Porém, Moisés, quando viu o bezerro de ouro que os que os israelitas haviam feito, arremessou as tábuas, quebrando-as ao pé do monte (cf. Êx 32.19). JESUS es­creveu uma só vez na terra, mas os pés que andaram por cima daquele lugar apagaram aquela escrita (cf. Jo 8.8).
2.2.A escolha divina
Quando DEUS quis dar aos homens o Livro Divino, escolheu e preparou para isto servos seus, aos quais deu uma plena inspiração pelo ESPÍRITO SANTO (1 Pe 1.10-12; 2 Pe 1.21; 1 Tm 3.16; Jó 32.18-20 etc). Cada autor escreveu conscientemente conforme o seu próprlo estilo e vocabulário e a sua maneira individual de se expressar, mas todos sob ainfluência e inspiração do ESPÍRITO SANTO. Assim, as palavras com que registraram o que receberam de DEUS, foram-lhes ensinadas pelo ESPÍRITO SANTO (cf. 1 Co 2.13). Davi, que era rei e profeta, disse: "O ESPÍRITO do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca" (2 Sm 23.2). Dessa maneira ficou toda a Bíblia inspirada pelo ESPÍRITO SANTO. É realmente um milagre! O mesmo ESPÍRITO que inspirou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia (Êx 24.1-4; Nm 33.2), cerca de 1.550 anos antes de CRISTO, inspirou o apóstolo João a "escrever o seu evangelho, as suas três epístolas e o Apocalipse, no ano 90.
2.3.A inspiração plenária
Esta inspiração plenária atinge as palavras usadas, inclusive a sua fojrna gramatical. Temos vários exem­plos na Bíblia que mostram como a forma gramatical adequada, que os autores aplicaram, serviu para explicar grandes e importantes doutrinas. Veja, por exem­plo, Mateus 22.32, onde JESUS empregou o verbo "ser" na forma do presente: "Eu sou o DEUS de Abraão", para provar a real existência de vida após a morte. Em Gálatas 3.16, vemos como a forma singular do substantivo "posteridade" foi usada para dar um impor­tante ensino sobre como a promessa, dada a Abraão, se cumpriu na pessoa de JESUS. O mesmo podemos ver também em Hebreus 12.27, João 8.57 e em muitos outros exemplos.
 
2.4. A inspiração plenária é sinônimo de infalibilidade
A teologia modernista não aceita a doutrina sobre a inspiração plenária da Bíblia. Eles concordam em aceitar que àsldéias ou pensamentos da Bíblia podem ser inspirados, mas que as palavras usadas no texto são um produto dos autores, os quais estavam sujei­tos a erros. Outros concordam em reconhecer a Bíblia como autoridade em assuntos meramente espirituais, porém, em tudo que se relaciona com a cíencia, biologia, geologia, história etc., a Bíblia não pode ser consi­derada uma autoridade. Eles dizem abertamente: "Errar é humano", para dar uma aparência de piedade e respeito às coisas de DEUS, eles dizem: "A Bíblia con­tém a palavra de DEUS, mas não é a Palavra de DEUS". Infelizmente, essa crítica materialista contra a veraci­dade da Bíblia tem espalhado muito, e aonde ela chega, leva consigo mortandade — como a geada com as plantas. A falsamente chamada "ciência" faz que aqueles que a professam se desviem da fé (1 Tm 6.20,21).
 
2.5. A inspiração plenária tem base na própria Bíblia
Para os crentes convictos da sua salvação, que vivem a comunhão com DEUS e sentem a operação do ESPÍRITO SANTO em suas vidas, aquela crítica não gera problemas. Eles simplesmente rejeitam terminantemen- te qualquer afirmativa contrária à Bíblia. Eles o fazem com convic­ção. A base dessa rejeição é segura. Vejamos:
2.5.1.  O testemunho de JESUS
Em primeiro lugar, rejeitam toda a crítica contra a Palavra de DEUS, porque JESUS considerou as Escrituras como "a Palavra de DEUS" (Mc 7.13). E o apoio dele vale mais que as idéias e afirmativas de quem quer que seja.
2.5.2.  A evidência interna
Rejeitam a crítica modernista contra a veracidade da Bíblia, porque seria uma ofensa contra DEUS, que é perfeito (Mt 5.48), afirmar que a sua Palavra contém erros e mentiras. A Bíblia afirma: "A Lei do Senhor é perfeita" (Sl 19.7). "É provada" (Sl 18.30), e "fiéis, to­dos os seus mandamentos" (Sl 111.7).
2.5.3.  A ciência
A palavra da "ciência" também nunca é a "última palavra". O que hoje se afirma em nome da ciência, amanhã outros o desfazem. Um grande teólogo alemão, A. Luescher, constatou em uma de suas obras que, no ano de 1850, os críticos contra a Bíblia apresentaram setecentos argumentos científicos contra a veracidade da mesma. Hoje, seiscentos destes argumentos já fo­ram deixados por descobertas mais atualizadas. Mas o que a Bíblia afirma é como uma rocha — que não muda por causa das ondas do mar que se lançam contra ela.
2.5.4. A evidência da fé
Não queremos trocar a nossa fé na Palavra de DEUS por consideração a homens que consideram a sua sabedoria maior do que a de DEUS. Queremos que a nossa fé se apoie, não na sabedoria humana, mas no poder de DEUS (I Co 2.5).
 
3. A ESTRUTURA DA BÍBLIA
Bíblia é como já observamos, um conjunto de 66 livros escritos por cerca de 45 autores sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, dentro de um período de 1.600 anos.
3.1. As duas alianças
Bíblia se divide em duas partes distintas: o Antigo Testamento, que contém 39 livros, e o Novo Testa­mento, que contém 27 livros.
A palavra "testamento" tem duas significações. Em primeiro lugar, ela significa uma aliança, um pacto, um concerto. No Antigo Testamento, achamos como tena central o pado que DEUS fez com Israel no Sinai, pacto esse selado com sangue (Êx 24.3-8; Hb 9.19,20). No Antigo Testamento achamos também a profecia de uma melhor aliança que haveria de ser feita pelo Messias, o Prometido, o Esperado (Jr 31.31-33; Hb 8.10 I 3). No Novo Testamento se fala da Nova Alian­ça pelo sangue de JESUS, pela qual podemos chegar peito de DEUS (Ml 2b.28; Hl 2.3). Glória a JESUS!
Testamento significa também a última vontade de alguém, quanto a seus bens, entrando em vigor com a morte do testador. Tanto o Antigo Testamento quanto Novo Testamento falam das riquíssimas bênçãos pro­metidas e vinculadas à morte do Messias, cujo testa­mento entrou em vigor com a morte de JESUS no Calvário (Gl 3.15-17; Hb 9.17; Rm 8.17 etc).
 
3.2. Divisões do Antigo Testamento
O Antigo Testamento contém 39 livros, os quais se podem subdividir em 4 grupos:
3.2.1.  Livros da lei
Os cinco livros de Moisés, isto é, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
3.2.2.  Livros históricos
De Josué até o livro de Ester, isto é, 12 livros.
3.2.3.  Livros poéticos
São cinco — Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.
3.2.4.  Livros proféticos
São 17 — Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel (chamados profetas maiores) e os restantes 12 livros, de Oséias até Malaquias (chamados profetas me­nores).
3.3. Divisões do Novo Testamento
O Novo Testamento contém 27 livros, os quais po­dem subdividir-se em 4 grupos:
3.3.1.  Livros biográficos de JESUS
Os quatro evangelhos.
3.3.2.  Livro histórico
Atos dos Apóstolos, que contém a história inicial da igreja primitiva.
3.3.3.  Livros de ensino apostólico
As 21 epístolas, de Romanos até Judas.
3.3.4. Livro profético
O Apocalipse.
 
3.4. A revelação
Bíblia é uma revelação completa e definitivamen-te concluída. Alguns têm procurado afirmar que DEUS ainda tem dado outras revelações inspiradas, as quais  podem se comparar com a Bíblia. Entre eles existe o Livro de Mórmon, ao qual os seguidores da Igreja de JESUS CRISTO dos Santos dos Últimos Dias (Igreja Mórmon       ) dão um valor "divino", e o livro das "revelações divinas da Srª, Ellen G. White —-
maior expoente da Igreja Adventista do Sétimo Dia — que consideram de valor divino. Vez por outra aparecem os que desejam afirmar que DEUS lhes tem dado revelações para os Últimos tempos, revelações estas que têm o mesmo va­lor que Bíblia. Esse problema, porém, já foi resolvido definitivamente e para sempre pela própria Palavra Revelada, quando afirma terminantemente que não se pode acrescentar  coisa nenhuma ao que está escrito nela e não se pode tirar coisa nenhuma da sua mensagem(Ap 22.l8,19; Pv 30.6; Dt 4.2).
 
4. A AUTORIDADE DA BÍBLIA SAGRADA
 
4.1. Autoridade interna
Um livro que e inteiramente inspirado pelo Espíri­to SANTO e que centenas de vexes repete: "Assim diz o Senhor", impõe autoridade divina e exige respeito e reverência, devendo ser obedecido (Sl 119.4). Se for tirada a inspiração divina da Bíblia ela também perde a sua autoridade, e fica como uma arma de fogo sem munição. Mas a Bíblia é a Palavra de DEUS.
 
4.2. Autoridade plena
A Bíblia é qualificada, por aqueles que creêm nela, como a autoridade máxima. Eles não aceitam nenhu­ma imposição contrária à Bíblia, seja de que fonte for. Dizem como o apóstolo Pedro: "Mais importa obede­cer a DEUS do que aos homens" (At 5.29).
4.3. Autoridade reconhecida
JESUS deu, quando aqui vivia como homem, um grande exemplo de respeito à autoridade das Escritu­ras, sendo classificadas por Ele como "A palavra de DEUS" (Mt 15.3,6), e tendo afirmado também, confor­me a palavra profética: "Eis aqui venho; no rolo do li­vro está escrito de mim: Deleito-me em fazer a tua von­tade, ó DEUS meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração" (Sl 40.7,8). Essa profecia cumpriu-se quando JESUS disse: "A minha comida é fazer a vontade daque­le que me enviou e realizar a sua obra" (Jo 4.34). Sem­pre citava as Escrituras nas suas pregações e palestras (Mt 12.3; Lc 10.26; Jo 10.34; Mt 21.16,42 etc). Dos 1.800 versículos usados para registrar as pregações de JESUS, 180 contêm citações das Escrituras.
 
 
VERSÕES OU TRADUÇÕES - Dicionário da Bíblia de John D. Davi
As palavras "versões" e "traduções" significam a mesma coisa.
I. VERSÕES DO ANTIGO TESTAMENTO
1. SEPTUAGINTA (LXX)
Esta é uma tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o grego. Foi feita em Alexandria, entre os séculos III e I a.C., por diversos tradutores.
2. LATIM ANTIGO.
Esta denominação é para distinguir dos manuscritos posteriores, como os da Vulgata. Estes manuscritos já existiam ao final do II séc. d. C. Suas traduções são da LXX e chegaram até nós muito fragmentadas.
3. VULGATA LATINA.
Feita ao final do séc. IV d.C., por Jerônimo. Ele fez três traduções do livro de Salmos, sendo que a segunda é que foi adotada. Sua tradução do Antigo Testamento, a princípio, deixou de lado os livros apócrifos, por não desejar que os mesmos fossem incluídos em sua versão, embora já houvesse traduzido os livros de Judite e Tobias. Ao final, estes livros foram adicionados, fazendo parte da Vulgata. Esta foi a Bíblia oficial durante toda a idade média, na Europa ocidental. Existem cerca de oito mil manuscritos da Vulgata.
4. SIRÍACO PESHITTA.
Foi traduzida do hebraico, no II século d. C. e era o texto padrão dos cristãos sírios. Posteriormente houve uma revisão, pela LXX.
5. HEXAPLA SIRÍACA.
Foi traduzida com base na LXX de Orígines, pelo bispo de Tela, em 617 d.C. Este manuscrito foi bastante estudado no exame da LXX, em virtude de ter preservado as notas críticas do original grego de Orígines.
6. COPTA (egípcio).
São quatro as versões do Antigo Testamento nesta língua. A saídica ou tebaica foi preparada no século II d. C., no sul do Egito, com base na LXX. No século IV d. C., no norte do Egito, foi preparada a versão boárica ou menfítica. Com poucos fragmentos, conhece-se também as versões fayúmica e akhmímica.
7. VERSÕES MENORES
Foram traduzidas para o gótico, etíope e o armênio, no século IV d. C.
II - VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
1. LATIM ANTIGO.
Foi produzida no fim do século II, d.C., provavelmente na África. Existe a forma africana e européia. A européia, ou itálica, serviu como uma das bases da Vulgata de Jerônimo, quanto ao Novo Testamento. A africana foi usada por Cipriano. A versão em Latim Antigo é importante testemunho do tipo de texto anterior ao Textus Receptus.
2. DIATESSARON.
Preparada em grego cerca de 160 d.C. e traduzida para o siríaco. Trata-se de uma harmonia dos evangelhos de autoria de Taciano.
3. SIRÍACO ANTIGO.
Traz este nome para não ser confundida com a versão Peshitta posterior, que era a versão popular em siríaco. Essa versão existe nos manuscritos sinaítico e curetoniano.
4. PESHITTA.
É uma tradução para o siríaco, do fim do século IV d.C. Seu cânon é composto por apenas 22 livros, não trazendo II Pedro, e III João, Judas e Apocalipse.
5. COPTA. São conhecidas cinco versões do Novo Testamento em copta ou egípcio. A versão saídica é a mais antiga e apareceu no sul do Egito no século II d.C. Do norte do Egito veio a versão boárica e tornou-se a versão dominante, pois é representada por um número maior de manuscritos. As outras versões são a fayúmica, a akhmímica e a do Egito Médio.
6. ARMÊNIA.
É do final do século V d.C. e tem sua base numa fonte cujo texto tinha similaridade com os manuscritos gregos Theta, 565 e 700. Afasta-se muito dos melhores manuscritos gregos, aproximando-se do Textus Receptus. Há 1.244 cópias dessa versão.
7.GEÓRGIA.
Seu manuscrito mais antigo é o Adysh, de 897 d.C. É possível que essa tradução tenha sua origem do texto armênio. Era a Bíblia da Geórgia.
8. VULGATA LATINA.
Preparada por Jerônimo, ao final do século V, é uma revisão dos manuscritos mais antigos. Tornou-se o texto latino do Novo Testamento. A partir do Concílio de Trento, 1546, é considerado o texto oficial da Igreja Católica Romana. Cerca de oito mil manuscritos da Vulgata apresentam uma mistura de tipos textuais, visto suas adições, exclusões e contaminações, feitas por muitos escribas através dos séculos.
9. VERSÕES SECUNDÁRIAS.
 Destacamos a gótica, etíope, eslavônica, árabe e persa.
10. VERSÕES MODERNAS.
Mesmo antes da Reforma protestante houve muitas traduções da Bíblia para as diversas línguas faladas. Em 1382, com John Wycliff, teve início a Bíblia inglesa, com base na Vulgata Latina; por isso inclui também os livros apócrifos. Em 1280 e 1400 surgiram porções da Bíblia em português (veja o artigo sobre a BÍBLIA EM PORTUGUÊS). Mas somente com a Reforma protestante é que a Bíblia começou a ser traduzida para o inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, português e outras línguas européias. Para obter-se uma obra, para que não fosse volumosa, então mais cara, os tradutores procuravam produzir o texto com economia de palavras, perdendo em muito o significado das línguas originais. Isso foi corrigido em tempo e começaram a surgir traduções mais fieis ao texto original, sem preocupação com economia de palavras. Destas novas traduções destacamos a Amplified New Testament, da Zondervan Publishing House; The New Testament de Charles B. Williams e The New Testament, an Expanded Translation, de Kenneth S. Wuest. Outras traduções tornaram-se importantes: A Bíblia de Tyndale, traduzida em 1525 diretamente do hebraico e grego. A Versão do Rei Tiago (King James), baseada na Bíblia de Tyndale, sob a encomenda do Rei Tiago, surgiu em 1611 e popularizou-se entre os países de língua inglesa. The American Standard Revised Bible, lançada por ingleses e americanos em 1901, sendo uma espécie de revisão da versão do Rei Tiago.
A partir de 1804, com a British and Foreign Bible Society surgiram as modernas Sociedades Bíblicas que muito vêm contribuindo para a divulgação da Bíblia.
III - A BÍBLIA EM PORTUGUÊS
1. Traduções parciais.
D. Diniz (1279-1325), rei de Portugal, traduziu da Vulgata os primeiros vinte capítulos do livro de Gênesis.
O rei D. João I (1385-1433) ordenou que houvesse uma tradução para o português. Alguns padres católicos, a partir da Vulgata, traduziram os evangelhos, Atos e as epístolas de Paulo. O próprio rei traduziu o livro de Salmos. Com esses livros publicaram a obra.
Mais tarde foram preparadas outras traduções de porções bíblicas: os evangelhos, que a infanta Dona Filipa, neta do rei D. João I, traduziu do francês; o evangelho de Mateus e porções dos outros evangelhos, da Vulgata, pelo frei Bernardo de Alcobaça; os evangelhos e as epístolas, pelo jurista Gonçalo Garcia de Santa Maria; uma harmonia dos evangelhos, por Valentim Fernandes, em 1495; em 1505, por ordem da rainha Leonora, foram publicados o livro de Atos e as epístolas gerais.
Outras traduções realizadas em Portugal foram: os quatro evangelhos, traduzidos pelo padre jesuíta Luiz Brandão; e, no início do século XIX, os evangelhos de Mateus e Marcos, pelo padre Antonio Ribeiro dos Santos.
Salienta-se que a dificuldade em se traduzir para os diversos idiomas era a oposição da Igreja Católica Romana que, ao longo dos séculos, fez implacável perseguição a estas obras, amaldiçoando quem conservasse traduções da Bíblia em "idioma vulgar", como diziam. Por isso, também de muitas traduções escaparam somente um dois exemplares.
2. Traduções completas.
2.1 Tradução por João Ferreira de Almeida. Por conhecer o hebraico e o grego, usou os mss. dessas línguas para sua tradução. Quanto iniciou o empreendimento era pastor protestante. Almeida utilizou-se do Textus Receptus, que representa os mss. do grupo bizantino, possivelmente o mais fraco entre os mss. gregos. Primeiramente traduziu e editou o N.T. publicado em 1681, em Amsterdã, Holanda. Essa tradução apresentava muitos erros. Almeida mesmo fez uma lista de dois mil erros. Muitos desses erros foram feitos pela comissão holandesa, que procurou harmonizar a tradução de Almeida com a versão holandesa de 1637. A dificuldade de Almeida é que não havia papiro algum e os unciais (mss em letras maiúsculas) eram poucos. Esta a razão porque teve que lançar mão de fontes inferiores. Ele utilizou-se da edição de Elzevir do Textus Receptus, de 1633. As edições mais modernas muito progrediram na tradução. Com base nesta tradução foram lançadas a Revista e Atualizada, A Edição Revista e Atualizada e a Versão Revisada de acordo com os melhores textos em Hebraico e Grego, a versão que apresentamos neste programa, como a mais indicada para estudos.
2.2 Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo. Teve como base a Vulgata Latina. Em 1896 fez sua primeira tradução em colunas paralelas da Vulgata e de sua tradução para o português. Essa tradução foi usada pela Igreja de Roma. Por ter sido utilizada a Vulgata como base, tem a desvantagem de não representar o melhor texto do N.T. que conhecemos pelos mss. unciais mais antigos e pelos papiros.
2.3 A Bíblia de Rahmeyer. Manuscrito do comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu em Lisboa, e traduziu em meados do século XVIII. Este manuscrito se encontra na Biblioteca do Senado de Hamburgo, Alemanha.
3. A Bíblia no Brasil. Traduções parciais
3.1 No Brasil, a primeira tradução, somente do Novo Testamento, foi feita por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, traduzida da Vulgata e somente do N.T. Foi publicada em São Luiz do Maranhão. Esta obra teve forte impacto por trazer em seu prefácio acusações contra as "bíblias protestantes", que estariam "falsificadas" e falavam "contra JESUS CRISTO e contra tudo quanto há de bom."
3.2 Primeira Edição Brasileira do Novo Testamento de Almeida. Esta edição foi revista por José Manoel Garcia, pelo pastor M.P.B. de Carvalhosa e pelo pastor Alexandre Blackford, agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil. Esta obra foi lançada em 1879 pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.
3.3 Harpa de Israel, título dado à tradução do Livro dos Salmos, em 1898, por F.R. dos Santos Saraiva.
3.4 O Evangelho de Mateus, traduzida do grego em 1909 pelo padre Santana.
3.5 O Livro de Jó, publicado em 1912 por Basílio Teles.
3.6 O Novo Testamento, traduzido da Vulgata Latina por J. L. Assunção, em 1917.
3.7 O Livro de Amós, traduzido do idioma etíope por Esteves Pereira, em 1917.
3.8 O Novo Testamento e o Livro dos Salmos, baseados na Vulgata, em 1923, por J. Basílio Pereira.
3.9 Lei de Moisés (O Pentateuco) preparada em hebraico e português, pelo rabino Meir Masiah Melamed. Não há indicação de data.
3.10 Tradução do Padre Humberto Rodhen. Foi o primeiro católico a fazer uma tradução diretamente do grego. Traduziu o N.T. que foi publicado pela Cruzada de Boa Imprensa em 1930. Tal como Almeida utilizou-se de textos inferiores, por isso, sofreu severas críticas.
3.11 Nova Versão Internacional. Lançada em 1993 pela Sociedade Bíblica Internacional.
3. A Bíblia no Brasil. Traduções completas
2.11 Tradução Brasileira. Iniciada em 1902 e concluída em 1917, sob a direção do Dr. H. C. Tucker. A comissão tradutora utilizou-se de mss. melhores do que os de Almeida. Entretanto, nunca foi muito popular.
3.12 Tradução do Padre Matos Soares. Foi baseada na Vulgata. É de 1930, e em 1932 recebeu apoio papal. É muito popular entre os católicos.
3.13 Revisão da tradução de Almeida (Edição Revista e Atualizada). O trabalho de revisão iniciou-se em 1945, por uma Comissão formada pela Sociedade Bíblica do Brasil. A linguagem foi muito melhorada, até porque foram usados mss. gregos dos melhores.
3.14 Tradução pelos monges Meredsous (1959) (Bélgica). Editada pela Editora Ave Maria e traduzida do hebraico e grego para o francês e em seguida para o português por uma equipe do Centro Bíblico de São Paulo sob a supervisão do Frei João José Pedreira de Castro.
3.15 Revisão da tradução de Almeida (Imprensa Bíblica Brasileira). Foi publicada em 1967. Esta revisão segue os melhores manuscritos e, por isso, foi bem acolhida pelos estudiosos da Bíblia. É também a tradução que apresentamos nesta obra.
3.16 A Bíblia de Jerusalém editada no Brasil em 1981 por Edições Paulinas, traduzida pelos padres dominicanos da Escola Bíblica de Jerusalém, incluindo alguns exegetas protestantes. A edição brasileira foi feita sob a coordenação de Ludovico Garmus e editada pela Editora Vozes e pelo Círculo do Livro.
3.17 A Bíblia na Linguagem de Hoje (Novo Testamento). Publicada em 1988 pela United Bible Societies, através de seu ramo brasileiro e baseia-se na segunda edição do texto grego dessa sociedade. A intenção da United Bible Societies foi de publicar em vários idiomas, Novos Testamentos em conformidade com a linguagem comum e corrente.
3.18 Edição Contemporânea da Tradução de Almeida foi editada em 1990 pela Editora Vida. Essa edição eliminou arcaísmos do texto de Almeida.
MANUSCRITOS GREGOS
O N.T. tem registros manuscritos de diversas formas e que serviram como testemunhos sobre seu texto.
1. OS PAPIROS.
Embora pelo século IV em quase todo o mundo já era utilizado o pergaminho, o papiro ainda era o instrumento principal de escrita dos livros bíblicos. Para essa finalidade o papiro foi usado entre os séculos I e VII. Há 76 papiros que contém quase 80% do texto do N. T.
2. OS UNCIAIS.
Os 252 manuscritos que levam este nome foram escritos em pergaminhos entre os séculos IV a IX. Foram escritos com letras maiúsculas.
2.1 CÓDICES BÍBLICOS EM MANUSCRITOS UNCIAIS
A. CODEX ALEXANDRINUS.
Contém a Bíblia toda. Foi escrito em grego no século V d.C. Encontra-se no Museu Britânico. Embora muito bem conservado, apresenta algumas lacunas em Gênesis, I Reis, Salmos, Mateus, João e I Coríntios. O AT é da LXX, com algumas variações do tipo de texto. Os evangelhos seguem o texto bizantino, o restante do NT o alexandrino.
B. CODEX VATICANUS.
Este manuscrito, do século IV d.C., que também abrange toda a Bíblia encontra-se na Biblioteca do Vaticano. Apresenta algumas lacunas: Os 45 capítulos iniciais de Gênesis, parte de II Reis, alguns Salmos, final da epístola aos Hebreus e o Apocalipse. O AT é da LXX. O NT é alexandrino.
C. CÓDEX EPHRAEMI SIRY RESCRIPTUS.
 Manuscrito da Bíblia toda, do século V d.C., e que está guardado na Bibliothèque Nationale de Paris. É chamado de "rescriptus" porque o texto original foi apagado, embora tenha ficado vestígios leves, e o material reutilizado no século XII para anotar as obras de Efraem, o sírio. Duzentos e oito páginas foram usadas para este fim e são as páginas que chegaram até nós. O texto bíblico foi restaurado por métodos modernos de recuperação. Estas páginas contém parte do livros de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Cantares e quase todo o Novo Testamento, com exceção de II Tessalonicenses e II João.
D. CÓDEX D OU DE BEZAE.
Este manuscrito, do século V ou VI d.C., foi escrito nas língua grega, lado esquerdo e latina, lado direito. Contém os quatro evangelhos; Atos, com algumas lacunas; e uma parte de I João.
I. CODEX WASHINGTONIANUS II.
É um manuscrito do século VII d.C., que se encontra na Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington, USA. Contém partes das epístolas de Paulo, e a carta aos Hebreus depois de II Tessalonicenses.
L. CODEX REGIUS.
Manuscrito do século VIII d.C. que está na Biblioteca Nacional de Paris. Neste o evangelho de Marcos termina no final de 16:9. Em seguida apresenta dois finais alternativos deste evangelho.
W. CODEX WASHINGTONIANUS I.
Foi produzido no século IV ou V d.C. e também pertence à Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington, USA. Contém os quatro evangelhos, na ordem ocidental: Mateus, João, Lucas e Marcos. Foi copiado de outros manuscritos, pois apresenta diversos tipos de textos. Apresenta dois finais para o evangelho de Marcos.
ALEPH: CODEX SINAITICUS.
O achado deste manuscrito envolve um drama vivido por Tischendorf, que o encontrou. Em 1844 Constantino Tischendorf trabalhava na biblioteca do mosteiro de Santa Catarina, na península do Sinai, e notou uma cesta cheia de páginas soltas de manuscritos. Ficou eufórico quando notou que acabara de encontrar um dos mais antigos manuscritos bíblicos na língua grega. Tirou 43 páginas, que atendendo seu pedido foram-lhe dadas. Outro bibliotecário alertou que duas cestas contendo o mesmo tipo de material fora consumido na fornalha do mosteiro, para aquecer os monges. Entretanto, cerca de oitenta páginas do AT ainda existiam. Não conseguiu ir mais longe em sua busca, porque ao observar seu entusiasmo, os monges suspeitaram e deixaram de cooperar. Tischendorf voltou à Europa com suas 43 páginas. Em 1854 retornou ao mosteiro, mas não foi desta vez que os monges concordaram em falar sobre o restante das páginas de sua descoberta. Mas, em 1859, voltando novamente ao mosteiro, sob o patrocínio do Czar Alexandre II, patrono da igreja grega. Assim mesmo os monges não quiseram discutir sobre seu achado. Entretanto, um dos monges, inocentemente falou de uma cópia da Septuaginta que possuía e teria prazer em mostrar-lhe. Para surpresa de Tishendorf, o manuscrito era o mesmo do qual ele encontrara as 43 páginas. Continha o NT completo e parte do AT. Debalde Tischendorf tentou convencer o monge em presenteá-lo ao Czar russo. Mas o czar ofereceu um presente ao mosteiro, de acordo com costumes orientais, e levou o manuscrito (livrando-o do risco de aquecer a fornalha dos monges). Em 1933 o Museu Britânico adquiriu o manuscrito, onde se encontram até hoje. O manuscrito contém parte dos livros de Gênesis, Números, I Crônicas, II Esdras, os livros poéticos, Ester, Tobias, Judite e os livros proféticos, com exceção de Oséias, Amós, Miquéias, Ezequiel e Daniel. Estão ali incluídos também I e IV Macabeus. O NT está completo. As epístolas de Barnabé e uma porção do Pastor de Hermas também estão no manuscrito. O Texto assemelha-se ao Vaticanus e ao Alexandrinus.
THETA: CODEX KORIDETHIANUS.
Texto bizantino, do século IX d.C.
PI: CODEX PETROPOLITANUS.
Manuscrito do século IX d.C.
3. OS MINÚSCULOS.
São 2.646 escritos em pergaminhos entre os séculos IX e XV, em letras minúsculas.
4. OS LECIONÁRIOS.
1997 pergaminhos levam este nome. Trazem textos selecionados para serem lidos nas igrejas. Foram escritos nas mesmas datas dos unciais e minúsculos.
5. AS OSTRACAS.
Trechos do N.T. foram escritos em pedaços de cerâmica. Temos 25 exemplares, que contém breves porções do N.T.
 
Teologia Sistemática Pentecostal - Claudionor de Andrade - CPAD
Capítulo I
Bibliologia — A Doutrina das Escrituras - Claudionor de Andrade
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando milhares de evangélicos alemães apostatavam da fé para seguir o nacional-socialismo de Adolf Hitler, um corajoso homem de DEUS se levanta e, ousadamente, desafia a suástica. Ele sabia que o seu gesto acabaria por custar-lhe a vida. No entanto, não a tinha por preciosa aos seus olhos; estava disposto a morrer pela santíssima fé.
A semelhança de Martinho Lutero, era Dietrich Bonhoeífer íntimo da Bíblia Sagrada. Certa feita, ele advertiu solene e severamente aos seus contemporâneos: “Não tente tornar a Bíblia importante; ela já é importante em si mesma”.
Introdução à Bibliologia
No Brasil, com o avanço do liberalismo teológico em faculdades e seminários outrora ortodoxos, a doutrina da Bíblia nunca se fez tão necessária. Pois não são poucos os teólogos que não mais a defendem como a Palavra de DEUS inspirada e inerrante.
Neste capítulo, entraremos a ver o que é realmente a Bíblia, sua autoria divino- humana e outros pontos de igual importância, que nos ajudarão a compreender por que as Sagradas Escrituras são o Livro dos livros. Apesar de sua antiguidade, continua a Bíblia tão atual quanto o foi nos dias de Moisés, Jeremias e Paulo. Ela dá testemunho acerca de CRISTO e testifica que Ele é, de fato, o Filho de DEUS.
Durante o ministério terreno de Nosso Senhor, as Escrituras do Antigo Testamento eram conhecidas, genericamente, como a Lei, os Escritos e os Profetas. Vieram, então, as Escrituras dos apóstolos, igualmente inspiradas pelo ESPÍRITO SANTO. Como denominar, pois, ambos os Testamentos? Alguns pais da igreja cognominavam-nos de Divina Literatura.
Faltava, porém, uma palavra técnica que viesse a dar uma visão exata do significado das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. Era necessário, pois, denominar o conjunto dos pequenos livros que compunham a Palavra de DEUS. Foi assim que a palavra Bíblia começou a popularizar-se.
O significado da palavra grega bíblia. Originário do grego, o termo bíblia significa “livros”, ou “coleção de pequenos livros”. Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir à Palavra de DEUS. No Ocidente, a palavra em questão foi introduzida por Jerônimo. tradutor da Vulgata —, o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca Divina.
A palavra bíblia é o plural de biblos. Os gregos assim chamavam os rolos, nos quais escreviam as suas obras, numa clara referência ao centro produtor desse material — a cidade de Biblos (no Antigo Testamento, a cidade de Gebal), localizada na costa mediterrânea ocupada hoje pelo Líbano.
Desde João Crisóstomo e Jerônimo, os livros do Antigo e do Novo Testamentos passaram a ser universalmente conhecidos como a Bíblia, na qual judeus e cristãos baseamos a nossa fé. Os primeiros reconhecem apenas a primeira parte das Escrituras — o Antigo Testamento; os segundos consideram tanto a sua primeira quanto a sua segunda parte como a palavra inspirada, inerrante e infalível de DEUS.
 
A AUTORIA DIVINO-HUMANA DA BÍBLIA
A Bíblia Sagrada é um livro de dupla autoria. Se, por um lado, foi inspirada por DEUS; por outro, não podemos nos esquecer de ter sido ela escrita por homens que estiveram sob a inspiração e supervisão do ESPÍRITO SANTO:
Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, efazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, sabendot primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santosj falaram da parte de DEUS, movidos pelo ESPÍRITO SANTO (IIPe l.l 9-21, ARA).
E por isso que, ao lermos as Sagradas Escrituras, ouvimos DEUS nos falar de maneira única e singular pelos lábios dos santos profetas e apóstolos. A Palavra de DEUS, de fato, é uma só; os estilos, porém, são os mais diversos, pois o ESPÍRITO SANTO inspirou e capacitou cerca de quarenta diferentes autores, a fim de que, num período de aproximadamente 1.600 anos, nos produzissem o Livro dos livros.
Fosse a Bíblia apenas um livro humano, jamais haveria de nos ungir com o azeite da verdadeira alegria; posto que também é divina, e divinamente inspirada, proporciona- nos os mais altos lenitivos. O poeta inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) testemunha acerca do poder que as Sagradas Escrituras exerciam sobre a sua alma:
Encontro na Bíblía palavras para os meus mais íntimos pensamentos, canções para a minha alegria, lenitivo para as minhas dores mais profundas, reabilitação de todas minhas debilidades efraquezas.
Acerca da autoria divino-humana da Bíblia, leciona Tomás de Aquino: “O autor principal da Santa Escritura é o ESPÍRITO SANTO; o homem foi apenas o seu autor instrumental”. Por conseguinte, o ESPÍRITO de DEUS, fazendo de cada hagiógrafo um instrumento especialmente selecionado na composição da Bíblia, outorgou-nos o Livro Eterno, cujas belezas literárias são únicas.
A Bíblia como literatura
Ao enaltecer a Bíblia como o Livro dos livros, afirmou Thomas Browne:
A Palavra de DEUS, pois é o que creio serem as Sagradas Escrituras;fosse apenas obra do homem, seria a mais singular e sublime, desde o primeiro instante da criação.
Somos constrangidos a concordar com Browne. Até hoje ainda não li um livro mais sublime e perfeito do que a Bíblia Sagrada. Tudo nela é singular: estilo, correção, graça e proposta. Sua singularidade, porém, acha-se no fato de ela ser a Palavra de DEUS.
Nenhum escritor, até hoje, foi capaz de produzir uma obra literária tão rica, tão bela e tão excelsa. Em suas páginas, os poemas mais sublimes; as histórias mais eletri- zantes; os discursos mais eloqüentes; os tratados mais investigativos. E as suas profecias? E as suas dissertações acerca de DEUS e de suas relações com o ser humano?
Em sua obra O Gênio do Cristianismo, o francês Chateaubriand discorre longamente a respeito das qualidades literárias das Sagradas Escrituras. Numa prosa digna da França, Chateaubriand afiança que nenhuma obra jamais conseguiu superar a peregrina genialidade do Livro de DEUS. Não houvesse a Bíblia, a literatura mundial seria pobre e inexpressiva; as maiores obras tiveram-na como fonte de inspiração e modelo.
Que outro livro pode fazer semelhante reivindicação? Embora produzida no contexto histórico-cultural judaico, ninguém haverá de negar-lhe a universalidade. E a Bíblia, portanto, o único livro contemporâneo de toda a humanidade, em todas as eras.
Nosso objetivo, entretanto, não é estudar a Bíblia como literatura; estudá-la-emos como a Palavra de DEUS. Se assim não a acolhermos, de nada nos adianta exaltar-lhe os predicados literários. Foi-nos ela entregue, para que reconheçamos DEUS como o Ser supremo por excelência, e a seu Unigênito como o nosso suficiente Salvador.
 
A POSIÇÃO LIBERAL
O racionalismo, nascido no território sempre fértil da incredulidade acadêmica, não demorou muito a fixar raízes em searas protestantes. Como sói acontecer nessas ocasiões, começou por invadir os seminários e universidades, dantes tão piedosos, para se alojar nos púlpitos de muitas igrejas.
Racionalismo, ofalso culto à razão. Em seus Pensamentos, mveste-se Pascal duramente contra o endeusamento da razão: “Por mais que a razão proteste, ela não pode colocar o preço nas coisas”. Infelizmente, não poucos teólogos colocaram a razão num altar e fizeram-na a suprema árbitra, até mesmo da soberana Palavra de DEUS. Parece que jamais tiveram eles um discernimento claro da supremacia da Bíblia Sagrada, como o escritor francês demonstrou possuir do Universo. Tornaram-se eles subservientes à razão sem qualquer razão justificável.
O racionalismo pode ser definido como o método que, utilizando-se apenas da razão, coloca-a como o padrão supremo de todas as atividades humanas, quer terrenas, quer metafísicas. Filosoficamente, é a doutrina cujo objetivo se detém no exame das coisas exclusivamente pela razão, sem levar em conta a intuição, a vontade e a sensibilidade.
Racionalismo teológico. Fazendo do racionalismo o seu credo, afirmavam tais teólogos ser a razão a palavra final para a resolução de todos os dilemas morais e espirituais do ser humano. Ao mesmo tempo, como faziam questão de ressaltar, a Bíblia não era tão importante quanto ensinava Lutero e Calvino. Emil Brunner, aliás, chegou a alcunhar a Palavra de DEUS de “papa de papel”, porque os protestantes tributavam-lhe uma autoridade que só achava similar na divinização com que os católicos tratavam o seu chefe espiritual. O teólogo suíço não podia aceitar as Sagradas Escrituras como a inspirada e infalível Palavra de DEUS.
O que mais nos entristece é saber que esses mestres e doutores provinham de diversas confissões protestantes. Mas, abandonando eles a simplicidade do evangelho de CRISTO, se puseram a erigir os mais exaltados altares à razão, esquecendo-se de que, acima desta, encontra-se a Palavra de DEUS. Como um abismo chama outro, saíram de suas tocas, a fim de desferir os mais impiedosos ataques contra a Palavra de DEUS. Ataques esses travestidos de eruditas premissas, intocáveis silogismos e venerandos enunciados teológicos.
Na Alemanha, espezinharam a herança que lhes legara Martinho Lutero, que sempre tivera a Bíblia como a infalível árbitra em todas as áreas do conhecimento e do proceder humanos. E, desvanecendo-se já em seus discursos, guindaram-se acima dos arcanos e oráculos de DEUS. Num contexto tão pródigo de incredulidade e apostasias, a teologia liberal começou a cancerar uma parte considerável do protestantismo histórico.
Não reconhecendo a Bíblia como a Palavra de DEUS, os teólogos liberais blasfemavam, sutilmente, do Todo-Poderoso, resistindo ao ESPÍRITO SANTO. O que eram, na verdade, suas teorias? Vãs especulações. Buscando mascarar as suas apostasias e os seus erros, asseveravam que a Bíblia apenas contém a Palavra de DEUS. Outros, à semelhança do teólogo americano Gordon Kaufman, se limitavam a exaltar a Bíblia como “literatura gloriosa”.
Infelizmente, muitos desses sábios segundo o mundo têm-se infiltrado em seminários dantes conservadores e, habilmente, vêm desviando os futuros pregadores da verdade. Faz-se necessário, pois, que estejamos sempre precavidos quanto a esses doutores que, veladamente, instilam o seu veneno sobre aqueles a quem DEUS chamou para proclamar o Evangelho de CRISTO.
Se antes o liberalismo contentava-se em atacar a Bíblia, ensinando que ela meramente contém a Palavra de DEUS, mas não é a Palavra de DEUS, hoje os seus proponentes fizeram-se muito mais incrédulos; nem no DEUS da Bíblia acreditam mais. Negando o supremo Ser, afirmam, com a ousadia própria dos insensatos, que o SANTO Livro não passa de uma coleção de mitos hebraicos. Haja vista a teoria da desmitologização de Rudolf Bultman.
Para este teólogo alemão, a Bíblia só é crível se dela extirparmos os mitos — milagres, sinais, teofanias e outras revelações sobrenaturais. Depois de lermos semelhantes teólogos, concluímos com estas palavras do divino Mestre: “Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8).
No Brasil, seminaristas de várias denominações têm se voltado, ultimamente, aos teólogos liberais, numa busca insana por afirmação. Alguns o fazem para contestar o credo de suas igrejas; outros, para se mostrarem na vanguarda; outros, ainda, por mera e triste imitação. De uma forma, ou de outra, levam eles ao seio
de suas comunidades de fé o vírus do modernismo teológico com todas as suas inevitáveis conseqüências: incredulidade; leniência para com o pecado; relativismo moral e ético; relaxo para com a evangelização, etc. Tal atitude é observada, inclusive, entre seminaristas de igrejas que, até então, eram aclamadas por seu ardente zelo pela ortodoxia bíblica.
 
A POSIÇÃO NEO-ORTODOXA
Reagindo contra o liberalismo teológico, principalmente na Alemanha, ensinam os neo-ortodoxos que a Bíblia torna-se a Palavra de DEUS à medida que alguém, ao lê-la, tem um encontro experimental com o Senhor. Apesar das aparências, esse posicionamento abre espaço para muitas especulações danosas à fé cristã. A Bíblia não se torna a Palavra a DEUS; ela sempre é a Palavra de DEUS.
Portanto, erram aqueles que afirmam: “A Bíblia fechada é um simples livro; aberta, a boca de DEUS falando”. Nada mais errado; aberta ou fechada, a Bíblia é a Palavra de DEUS inspirada e inerrante! Há que se tomar muito cuidado, pois, com as sutilezas teológicas; destas é que nascem as heresias. Karl Barth, apesar de seus esforços em combater o liberalismo, não foi de todo feliz. Ele deveria, por exemplo, ter ensmado que a Bíblia, independentemente da reação de seus leitores, jamais deixou de ser a Palavra de DEUS.
Embora considerado o maior teólogo do Século XX, Barth não foi de todo ortodoxo. E, como todos o sabemos, no terreno das Sagradas Escrituras não há meia-ortodoxia; a ortodoxia tem de ser absoluta. Se a tornarmos relativa, não teremos, então, nenhuma ortodoxia; e, sim, heresias, apostasias e erros. A neo- ortodoxia de Barth não foi de todo eficaz; pecou pelos meios-termos.
 
A POSIÇÃO CONSERVADORA
Os ortodoxos afirmamos que a Bíblia é a Palavra de DEUS. Dessa forma, colocamo-la no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável arbitra em matéria de fé e prática. Se a Escritura diz, é a nossa obrigação ser-lhe obediente sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana! Os cristãos jamais deixaram de ser dogmáticos quanto à origem divina da Bíblia.
A Igreja Primitiva. Firmados, principalmente, em 2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.20,21, os cristãos primitivos tinham os profetas hebreus como oráculos de DEUS. Igual deferência concediam eles aos escritos dos apóstolos de nosso Senhor e daqueles que lhes foram íntimos seguidores — Marcos e Lucas, por exemplo.
No século II, quando o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas Escrituras, tentando extirpar do cânon os livros apostólicos, por considerá-los escandalosamente judaicos, os líderes da igreja condenaram-no em uníssono e energicamente. Atuando como porta-voz dos pastores e bispos, Tertuliano escreveu Contra Marcião, numa apaixonada apologia do cânon atual da Bíblia Sagrada.
Orígenes de Alexandria, nascido no Egito por volta de 185, também saiu com presteza, a fim de defender o cânon das Sagradas Escrituras. Ele asseverou que tanto as Escrituras do Antigo quanto as do Novo Testamentos foram inspiradas pelo mesmo ESPÍRITO SANTO. Logo, acrescenta o doutor alexandrino, “as Escrituras Sagradas foram redigidas pelo ESPÍRITO de DEUS”.
Nascido em 296, Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia em virtude de seu apaixonado zelo pela pureza doutrinária da fé cristã. A semelhança de seus predecessores, fez ele uma brilhante apologia da inspiração divina das Escrituras Sagradas como a Palavra de DEUS.
Os reformadores. Ao deflagrar a Reforma Protestante, Martinho Lutero fez questão de ressaltar a importância da Bíblia Sagrada como a Palavra de DEUS. Se até àquele dia a igreja de Roma tinha as suas tradições como mais importantes que as Sagradas Escrituras, veio Lutero e afirmou que estas são a nossa única norma em matéria de fé e prática. Foi a partir desse ponto doutrinai que Lutero revolucionou espiritualmente a igreja de CRISTO, levando os fiéis a depositarem toda a sua confiança no Antigo e no Novo Testamento.
Cognominando a Bíblia como o berço que traz o CRISTO, Lutero — natural de Eisleben, na Alemanha— defendeu ardorosamente a inspiração divina das Sagradas Escrituras. Exortava ele os cristãos a lerem a Palavra de DEUS sob a luz de CRISTO.
João Calvino, de igual modo, sustentava a origem divina da Bíblia:
Visto que DEUS se comunicou por sua Palavra de Vida a todos os que Ele recebeu por sua graça, disso devemos inferir que os fez participantes da vida eterna. Eu digo que na Palavra de DEUS há tal eficácia de vida que a sua comunicação é uma segura e certa vivifcação da alma. Entendo por comunicação não a geral e comum, que se propaga por céus e terra t sobre todas as criaturas do mundo. Porque, conquanto esta vivif que todas as coisas conforme a sua respectiva natureza diversa, todavia não livra nada nem ninguém da corrupção. Mas a comunicação a que me refiro ê especial, e por esta a alma dos crentes é iluminada no conhecimento de DEUS e de algum modo é ligada a Ele.
 
Os pen tecos tais. A comunidade de fé pentecostal, formada principalmente pelas Assembléias de DEUS, sempre acreditou ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de DEUS. Vejamos como se posicionaram alguns de nossos maiores e mais respeitados teólogos.
O missionário finlandês Lars Eric Bergstén, que, durante cinco décadas peregrinou pelo Brasil, ensinando a lídima doutrina bíblica, assim se posicionou acerca das Sagradas Escrituras:
DEUS, que antigamente falou “muitas vezes e de muitas maneiras aos país”, queria que a sua Palavra não jicasse guardada pelos homens apenas através da experiência com Ele ou pela tradição falada, isto é, os país contando para os seus filhos, etc. DEUS queria que as verdades reveladas fossem conservadas em um autêntico documento. Por isso, Ele mesmo tomou as providências para que suas palavras, revelações e acontecimentos — maravilhas operadas em meio ao seu povo —fossem escritos.
Antonio Gilberto, um dos maiores teólogos do Brasil, afirmou acerca da origem divina da Bíblia:
E a revelação de DEUS à humanidade. Seu autor ê DEUS mesmo. Seu real intérprete é o ESPÍRITO SANTO. Seu assunto central é o Senhor JESUS CRISTO.
 
A NECESSIDADE DA BÍBLIA SAGRADA
“Arranhe a superfície das Escrituras onde quiser, e você descobrirá uma fatia de vida” — é o que afirma Arthur Skevington Wood. Implicitamente, está ele a dizer-nos: a Bíblia é absolutamente necessária para alcançarmos a vida eterna; sem ela, todos estaríamos condenados.
Logo, é a Palavra de DEUS de suma importância não somente para o nosso crescimento moral e espiritual, como também para a solidificação de nossa sociedade. O Ocidente, aliás, é tributário das Sagradas Escrituras e não da civilização greco-romana. A humanidade toda não pode, sob nenhuma hipótese, prescindir da Bíblia.
Necessidade espiritual. Quando tentado pelo Diabo, o CRISTO calou-lhe a voz, citando-lhe o Deuteronômio: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de DEUS” (Mt 4.4). Mais tarde, emudecendo os fariseus, que, embora conscientes da messianidade dEle, recusavam-se a aceitá-la, asseverou-lhes: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.39,40).
Que outro livro é capaz de proporcionar ao ser humano a vida eterna? A Bíblia, conforme escreve Paulo aTimóteo, não se limita a salvar o homem; torna-o perfeito diante de DEUS (2Tm 3.16). Discorrendo acerca da eficácia das Escrituras em libertar-nos do pecado,Timothy Dwight é categórico: “A Bíblia é uma janela na prisão deste mundo, através da qual podemos olhar para a eternidade”.
O ser humano tem sede do Criador. E só virá a dessedentar-se quando volver os olhos e o coração à Bíblia Sagrada. Sem ela morreremos nesse deserto para onde nos lançaram os pecados que vimos cometendo desde que expulsos do Éden.
Necessidade moral. Vários códigos já escreveram os homens ao longo de sua história. Hamurabi, buscando disciplinar seus contemporâneos, prescreveu-lhes uma série de leis e ditames. Preocupação semelhante acometeu o chinês Confúcio. E os estatutos de Drácon? E as Doze Tábuas de Roma? Tais iniciativas, porém, não puderam melhorar a índole dos filhos de Adão, que, segundo escreveu Paulo aos romanos, se entregaram às mais infames paixões (Rm 1.26).
A Palavra de DEUS, entretanto, prescreve-nos leis tão altas e sublimes que — prova-nos a história — modifica não apenas o homem como a sociedade. Haja vista os Dez Mandamentos. Sem dúvida, todas as legislações do mundo poderiam ser substituídas por estes. D.J. Burrell realça a singularidade das leis divinas:
 
O DEUS da Bíbliat e nenhum outro, pode satisfazer as necessidades humanas. Seu código moral atravessou durante séculos as chamas da controvérsia, mas nãofcou nem mesmo com cheiro de queimado.
 
Se a moral das Escrituras continua tão atual, onde se acham os demais códigos? Fizeram-se anacrônicos; tiveram de ser substituídos. Eis por que a Bíblia Sagrada faz-se tão necessária à raça humana. Sua moral não haverá jamais de ser adulterada nem relativizada; é um livro que trata com valores absolutos, pois absoluto ele é.
No Salmo 119, canta o salmista — Davi? — as grandezas e infinitudes da Lei de DEUS. O rei de Israel cumpria-a rigorosamente; não a achava pesada; era o seu deleite. Acontece o mesmo com aqueles que, ao aceitarem a CRISTO, têm o estatuto divino escrito em seu coração, conforme enfatiza Matthew Henry: “Quando a lei de DEUS é escrita em nosso coração, nossos deveres são nossos prazeres”.
Necessidade histórica. Ao contrário do que supunha o filósofo francês, Augusto Comte, a história não é cíclica: é circular; não se repete. Encaminha-se para um clímax, quando CRISTO JESUS, como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, implantar o Reino de DEUS na Terra, submetendo todas as coisas ao absoluto comando de seu Pai.
Sem a Bíblia, jamais poderíamos compreender devidamente a história; seriamos induzidos a pensar fossem todas as coisas obras do mero acaso. Os santos
profetas e os apóstolos de nosso Senhor nos deixam claro que, estando DEUS no comando de todas as coisas, dirige a história, conduzindo-a ao ápice de seu Reino. Não foi essa, por acaso, a petição que o CRISTO ensinou aos seus discípulos: “Venha o teu Remo”? Assim, passaram os discípulos a rogar a DEUS.
Compreendendo perfeitamente a teologia da História, afirmou Oliver Cromwell: “O que é a história, senão a manifestação de DEUS?” Assim a entendeu também Nabucodonosor. O rei de Babilônia, após haver passado sete tempos como um bicho, devido ao seu orgulho, reconhece que, acima dos reis e demais potentados, acha-se DEUS a controlar todos os negócios terrenos.
Seria maravilhoso se todos os seres humanos chegassem a essa conclusão. Por conseguinte, esta deve ser a conclusão básica acerca da História, conforme escreveu
  1. Martyn Lloyd-Jones: “A chave para a história do mundo é o remo de DEUS”.
A FORMAÇÃO DO CÂNON
Em nossos credos, afirmamos peremptoriamente ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível, soberana e completa Palavra de DEUS. Nesse inegociável e intransferível dogma, baseia-se o cânon das Sagradas Escrituras.
Antes de entrarmos a estudar com mais propriedade a canonicidade da Bíblia, é mister que deixemos algo bem claro: esta não é inspirada porque os doutores da igreja assim a chancelaram; eles a sancionaram como tal porque ela é, de fato, a inspirada Palavra de DEUS. Escreve Norman Geisler:
 
Os livros da Bíblia não são considerados oriundos de DEUS por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos porque provieram de DEUS —Jonte de todo bem.
 
Se eles, nalgum momento, tivessem negado a inspiração de algum livro das Sagradas Escrituras, estas, em sua totalidade, ainda continuariam inspiradas. Pois a inspiração da Bíblia independe da aprovação humana. A canonização, conforme veremos, nada mais é do que o reconhecimento humano de uma obra singularmente divina.
A canonização. Oriunda da palavra grega kanonizein, que, entre outras coisas, significa “tornar santo”, é o processo que levou ao reconhecimento dos livros que compõem a Bíblia como singularmente inspirados por DEUS.
Esse processo — que durou vários séculos — é-nos mui importante, porque mostra quão criteriosa e exaustivamente os doutores da igreja se agastaram em examinar os livros das Sagradas Escrituras, a fim de averiguar se estes, realmente, são de origem divina ou produto do engenho e arte da imaginação humana.
Concluído esse processo, os doutores e teólogos da igreja, trilhando um caminho já palmilhado pelos sábios rabis de Israel, concluíram que os livros que compõem a Bíblia são de fato a inspirada e merrante Palavra de DEUS.
Mais tarde, os católicos romanos, no Concilio de Trento, houveram por bem, de maneira arbitrária e antagônica às comunidades de Israel e dos protestantes, acrescentar vários livros ao Antigo Testamento, buscando justificar algumas de suas doutrinas que, durante a Reforma Protestante, foram duramente combatidas pelos seguidores de Martinho Lutero e João Calvino. Lendo tais livros apócrifos, no entanto, logo percebemos suas fragilidade, errância e até ílogicidade.
O que é o cânon ia Bíblia. Procedente do vocábulo hebraico kannesh, que significa ‘ vara de medir” — e do grego kanon, que, basicamente, tem o mesmo significado do termo hebreu —, a palavra “cânon” é usada em teologia com este significado: padrão, regra de procedimento, critério norma.
A Bíblia, como o nosso cânon por excelência, arvora-se como a nossa única regra de fé e conduta, pois a temos como a infalível Palavra de DEUS. Em termos técnicos, podemos definir assim o cânon das Sagradas Escrituras: coleção de livros reconhecidos pela igreja cristã como singularmente inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
Como foi estabelecido o cânon bíblico. Os homens que DEUS usou para chancelar o cânon da Bíblia, procederam da seguinte forma:
  1. 0 exame do texto sagrado. Em primeiro lugar, os sábios judeus e cristãos examinaram o texto sagrado, em si, para comprovar se este, de fato, proveio o ESPÍRITO SANTO como escritura singularmente inspirada. Isso não significa que esses doutores se achavam acima da Bíblia nem que houvessem eles lhe transmitido a inspiração divina. Caso tivessem errado em sua avaliação, a Bíblia continuaria a ser a Palavra de DEUS.
    Do texto sagrado, examinaram: o conteúdo, a correção doutrinária, o caráter edificativo, a harmonia da parte com o todo e o assentimento intelectual e particular, através dos quais, quando o lemos, sentimos que DEUS nos fala de maneira distintíssima e clara.
  2. O exame do autor sagrado. Quem escreveu o texto sagrado era, realmente, digno de confiança? Considerando que a Bíblia foi escrita por, aproximadamente, quarenta escritores, temos de responder as seguintes perguntas.
Houve absoluta concordância entre seus autores, apesar do tempo decorrido entre o Gênesis e o Apocalipse? (A Bíblia, como se sabe, levou 1.600 anos para ser escrita.) No que tange ao Antigo Testamento, eram os seus autores realmente mestres incontestáveis do conhecimento de DEUS? Com DEUS mantinham estreita e íntima comunhão? E o seu caráter, era realmente ilibado?
Davi e Salomão, por exemplo, apesar de haverem desobedecido gravemente ao Senhor, arrependeram-se de suas faltas e foram espiritualmente restaurados. No Salmo 51, temos o cântico penitencial do primeiro; e, no Eclesiastes, encontramos a pública confissão de faltas do segundo.
Concernente ao Novo Testamento, além das exigências acima apresentadas, demandava-se que o escritor sagrado pertencesse ao círculo restrito dos apóstolos do Cordeiro, ou que com eles houvessem tido um relacionamento privilegiado. E o caso de Marcos, Paulo e Lucas, o médico amado. Tiago e Judas eram irmãos uterinos de nosso Senhor JESUS CRISTO.
3) Aceitação do livro na comunidade dos fiéis. Como a antiga comunidade de Israel e a igreja primitiva se houveram com os livros da Bíblia Sagrada?
Ocânon do Antigo Testamento. Os livros do Antigo Testamento jamais estiveram em disputa na antiga comunidade de Israel. Conforme depreendemos de Esdras e das tradições judaicas, após o derradeiro profeta fazer ecoar as palavras do Senhor, não havia mais o que se discutir: o cânon do Testamento Antigo já estava definitivamente encerrado, esperando, agora, os primeiros acordes do Novo Testamento.
Por conseguinte, o Concilio Judaico de Jamnia, realizado próximo da atual cidade israelense de Jope, teve um caráter mais formal do que dogmático, considerando que os filhos de Israel da Diáspora sempre tiveram o texto massorético como o cânon de suas Sagradas Escrituras.
Ocânon do Novo Testamento. Em virtude da complexidade da igreja cristã, o cânon do Novo Testamento demorou um pouco mais para ser definitivamente estabelecido. Em primeiro lugar, porque os livros neotestamentários foram escritos nos mais diferentes lugares: de Israel à capital do Império Romano, mostrando a universalidade da mensagem cristã.
Em 367, o bispo Atanásio, conhecido como o pai da ortodoxia cristã, alista, numa de suas cartas, os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Os concílios de Hipona — realizado em 393 — e o de Cartago, convocado em 397, ambos no Norte da África, ratificaram a lista elaborada por Atanásio.
Hoje, não mais precisamos debater acerca da inspiração dos livros que compõem o cânon da Bíblia Sagrada. Tanto os 39 do Antigo quanto os 27 do Novo Testamentos são comprovadamente de origem divina; foram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
 
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA SAGRADA
Matthew Henry — um dos maiores expositores das Sagradas Escrituras é categórico ao se referir à inspiração da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do ESPÍRITO SANTO”. Como não concordar com Henry? Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do ESPÍRITO SANTO.
 
Que outro livro trouxe tanta mudança à humanidade como a Bíblia Sagrada? Homero, Aristóteles, Camões, Karl Marx? O Capital de Marx, por exemplo, embora considerado a “bíblia” do comunismo, é tão seco e árido que dificilmente alguém consegue lê-lo do início ao fim. A Escritura, porém, vem sendo lida de geração em geração com o mais vivo interesse. O imperador brasileiro Dom Pedro II revelou que a lia cotidianamente.
Qual a diferença entre ela e os demais livros? Sem dúvida, a sua inspiração.
Definição etimológica. A palavra “inspiração” vem de dois vocábulos gregos: theo, “DEUS”; e pneustos, “sopro”. Literalmente, significa: “aquilo que é dado pelo sopro de DEUS”.
Definição teológica. “Ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de DEUS — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade, CPAD).
Em português, a palavra “inspirar” é originária do verbo latino inspirare, que significa: “introduzir ar nos pulmões”. È um processo fisiológico tão necessário à vida, que a mantém em pleno funcionamento. È algo automático; independe de nossa vontade. Basta estarmos vivos para que o ar nos entre pela boca e pelas narinas e nos chegue até os pulmões.
Assim também ocorreu com os santos profetas e apóstolos usados para escrever a Bíblia Sagrada. O ESPÍRITO SANTO insuflou-lhes a Palavra de DEUS de tal forma, que foram eles impulsionados a registrar os arcanos e desígnios divinos de maneira sobrenatural, inerrante, infalível e singular. Nenhum outro livro foi inspirado dessa forma; foi um milagre que se deu na área do conhecimento humano e nunca mais se repetiu.
Inspiração verbal e plenária àa Bíblia. È a doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por DEUS. Verbal: o ESPÍRITO SANTO guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2Tm 3.16).
A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).
Se no profeta Isaías deparamo-nos com um estilo sublime e clássico, em Amós encontramos um prosa simples e humilde, como os campos palmilhados pelo
mensageiro campesino. E, se em Paulo encontramos um grego que se amolda à dicção do heleno ático, em Marcos encontramos um grego humilde como humilde era o seu autor. Contudo, tanto nos primeiros como nos segundos, não podemos negar a exatidão e a ortodoxia da inspirada Palavra de DEUS.
A inspiração da Bíblia ê única. Conforme já dissemos, além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de maneira sobrenatural e inconfundivelmente divina. Eis porque a Palavra de DEUS é a obra-prima por excelência da raça humana. Até mesmo os seus mais arrebatados inimigos são obrigados a se curvar ante a sua beleza suprema e célica. Haja vista em todas as universidades realmente importantes haver uma cadeira dedicada ao idioma hebraico por causa da crescente importância da Bíblia.
Aliás, não fora a Palavra de DEUS, a civilização ocidental, como a conhecemos, seria impossível. O que os gregos não lograram com a sua filosofia e lógica, a Bíblia alcançou através de sua mensagem, que, embora singela, derrubou grandes reinos e impérios.
Declaração doutrinária das Assembléias de DEUS no Brasil. “Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão”. A maioria das denominações evangélicas, realmente conservadoras, tem a Bíblia como a inspirada Palavra de DEUS. Sem esse artigo de fé, o evangelismo perde todo o seu conteúdo.
Evidências da inspiração divina da Bíblia. Há evidências que nos indicam ser a Bíblia a Palavra inspirada de DEUS? Basta uma leitura das Sagradas Escrituras para se concluir, de imediato, terem sido elas produto da ação direta do ESPÍRITO SANTO sobre os hagiógrafos, levando-os a escrever os livros que fazem parte do cânon bíblico.
Entre as evidências, que nos indicam a procedência divina das Escrituras Sagradas, podemos citar:
  1. A influência na vida do ser humano. Que outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar radicalmente o homem? Temos testemunhos emocionantes de homens, mulheres, jovens e crianças que, no contato com a Palavra de DEUS, se tornaram novas criaturas.
  2. A influência na história da humanidade. Ultrapassando as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus escritores, a Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência do SANTO Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de DEUS seja admirada em países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista a China e o Japão. Até mesmo nos países árabes, que se deixam conduzir pelo Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.
  3. A influência na vida moral da humanidade. Sem a Bíblia Sagrada, estaria a humanidade mergulhada em densas trevas espirituais e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras. Todavia, a moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos, vem elevando os filhos de Adão aos mais altos ideais, impedindo que se degenerem.
A INERRÂNCIA DA BÍBLIA SAGRADA
Em sua apologia sobre a merrância da Bíblia, John Wesley é incisivo e direto: “Se há algum erro na Bíblia, então pode haver mil erros”. Por isso, conclui: “Se há uma falsidade sequer naquele Livro, ele não proveio da verdade”. Como discordar de um artigo de fé tão cristalino e lógico? Sem esta doutrina, o cristianismo seria impossível; suas verdades, tendo como base a Bíblia Sagrada, exigem seja esta não apenas divinamente inspirada, mas de igual modo infalível, completa e inerrante.
Por conseguinte, se não aceitarmos integralmente a inerrância das Sagradas Escrituras, todo o arcabouço doutrinário da religião fundada por JESUS de Nazaré haverá de desaparecer. Se primarmos, no entanto, pela ortodoxia bíblica e teológica, não há por que temer aqueles que, embora se autodenominem liberais, revelam-se intolerantes e impiedosos em sua abordagem ao fundamentalismo evangélico. Sob o manto do liberalismo, exibem-se agressivos e inquisitoriais; a maioria nem mesmo aceita o debate acadêmico.
Afinal, o que é a merrância bíblica? Por que ela é tão importante para a nossa fé? E por que sem essa doutrina as Sagradas Escrituras perdem toda a razão de ser?
Definição. A melhor maneira de se compreender uma doutrina é buscar-lhe uma definição adequada. Sua conceituação, a partir daí, torna-se mais fácil e não pecará pela falta de clareza e objetividade. Vejamos, pois, de que forma haveremos de definir a doutrina da inerrância bíblica.
  1. Definição etimológica. A palavra “merrância” vem do vocábulo latino inerrantia e significa, literalmente, “qualidade daquilo que não tem erro; infalível”.
  2. Definição teológica. A merrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de DEUS. A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos ela confiança plena em seu conteúdo.
Neste sentido, a doutrina da inerrância bíblica pode ser compreendida, também, como sinônimo de infalibilidade.
O teólogo pentecostal John R. Higgms assim define a doutrina da inerrância das Sagradas Escrituras:
 
Embora os termos “infalibilidade” e “inerrância” tenham sido, historicamente, quase que sinônimos do ponto de vista da doutrina cristã, muitos evangélicos têm preferido ora um termo, ora outro. Alguns preferem “inerrância” para se distinguirem dos que sustentam poder a “infalibilidade” referir-se à veracidade da mensagem da Bíblia, sem necessariamente indicar que a Bíblia não contém erros. Outros preferem “infalibilidade” a fm de evitar possíveis maUentendimentos em virtude de uma definição demasiadamente limitada da “inerrância”. Atualmente, o termo “inerrância” parece estar mais em voga que “infalibilidade”.
 
Inerrância, o grande debate teológico do século XX. Foi exatamente em torno da inerrância bíblica que girou a maior controvérsia teológica do Século XX. Até então, tinha-se como pressuposto básico que a Bíblia, como a inspirada Palavra de DEUS, era absolutamente inerrante tanto no que concerne à doutrina como no que tange às informações geográficas, históricas e científicas. Nenhum teólogo cristão ousava colocar em dúvida a inerrância da Palavra de DEUS.
Se, na comunidade cristã, quer católica, quer protestante, ninguém se atrevia a questionar a inerrância das Sagradas Escrituras, os filósofos seculares vmham, desde o iluminismo, lançando não poucas dúvidas sobre a integridade da doutrina e das informações contidas na Bíblia.
Toda essa discussão veio a se acirrar com a chamada teologia liberal, que
  • conquanto nascida no Século XVIII — veio a ganhar corpo no século passado. De repente, o que parecia inconcebível já era discutido abertamente no mundo acadêmico: ‘Afinal, a Bíblia é ou não é a inerrante Palavra de DEUS?” Se a inerrância era posta em dúvida, por que ficaria mtocada a sua inspiração verbal e plenária?
Semelhante controvérsia levou a ortodoxia cristã a se reunir para apresentar uma apologia da inerrância e da inspiração sobrenatural da Bíblia Sagrada. E desse debate resultou um documento conhecido como a Declaração de Chicago.
A Declaração de Chicago. Em 1978, eruditos de várias confissões cristãs se reuniram na cidade norte-americana de Chicago, a fim de discutir a inspiração sobrenatural da Bíblia e a sua conseqüente inerrância. Findos os trabalhos, os participantes do encontro publicaram uma declaração, realçando a ortodoxia dos princípios teológicos acerca da Bíblia Sagrada.
A Declaração de Chicago sobre a inerrância Bíblica, entre outras coisas, afirma:
A autoridade das Escrituras é a chave para a igreja cristã em todos os séculos.
Aqueles que professam a sua fé em JESUS CRISTO como o seu Salvador e Senhor são intimados a mostrar a realidade de seu discipulado através da humildade e da obediente fidelidade à Palavra escrita de DEUS. Rejeitar as Escrituras como a nossa regra de fé e conduta constitui-se em deslealdade para com o nosso Mestre.
O reconhecimento inquestionável e irrestrito das Sagradas Escrituras é essencial para a completa compreensão e confissão de sua autoridade.
 
Os cinco primeiros artigos da Declaração de Chicago sintetizam a fé ortodoxa concernente à inerrância da Bíblia Sagrada:
Z. DEUS, sendo Ele a própria verdade por falar somente a verdade, inspirou as Sagradas Escrituras, para que, através delas, revelasse a si mesmo à humanidade caída, por intermédio de JESUS CRISTO, como o CriadorSenhorRedentor e Juiz. As Sagradas Escrituras, portanto, testificam do próprio DEUS.
  1. As Sagradas Escrituras, sendo a própria Palavra de DEUS, escritas por homens devidamente preparados, inspirados e superintendidos pelo ESPÍRITO SANTO, são divinamente infalíveis em todas as matérias de que tratam. Por conseguinte, devem elas ser cridas, como a instrução de DEUS, em tudo o que afirmam; obedecidas, como mandamento de DEUS, em tudo o que demandam; recebidas, como garantia de DEUS, em tudo o que prometem.
  2. O ESPÍRITO SANTO, como o autor das Escrituras, tanto autentica o seu testemunho interno como nos abre a mente para entendê-las.
  3. Sendo total e phnariamente dadas pelo próprio DEUS, as Escrituras estão isentas de erros nem se acham equivocadas quanto a todos os seus ensinos, nem quanto às suas declarações sobre os atos de DEUS na criação, os eventos da história mundial e acerca de sua própria origem literal sob a inspiração divina e também quanto às declarações de DEUS com respeito à salvação individual dos seres humanos pela graça manifestada em CRISTO JESUS.
  4. A autoridade das Escrituras será fatalmente enfraquecida se a sua absoluta inerrância for, de alguma forma, menosprezada ou negligenciada, ou vier a ligar-se a uma visão da verdade contrária à própria Bíblia. Tais desvios trariam irreparáveis perdas tanto para os crentes em particular quanto para a igreja de CRISTO como um todo.
O artigo XIII da Declaração de Chicago é mais do que incisivo: “Declaramc que a Bíblia, em sua totalidade, é inerrante, estando, por conseguinte, isenta c toda falsidade, fraude ou engano”.
A coerência da inerrância. A doutrina da merrância da Bíblia Sagrada não é mcc erente nem fere a razão, embora esteja muito acima desta; a inerrância bíblica razoável e crível; não precisa ser aceita de forma cega e mística: comporta os ma duros questionamentos justamente por ser absoluta e inquestionável. Ela não fei a legitimidade de nenhum ramo do verdadeiro saber humano, que, sendo-nc outorgado por DEUS, jamais contrariará o saber divino.
  1. Em relação à filosofia. A Bíblia Sagrada, como a inspirada e inerrante P; lavra de DEUS, não vai de encontro à verdadeira filosofia. Acha-se, porén infinitamente acima desta. Se a segunda limita-se a levantar os problemas d vida, a primeira é a sua solução. E se a filosofia limita-se a especular acerc da realidade última das coisas, a Escritura desvenda-nos o próprio Deu como o nosso supremo bem, revelando-nos o caminho a seguir.
  2. Em relação à ciência. Não contém a Bíblia quaisquer erros científicos. Po conseguinte, quando um homem de ciências a acusa de incoerência cientí fica, duas coisas podem estar acontecendo: o cientista, deixando o camp< da experimentação, põe-se a palmilhar levianamente o terreno movediço d, especulação. Se assim é, não temos um cientista, mas um confuso filosofe Pois não são poucas as matérias que, tidas como científicas, na verdade nãc passam de mitos e fantasias. Haja vista a teoria da evolução. Aliás, se é teoria como pode arrogar-se como ciência, se até hoje não foi comprovada?
    Entre a ciência e a filosofia, há uma fronteira mui tênue que pode ser cruzad; sem que o cientista o perceba e sem que o filósofo disso se dê conta, Franci: Bacon, por exemplo, embora filósofo, traçou o caminho a ser trilhado pela ciênci; moderna. E o discurso do método de Descartes?
    Portanto, a ciência não tem a necessária autoridade para julgar a Bíblia Sagrada Pois se esta é a Palavra revelada daquEle que tudo fez, como se haverá aquela con as suas especulações? Não é a ciência que deve julgar a Bíblia; esta é que tem de julgar aquela. Aliás, nenhuma autoridade humana, por mais culta e sábia, detém direito de submeter as Escrituras aos seus crivos. Porque a Palavra de DEUS julg todas as coisas, discernindo-nos claramente tudo o que existe no Universo.
    A inerrância bíblica é aceita como algo plenamente crível e coerente pel verdadeira ciência.
  3. Em relação à arqueologia. A arqueologia vem sendo largamente utilizada para realçar quão firme é a doutrina da inerrância bíblica. Levemos err conta, porém, que ela, devido às suas limitações, nem sempre consegue reumr as evidências exigidas pelos céticos acerca dos eventos bíblicos. Jamais encontraremos, por exemplo, a arca da aliança (Jr 3.16), o Ta- bernáculo ou os castiçais que estavam no santo Templo. Além do mais, a História da Salvação, independentemente dos achados arqueológicos, exige ser aceita pela fé.
Imaginemos se a arca da aliança fosse encontrada. Transformar-se-ia logo tal evidência em relíquia e seria mais nociva à Bíblia Sagrada do que a falta de evidências quanto à sua inspiração divina e inerrância.
Uma questão de fé e de bom-senso. Diante do exposto, convenhamos: a doutrina da inerrância das Sagradas Escrituras é perfeitamente razoável. Ê lógica e coerente. Acha-se em perfeita consonância com o bom-senso, conquanto se encontre bem acima deste. E também uma questão de fé. Se alguém a rejeita, demonstra não possuir qualquer senso lógico.
A inerrância bíblica é absoluta. Não existe meia inerrância. Ou a Bíblia é a inerrante Palavra de DEUS ou é a errante e falível palavra do homem. O pensador Charles Colson afirmou, de forma categórica, que podemos aceitar integralmente a Bíblia; nela não há erros nem contradições. Mais adiante, conclui:
A Bíblia é historicamente precisa. As evidências refutaram muitas objeçõesfeitas pelos críticos. Temos todas as razões para acreditar na exatidão dos textos do Novo Testamento.
Muitos dos homens que o escreveram eram hebreus, e os estudiosos concordam que os hebreus eram meticulosos, e suas transcrições, precisas.
O testemunho do Antigo Testamento. Lendo a Bíblia com sinceridade e singeleza de coração, convencemo-nos, de imediato: ela é, de fato, a inspirada e inerrante Palavra de DEUS. Suas reivindicações quanto à própria inerrância são irrespondíveis.
  1. 0 exórdio profético: “Assim diz o Senhor”. Através dessa fórmula clássica, os profetas de Jeová apresentavam-se a Israel como mensageiros do DEUS de Abraão, Isaque e Jacó (Ex 4.22Is 30.15Jr 6.16). Ao mesmo tempo, demonstravam: a Palavra que anunciavam não era propriamente sua; era do Senhor e, como tal, não continha qualquer erro.
    Atesta-nos o apóstolo Pedro:
    E temos, muifrme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida
    por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
  2. A Palavra de DEUS é reta. Quando o salmista asseverou ser reta a Palavra do Senhor, quis ele deixar bem claro que nela inexistiam erros ou ilogici- dades. Logo, ela é plena e absolutamente confiável: “Porque a palavra do Senhor é reta, e todas as suas obras são fiéis” (SI 33.4).
    O que levou o salmista a se expressar dessa forma? Sabia ele muito bem que DEUS está presente em toda a sua Palavra. E o que professa Donald Grey Barnhouse: “O caminho mais curto para se entender a Bíblia é aceitar o fato de que DEUS está falando em cada linha”.
  3. A Palavra de DEUS é pura. “Toda palavra de DEUS é pura; escudo é para os que confiam nele” (Pv 30.5). Por que fez o sábio semelhante assertiva? Ele confiava na inerrância das Sagradas Escrituras. Ao afirmar serem estas puras, estava reafirmando: elas não comportavam nenhum erro; são a mais alta expressão da verdade.
    Pode o Autor divino cometer erros comezinhos quanto à geografia, cultura e etnografia? O pastor e teólogo inglês Matthew Henry testemunha acerca da inerrância absoluta da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do ESPÍRITO SANTO”.
  4. A Palavra de DEUS é eterna. Há documentos mais antigos que a Bíblia? Sua errância, entretanto, tornou-os de tal forma obsoletos e desatualizados que, hoje, somente são usados como peças paleográficas. Haja vista o Código de Hamurahi. Concernente à Bíblia, é a eterna contemporânea de todas as gerações. Na verdade, livros há que, embora vindos à luz depois das Escrituras, fizeram-se logo desatualizados; alguns não foram além da primeira edição.
Mas a Palavra de DEUS é eterna. Edith Deen escreveu: “A Bíblia jamais envelhece”. Diante de sua perenidade, cantou o profeta Isaías: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso DEUS subsiste eternamente” (Is 40.8).
Os escritores do Novo Testamento. Os autores do Novo Testamento asseveram a completa inerrância da Bíblia. Estes, que também escreveram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO e de forma inerrante, atestam a infalibilidade das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento. Para denotar a inspiração sobrenatural e infalível da Palavra de DEUS, usam os apóstolos várias expressões-chave.
  1. Gegraptai. Esta alocução significa, literalmente, “está escrito” (Rm 9.13). Warfield desta forma comenta a força dessa expressão: “Tudo o que for escrito como gegraptai tem caráter normativo porque é garantido pelo poder inescapável de Javé, Rei e Legislador”.
  1. Ta logia. “Os oráculos de DEUS”. Em Romanos 3.2, lemos: “Aos judeus foram confiados os oráculos de DEUS”. O comentário a seguir é de Edwim A. Blum: “A interpretação mais adequada do texto deRomanos 3.2 remete a todo o Antigo Testamento, e não a passagens específicas dele”.
  2. Graphe. Este vocábulo é usado no Novo Testamento, quer no singular, quer no plural, mais de cinqüenta vezes. Shrenk dessa maneira discorre acerca dessa palavra: “De acordo com a concepção judaica tardia, a Escritura tem importância normativa, possui autoridade e é sagrada. Sua validade é permanente e incontestável”.
Ressaltamos que a Bíblia atesta a sua inerrância não somente quanto ao Antigo Testamento, mas, igualmente, quanto ao Testamento Novo (2 Pe 3.14-18I Co 11.2314.37). Na Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, deixa o apóstolo bem patente que toda a Escritura é inspirada: “Toda a Escritura é inspirada por DEUS...” (2 Tm 3.16, ARA).
O testemunho interno quanto à inerrância àa Bíhlia. Além de todos os testemunhos arrolados, há que se levar em conta, de igual forma, o testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Lendo as Sagradas Escrituras, sentimos que estamos diante da inspirada e merrante Palavra de DEUS. Aliás, esta foi uma das maiores divisas da Reforma Protestante: Testimonium Spiritus Sancti internum.
Há uma passagem no Evangelho de Lucas que ilustra de modo surpreendente essa evidência. Refiro-me aos discípulos no caminho de Emaús. Ouvindo o Senhor JESUS discorrer-lhes sobre as passagens messiânicas do Antigo Testamento, um deles expressou o que ambos naquele momento sentiam: “Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?” (Lc 24.32). O que é isso senão uma evidência do testemunho interno do ESPÍRITO SANTO?
Testemunhos externos. Os mais conceituados teólogos aceitam, defendem e proclamam a inerrância da Bíblia Sagrada como a infalível Palavra de DEUS. Têm-na como uma das colunas do cristianismo; sem ela, a nossa fé não teria qualquer razão de ser.
  1. Tomás de Aqumo é incisivo quanto a essa verdade: “Em parte alguma pode haver falsidade no sentido literal das Escrituras Sagradas”.
  2. Agostinho também é contundente: “Creio firmemente que nenhum daqueles autores errou em qualquer aspecto quando escreveu”.
  3. Martinho Lutero mostrou-se firme quanto à inerrância bíblica: “Aprendi a atribuir infalibilidade apenas aos livros chamados canônicos, de forma que creio confiantemente que nenhum de seus autores cometeu erros .
  4. Charles Spurgeon, como príncipe dos pregadores, enuncia: “DEUS escreve com uma pena que nunca borra, fala com uma língua que nunca erra, age com uma mão que nunca falha”.
A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA
Ao tratar da infalibilidade da Palavra de DEUS, ousadamente expressou-se Carl F. Henry: “Há apenas uma úmca coisa realmente inevitável: é necessário que as Escrituras se cumpram”. O que isso significa? Simplesmente que a Bíblia é infalível; as suas palavras hão de cumprir-se de maneira inexorável. Aliás, a infalibilidade da Escritura acha-se estreitamente ligada à sua inspiração e inerrância; somente um livro divina e singularmente inspirado poderia ser absolutamente infalível.
Tudo o que a Bíblia diz, cumpre-se; tudo o que promete, realiza-se; tudo o que prevê, acontece. A Palavra de DEUS não pode voltar vazia; antes, faz o que lhe apraz.
O que é a infalibilidade. E a qualidade, ou virtude, do que é infalível; é algo que jamais poderá falhar. Assim está escrito no Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade (CPAD), acerca da infalibilidade da Palavra de DEUS:
Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de DEUS pode ser assim considerada: l) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2)
Suas profecias cumprem-se deforma detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra.
 
A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Muitas são as passagens que atestam a infalibilidade das Sagradas Escrituras. Isso significa que elas realmente são a Palavra de DEUS. Se Ele não mente nem volta atrás, porque seria diferente a sua Palavra? Vejamos o que os profetas e apóstolos disseram acerca da doutrina da infalibilidade da Bíblia.
  1. Moisés. “Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (Dt 18.22).
  2. O cronista do Reino de Israel. “E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra” (I Sm 3.19).
  3. Daniel. “No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos” (Dn 9.2).
  4. Mateus. “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta” (Mt 1.22).
  5. JESUS. “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13.31).
  6. Lucas. “Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de DEUS” (At 1.3).
No Brasil, não são poucos os teólogos — e até seminários — que lançam suspeições sobre a infalibilidade das Sagradas Escrituras. Sob a influência da teologia alemã, que, abandonando os princípios de Lutero e Melanchton, presumem que um teólogo de vanguarda é aquele que até do supremo Ser duvida, não mais consideram a Bíblia Sagrada como a infalível Palavra de DEUS.
Ouvi um professor afirmar que a verdadeira teologia nasceu na Alemanha; foi estragada na Inglaterra e nos Estados Unidos; e é vorazmente consumida no Brasil. Não concordo com semelhante assertiva. Apesar dos avanços alemães na área de estudos bíblicos, opto por ficar com os teólogos anglo-americanos. Até ao presente momento, vêm estes — excetuando-se os liberais — mostrando, além do conhecimento, uma prática de vida cuja piedade é incontestável.
 
A CLAREZA DA BÍBLIA
Quem se põe a ler as profecias de Nostradamus, se depara com um emaranhado de palavras, frases e orações sem quaisquer nexos. Na obra desse falso profeta, qualquer interpretação é possível. Eis porque os charlatães, aproveitando-se da ingenuidade das gentes crédulas, jogam com aqueles versos, afirmando que Nostradamus é sempre atual. Mas, na realidade, quem entende aqueles cipoais?
No Brasil, onde o misticismo faz parte de nosso atribulado cotidiano, Nostradamus e seus congêneres nunca foram tão estudados. Cada vez que um cataclismo sacode o planeta, aparece um intérprete desse falso profeta; e, citando alguma centúria, força um cumprimento bobamente profético que, desmerecendo todas as leis da hermenêutica, parece atual, conquanto não passe de um emaranhado de frases sem nexo.
A Bíblia, porém, é clara e cristalinamente simples; as suas profecias não se escondem em possibilidades; mostram-se em cumprimentos e realizações. A clareza das Escrituras é uma das doutrinas mais surpreendentes da Palavra do Senhor; mostra-nos que podemos confiar num DEUS que se comunica conosco em nossa linguagem; sua mensagem, posto encontrar-se acima de nossa razão, não a contraria; surpreende-a com coisas grandes e jamais cogitadas.
Consideremos, pois, a clareza das Sagradas Escrituras.
O que é clareza, “Qualidade do que é claro, inteligível e perfeitamente compreensível”. A clareza é conhecida também como perspecuidade.
Definição teológica. A clareza da Bíblia é uma de suas principais características através da qual se torna ela plenamente inteligível aos que se dispõem a examina la com um coração reto, humilde e predisposto a aceitá-la como a inspirada infalível e inerrante Palavra de DEUS.
O testemunho âa Bíblia quanto à sua clareza. Nas Sagradas Escrituras, deparamo- nos com muitos testemunhos acerca de sua clareza. No Salmo 19, lemos: “A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e àí sabedoria aos símplices” (Sm 19.7).
Mais adiante, canta o salmista: “A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices” (Sm 119.130). Consideremos, ainda, este mandamento do Senhor por intermédio de Moisés: “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 6.6,7).
Ora, se uma criança é capaz de entender a Palavra de DEUS, como um adulto ilustrado não a entenderá? Aliás, é a Bíblia tão simples que, para se compreendê-la, é mister que nos façamos como as crianças: com um coração puro, ouçamos a voz do Senhor.
 
A SUPREMACIA DA BÍBLIA EM MATÉRIA DE FÉ E PRÁTICA
“A autoridade da Bíblia não provém da capacidade de seus autores humanos, mas do caráter de seu Autor” — foi o que afirmou J. Blanchard. Se a autoridade da Bíblia é absoluta, como haveremos nós de questioná-la? Se a nossa autoridade é limitada, a da Bíblia não conhece limites; é suprema em matéria de fé e prática. Por conseguinte, que nenhum órgão eclesiástico desafie o que nos legaram os profetas hebreus e os apóstolos de nosso Senhor JESUS CRISTO.
Assim como Israel acatava sem questionar os oráculos do Eterno; e assim a igreja primitiva curvava-se ante a autoridade das Sagradas Escrituras, devemos nós agir, em temor e grande tremor, a fim de que sejamos havidos como filhos de DEUS.
No Brasil, onde a fé evangélica ainda é pura e conserva a simplicidade dos que nos trouxeram a fé, questionar a supremacia da Bíblia Sagrada é algo inimaginável. Desde criança, aprendi: quando a Bíblia fala já não precisamos ter voz alguma. Infelizmente, vêm aparecendo, nalguns seminários e faculdades teológicas, algumas vozes atrevidas e postulantes que — embaladas pelo orgulho do ungido querubim — põem-se a questionar não somente a Palavra de DEUS como ao próprio ESPÍRITO que a inspirou.
Vejamos, em primeiro lugar, o que é a autoridade da Bíblia e em que ela consiste.
Definição. Oriunda do vocábulo latino autoritatem, esta palavra significa: “direito absoluto e inquestionável de se fazer obedecer, de dar ordens, de estabelecer decretos e, de acordo com estes, tomar decisões e agir a fim de que cada decreto seja rigorosamente observado”.
Definição teológica. “Poder absoluto e inquestionável reivindicado, demonstrado e sustentado pela Bíblia em matéria de fé e prática. Tal autoridade advém-lhe do fato de ela ser a inspirada, inerrante e infalível Palavra de DEUS” (Dicionário Teológico, da CPAD).
Testemunho da Bíblia a respeito de sua autoridade. A Palavra de DEUS diz:
 
A lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (Is 8.20).
E os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por trás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda
(Is 30.21).
Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor (l Co 14.37).
 
Uma das maiores virtudes da Reforma Protestante foi resgatar, no seio da cristandade, a supremacia da Bíblia Sagrada em matéria de fé e prática. Até então se renegava a doutrina dos apóstolos e dos profetas, colocando a tradição da Igreja Católica Romana acima das Sagradas Escrituras. E, com isso, cometiam-se os maiores absurdos em nome de JESUS CRISTO. Haja vista as Cruzadas, o Tribunal da Inquisição e as perseguições contra os que ousavam pensar diferentemente da hierarquia romana.
Os reformadores, porém, guiados pelo ESPÍRITO SANTO, recolocaram as Sagradas Escrituras no lugar onde elas sempre deveriam estar: no centro da igreja de nosso Senhor JESUS CRISTO, legislando sobre a doutrina e acerca da conduta dos cristãos.
A COMPLETUDE DA BÍBLIA
Há duas verdades quanto às Escrituras Sagradas que andam de mãos dadas: sua autoridade e completude; é impossível dissociá-las. A primeira é a palavra final em matéria de fé e prática; a segunda não admite quaisquer autoridades que contrariem a Bíblia, quer diminuindo-lhe a revelação, quer acrescentando outros dados além daqueles que nos foram apresentados pelo Senhor através da inspiração do ESPÍRITO SANTO. A seguir, veremos a importância da completude bíblica.
Definição. Completude é aquilo que, pela excelência de suas qualidades, satisfaz plenamente, não admitindo acréscimos nem diminuições; é aquilo que é suficiente por si mesmo.
Definição teológica. Assim Wayne Gruden define a completude das Sagradas Escrituras:
A Bíblia contém todas as palavras divinas que DEUS quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de DEUS de que precisamos para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer.
 
O testemunho da Bíblia quanto à sua suficiência. Dessa forma, exorta Paulo ao jovem m Timóteo: “E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS” (2 Tm 3.15).
A seguir, o mesmo apóstolo mostra a inspiração como prova da completude da Bíblia: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16).
Bem antes de Paulo o legislador dos hebreus, Moisés, exorta Israel a que preserve a doutrina da completude da Palavra de DEUS: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem dimmuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso DEUS, que eu vos mando” (Dt 4.2).
Finalmente, no último livro do cânon sagrado, deixa-nos João esta seriíssima advertência:
 
Porque eu testifico a todo aquele que: ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém íbes acrescentar alguma coisa, DEUS fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, DEUS tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, SenhorJesus! A graça de nosso Senhor JESUS CRISTO seja com todos vós. Amém! (Ap 22.18-2 Vj.
 
Certa vez, foi lançado um livro, nos Estados Unidos, que — garganteavam seus autores — seria a mais perfeita complementação da Bíblia Sagrada. Trazendo o “irrevelável” e colocando à disposição dos simples e incautos mortais as palavras seladas de Daniel, a súmula da visão de Paulo e a interpretação das vozes ouvidas por João no Apocalipse, o referido livro era de tal forma poderoso que, apropriando-se alguém dele, não se sustinha em pé; era de imediato arrojado por terra.
Quando a obra me chegou às mãos, exammei-a para constatar apenas ímproprie- dades lógicas, erros gramaticais, estilo paupérrimo e aleijões doutrinais que, ultrapassando as raias do bom-senso, já resvalavam aqui para a heresia, já escorregavam ali para a apostasia, já deslizavam mais além para as garras do pai da mentira.
Se estudarmos atentamente as heresias, constataremos: a maioria delas surgiu porque os seus autores desconheciam esta verdade elementar: a Bíblia é completa em si mesma. O seu cânone foi encerrado quando João recebeu do Senhor a visão das coisas que, brevemente, devem acontecer. E os pais da igreja, sabedores disso, houveram por bem recusar todos os livros que não tinham condições de figurar no cânon da Bíblia Sagrada.
A Bíblia, pois, não necessita de quaisquer acréscimos: ela é completa em si mesma. Os pentecostais devemos estar atentos a esse artigo de fé e jamais permitir que o dom de profecia, por exemplo, seja exercido de maneira abusiva por alguém que, já não aceitando ser usado pelo ESPÍRITO SANTO, presume-se muito superior ao Consolador. Ao coríntios, deixa Paulo uma exortação mui oportuna. Afirma o apóstolo que, se alguém busca arrogar-se como profeta ou espiritual, deve saber que as coisas escritas por ele são mandamentos do Senhor.
Como interpretar corretamente a Bíblia
Em seu excelente livro Cristianismo em Crise, Hank Hanegraaff, utilizando a palavra ligths, em inglês, mostra como se deve interpretar as Sagradas Escrituras. Fugindo ao extremismo da interpretação alegórica de Orígenes, e não se detendo naqueles que tudo procuram interpretar de forma literal, mostra-nos Hanegraaff que a Bíblia tem de ser interpretada com muito equilíbrio e precisão.
Fazendo um acróstico da palavra ligths, traduzida por luzes em português, dá-nos ele uma perfeita síntese da verdade hermenêutica:
  • L — Interpretação Literal
    1. — Iluminação Espiritual G — Princípios Gramaticais H — Contexto Histórico T — Ensino Teológico S — Simetria Bíhlica
    Apesar de o acróstico ter sido feito para o inglês, adapta-se muito bem ao português.
    Interpretação literal. Devemos interpretar a Bíblia de modo natural, levando em consideração o que as palavras, em si, realmente significam. Quando nos depararmos como uma parábola, ou com uma metáfora, interpretemo-las de acordo com o método metafórico. Se o Senhor JESUS, pois, afirma que é a porta, não devemos imagmar madeira, dobradiças e trancas. Mas, se Ele declara ser o Filho de DEUS, por que buscar, nesta passagem, alguma alegoria? O mesmo princípio tem de ser aplicado aos demais textos das Escrituras.
    Iluminação espiritual Se acreditamos, de fato, ser o ESPÍRITO SANTO o inspirador da Palavra de DEUS, é mister crer que, na leitura e interpretação da Bíblia, podemos contar com a sua iluminação.
    Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. Mas DEUS no~las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de DEUS, senão o ESPÍRITO de DEUS (ICo 2.9-11).
     
    De que forma advém-nos a iluminação? Diz o autor sagrado que a exposição da Palavra de DEUS dá-nos luz. Lembremo-nos ainda da exposição que o mesmo Senhor fez aos discípulos no caminho de Emaús. Enquanto Ele expunha-lhes as Escrituras, sentiam-se eles como que os seus corações ardessem. E foi assim que os viajores passaram a entender que JESUS era, realmente, o Filho de DEUS.
    Princípio gramatical. Na interpretação da Bíblia, levemos em consideração que foi ela escrita de conformidade com as regras gramaticais. Logo, deve ser interpretada também segundo as mesmas regras. Eis porque é de suma importância ao leitor das Escrituras conhecer as regras básicas da gramática e da sintaxe.
    Contexto histórico. Não nos esqueçamos de que a Bíblia foi escrita num contexto histónco-cultural específico. Significa isso que deve ela ser interpretada tendo-se em conta este mesmo contexto. Eis porque é mister que entendamos como viviam os judeus dos tempos bíblicos: suas casas, roupas, profissões, relações sociais, culto, etc. Temos hoje não poucos manuais que nos auxiliam nessa grande tarefa.
    Ensino teológico. Embora possamos examinar livremente a Bíblia Sagrada, não podemos descurar o trabalho dos mestres e dos que se afadigam na interpretação da Palavra de DEUS. Afinal de contas, os mestres foram-nos dados por CRISTO, a fim de que nos aperfeiçoem no conhecimento divino (Ef 4.11).
    O eunuco etíope, apesar de ler regularmente a Bíblia, como depreendemos do texto de Atos, só veio a entender o caminho da salvação quando Filipe, sentando- se ao seu lado, pôs-se a falar-lhe de JESUS CRISTO, o Filho de DEUS.
    Por conseguinte, o ensino teológico é imprescindível na interpretação das Sagradas Escrituras.
    Simetria bíblica. O mais forte dos princípios da hermenêutica sagrada é que a Bíblia interpreta-se a si mesma. Por isso, não podemos, sob hipótese alguma, fazer doutrinas a partir de passagens isoladas, pois devem estas se harmonizar com o todo. Aí está a simetria. E justamente a harmonia resultante entre as partes e o todo.
    Escrita num período de 1.600 anos por quarenta autores das mais variadas ocupações, a simetria da Bíblia é absoluta. Portanto, ela não entra em contradição consigo mesma, desde que interpretada de conformidade com as regras da hermenêutica.
    Conclusão
    Como filhos de DEUS, não podemos nos afastar jamais das Sagradas Escrituras; destas, todos dependemos vitalmente. Quanto mais as lermos, mais íntimos seremos de seu Autor. Os maiores santos e campeões de DEUS fizeram-se tão afeiçoados à Bíblia que vieram a ser confundidos com o Livro dos livros.
    E nós? Como nos haveremos diante da Bíblia Sagrada? Não podemos relegá- la a um plano terciário: tanto na igreja de CRISTO como em nossa vida, deve ela ocupar sempre o primeiro lugar. Se assim não a considerarmos, jamais nos tornaremos aptos para a vida eterna.
    Houve um tempo, em nossa pátria, em que os crentes éramos de tal forma identificados com a Bíblia Sagrada que os incrédulos taxavam-nos de “os bíblias”.
    Zombando dos santos que, altaneiramente, iam para o templo levando a sua Bíblia junto ao peito, não imaginavam aqueles escarnecedores que as suas palavras, antes de nos constituírem uma afronta, eram-nos um louvor singular. Aliás, se de fato somos povo de DEUS, temos de ser identificados com o Livro de DEUS. Nós também, à semelhança dos israelitas, somos o povo do livro.
    1. Dê o significado da palavra “Bíblia”, mencionada neste capítulo.
    2. O que abrange a Bibliologia; isto é, em que consiste esta matéria?
    3. Qual é o perigo do avanço do liberalismo teológico em faculdades e seminários outrora ortodoxos?
    4. Em que consiste a autoria divino-humana da Bíblia?
    5. Cite pelo menos dois textos da Bíblia que comprovem a sua inspiração divina.
    6. A Bíblia foi escrita por quantos autores, e num período de quantos anos?
    7. Por que a Bíblia é o único livro contemporâneo de toda a humanidade, em todas as eras?
    8. Qual é a posição dos teólogos liberais quanto à inspiração plenária das Escrituras?
    9. O que é o racionalismo teológico?
    10. Explique por que a posição neo-ortodoxa é equivocada.
    11. Por que deve o hermeneuta ortodoxo abraçar a posição conservadora?
    12. Em qual século o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas Escrituras, e de que forma fez ele isso?
    13. Por que Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia?
    14. Assinale apenas a alternativa correta e justifique a sua resposta. A comunidade de fé pentecostal', formada principalmente pelas Assembléias de DEUS, sempre acreditou ser a Bíblia...
    1. Inspirada, errante, infalível e completa Palavra de DEUS.
    2. Inspirada, inerrante, falível e incompleta Palavra de DEUS.
    3. Inspirada, errante, itfalível e imompleta Palavra de DEUS.
    4. Inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de DEUS.
    1. Explique o processo de canonização. Como ele se deu?
    2. Cite as três evidências da inspiração divina da Bíblia e explique-as.
    3. O que é a inerrância bíblica?
    4. Quais são as três expressões-chave usadas pelos apóstolos para definir a inspiração sobrenatural e infalível da Palavra de DEUS?
    5. Mencione pelo menos três passagens bíblicas que confirmem a infalibilidade das Escrituras.
    Cite os passos hermenêuticos contidos no acróstico lights.
     
     
    ESCRITA - Tesouro de Conhecimentos Bíblicos - Emílio Conde - CPAD
    - Do grego “graphê”, modo de expressar o pensamento e a palavra. A arte de escrever é antiqüíssima, perdendo-se na história dos tempos. No princípio era ideográfí-ca, consistindo em desenhos toscos de objetos e símbolos naturais, passando depois a ser fonética, isto é, representada por letras e sílabas que expressam o som da palavra falada. Os hieróglifos egípcios atestam a transição do primeiro para o segundo método de escrever. As 22 letras do antigo alfabeto hebraico, e bem assim as mais antigas usadas pelos fenícios, atestam sua origem pastoril, e apontam para a antiga transição. Nos alfabetos citados, a palavra “alef” significa boi; “beth” é casa ou habitação; “guimel” é camelo, etc.
    Desde 3.500 a.C., os sume-rianos desenvolveram a escrita cuneiforme e, mais tarde, os egípcios desenvolveram a hieroglífica. Na cuneiforme, os sinais representavam palavras e sílabas; foi utilizada também pelos acadianos. Com os mesmos sinais, as línguas da Meso-potâmia e da Ásia Menor se expressavam mais tarde. Em Ugarit, a escrita cuneiforme evoluiu até se converter na escrita alfabética. A escrita pic-tográfica, ao contrário da silábica e da alfabética, utilifca-se de imagens, figuras, para expressar as palavras. A escrita píctográfica do Egito possuía 700 sinais diferentes e foi utilizada nos monumentos até o século IV d.C. A escritura hieroglífica geralmente era associada à religião e por isso recebeu esse nome que se relaciona com sinal sagrado. A escrita alfabética sempre foi composta de 22 a 30 sinais, que expressam cada um o seu próprio som. Os semitas escreviam só com consoantes; somente em 850 a.C., foi que os gregos acrescentaram as vogais. A escrita alfabética foi sendo desenvolvida através dos séculos, na Síria e na Palestina. Impôs-se o alfabeto fenício-cananeu, utilizado também pelos israelitas, até ser desprezado pela escrita quadrada.
    A escrita quadrada ou siría-ca derivou-se da aramaica e foi empregada na época após o exílio (séculos IV-II a.C.); é composta de letras quadradas. Segundo a tradição judaica, deve-se a Esdras a introdução à escrita quadrada nos livros do Antigo Testamento, em substituição da antiga escrita hebraica. Nos tempos de JESUS, a Torá estava escrita segundo o alfabeto quadrado, porque somente neste o jota é a mais pequena das letras (Mt 5.18).
    Consultando as páginas da Bíblia, embora as nações gentílicas, os caldeus e babilô-nicos, já usassem a escrita, vemos que as primeiras referências à escrita estão registradas em Êxodo. Trata-se de uma ordem dada por DEUS a Moisés, na qual o Senhor diz o seguinte: “Escreve isto para memória, num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus” (Êx 17.14). Aqui, a escrita tinha a função de lembrar o povo de algo que DEUS estabelecera. Moisés talvez tenha aprendido a arte de escrever na corte de Faraó, no Egito. Logo a seguir a Bíblia menciona os dez mandamentos e todas as palavras do Senhor, escritas para conhecimento do povo. Outros textos, que falam da escrita com a função de lembrar o povo, são: Deuteronômio 6.811.20. A escrita também possuía a função de garantir e de selar (Êx 39.30Is 8.16).
    Quando o homem ou DEUS mesmo escrevia isso conferia à sua palavra um valor e um caráter intocável (Êx 32.1632.32Jr 36.23s; Jo 10.3519.22Ap 22.18,19).
    A partir de Moisés, o povo familiarizou-se com a palavra escrita, pois em Números 21.14, há referências ao livro das Guerras do Senhor, isto é, crônicas escritas. Os livros usados naqueles dias, naturalmente, não tinham a forma dos atuais, e sim a forma de um rolo cilíndrico. A escrita não possuía letras maiúsculas, nem pontuação, nem espaço entre as palavras.
    E a Escritura Sagrada que permanece eternamente; assim, nada deve cair da Escritura, nem sequer um jota; essa Palavra de DEUS, inicialmente escrita na pedra, passou a ser escrita nos corações (Jr 31.33Ez 36.26,27Jo 6.45). Os cristãos primitivos, herdeiros da tradição bíblica, chamavam o Antigo Testamento de Santas Escrituras e se referiam a elas como a Palavra de DEUS, tanto a uma determinada passagem como à totalidade das Escrituras (Mt 21.4226.54Lc 4.2124.32,45Jo 2.225.39At 1.1617.2Rm 1.21 Co 15.32 Tm 3.15). Quando CRISTO, respondendo aos fariseus, na questão do tributo, declarou-lhes: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de DEUS’’ (Mt 22.29), referia-se aos livros do Antigo Testamento, ou mais especificamente ao Salmo 16.10, concernente à ressurreição do Filho de DEUS, profecia que os escribas ignoravam e por essa razão também erravam. Quando dizemos que os fariseus erravam por desconhecerem as Escrituras não significa que eles não possuíssem conhecimento de um modo geral, e sim que eles desconheciam algumas particularidades, como por exemplo a profecia do Salmo 16, no qual o salmista em linguagem profética registra a ressurreição do Messias, fato que os principais dentre os judeus ignoravam.
    Santas Escrituras, referindo-se ao Novo Testamento, entrou em uso a partir do segundo século da era cristã, quando vários livros e epístolas foram reconhecidos e aceitos como livros inspirados. O uso constante e crescente dos livros do Novo Testamento pelas igrejas cristãs, a instrução e a edificação que eles proporcionavam foram os fatores determinantes da formação definitiva do Câ-non do Novo Testamento.
    Em nossos dias, os termos Escrituras, Santas Escrituras, Escrituras Sagradas ou simplesmente a Bíblia Sagrada, referem-se ao Antigo e ao Novo Testamentos, o livro que constitui um milagre entre os livros, sendo a Palavra de DEUS.
    Quando aparece a expressão “está escrito”, quer dizer que o desígnio de DEUS se cumpriu em JESUS CRISTO, realizando-se a promessa (Mt 2.54.4Lc 16.1624.25-27At 20.27Hb 3.7-191 Pe 1.10-12).
    JESUS não citava a Escritura para justificar suas sentenças, ainda que a tradição cristã lhe tenha atribuído esse modo de expressão.
    Em 2 Coríntios capítulo três, Paulo escreve contra a letra escrita em oposição à letra escrita nos corações pelo ESPÍRITO.
    Assim, a escrita serviu para se escreverem as Escrituras e estas, para serem lidas, cridas e obedecidas, a fim de que a palavra escrita nos corações, pelo ESPÍRITO SANTO, possa produzir seus efeitos na vida de todos aqueles que dela tomam conhecimento.
    Embora as nações genttticas já usassem a escrita, vemos que as primeiras referências estão registradas em Êxodo
    A escrita, antigamente, não possuía letras' maiúsculas, nem pontuação, nem espaço entre as palavras
     
     
    ESCRITURAS - TEOLOGIA SISTEMÁTICA - Govaski
    A Bíblia em si, recebe outros nomes como Palavra de DEUS, Sagrada Escritura, Lei, Lei e os Profetas, Livro Sagrado, Sagradas Letras, Divina Revelação, etc.
    1. OS ORIGINAIS
      Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas.
      O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.
      Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias de cópias.
      Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos seus autores, se perderam.
      As edições do Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.
      Para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SBB usa a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã.
      Já para o Novo Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas.
      Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.
    2. O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO
      Muitos séculos antes de CRISTO, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com DEUS.
      Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.
      Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por A Lei, Os Profetas e As Escrituras.
      Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C.
      A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia. Já Os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis.
      E As Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
      Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas.
      Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos.
      O texto era escrito em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.
      Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico.
      Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por JESUS na Sinagoga, em Nazaré.
      Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
    3. O NOVO TESTAMENTO EM GREGO
      Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado.
      A formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado.
      Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.
      A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de CRISTO resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados.
      Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular.
      O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38.
      Nos últimos cem anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo
      Testamento.
    4. OUTROS MANUSCRITOS
      Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze Apóstolos).
      Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados.
      Entretanto, gradualmente, o julgamento das igrejas, orientado pelo ESPÍRITO de DEUS, reuniu a coleção das Escrituras que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de JESUS. No Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi constituído.
      Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela ocasião - o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego.
      Ao todo temos aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco séculos.
      Quando Teodósio proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no Império Romano no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de livros do Novo Testamento.
      É possível que o grande historiador Eusébio de Cesaréia (263 - 340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador encomendou 50 cópias para as igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamentos foram apresentados em um único volume, agora denominado Bíblia.
    5. HISTÓRIA DAS TRADUÇÕES
      A Bíblia - o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo -, desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade.
      A necessidade de difundir seus ensinamentos através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas e dialetos.
      Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.
    6. A PRIMEIRA TRADUÇAO
      Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de CRISTO. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego.
      Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.
      Denominada Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por 70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C.
      A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia.
      Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.
      Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de JESUS na propagação dos ensinamentos de DEUS.

     7- OUTRAS TRADUÇÕES

    Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim - a mais importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente.
    Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras.
    Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos.
    Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar.
    Sua tradução tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental.
    Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.
    Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana.
    Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.
    Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos.
    Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós.
    Aos poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.
    8- AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS:
    Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis.
    O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim.
    Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos.
    Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 - alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão; e em outras seis línguas até meados do século 16 - espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
    Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental.
    Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.
    Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim.
    Assim, pela primeira vez estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.
     

    9- DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS

    Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C.
    Existem, porém, partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã.
    Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.
    Durante nove anos vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias.
    Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do cristianismo.
    Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais.
    O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C.
    Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de CRISTO.
    Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.
    Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.
    As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia.
    Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era absolutamente claro.
    Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.
     

    10- A BÍBLIA É ÚNICA:

    A BÍBLIA: Divina, Única, Viva, Completa, Verbal, Inspirada e Transforma. Escrita em: Pedra, Barro, Papiro, Couro, Cacos de Louça e Linho.
    NOMES:

    ’Escritura(Mt.21:42);

    'Sagrada(Rm.1:2);

    •Livro(Is.34:16);

    •Palavra (Mc.7:13Hb.4:12); •Oráculo (Rm.3:2);

    O LIVRO: A Bíblia é um livro singular, produzido no oriente antigo, que molda o ocidental moderno. E o livro mais traduzido, citado, publicado e influente na humanidade, amargo para se viver e doce para se pregar(Ap.10:8-

      1. .
    Bíblia(grego”Biblos”) - Livro. Esta palavra entrou para as línguas modernas pelo francês. Antes, era o nome que se dava à casca de um papiro do século Xl a.C. Por volta do século II d.C., os cristãos usavam a palavra para os escritos sagrados.

    COMO LER: (Nome do Livro: N°Capítulo: N° Verso inicial - Verso final). Ex: João 3:16-17
    João 3 : 16 17

    DIVISÃO;
    * Em capítulos:1250 DC por Hugo Saint Cher
    Em versículos: (AT),em 1445 pelo Rabi Nathan e o (NT), em 1551, pelo Pr. Robert Stevens.
     
    PROPÓSITOS (Ler para que?):

    Dar respostas(1 Pe.3:15)

    Aprovar (2 Tm.2:15)

    Dar fé(Is.34:16)

    Dar Luz (Sl.119:130)

    IMPORTÂNCIA (Por que ler?):

    Manual (1Pe.2.9;Ef.2:10)

    Alimento(Mt.4:4:Jr.15:16)

    ESPÍRITO SANTO usa (Ef.6:17)

    Ela enriquece (SI. 119:72).
     
    MANEIRAS (Como Ler?):

    Com DEUS(Tg.1:5)

    * Diária (Dt. 17:19)

    Vontade (Tg.1:21)

    Oração (SI.119:12; Dn.9:21)

    Toda (2 Tm.3:16)

    ÚNICA EM COERÊNCIA:
    Escrita durante um período de mais de 1.500 anos;
    Escrita durante mais de 40 gerações;
    Escrita por mais de 40 autores de diferentes atividades;
    Moisés - lider político
    Pedro - Pescador
    Amós - Boiadeiro
    Josué - General
    Neemias - Copeiro
    Daniel - 1. ministro;
    Lucas - Médico
    Salomão - Rei
    Mateus - Coletor de Impostos
    Paulo - Rabino
    1. Escrita em diferentes condições
    Davi em guerra e Salomão em paz
    1. Escrita em diferentes lugares
    Moisés - no deserto - Jeremias - na masmorra - Daniel - na colina e em palácios - Paulo - na prisão - Lucas - numa viagem - João - numa ilha (Patmos) - Outros em companhias militares...
    1. Escrita em diferentes circunstâncias
    Uns na alegria e outros no desespero e na dor;
    1. Escrita em três continentes -
    Ásia, África e Europa
    1. Escrita em três idiomas

    Hebraico (Antigo testamento) ou Judaica (2 Rs.18:26-28) ou língua de Canaã (Is. 19:18)

    Aramaico - Língua do Oriente Próximo, época de Alexandre o grande, de VI a.C. a IV a.C.
    Grego - (Novo Testamento) - Língua Internacional, na época de CRISTO;
    1. Escrita trata de Centenas de Temas Controversos -
    Com harmonia e coerência, desde Gênesis a Apocalipse, onde o Tema é DEUS, que redime o homem.
     
    ÚNICA EM CIRCULAÇÃO E TRADUÇÃO:

    Não existe outro livro que se iguale em tradução ou circulação: Milhões de exemplares em mais de 240 línguas e dialetos, 739 idiomas, 1.280 línguas com mais de 3.000 tradutores.
     
    ÚNICA EM SOBREVIVÊNCIA:

    Aos Tempos - Desde manuscritos a impressos modernos;
    Às Perseguições - Queima, proibição, ilegalidade
    Às críticas de Incrédulos;
     

    ÚNICA NOS ENSINOS:

    Profecia futura sobre o messias; História de Israel (5 Séculos);
    Pessoas descritas - Não oculta os pecados e falhas do povo;
    ÚNICA EM INFLUÊNCIA SOBRE A LITERATURA:
    - Inspira dicionários, enciclopédias, léxicos, atlas e geografia bíblicos;
     
    11- PREPARO DAS ESCRITURAS ANTIGAS: MATERIAIS:
    Papiro;
    Pergaminho
    Velino (couro de filhotes de cabras)
    Ástraco (Cerâmica do Egito)
    Pedras - Argila e Cera

    INSTRUMENTOS:

    CINZEL - De ferro para entalhar pedras;
    ESTILETE DE METAL
    PENA - Tinta (carvão, cola e água).

    FORMAS:

    - ROLOS - Os discípulos não quiseram fazer o Novo Testamento; liam o AT e apenas escreviam para necessidade dos cristãos.
     
    12- NOMENCLATURA NOS ORIGINAIS HEBRÁICO (ESCRITURA) NO ANTIGO TESTAMENTO:

    btkm miktab - escritura, algo escrito à mão (Ex. 32:16);

    btk kathab - escrito real; refere-se à autoridade divina (Dn. 10:21);
    2- NOMENCLATURA NOS ORIGINAIS GREGO (ESCRITURA) NO NOVO TESTAMENTO

    grafh graphe - escritura, denota o livro em si como o seu conteúdo; como certa porção ou seção da Sagrada Escritura (Mc. 12:10);

     
    1- A BÍBLIA CATÓLICA X EVANGÉLICA:

    A igreja católica considera a Bíblia “protestante” como uma Bíblia Católica Incompleta, pois os “protestantes” como ela diz, não aceitam os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1. e 2. Macabeus, bem como os capítulos 10 a 16 de Ester e os capítulos 3,13 e 14 do livro de Daniel, pois julgam que estas partes não são canônicas ou inspiradas por DEUS.
    A igreja católica não afirma a verdade quando fala que somente sua Bíblia traz no pé de cada página notas explicativas para os fiéis compreenderem a Bíblia, principalmente quando não afirmam a verdade dizendo que a Bíblia protestante não traz nenhuma nota ou nenhuma explicação, fato inverídico, pois há muitas bíblias de estudo não-católicas, de qualidade.
    A igreja católica, num marketing pessoal indica sua bíblia com a palavra latina Imprimatur, como a garantia absoluta da palavra de um bispo fosse algo infalível; na verdade, não se pode dizer que a bíblia que não tiver esta palavra não seja fiel aos originais hebraico e grego, afinal, isso não passa de um marketing de venda das editoras católicas.
    A igreja católica é contra o fato de que os “protestantes” afirmam que a Bíblia é a autêntica Palavra de DEUS, pois dizem que os protestantes não têm nenhuma ligação com a igreja dos apóstolos, pois nasceram 1.500 anos depois e dizem que o que os protestantes aprenderam foi pela autoridade e tradição da Igreja católica.

    Mas esquecem de que é JESUS quem abre a mente das pessoas para entenderem a Palavra de DEUS e que toda a Bíblia Sagrada é inspirada por DEUS e que o espírito santo foi enviado para ensinar as pessoas e não a placas de igrejas (Lc. 24:452 Tm.3:16Jo.15:26).

    A igreja católica defende a tradição oral da liturgia como superior ou pé de igualdade com a Escritura sagrada, pois diz que os ensinos de JESUS estão na Bíblia e na tradição; afirma que JESUS não mandou ninguém escrever a Bíblia, mas apenas pregar e ensinar.
    Vejamos o que a Bíblia fala sobre tradições:
    TRADIÇAO: São informações, costumes, crenças e práticas religiosas transmitidas oralmente de Geração a geração.

    Os fariseus davam mais valor às tradições do que à Lei (Mt. 15:1 -20).

    São as Crenças e práticas religiosas das pessoas em geral, isto é, dos não-judeus, mas também são as verdades ensinadas pelo apóstolo Paulo em todas as suas epístolas e isso não pode contradizer.
    * Tradição(grego paradosiv paradosis) - significa objetivamente, aquilo que é proferido, a substância de um ensino e também o corpo de preceitos, especialmente os rituais, que na opinião dos judeus tardios foram oralmente proferidos por Moisés e oralmente transmitidos em íntegra sucessão para gerações subseqüentes.
    Esses preceitos, que tanto ilustravam como expandiam a lei escrita, deviam ser obedecidos com igual reverência.

    Paulo nos manda ter cuidado com as filosofias do mundo (Cl.2:8), mesmo defendendo aquilo que recebeu do Senhor JESUS (2 Ts.3:6e o próprio Pedro nos fala que fomos resgatados da tradição oral pelo sangue de CRISTO e no final defende a Palavra pregada como algo superior à tradição (Leia 1 Pe.1:18-25).

    *Temos que guardar o que ouvimos, mas segundo o amor e a fé em CRISTO e não conforme o que fere os mandamentos de CRISTO (2 Tm. 1:13);

    *Temos que reter as tradições que foram ensinadas, mas segundo a palavra e a epístola, o que não pode haver contradição (2 Ts.2:15);

    *Temos que nos afastar daquele que não anda segundo a tradição recebida, mas a Palavra deve ter curso em nossa vida, ricamente estudada, sempre no amor e na paciência de CRISTO que nos mandou amar uns aos outros como nos amou (2 Ts.3:1-6).

    *Temos que ouvir e confiar a homens idôneos a tradição oral, mas também DEUS nos dará entendimento em tudo, principalmente na leitura da Palavra (2 Tm.2:1-2 e 7).

    E mesmo que muitas outros sinais e não ensinos de CRISTO não estejam escritos na Bíblia, (Jo.20:30Jo.21:25), mesmo assim, o que foi escrito foi inspirado por DEUS (2 Tm.3:16e para nosso aviso da parte de DEUS (1 Co.10:11), pois a Palavra nos foi escrita por exortação (1 Co.15:54Hb.13:222 Pe3:151Jo.2:14), confirmada pelo ESPÍRITO SANTO (1 Jo.5:7), o qual termina em nós a cada dia (2 Co.3:2-3).
     

    2- QUANTO À INTERPRETAÇÃO CORRETA DA BÍBLIA:
    A igreja católica afirma que somente ela (ou os padres, bispos e papas, que também são homens, como todo mundo), pode entender e tem a autoridade nas escrituras. Vejamos o que a Bíblia diz:

    JESUS é quem abre nosso entendimento para entendermos as escrituras (Lc.24:45);

    Paulo diz que o Senhor nos dará entendimento de tudo (2 Tm.2:7);
    DEUS mesmo é quem coloca sua lei em nossos corações (Hb.8:10);

    DEUS nos dará entendimento para conhecermos a verdade (1Jo.5:20);

    DEUS dará sabedoria a quem lhe pedir (Tg. 1:5);

    Mesmo que a profecia da escritura não seja de particular interpretação, mas o espírito santo inspira a quem quer (2 Pe. 1:20-21).

    A Igreja católica diz que ensina a única verdade, a única moral e obedece ao único pastor,o papa,mas a Bíblia diz sobre a verdade e sobre quem é nosso pai?
     
    O QUE É A VERDADE?
    A VERDADE NO ANTIGO TESTAMENTO:

    verdade - hebraico Mnma ‘umnam - fato certo (Gn. 18:13);

    verdade - hebraico tma ‘emeth - firme, fiel, constante, como a

    doutrina de DEUS (Gn.24:27);

    verdade - hebraico bwj towb - bom, apropriado, conveniente,

    correto em benefício de todos (Gn.24:50);

    verdade - hebraico Nka ‘aken - estáavel, firme, fixo e determinado (Gn. 28:16);

    verdade - hebraico Pa ‘aph - de fato, ainda mais, também (idéia de algo maior) - (Dt.33:3);

    verdade - hebraico Mymt tamiym - completo, total, inteiro, são (1 Sm.14:41);

    verdade - hebraico hnwma ‘emuwnah - confiável (Sl.37:3);

    verdade - hebraico qdu tsedeq - justiça, correção, retidão (Is.45:19);
     

    A VERDADE NO NOVO TESTAMENTO:
    verdade - grego amhn amen - "Amém" é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas.
     
    Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal.
    É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Ela está diretamente relacionada—de fato, é quase idêntica—com a palavra hebraica para "crer" (amam), ou crente. Assim, veio a significar "certamente" ou "verdadeiramente", uma expressão de absoluta confiança e convicção.

    A verdade é que devemos crescer na graça e no conhecimento de DEUS (2 Pe.3:18);

    A verdade é que somente JESUS nos leva a DEUS, como único mediador entre DEUS e os homens (Hb.9:24-26Jo.14:6Jo.17:3Rm.16:27Hb.10:12Jd. 1:41 Tm.2:5Hb.8:6Hb.9:15Hb.12:24);

    A verdade é que o ESPÍRITO SANTO nos guiará à verdade de DEUS

    (Jo.16:13);

    A verdade é que a palavra é a verdade que santifica (Jo.17:17);

    A verdade é que mudaram a verdade de DEUS em mentira adorando ídolos (Rm.1:25);

    A verdade é que muitos não andam nela (Gl.2:14);

    A verdade é que devemos crescer em CRISTO, cabeça da igreja em amor (Ef.4:15);

    A verdade é que muitos proíbem o casamento (celibato) e a comida que DEUS deu em ações de graça (1 Tm.4:3);

    A verdade é que nenhuma mentira vem da verdade (1 Jo.2:21);

    A verdade é que JESUS é divino e humano ao mesmo tempo (2

    Jo.1:1);

    Além disso Pedro era casado, tinha sogra (Mc.1:30) e não podemos chamar a ninguém de papa=pai, pois JESUS nos proibiu isso

    (Mt.23:9).

    1- BÍBLIA SAGRADA
    Formada por 66 livros é a mensagem de DEUS para o seu povo.
    DEUS inspirou homens para registrar suas palavras a fim de transmiti- las a outras pessoas.
    É ferramenta para entendimento da vontade de DEUS para nossas
    vidas.
    Proclama a obra amorosa e redentora de DEUS para os que não conhecem JESUS CRISTO.
     
    ANTIGO TESTAMENTO
    Formado por 39 livros escritos originalmente em hebraico, é um relato histórico da obra de DEUS na terra antes do nascimento de JESUS. Moisés, Isaías, Daniel e Davi estão entre os escritores que durante milhares de anos escreveram o Velho Testamento, que se divide em 3 partes principais: História, Poesia e Profecia.

    OS LIVROS HISTÓRICOS: Começam com os 5 livros de Moisés, formando o Pentateuco. Eles contêm a história da criação do universo, Adão e Eva no

    Jardim do Éden, o grande Dilúvio, o êxodo dos israelitas da escravidão no Egito. O Pentateuco também contém as primeiras leis de DEUS para seu povo.
    OS LIVROS POÉTICOS: No centro do Velho Testamento há 5 livros poéticos escritos principalmente pelos reis Davi e Salomão. Esses livros incluem canções de louvor a DEUS (os Salmos), princípios de sabedoria (Provérbios e Eclesiastes) e um maravilhoso poema de amor entre uma noiva e um noivo (Cântico dos Cânticos). Neles encontramos maravilhosas meditações sobre o amor de DEUS por nós, seu poder sobre toda a criação e seu desejo do nosso respeito e temor.
    OS LIVROS PROFÉTICOS: Vêm depois dos livros poéticos e foram escritos por cerca de dezesseis diferentes autores. Isaías, Jeremias e Daniel, que escreveram livros mais longos, são os profetas maiores. Ageu, Zacarias e Malaquias estão entre os profetas menores, cujos livros são mais curtos.
    Esses livros falam do desapontamento de DEUS porque Israel não seguiu suas ordens, relembram ao povo o amor incondicional de DEUS por ele, além de apregoarem a vinda do Messias que redimiria Israel para sempre.
    CANON DO ANTIGO TESTAMENTO: Conjunto dos livros do AT que a igreja cristã reconhece como genuínos e inspirados. No cânon aceito pelos evangélicos há 39 livros. O cânon católico tem a mais 7 livros e algumas porções. O cânon do AT é o mesmo para os judeus e os evangélicos.
     
    NOVO TESTAMENTO:
    Seus 27 livros escritos foram escritos em grego e num espaço de cerca de 50 anos. Sua mensagem principal se refere à obra redentora de JESUS CRISTO e à primitiva igreja cristã, mas também oferece preciosos mandamentos sobre a vida com DEUS. Pode ser dividido em 3 partes: Evangelhos, as Epístolas e Profecia.
    OS EVANGELHOS: Os quatro primeiros livros do Novo Testamento são os Evangelhos, que contam a história do nascimento, vida, morte e ressurreição de JESUS. Eles também relembram os ensinamentos de JESUS para seus discípulos, como segui-lo e continuar sua obra depois de seu retorno ao céu.
    Em seguida, vem o livro de Atos onde estão registrados os primórdios da igreja e a obra dos discípulos de JESUS realizando milagres e pregando o Evangelho.
    Os evangelhos foram escritos nos anos 65-70 e final do século I, onde o momento histórico foi transmitido pela tradição oral e finalmente redigido.
    AS EPÍSTOLAS: Seguindo Atos vêm as epístolas ou cartas que o apóstolo Paulo e outros escreveram para encorajar os primeiros cristãos na sua caminhada com JESUS. As cartas nos proporcionam ricas diretrizes sobre os desejos de DEUS para a nossa atividade diária.
    O LIVRO PROFÉTICO: O último livro do Novo Testamento é Apocalipse, um livro profético que detalha a próxima vinda de CRISTO à terra. A Bíblia foi um trabalho inspirado por DEUS e, portanto, perfeito.

    O apóstolo Paulo escreve que toda Escritura é “inspirada por DEUS (II Tímóteo 3:16) e Pedro explica que “nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de DEUS movidos pelo ESPÍRITO SANTO” (2 Pedro 1:21).

    CANÔN(Grego“kanõn” = cana,régua) - Padrão ou norma de um escrito, julgado como inspirado ou dotado de autoridade divina:
    Características:a)Idade do Livro;b)Língua usada;c)concordância com outros livros;d)Expressões que atestam a autoridade divina;(Assim diz o Senhor...)e)Função profética verdadeira;f)Confiabilidade
    doutrinária;g)natureza dinâmica transformadora; h)aceitação do livro pelo povo de DEUS;i)características literárias.
    CANON DO NOVO TESTAMENTO

    Conjunto de 27 livros do NT que a igreja cristã reconhece como genuínos e inspirados. O cânon do NT é igual para evangélicos e católicos. No princípio alguns livros foram aceitos com certa reserva, mas no final do quarto século o cânon atual já era aceito em quase toda parte.

    O teste para inclusão era basicamente a inspiração divina e era necessário por algumas razões:
    Havia divulgações de cânon herege;
    Igrejas orientais estavam usando livros errôneos;
    Cristãos precisavam conhecer os livros sagrados para não morrerem em vão, conforme a lei de Diocleciano (303 AD), como os mártires Atanásio de Alexandria, Justino o mártir e Irineu.
    2- APÓCRIFOS:
    Livros que o Concílio de Trento, em 1546, declarou inspirados, embora não fizessem parte do Cânon do AT estabelecido pelos judeus da Palestina.
    Os católicos chamam esses livros de “deuterocanônicos”, isto é, pertencentes ao “segundo cânon”. “Protocanônicos” (pertencentes ao primeiro cânon) são os livros do AT que os judeus da Palestina consideravam inspirados, e esses são aceitos tanto pelos católicos como pelos evangélicos.
    Os livros apócrifos aceitos pelos católicos são os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico ou Sirácida, Baruque, Epístola de Jeremias, Primeiro e Segundo Macabeus e os acréscimos a Ester (Ester Grego) e a Daniel (A Oração de Azarias, A Canção dos Três Jovens e as histórias de Suzana e de Bel e do Dragão.
    APÓCRIFOS DO ANTIGO TESTAMENTO: Os apócrifos possuem erros e discrepâncias históricas e geográficas, ensinam doutrinas falsas divergindo das outras escrituras, possuem estilos artificiais e diferentes das escrituras e faltam elementos de autenticidade, não foram acatados por JESUS e combatidos pelos apóstolos.
    OS LIVROS APÓCRIFOS:
    São livros que Contrariam os Critérios da Inspiração dos judeus palestinos, zelosos preservadores dos ensinos bíblicos que não estiveram sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria. A Igreja Católica Romana se refere ao cânon do Velho Testamento, ela inclui uma série de livros que os protestantes chamam de “Apócrifos” mas os católicos de “Deuterocanônicos”, que não aparecem nas versões evangélicas e hebraica da Bíblia. O resultado disto foi que na opinião popular dos católicos existem duas Bíblias: uma católica e a protestante, mas só há uma Bíblia, uma Palavra (escrita) de DEUS. Nas línguas originais (o hebraico e o grego), a Bíblia é uma só e igual para todos, mas há várias versões ou traduções e diferentes idiomas.
    DIFERENÇAS ENTRE AS BÍBLIAS HEBRAICAS, PROTESTANTES E CATÓLICAS

    1. Bíblia Hebraica - [a Bíblia dos judeus]: a) Contém somente os 39 livros do V.T.; b) Rejeita os 27 do N.T. como inspirado, assim como rejeitou CRISTO; c) Não aceita os livros apócrifos incluídos na Vulgata (versão Católico Romana)
    2. Bíblia Protestante: a) Aceita os 39 livros do V.T. e também os 27 do N.T.; b) Rejeita os livros apócrifos incluídos na Vulgata, como não canônicos.
    3. Bíblia Católica: a) Contém os 39 livros do V.T. e os 27 do N.T. b) Inclui na versão Vulgata, os livros apócrifos ou não canônicos que são:

    Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1° e 2° de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel.
    COMO OS APÓCRIFOS FORAM APROVADOS:
    A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma protestante. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc e os romanistas viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como canônicos.
    Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também
    depois.
    Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. No Concílio de Trento houve várias controvérsias, onde, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII.
    Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o AT e NT, não como inspirados, mas bons à leitura e de valor histórico, mas em 1629 as igrejas reformadas excluíram os apócrifos das suas edições da Bíblia.
     
    PORQUE REJEITAR OS APÓCRIFOS:

    1. Porque com o Livro de Malaquias (Último do Antigo testamento) , o Cânon bíblico havia se encerrado: Depois de aproximadamente 435 a.C não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das palavras de DEUS que vinham dos anos anteriores, como 1Macabeus: (100 a.c.); Josefo: (37/38 d.C.); a literatura rabínica, os Manuscritos do Mar Morto..
      Os judeus estavam de acordo em que acréscimos ao cânon do Antigo Testamento tinham cessado após os dias de Esdras, Neemias, Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias. A ausência completa de referência à outra literatura como palavra autorizada por DEUS e as referências muito freqüentes a centenas de passagens no Antigo Testamento como dotadas de autoridade divina confirmam com grande força o fato de que os autores do Novo Testamento concordavam em que o cânon do Antigo Testamento, devia ser aceito como a verdadeira palavra de DEUS.
    2. Porque a Inclusão dos Apócrifos foi acidental:
      A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império greco-macedônico.
      Pelo ano 300 antes de CRISTO, a colônia de judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e fluente. Morrendo Alexandre, seu domínio dividiu-se em quatro reinos, ficando o Egito sob a dinastia dos Ptolomeus. O segundo deles, Ptolomeu Filadelfo, foi grande amante das letras e preocupou-se com enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Muitos livros foram traduzidos para o grego.
      Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da Palestina para os judeus cuja língua vernácula era o grego.
      Segundo um relato de Josefo, o Sumo Sacerdote de Jerusalém, Eleazar, enviou, a pedido de Ptolomeu Filadelfo, uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco.
      A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de CRISTO. Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta, ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento.
      Os estudiosos acham que foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é , a escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
      Estes livros têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as épocas que representam, do período intertestamentário (entre Malaquias e João Batista, de 400 anos); é, talvez, por estas razões que os tradutores os juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.
    3. Os apócrifos contém Lendas:
      Tobias 6.1-4 - “Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse disse-lhe: Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti. Então, puxou para terra, e o começou a palpitar a seus pés.
    4. Os apócrifos contêm Erros Históricos e Geográficos:
      Por exemplo, a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (1:15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por Assuero (14:15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares. Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes. [Em 2 Macabeus] há também numerosas desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos,que refletem ignorância e confusão.
    5. Os apócrifos contêm Heresias:

    TOBIAS - (200 a.C.) - É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e alguns milagres preparados pelo anjo Rafael. Ensina a justificação pelas obras (4:7-11; 12:8), mediação dos santos (12:12), superstições (6:5, 7-9, 19), e até um anjo que engana Tobias e o ensina a mentir (5:16 a 19).
    JUDITE - (150 a.C.) É a História de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade enganando um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios.
    BARUQUE - (100 a.D.) - Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. A data é muito posterior, quando da 2a.destruição de Jerusalém, antes de CRISTO. Seu principal erro é o ensino da intercessão pelos mortos (3:4).
    ECLESIÁSTICO - (180 a.C.) - É muito semelhante ao livro de
    Provérbios, não fosse as tantas heresias: justificação pelas obras (3:33,34), trato cruel aos escravos (33:26 e 30; 42:1 e 5),incentiva o ódio aos Samaritanos (50:27 e 28).
    SABEDORIA DE SALOMAO - (40 a.D.) - Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
    Apresenta: o corpo como prisão da alma (9:15), doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma (8:19 e 20), salvação pela sabedoria (9:19).

    1. MACABEUS - (100 a.C.) - Descreve a história de 3 irmãos da família “Macabeus”, que no chamado período ínterbíblico (400 a.C. 3 a.D) lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação do seu povo e terra.
    2. MACABEUS - (100 a.C.) - Não é a continuação do 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu. Apresenta: a oração pelos mortos (12:44-46), culto e missa pelos mortos (12:43), o próprio autor não se julga inspirado (15:38-40; 2:25-27), intercessão pelos Santos (7:28 e 15:14).

    ADIÇÕES A DANIEL: Cap.13-A história de Suzana - Nesta lenda Daniel salva Suzana num julgamento fictício de falsos testemunhos. Cap.14- Bel e o Dragão - Fala sobre a necessidade da idolatria; cap. 3:24-90 - o cântico dos 3 jovens na fornalha.
    TIPOS DE HERESIAS ENSINADAS NOS APÓCRIFOS:

    * Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como método de exorcismo: Tobias 6:5-9 E o anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas , o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte que não tornam mais a chegar a eles. ” Este ensino que o coração de um peixe tem o poder para expulsar toda espécie de demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio. DEUS jamais iria mandar um anjo seu, ensinar a um servo seu, como usar os métodos da macumba e da bruxaria para expulsar demônios. Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e bruxaria, e de fato ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt 12:26). Um dos sinais apostólicos era a expulsão de demônios, e o que usaram foi o nome de JESUS (Mc 16:17; At 16:18)

    Ensinam que Esmolas e Boas Obras limpam

    pecados e Salvam a Alma: Tobias 12:8, 9 - “a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna”; Eclesiástico 3:33 - “... a esmola resiste aos pecados”. Este é o primeiro ensino de Satanás, o mais terrível, e se encontrar basicamente em todas as seitas heréticas. A Salvação por obras, destrói todo o valor da obra vicária de CRISTO em favor do pecador. Se caridade e boas obras limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue de CRISTO. Porém, a Bíblia não deixa dúvidas quanto o valor exclusivo do sangue como um único meio de remissão e perdão:(Hb 9:11,12,22I Pe 1:1819Rm.3:2024 e 29);

    * Ensinam o Perdão dos pecados através das orações: Eclesiástico 3:4 - “O que ama a DEUS implorará o perdão dos seus pecados, e se absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de todos os dias”. O

    perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o perdão, não é fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado, a oração por si só, é uma boa obra que a ninguém pode salvar. Só a oração de confissão e arrependimento baseadas na fé no sacrifício vicário de CRISTO traz o perdão (Pv. 28:13I Jo 1:9I Jo 2:1,2)

    * Ensinam a Oração Pelos Mortos: 2 Macabeus 12:43-46 - “e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, (...) é, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”.
    Neste texto falso, de um livro não canônico, que contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica Romana baseia sua falsa e herética doutrina do purgatório.

    Este é novamente um ensino satânico para desviar o homem da redenção exclusiva pelo sangue de CRISTO, e não por orações que livram as almas do fogo de algum lugar inventado por homens falhos e pecadores que com tais ensinos negam o claro registro dos ensinos dos apóstolos de CRISTO. Após a morte o destino de todos os homens é selado, uns para perdição eterna e outros para a Salvação eterna - não existe meio de mudar o destinos de alguém após a morte. Veja Mt. 7:13,13Lc 16:26.

    * Ensinam a Existência de um Lugar Chamado PURGATÓRIO.
    Este é o ensino herético e financeiramente conveniente para a Igreja de que o homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma segunda chance de Salvação.
    Sabedoria 3:1-4 - “As almas dos justos estão na mão de DEUS, e não os tocará o tormento da morte. Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz (no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade ”.
    A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na última parte deste texto, onde diz: “E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade”.

    Eles ensinam que o tormento em que o justo está, é o purgatório que o purifica para entrar na imortalidade. Textos da Bíblia que mostram a impossibilidade do purgatório (1 Jo 1:7Hb 9:22Lc 23:40-43; I6: 19-31; I Co 15:55-58I Ts 4:12-17Ap 14:13Ec 12:7Fp 1:23Sl 49:7-8II Tm 2:11-13; At 10:43).

    1. Nos Livros Apócrifos Os Anjos Mentem
      Tobias 5:15-19 “Peço-te que me digas de que família e de tribo és tu? O anjo Rafael disse-lhe: ... Mas para que te não ponhas em cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias” Um anjo de DEUS não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a própria lei santa de DEUS. Todos os anjos de DEUS, foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua identidade. Veja Lc 1:19.
    2. Nos livros apócrifos, ensina-se que o simples ato de jejuar santifica:

    Judite 8:5,6 - “jejuava todos os dias de sua vida ... ” Este texto legendário tem sido usado por romana relacionado com a canonização dos “santos” de idolatria. Em nenhuma parte da Bíblia jejuar todos os dias da vida é sinal de santidade. CRISTO jejuou 40 dias e 40 noites e depois não jejuou mais.
    O livro de Judite é claramente uma produção humana, uma lenda para
    escravizar os homens a ensinos errados e antibíblicos.
    Vingança, Crueldade e Egoísmo:

    VINGANÇA - Judite 9:2 - Contraria o que a Bíblia diz sobre: Vingança (Rm 12:1917);

    CRUELDADE e EGOÍSMO - Eclesiástico 12:6 - Contraria o que a Bíblia diz sobre Crueldade e Egoísmo ( Pv. 25:21,22Rm 12:20Jo 6:5; Mt 6:44-48);

    9. A igreja Católica tenta defender a IMACULADA CONCEIÇÃO baseando em uma deturpação dos apócrifos (Sabedoria 8:9,20) - Contradizendo: Lc. 1:30-35Sl 51:5Rm 3:23);

    Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância porque esses livros incluem erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das Escrituras, isso identifica erros na Palavra de DEUS.
    19. IN SPIRAÇAOxREVELAÇ AODivina, pelo ESPÍRITO SANTO

    (2Tm.3:16;2 Pe.1:21). Assim diz o Senhor (Ez.11:5 e 2 Cr.20:14) . Teoria Correta da Inspiração da Bíblia:

    TEORIA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA OU VERBAL
    Todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas e os escritores não foram usados inconscientes, mas cooperava com eles o ESPÍRITO SANTO, que os capacitava. Homens santos escreveram a Bíblia com as palavras de seu vocabulário, mas numa influenciante presença do ESPÍRITO SANTO, escrevendo a PALAVRA DE DEUS.
    REVELAÇÃO X INSPIRAÇÃO:

    Revelação é a ação de DEUS que se dá a conhecer ao Escritor e que o homem sozinho, nada pode saber (Dn.12.81 Pe. 1:10,11). Inspiração não implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada, mas nem toda ela foi revelada: Ex. de Revelação: Gênesis, sonhos de José, escritos de Paulo

    (Gl. 1:11Ef.3:3).

    DECLARAÇÃO BÍBLICA X DECLARAÇÃO NA BÍBLIA
    A Bíblia não mente, mas registra mentiras de ímpios e do diabo, declarações não inspiradas por DEUS, mas registradas; verifique quem, para quem,e quando se fala.
    20. DIVISÃO DA BÍBLIA E SEU SIGNIFICADO EM CRISTO:

    A Bíblia se compõe de 2 partes, mas JESUS CRISTO é o tema Central da Bíblia: O Antigo testamento, escrito pela comunidade hebraica em hebraico e aramaico e o Novo testamento, escrito pelos discípulos de CRISTO, ao longo do

    séc.1 d.C.
    Testamento significa aliança, pacto ou acordo, celebrado entre DEUS e os judeus, no antigo pacto e no novo pacto, entre DEUS e os cristãos. 02 Estruturas ou Testamentos (Grego diayhkh diatheke = aliança ou concerto). Com 66 Livros; sendo 39 no Antigo e 27 no Novo em período de 1600 anos, escrita por 40 autores, traduzida para 240 dialetos, 739 idiomas, 1.280 línguas com 3000 traduções
    DIVISÃO DO ANTIGO TESTAMENTO: (PREPARAÇÃO) - ORDEM NUMÉRICA DESCRITA-NÃO CRONOLOGIA
    1. LEI - PENTATEUCO - (05 LIVROS): FUNDAMENTO DA CHEGADA DE CRISTO:

    •1°-Gênesis (Gn.)- Signiflca”ORIGEM” -Do pecado;JESUS,o Descendente da mulher - Autor Moisés, em 1450-140 a.C.-Fala do pecado, da Doutrina de DEUS, da civilização, das nações, de Israel, da origem do homem e da redenção prometida.

    •2°-Êxodo (Ex.)- Significa ”SAIDA” -Libertação/Promessa;JESUS,o Cordeiro Pascal-Autor é Moisés, em 1450-1410 a.C-Fala da libertação do Egito, a entrega da Lei, a Revelação de DEUS (no Maná, nos 10 mandamentos e no Tabernáculo).

    •3°-Levítico (Lv.)- Significa ”LEIS” -Fala da exigência para comunhão e o tema é JESUS, o Sacrifício Expiatório- Autor é Moisés, em 1450-1410 a.C.- Fala sobre a santidade de DEUS, revela o pecado e a provisão de acesso a DEUS.
    •4°-Números (Nm.)- Significa ”NO DESERTO”-Fala da Fé x Promessas e o tema é JESUS, a Rocha Ferida - Autor Moisés, em 1450-1410 a.C. - Fala da peregrinação do povo rumo à terra prometida, lembrando a seriedade do pecado.

    •5°-Deuteronômio (Dt.)-Significa ”2a.LEI” -FaIa do Governo de DEUS e o tema é JESUS,o Profeta. Autor é Moisés,em 1410 a.C. - Fala da constituição da teocracia de Israel, aborda sobre as bênçãos e maldições, os 10 mandamentos e os falsos profetas.
     
    1. POESIA (05 LIVROS): ANELO PELA CHEGADA DE CRISTO:

    •18°- Jó (Jó) -Significa ”PERSEGUIDO” -FaIa da Soberania x Necessidade. Tema é JESUS,o Redentor Vivo.-Autor e data incertos, talvez 1.500 a.C. Fala do motivo do sofrimento dos justos, declarando a soberania e propósitos divinos.

    - Vários autores, 73 de Davi, 2 de Salomão, 12 dos filhos de Coré, 12 de Asafe, 01 de Hemã, 01 de Etã e 01 de Moisés, durante o tempo de Davi a Salomão (10. Séc. a.C).
    •20°-Provérbios (Pv.)-Significa “COMPARAÇÕES” -Fala de Ensinamentos humanos. O tema é JESUS,a Sabedoria Divina. Autores: Salomão e outros. (Agur escreveu 30 e Lamuel escreveu 31.
    Fala de ensinos específicos de relacionamentos humanos.
    •21°-Eclesiastes(Ec.)-Significa ”PREGADOR”- Fala para a Assembléia. O tema é JESUS,AIvo Verdadeiro. Autor é Salomão, em 935 a.C. Fala da rotina da vida, da compreensão que ela é dom divino e de que devemos viver, obedecendo a DEUS.
    •22°-Cantares(Ct.)-Significa ”CANÇÃO” - Fala de JESUS, Nosso Amado;Autor é Salomão em 965 a.C. FaIa e reflete no romance entre Salomão e a Sunamita, num diálogo sobre o Rei, que ganha seu coração, qual JESUS e a sua Igreja.
     

    1. HISTÓRIA (12 LIVROS):
    PREPARAÇÃO PARA A CHEGADA DE CRISTO:

    •6°-Josué(Js.)- Significa ”JAVE E SALVAÇÃO” - Fala de Fidelidade e Herança. O tema é JESUS, o Capitão dos Exércitos do Senhor. Autor é

    Josué,com escritos de Eleazar profeta ou seu filho em 1400-1370 a.C.
    Fala da fidelidade divina em conceder Canaã a Israel, a importância da Lei e da Santidade de DEUS ao julgar os pecados dos cananeus.
    •7°-Juízes(Jz.)-Significa ”GOVERNANTE”- FaIa de Obediência e da Paz. O tema é JESUS, Libertador. Autor anônimo,talvez Samuel após a morte de Sansão, em 1050-1000 a.C. Fala da conquista da palestina, monarquia, fidelidade e perdão de DEUS.
    •8°-Rute(Rt.)-Significa ”AMIZADE”- FaIa de fé para todas as pessoas. O tema é JESUS,o Parente Divino. Autor desconhecido, talvez Samuel, em 1000 a.C. Fala de fidelidade em meio à idolatria e infidelidade, soberania e cuidado de DEUS (Resgatador).
    •9°-1 Samuel (1Sm.) Tematiza o “CHAMADO AO AVIVAMENTO” -
    Fala de Pecado x Santidade. Autor é Samuel e outros, em 930 a.C., em diante. Fala sobre Samuel, Saul e Davi e os efeitos do pecado e santidade no povo e líderes.
    •10° - 2 Samuel (2 Sm.) - Tematiza a “ASCENSÃO/QUEDA” Na Bíblia hebráica é a segunda parte de 1 Samuel. Fala da morte de Saul e aliança com Davi.
    •11°-1 Reis (1 Rs.) - Tematiza a “HISTÓRIA DO REINOS DE JUDÁ E ISRAEL” desde Salomão ao Cativeiro Babilônico-Fala de Fidelidade x Sabedoria. Autor é Jeremias, em 550 a.C., valendo-se de fontes históricas. Descreve o templo até Elias.
    12°-2 Reis (2 Rs.) - Tematiza o “DECLÍNIO/CATIVEIRO”- Na Bíblia
    hebráica, é parte de 1 Reis. Descreve o cativeiro babilônico até Eliseu.
    •13°-1 Crônicas (1 Cr.) - Significa ”NEGÓCIOS” - FaIa de Aliança,oração de louvor e genealogia.Autor é Esdras em 450-425 a.C. Em Reis e Crônicas, JESUS é o Rei Prometido. Declara aliança, oração e louvor de Davi. (Herança, bênção e pacto).
    •14°-2 Crônicas (2Cr.)- Fala de CATIVEIRO/TEMPLO. Na Bíblia Hebráica é parte do 1 Crônicas. Fala de Salomão a Zedequias e a permissão para construir o Templo.Inclui a oração de Salomão pedindo sabedoria, até a duração do Cativeiro.
    •15°-Esdras (Ed.)- Significa ”AJUDA” -Esdras era sacerdote e escriba que trabalhou com Neemias na volta do povo de Israel da Babilônia e na restauração do culto a Javé na Terra Prometida.Fala do cumprimento das promessas de restauração. O Autor é Esdras, em 456-444 a.C. Primeiro voltaram 50.000 pessoas com Artaxerxes e depois com Esdras.
    •16° Neemias (Ne)-Significa ”JAVE CONFORTA”. Fala de Restauração.Completa história de restauração do povo que voltou da Babilônia, sob a liderança de Esdras: marca início das 07 semanas de Daniel. Autor é Neemias, 445-425 a.C.
    •17°-Ester (Et)- Significa ”ESTRELA” -Fala da Soberania x
    Providência.JESUS é o Advogado.Autor é incerto, mas certamente judeu, em 465 a.C. Explica a libertação de DEUS, a festa de Purim e mostra o controle divino nos acontecimentos.
     

    1. PROFETAS (17 LIVROS):
    CERTEZA DA CHEGADA DE CRISTO:

     
    Profetas Maiores (Pela quantidade de Escritos - 05 livros): (JESUS é o Messias Prometido):
    •23°-lsaías (Is.) - significa ”JAVE SALVOU” - Fala da Redenção do Messias. Autor: Isaías, em 740-680 a.C. Atacou a apostasia.
    •24°-Jeremias (Jr.) - significa “JAVE É ELEVADO”. Fala da Advertência ao pecado e promessa de Juízo. Autor é Jeremias em 627-585 a.C. Fala da severa mensagem de julgamento onde Nabucodonosor conquistou novamente Jerusalém.
    •25°-Lamentações (Lm.) - significa ”CHORO EM VOZ ALTA” - 05
    poemas melancólicos de lamentação pela destruição de Jerusalém pelos Caldeus. Autor é Jeremias em 586-585 a.C. O livro lembra o fato do que JESUS sentia por Jerusalém.
    •26°-Ezequiel (Ez.) - significa “JAVE FORTALECE” - Fala de restauração futura, relembrando aos exilados sobre os pecados que haviam trazido sobre eles o juízo divino, assegurando a bênção futura. Autor é Ezequiel, em 592-570
    futuro, além de futuros impérios gentios, anticristo e doutrinas dos anjos, ressurreição e narrativas dos jovens no fogo e da cova dos leões. Autor é Daniel em 537 a.C.
    •Profetas Menores (Mesma importância profética - 12 livros): (JESUS é o Messias Prometido):
    •28°-Oséias (Os.) - significa “SALVAÇÃO” - FaIa de amor à infidelidade. Autor é Oséias,em 710 a.C.Fala do amor leal de DEUS e da contínua infidelidade de Israel. Retrata a vida do profeta, os pecados do povo, o juízo certo e o amor divino.
    •29°-JoeI (Jl.) significa JAVE E DEUS” - Autor é Joel em 835 a.C. Fala da intervenção de DEUS na história antiga de lsrael, das nações pagãs, do Dia do Senhor e envolve a grande tribulação , a 2a. Vinda de JESUS (parousia) e o Milênio.
    •30°-Amós-(Am.) significa -”CARGA”. Fala de Apelo ao Arrependimento. Atacando os males sociais do culto pagão, lançou apelo para escapar do juízo divino, mesmo tendo Israel, posição privilegiada. Autor é Amós em 755 a.C.
    •31°-Obadias (Ob.) significa ”SERVO DE JAVE” - Fala do castigo aos
    Edomitas, orgulhosos com Israel. Autor é Obadias em 840 ou 586 a.C.
    mundo e há milagres.Autor: Jonas em 760 a.C.
    •33°-Miquéias (Mq). significa “QUEM É COMO JAVÉ?”. Fala da futura glória de Israel. Autor é Miquéias em 700 a.C.
    •34°-Naum (Na). - significa “CONSOLAÇÃO” - Fala do Caráter de DEUS e destruição de Nínive. Autor é Naum em 663-612 a.C.
    •35°-Habacuque (Hc). - significa “ABRAÇADOR”- Fala do amor de DEUS; salmo de louvor, justificando a fé. Autor é Habacuque, em 607 a.C.
    •36°-Sofonias (Sf.) - significa “JAVÉ ESCONDE” - Fala de julgamento. Juizo das nações pagãs e descreve o milênio. Autor é Sofonias, em 625 a.C.
    •37°-Ageu (Ag.) - significa “FESTIVO”. Fala de apelo à coragem, consciência pura, confiar em DEUS no futuro e construção do Templo. Autor é Ageu em 520 a.C.
    •38°-Zacarias (Zc.)-” - significa “JAVE LEMBRA” - Fala do Reinado do Senhor; refere-se ao retorno de CRISTO. Autor é Zacarias, em 520-518 a.C.
    •39°-Malaquias (Ml.) - significa “MEU MENSAGEIRO” - Fala do verdadeiro culto a DEUS e arrependimento. Autor é Malaquias em 450-400
    a.C.
     
    DIVISÃO DO NOVO TESTAMENTO:
    (ORDEM NUMÉRICA DESCRITA NA BÍBLIA - NÃO CRONOLÓGICA)
     
    A) EVANGELHOS-(BOAS-NOVAS)- (04 LIVROS):
     
    MANIFESTAÇÃO DE CRISTO (O Salvador):
    •40°-Mateus (Mt.) - significa “DOM DE DEUS” - Autor: Mateus, em 6070 A.D. O tema é CRISTO, o Rei, para judeus convertidos.
    •41°-Marcos (Mc.) - significa “DEFESA” - Autor: João Marcos, em 50-60 A.D. O tema é CRISTO, o servo, para romanos convertidos.
    •42°-Lucas (Lc.) - significa “QUE DÁ A LUZ” - Autor: Lucas, o médico, em 60 A.D.-O tema é CRISTO, o Filho do Homem, para gregos convertidos.

    •43°-João (Jo.) - significa “JAVÉ É DOADOR GRACIOSO” - Autor: Apóstolo João, em 85-90 A.D. Revela JESUS nos 07 milagres.

    B) HISTÓRIA DO INICIO DA IGREJA - (01 LIVRO):
    PROPAGAÇÃO DE CRISTO (Ressurgido e Poderoso)
    •44°-Atos (At.) - Autor: Lucas, o médico, em 61 A.D. Registra expansão da
    igreja em 30 anos, enfatizando a prática da doutrina e padrões éticos cristãos.
     
    EPÍSTOLAS-INTERPRETAÇÃO E PROPAGAÇÃO DE CRISTO (21 LIVROS):
    (O Cabeça da Iqreja):
    •45°-Romanos (Rm.) Autor:Paulo,em 58 A.D.Doutrina da justificação da fé, justiça de DEUS p/igreja gentia de Roma.
    •46°-1 Coríntios-(1 Co.) Autor:Paulo,em 56.A.D.Fala do uso dos dons espirituais(teologia pastoral) p/ig.de Corinto.
     •47°-2 Coríntios-(2 Co.) Autor:Paulo,em 57 A.D.Paulo defende sua autoridade,relembra à igreja,o compromisso de ofertar.
    •48°-Galatas (Gl.)- Autor:Paulo,em 49 ou 55 A.D.Tema é justificação pela fé e fruto do ESPÍRITO,polêmica judáica na Galácia.
    •49°-Efésios (Ef.)- Autor:Paulo,em 61a.D.Tema é salvação pela graça e relação entre igreja e JESUS à Igreja de Éfeso.
    •50°-Filipenses (Fp.)- Autor:Paulo,em 61 A.D.Fala da Doutr.de Kenosis(auto-humilhação de CRISTO) e oração p/G.de Filipos.
    •51°-Colossenses (Cl.): Autor:Paulo;61 A.D. Fala da Supremacia,
    pessoa,obra de CRISTO, conosco contra heresias em Colossos.
    •52°-1 Tessalonicenses (1 Ts.) Autor:Paulo,em 51 A.D.Fala do arrebatamento e do dia do Senhor para a Igreja de Tessalônica.
    pecado, Anticristo,contra imediatismo da igreja.
    •54°-1 Timóteo (1 Tm.) Autor:Paulo,63.A.D. Fala da conduta e combate entre doutrina pura e heresia financeira a Timóteo.
    •55°-2 Timóteo (2 Tm.) Autor:Paulo,66 A.D.Fala de apostasia, inspiração das Escrituras e coroa de justiça para Timóteo.
    •56°-Tito (Tt.) Autor:Paulo,em 65.A.D.Fala sobre presbíteros,faixas etárias na Ig.,governo,regeneração,obras para Tito.
    •57°-Filemon (Fl.) Autor:Paulo, 61 A.D. Fala fé e liberdade, compromisso e testemunho de comunhão eficiente a Filemon.
    •58°-Hebreus (Hb.)Autor incerto,talvez Paulo,em 64-68 A.D.Sacerdócio de CRISTO superior à Lei, a crentes ricos da Itália.
     •59°-Tiago (Tg.) Autor:Tiago, em 45-50 A.D. Fala de Conduta,graça,ética cristã, fé x obras, língua e oração para a igreja primitiva
    •60°-1 Pedro (1 Pe.) Autor:Pedro, em 63 A.D. Fala da vitória sobre sofrimento e graça de DEUS para crentes espalhados no mundo.
     •61°-2 Pedro (2 Pe.) Autor:Pedro,em 66 A.D.Fala contra heresias,inspiração da escritura e parousia e verdade do evangelho.
     •62°-1 João (1 Jo.) Autor:João,90 A.D.Fala da realidade da encarnação do verbo e da alta ética da vida de CRISTO.
    mandamentos de CRISTO contra falsas doutrinas.
    •64°-3 João (3 Jo.) Autor:João,90 A.D.Fala dos falsos líderes e dos problemas eclesiásticos para Gaio.

    •65°-Judas (Jd.) Autor:Judas,irmão de Tiago e meio irmão de JESUS(Mt.13:55Mc.6:3), em 70-80 A.D. Moral Cristã.

    D) REVELAÇÃO - CONSUMAÇÃO EM CRISTO (01 livro)
    (Alfa e ômega-CRISTO volta para Reinar):
    •66°-Apocalipse: (Ap.) Revelação dos Últimos Tempos. Autor João,90 A.D.Revelação de JESUS para as 7 igrejas da Ásia.
     
    A INERRÂNCIA DA BÍBLIA
    A autoridade das Escrituras é um tema-chave para a igreja cristã, tanto desta como de qualquer outra época.
    Aqueles que professam fé em JESUS CRISTO como Senhor e Salvador são chamados a demonstrar a realidade de seu discipulado cristão mediante obediência humilde e fiel à Palavra escrita de DEUS.
    Afastar-se das Escrituras, tanto em questões de fé quanto de conduta, é deslealdade para com nosso Mestre.
    Para que haja uma compreensão plena e uma confissão correta da autoridade das Sagradas Escrituras é essencial um reconhecimento da sua total veracidade e confiabilidade.
    A Declaração a seguir afirma sob nova forma essa inerrância das Escrituras, esclarecendo nosso entendimento a respeito dela e advertindo contra sua negação.
    Estamos convencidos de que negá-la é ignorar o testemunho dado por JESUS CRISTO e pelo ESPÍRITO SANTO e rejeitar aquela submissão às alegações da própria Palavra de DEUS, submissão esta que caracteriza a verdadeira fé cristã.
    Entendemos que é nosso dever nesta hora fazer esta afirmação diante dos atuais desvios da verdade da inerrância entre nossos irmãos em CRISTO e diante do entendimento errôneo que esta doutrina tem tido no mundo em geral.
    Desejamos expressar uma convicção quanto à inerrância das Escrituras e estimular e desafiar uns aos outros e a todos os cristãos a uma compreensão e entendimento cada vez maiores desta doutrina.
    O aprofundamento de nossas próprias convicções através dos debates que tivemos juntos e oramos para que esta Declaração que assinamos seja usada para a glória de nosso DEUS com vistas a uma nova reforma da igreja no que tange à sua fé, vida e missão.
    Muitos que negam a inerrância das Escrituras não apresentam em suas crenças e comportamento as conseqüências dessa negação, e estamos conscientes de que nós, que confessamos essa doutrina, freqüentemente a negamos em nossas vidas, por deixarmos de colocar nossos pensamentos e orações, tradições e costumes, em verdadeira sujeição à Palavra divina.
    Qualquer pessoa que veja razões, à luz das Escrituras, para fazer emendas às afirmações desta Declaração sobre as próprias Escrituras (sob cuja autoridade infalível estamos, enquanto falamos), é convidada a fazê-lo.
    Não alegamos nenhuma infalibilidade pessoal para o testemunho que damos e seremos gratos por qualquer ajuda que nos possibilite fortalecer esse testemunho acerca da Palavra de DEUS.
     
    UMA BREVE DECLARAÇÃO

    1. DEUS, sendo ele próprio a Verdade e falando somente a verdade, inspirou as Sagradas Escrituras a fim de, desse modo, revelar-se à humanidade perdida, através de JESUS CRISTO, como Criador e Senhor, Redentor e Juiz.
      As Escrituras Sagradas são o testemunho de DEUS sobre si mesmo.
    2. As Sagradas Escrituras, sendo a própria Palavra de DEUS, escritas por homens preparados e supervisionados por seu ESPÍRITO, possuem autoridade divina infalível em todos os assuntos que abordam: devem ser cridas, como mandamento divino, em tudo o que determinam; aceitas, como penhor divino, em tudo que prometem.
    3. O ESPÍRITO SANTO, seu divino Autor, ao mesmo tempo no-las confirma através de seu testemunho interior e abre nossas mentes para compreender seu significado.
    4. Tendo sido na sua totalidade e verbalmente dadas por DEUS, as Escrituras não possuem erro ou falha em tudo o que ensinam, quer naquilo que afirmam a respeito dos atos de DEUS na criação e dos acontecimentos da história mundial, quer no testemunho que dão sobre a graça salvadora de DEUS na vida das pessoas.
    5. A autoridade das Escrituras fica inevitavelmente prejudicada, caso essa inerrância divina absoluta seja de alguma forma limitada ou desconsiderada, ou caso dependa de um ponto de vista acerca da verdade que seja contrário ao próprio ponto de vista da Bíblia; e tais desvios provocam sérias perdas tanto para o indivíduo quanto para a igreja.

    ARTIGOS DE AFIRMAÇAO E NEGAÇAO
    * As Sagradas Escrituras devem ser recebidas como a Palavra oficial de DEUS. Negamos que a autoridade das Escrituras provenha da Igreja, da tradição ou de qualquer outra fonte humana.
    As Sagradas Escrituras são a suprema norma escrita, pela qual DEUS compele a consciência, e que a autoridade da Igreja está subordinada à das Escrituras. Negamos que os credos, concílios ou declarações doutrinárias da Igreja tenham uma autoridade igual ou maior do que a autoridade da Bíblia.
    A Palavra escrita é, em sua totalidade, revelação dada por DEUS.
    Negamos que a Bíblia seja um mero testemunho a respeito da revelação, ou que somente se torne revelação mediante encontro, ou que dependa das reações dos homens para ter validade.
    DEUS, que fez a humanidade à sua imagem, utilizou a linguagem como um meio de revelação. Negamos que a linguagem humana seja limitada pela nossa condição de sermos criaturas, a tal ponto que se apresente imprópria como veículo de revelação divina. Negamos ainda mais que a corrupção, através do pecado, da cultura e linguagem humanas tenha impedido a obra divina de inspiração.
    A revelação de DEUS dentro das Sagradas Escrituras foi progressiva. Negamos que revelações posteriores, que podem completar revelações mais antigas, tenham alguma vez corrigido ou contradito tais revelações. Negamos ainda mais que qualquer revelação normativa tenha sido dada desde o término dos escritos do Novo Testamento.
    A totalidade das Escrituras e todas as suas partes, chegando às próprias palavras do original, foram dadas por inspiração divina.
    Negamos que se possa corretamente falar de inspiração das Escrituras, alcançando-se o todo mas não as partes, ou algumas partes mas não o todo.
    A inspiração foi a obra em que DEUS, por seu ESPÍRITO, através de escritores humanos, nos deu sua Palavra. A origem das Escrituras é divina. O modo como se deu a inspiração permanece em grande parte um mistério para nós. Negamos que se possa reduzir a inspiração à capacidade intuitiva do homem, ou a qualquer tipo de níveis superiores de consciência.
    DEUS, em sua obra de inspiração, empregou as diferentes personalidades e estilos literários dos escritores que ele escolheu e preparou. Negamos que DEUS, ao fazer esses escritores usarem as próprias palavras que ele escolheu, tenha anulado suas personalidades.
    A inspiração, embora não outorgando onisciência, garantiu uma expressão verdadeira e fidedigna em todas as questões sobre as quais os autores bíblicos foram levados a falar e a escrever. Negamos que a finitude ou a condição caída desses escritores tenha, direta ou indiretamente, introduzido distorção ou falsidade na Palavra de DEUS.
    A inspiração diz respeito somente ao texto autográfico das Escrituras, o qual, pela providência de DEUS, pode-se determinar com grande exatidão a partir de manuscritos disponíveis. Afirmamos ainda mais que as cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de DEUS na medida em que fielmente representam o original.
    Negamos que qualquer aspecto essencial da fé cristã seja afetado pela falta dos autógrafos. Negamos ainda mais que essa falta torne inválida ou irrelevante a afirmação da inerrância da Bíblia.
    As Escrituras, tendo sido dadas por inspiração divina, são infalíveis, de modo que, longe de nos desorientar, são verdadeiras e confiáveis em todas as questões de que tratam. Negamos que seja possível a Bíblia ser, ao mesmo tempo, infalível e errônea em suas afirmações. Infalibilidade e inerrância podem ser distinguidas, mas não separadas.
    Em sua totalidade, as Escrituras são inerrantes, estando isentas de toda falsidade, fraude ou engano. Negamos que a infalibilidade e a inerrância da Bíblia estejam limitadas a assuntos espirituais, religiosos ou redentores, não alcançando afirmações de natureza histórica e científica. Negamos ainda mais que hipóteses científicas acerca da história da terra possam ser corretamente empregadas para desmentir o ensino das Escrituras a respeito da criação e do dilúvio.
    A propriedade do uso de inerrância como termo teológico referente à total veracidade das Escrituras. Negamos que seja correto avaliar as Escrituras de acordo com padrões de verdade e erro estranhos ao uso ou propósito da Bíblia. Negamos ainda mais que a inerrância seja contestada por fenômenos bíblicos, tais como uma falta de precisão técnica contemporânea, irregularidades de gramática ou de ortografia, descrições da natureza feitas com base em observação, referência a falsidades, uso de hipérbole e números arredondados, disposição do material por assuntos, diferentes seleções de material em relatos paralelos ou uso de citações livres.
    A unidade e a coerência interna das Escrituras. Negamos que alegados erros e discrepâncias que ainda não tenham sido solucionados invalidem as declarações da Bíblia quanto à verdade.
    A doutrina da inerrância está alicerçada no ensino da Bíblia acerca da inspiração. Negamos que o ensino de JESUS acerca das Escrituras possa ser desconsiderado sob o argumento de adaptação ou de qualquer limitação natural decorrente de sua humanidade.
    A doutrina da inerrância tem sido parte integrante da fé da Igreja ao longo de sua história. Negamos que a inerrância seja uma doutrina inventada pelo protestantismo escolástico ou que seja uma posição defendida como reação contra a alta crítica negativa.
    O ESPÍRITO SANTO dá testemunho acerca das Escrituras, assegurando aos crentes a veracidade da Palavra de DEUS escrita.
    Negamos que esse testemunho do ESPÍRITO SANTO atue isoladamente das Escrituras ou em oposição a elas.
    O texto das Escrituras deve ser interpretado mediante exegese histórico-gramatical, levando em conta suas formas e recursos literários, e que as Escrituras devem interpretar as Escrituras. Negamos a legitimidade de qualquer abordagem do texto ou de busca de fontes por trás do texto que conduzam a um revigoramento, desistorização ou minimização de seu ensino, ou a uma rejeição de suas afirmações quanto à autoria.
    * Uma confissão da autoridade, infalibilidade e inerrância plenas das Escrituras é vital para uma correta compreensão da totalidade da fé
    cristã. Afirmamos ainda mais que tal confissão deve conduzir a uma conformidade cada vez maior à imagem de CRISTO. Negamos que tal confissão seja necessária para a salvação. Contudo, negamos ainda mais que se possa rejeitar a inerrância sem graves conseqüências, quer para o indivíduo, quer para a Igreja.
    A AUTORIDADE E A INERRÂNCIA BÍBLICA
    1. EXPLICAÇÃO E BASE BÍBLICA PARA A AUTORIDADE BÍBLICA:
      “A autoridade das Escrituras significa que todas as palavras nas Escrituras são palavras de DEUS de modo que não crer em alguma Palavra a Bíblia ou desobedecer a ela é não crer em DEUS ou desobedecer a ele” Wayne Gruden
      Ou seja, a Bíblia é a Palavra de DEUS, escrita por homens, mas inspirada por DEUS que foram ordenados para que escrevessem de forma fiel aquilo que lhes foi dito.(Nm 22:38Dt 18:18-20Jr 1:914:14;23:16-2229:31-32Ez 2:713:1-16). Vemos alguns fatores que garantem a autoridade
      bíblica: Todas as palavras nas escrituras são Palavra de DEUS
      A Bíblia diz isso a seu próprio respeito: O Apóstolo Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por DEUS e ainda diz a sua completa utilidade, em várias áreas da vida e da necessidade interior e exterior do homem, caracterizando a autoridade, a inspiração, a inerrância e a suficiência bíblica para o homem em qualquer situação ou dificuldade de sua vida. (2 Tm 3:16).
      Em 1 Pe 1:21, o apóstolo Pedro nos afirma que nenhuma escritura veio de propósitos humanos e que nenhuma interpretação é particular ou pertence a uma pessoa ou a um grupo restrito, mas sim que foram homens que escreveram e falaram da parte de DEUS, movidos pelo ESPÍRITO SANTO.
      Somos convencidos a aceitar as reivindicações da Bíblia de que ela é a Palavra de DEUS, vemos que a partir do momento em que lemos a Bíblia e se inicia a ação do ESPÍRITO SANTO nos mostrando que as palavras da Bíblia são divinas, pois o próprio ESPÍRITO SANTO passa a falar aos nossos corações na palavra da Bíblia e por intermédio delas. Vemos isto com o Apóstolo Paulo nos falando em 1 Co 2:13,14.
      As palavras das Escrituras são auto-corroborantes. Elas se confirmam e se comprovam entre si mesmas, e não podem ser comprovadas por nada externo, como exemplo, razão humana, exatidão histórica, ou outros argumentos, caso isso aconteça estamos sugerindo que haja algo maior que a própria Escritura. Cremos que as Escrituras são a Palavra de DEUS por que elas reivindicam essa condição e cremos em sua reivindicação porque as
      Escrituras são a Palavra de DEUS.
      Não é o único meio de comunicação de DEUS, vemos no livro de Hb 1:1, que DEUS falou a nós pelos profetas de muitas maneiras.
      Outros indícios, a Bíblia é historicamente precisa, tem coerência interna, contém profecias que se cumpriram centenas de anos mais tarde e estão a se cumprir hoje, influenciou e influencia os rumos da História humana, muda a vida de milhões de pessoas, que encontram a salvação por seu intermédio, tem em seus ensinos uma beleza singular e majestosa e de uma profundidade que nenhum outro livro pode superar e afirma centenas de vezes que é a Palavra de DEUS. Então em virtude do exposto:
    2. NÃO CRER EM QUALQUER PALAVRA DA ESCRITURA OU DESOBEDECER A ELAS É NÃO CRER EM DEUS OU DESOBEDECER A ELE.
      Vemos que JESUS repreende os discípulos por não crerem nas Escrituras (Lc 24:25). Nós crentes devemos guardar e obedecer às palavras dos discípulos (Jo 15:20). Os cristãos são incentivados a se lembrar “do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos apóstolos” (2Pe 3.2). Desobedecer aos escritos tornava as pessoas passivas de afastamento do corpo de CRISTO (2Ts 3:142Co 13:2-3). E, finalmente DEUS se alegra em todo aquele que “treme” diante de sua Palavra (Is 66:2).
    3. VERACIDADE DAS ESCRITURAS
      Todas as palavras nas Escrituras são inteiramente verdadeiras e não contém erros em nenhum lugar.
      A Palavra de DEUS é o padrão definitivo da Verdade.
      Nenhum fato novo poderá contradizer a Bíblia
    4. AS ESCRITURAS SÃO A AUTORIDADE FINAL
      Vemos que DEUS quando deu os mandamentos a Moisés, Ele mandou que Moisés preparasse as tábuas em que Ele escreveu como seu próprio dedo (Ex 31:18), ou seja, escritas pelo próprio DEUS, o Próprio Senhor fez questão de escrever, registrar, para ser lembrado, para não ser alterado, para que fosse de fácil acesso e de mais fácil obediência e que como conhece o homem saberia de sua facilidade de alterá-la se fosse apenas através da tradição oral, tanto é que as tábuas ainda estão guardadas dentro da arca do concerto, que vai ser achada por nós quando da nossa reunião com o Senhor (Ex 25:16Ap 11:19).
       
    5. AS QUATRO CARACTERÍSTICAS DAS ESCRITURAS
    INERRÂNCIA BÍBLICA
    Antes de mostrarmos as características dessa inerrância, vimos no item anterior que todas as Palavras escritas na Palavra de DEUS são proveniente s de DEUS e não obedecer a elas significa não obedecer a DEUS e que por Ser Palavra de DEUS e ser impossível que DEUS minta ou fale com
    falsidade, então podemos dizer que a Palavra de DEUS é verdadeira e sem qualquer erro, ou destituída de qualquer imperfeição (Sl 12:6Pv 30:5Jo 17:17).
    Então podemos entender que os manuscritos bíblicos nos seus originais são desprovidos de quaisquer erros e não afirmam nada contrário aos fatos e sempre diz a verdade a respeito de todas as coisas que trata.
    Vejamos algumas características da inerrância bíblica:
    A Bíblia pode ser inerrante e ainda assim usar a linguagem cotidiana, como já vimos a Bíblia foi escrita por vários autores dos mais variados níveis culturais, portanto foi escrito de acordo com a estrutura de linguagem de cada um, sendo geralmente a linguagem usual do povo, no caso de um homem do povo, ou de um sacerdote, no caso de ser escrita por um sacerdote, ou rica em detalhes quando escrita por um médico, ou numa linguagem mais coloquial quando escrita por pescador ou por vaqueiro;
    A Bíblia pode ser inerrante e conter citações livres, no grego original, Koine em que foi escrito o NT não existia sinais de aspas ou pontuações que indicassem a autoria de determinado discurso por parte de uma pessoa, por isso no Original as citações não são diretas e sim livres abertas, porém o que deve ser observado é se elas estão de acordo como conteúdo verdadeiro já existente na própria Palavra;
    A inerrância é compatível com construções gramaticais pouco usuais que estão presentes na Bíblia, por conter muitas vezes a linguagem natural do povo comum, ocorrem erros gramaticais, porém foi feita na linguagem natural do povo, mas que não afetam nem destroem a fidedignidade das declarações e do conteúdo sagrado e verdadeiro das Escrituras.
     
    ALGUNS DESAFIOS PARA A INERRÂNCIA NOS DIAS DE HOJE
    A Bíblia é a única autoridade em questões de “fé e prática”,
    algumas pessoas nos dizem que a Bíblia só serve para questões relacionada a fé e a questões éticas de comportamento e conduta, o que abre margem para que outras áreas da Bíblia estejam com erros, porém temos que ver que a Palavra de DEUS é a verdade e por ser a verdade e infalível e inerrante em qualquer área, veja o que diz At 24:14.
    Em Rm 15:4 diz que tudo o que antes foi escrito foi escrito para o nosso ensino. Podemos dizer que a Bíblia é completamente pura, perfeita e verdadeira. (Sl 12:6Sl 119:96Pv 30:5). Vemos que o propósito geral das Escrituras é dizer exatamente tudo o que diz da maneira que diz. Tudo o que está declarado é por que DEUS quis que estivesse declarado, tudo tem o seu propósito, apenas dizer que a Palavra só serve para regra de fé e prática é impor limites a DEUS que não tem limites e é perfeito e poderoso para fazer abundantemente além de tudo o que pedimos ou pensamos.
    O termo inerrância é um exagero, a questão da inerrância não está no aspecto gráfico da escrita, mas sim no aspecto de que os propósitos divinos foram atingidos, na perfeição do que foi relatado e escrito, na perfeição do anelo de amor e da grandeza de DEUS que estão relatados na Palavra. Então de maneira nenhuma é exagero dizer que a Palavra é inerrante.
    Não possuímos manuscritos inerrantes, portanto não podemos falar de uma Bíblia inerrante. Os erros que se podem encontrar hoje em dia em relação aos manuscritos originais são ínfimos se comparados, chegam a ser menos de 1%, o que podemos falar que mesmo com a tradução permanecerão fiéis em sua integralidade, portanto a inerrância é mantida mesmo nos escritos de hoje mesmo com a diferença que existe em traduções.
    Os escritores bíblicos “adaptaram” suas mensagens a idéias falsas correntes na época deles, afirmando tais idéias de modo incidental.
    Diz que os escritores incluíram erros ou idéias erradas em seus escritos, só que essa afirmação nega a Soberania de DEUS, nem permite mentira ou erro algum, até por que DEUS não agiria contra o seu próprio caráter.
    A inerrância superestima o aspecto divino das Escrituras e
    negligencia o aspecto humano. Sabemos que a Bíblia é composta de dois aspectos, o divino e o humano e que se necessita dar a devida atenção a ambos.
    Há erros evidentes na Bíblia. O grande problema é que muitas pessoas afirmam que a Bíblia contém vários erros, o maior problema é que esses erros não conseguiram ser comprovados até hoje e cremos que não vão ser. O detalhe é que a idéia de erros na Bíblia parte da visão de cada uma das pessoas, por olharem a Palavra a partir dos seus conceitos e valores. Porém a verdade é que já vão muitos e muitos anos e os erros nunca conseguiram ser comprovados e de lá até hoje a Palavra é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gu7mes e penetra até o mais íntimo do ser (Hb 4:11).
     
    PROBLEMAS COM A REJEIÇÃO DA INERRÂNCIA:
    Sem a inerrância ao imitar DEUS vamos mentir intencionalmente em questões secundárias.
    Sem a inerrância será que podemos confiar em tudo o que DEUS nos diz?
    Sem a inerrância, faremos de nossa mente humana um padrão de verdade maior que a Palavra de DEUS.
    Sem a inerrância e com alguns pequenos itens errados vamos partir para afirmar que determinadas doutrinas fundamentais também estão erradas.
     
    A CLAREZA BÍBLICA:
    DEFINIÇÃO DE CLAREZA
    A Bíblia é escrita de forma que todas as informações que interessam ao homem para a sua salvação e encontro, intimidade e relacionamento com DEUS encontram-se bem claramente expostas nas Escrituras e podemos ainda definir da seguinte forma: afirmar que as escrituras são claras é dizer que a Bíblia está escrita de modo que seus ensinamentos podem ser compreendidos por todos os que a lerem em relacionamento com DEUS e aplicando a sua vida.
    “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” Esta passagem fala sobre a clareza e a nossa responsabilidade diante desta Palavra clara. Por outro lado vemos que a Palavra quando ela é dirigida é dirigida aos povos, e não a determinadas pessoas, ou seja, a todos os que estão com o sentimento de aprender de DEUS. No Salmo 19:7 “O testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices”, já no Salmo 119:130 diz: “A revelação da tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples”. Ainda em outra passagem a Bíblia nos diz que o Povo de DEUS erra por que lhe falta o conhecimento das Escrituras e nem conhece o poder de DEUS e ainda a própria Palavra de DEUS fala que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação (2Pe 1:20).
    AS QUALIDADES ESPIRITUAIS E MORAIS NECESSÁRIAS PARA A COMPREENSÃO CORRETA DA PALAVRA;
    Temos que compreender que a compreensão correta da Palavra é mais moral e espiritual do que intelectual “Ora, o homem natural não compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê- las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1Co 2:14), a Escritura é clara sim, mas ela só será bem compreendida por quem se dispuser a receber os
    seus ensinamentos, até por que não é um livro de homens e sim o Livro de DEUS para os homens. (1 Co 1. 18 - 3:42Co 3:14-164:3-4,6Hb 5:14: Tg 1:5-6: 2 Pe3:5Mc 4:11-12Jo7:17; 3:43.)
    As Escrituras podem e devem ser lida por todos os que buscam sinceramente a salvação e por todos os crentes que a leiam buscando o auxílio de DEUS para a sua compreensão, pois nestes casos o ESPÍRITO SANTO está a agir fazendo as transformações necessárias, trazendo a mudança e fazendo a verdade prevalecer. (Rm 4: 1 -251: 18-25Tg1: 5-622-25)
    POR QUE AS PESSOAS NÃO COMPREENDEM CORRETAMENTE AS ESCRITURAS?
    Por muitas vezes não compreendemos as escrituras por falta de fé ou por dureza de nossos corações (Lc 24: 25), porém para interpretar de maneira correta a Palavra temos que trazer o entendimento a través de princípios corretos de interpretação que é a hermenêutica, que averiguar os métodos corretos de interpretação e a inda através do estudo e da explicação de um texto bíblica que é a chamada exegese.
    A grande vantagem desta característica da Palavra é que diante de grandes questionamentos e dos grandes embates que o homem faz em torno da Palavra duas coisas apenas podem acontecer a primeira é querermos afirmar verdades em torno do que a Bíblia se cala e aí muitas vezes queremos ser maiores que a Palavra e o outro é no que a Bíblia fala se erramos é por que não interpretamos de forma correta e coerente.
     
    A NECESSIDADE BÍBLICA:
    A BÍBLIA É NECESSÁRIA PARA SE CONHECER O EVANGELHO
    (Rm 10:13-17): “porque “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!” No entanto, nem todos os israelitas aceitaram as boas novas. Pois Isaías diz: “Senhor, quem creu em nossa mensagem?”
    Conseqüentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de CRISTO.” É fundamental para o homem que ele invoque ao Senhor para que seja salvo, só invocamos em quem cremos ou que sabemos que existe e que é poderoso para fazer alguma coisa por nós.
    Não podemos crer se não conhecemos ou se não sabemos se ele
    existe.
    E nem ouviremos falar nele se alguém não nos falar, e finalmente alguém para falar dele vai fala da Palavra DELE, ou seja a Palavra é necessária para as nossas vidas e é necessária para a SALVAÇÃO.
     
    A BÍBLIA É NECESSÁRIA PARA SUSTENTAR A FÉ ESPIRITUAL
    “Não só de pão viverá o homem mas de toda Palavra que sai da boca de DEUS” (Mt 4: 4), Moisés diz o seguinte: “Elas não são palavras inúteis. São a sua vida. Por meio delas vocês viverão muito tempo na terra da qual tomarão posse do outro lado do Jordão”.(Dt 32:47) e ainda 1 Pe 2:2 e 1 Pe 1: 23- 25.
    A BÍBLIA É NECESSÁRIA PARA SE CONHECER A VONTADE DE DEUS
    Sem a Palavra escrita de maneira alguma poderíamos conhecer a vontade de DEUS para os homens, para as nossas vidas. Somente através da Bíblia temos os ensinos e as direções que o Senhor quer para as nossas vidas. Na Palavra de DEUS temos expressões claras da vontade de DEUS para os homens, vejamos (Dt 29: 29) que diz: ““As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso DEUS, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei.
    DEUS quer que sejamos irrepreensíveis por vivermos de acordo com a Palavra de DEUS (Sl 119:1), ele quer que o homem seja bem aventurado pois o homem bem aventurado, não anda no conselhos dos ímpios e sim medita na lei do Senhor de dia e de noite (Sl 1:1,2). Diz ainda que amar a DEUS é guardar os seus mandamentos (1 Jo 5: 3), ou seja, se queremos ter um conhecimento preciso da vontade de DEUS, devemos então estudar as Escrituras para alcançarmos um conhecimento seguro da Palavra de DEUS.
    Porém, finalizando este item temos que a Bíblia é necessária para alcançar conhecimento seguro sobre qualquer assunto, pois aquele que criou todas as coisas, o universo e tudo o mais e que jamais mente ou se engana nos revelou a verdade e o que é verdadeiro.
    Mas um pequeno detalhe a BÍBLIA NÃO É NECESSÁRIA PARA SABER QUE DEUS EXISTE e NÃO É NECESSÁRIA PARA SE SABER ALGO SOBRE O CARÁTER E AS LEIS MORAIS DE DEUS.
     
    A SUFICIÊNCIA BÍBLICA:
    DEFINIÇÃO DE SUFUCIÊNCIA
    Dizer que as Escrituras são suficientes é dizer que a Palavra que DEUS deixou escrita é suficiente e o bastante para que possamos alcançar a salvação, e para que possamos confiar em DEUS e obedecê-lo e o mais que necessitamos para uma vida com DEUS em todos os aspectos. E mais ainda ela não precisa de acréscimos, nem de ajustes, nem de reparos ou concertos e adequações. (Dt 4:2Dt 12:32Pv 30:5-6Ap 22: 18-19).
    Na Bíblia está contido tudo o que DEUS quer que pensemos e façamos; (Dt 29: 29);
    Na Bíblia nada devemos acrescentar e ainda, nada devemos equiparar a Ela. Ex.: Livro de Mórmons, Ciência Cristã (Ciência e saúde com uma chave para as Escrituras, de Mary Baker Eddy,) que afirmam crer na
    Bíblia mas dão igual valor ou até mesmo superior valor a esses livros em relação a Bíblia.
    DEUS não exige que creiamos em nada sobre si mesmo ou sobre sua obra redentora que não se encontre na Palavra.
    Nenhuma revelação moderna de DEUS deve ser equiparada a Bíblia no tocante à autoridade.
    Não existe pecado que não seja proibido pelas Escrituras. Quer explicitamente, quer implicitamente, temos que ser irrepreensíveis (Sl 119: 1).
    DEUS não exige nada de nós que não esteja escrito e determinado explícita ou implicitamente na sua Palavra. Obedecerei constantemente à tua lei, para todo o sempre. “Andarei em verdadeira liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos. Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar”. (Sl 119: 44-45165).
    Devemos enfatizar o que a Bíblia enfatiza e nos contenta com aquilo que DEUS nos disse nas Escrituras. (Dt 29: 29);
     
     
    TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON - A Palavra Inspirada de DEUS - John R. Higgins
     
    A teologia, na sua tentativa de conhecer a DEUS e de tornado conhecido, parte do princípio de que o conhecimento a respeito do Supremo Ser já tenha sido revelado. Esta revelação é o fundamento de todas as afirmações e pronunciamentos teológicos. O que não foi revelado não pode ser conhecido, estudado ou explicado.
    Noutras palavras, a revelação é o ato de tornar conhecido algo que antes era desconhecido. O que estava escondido passa a ser conhecido. A mãe revela o que está sendo assado no forno; o mecânico, o que deu pane no motor. Cada um destes mistérios termina aí.
    Embora a revelação ocorra em todas as áreas da vida, o termo acha-se especialmente associado à religião. "Onde houver religião, aí haverá uma reivindicação de revelação". As questões da fé centralizam-se no fato de que DEUS fez-se conhecido aos seres humanos. O cristianismo é a religião baseada na revelação que DEUS fez de si mesmo.
    A Bíblia emprega vários termos em grego e hebraico para expressar o conceito da revelação. O verbo hebraico gãlãh significa revelar por meio do ato de descobrir ou de arrancar alguma coisa que cobre (Is 47.3). Frequentemente, é usado no tocante à revelação (comunicada) que DEUS faz de si mesmo às pessoas: "Certamente, o SENHOR DEUS não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am 3.7). A palavra grega apokalupsis (revelação) está associada a esta idéia: tornar conhecido o Evangelho. Paulo afirmou que não recebeu o Evangelho mediante instrução humana, mas "pela revelação de JESUS CRISTO" (Gl 1.12). J. Oliver Buswell alega que a palavra apokalupsis pode ser usada a respeito de pessoas, ou de objetos, mas que, usualmente, refere-se a alguma verdade revelada. Por outro lado, é DEUS quem manifesta ou mostra (gr. phaneroõ) a si mesmo (1 Tm 3.16).
    A revelação, noutras palavras, envolve não somente informações a respeito de DEUS, mas a revelação que DEUS fez de si mesmo. Isso não significa, porém, que devemos rejeitar a revelação proposicional4 e preferir a existencial. 5 Pelo contrário: "a revelação a respeito de DEUS é crucial para o conhecimento de DEUS".6 Através de suas palavras e ações, DEUS torna conhecida a sua Pessoa, seus caminhos, valores, propósitos e o seu plano de salvação. O alvo final da revelação divina é que as pessoas venham a conhecer a DEUS de modo real e pessoal.
    Embora a revelação divina esteja frequentemente limitada ao desvendamento que DEUS faz da própria Pessoa, em atos ou palavras, pode ela também ser considerada a concatenação maior de eventos revelados. Essa definição da revelação divina incluiria a reflexão e a inscrição (registrar a revelação na forma escrita) pelos escritores inspirados, o processo da canonização desses mesmos escritos e a iluminação pelo ESPÍRITO SANTO daquilo que DEUS de fato revelou.
     
    A Revelação de DEUS ao Gênero Humano
    No conceito de um DEUS que se revela, está inerente a realidade de um DEUS que se encontra plenamente cônscio da própria existência. Cornélius Van Til descreve o conhecimento que DEUS tem de si mesmo como analítico: "conhecimento que não é obtido mediante a referência a algo que existe fora da pessoa que o exerce".7 O conhecimento que DEUS tem de si mesmo não proveio de comparar-se, ou contrastar-se, com algo fora de si mesmo: "DEUS possuía em si mesmo todo o conhecimento desde toda a eternidade. Portanto, todos os conhecimentos que qualquer criatura finita poderia ter de DEUS, quer a respeito dEle, quer a respeito do próprio universo criado, teriam de depender da revelação de DEUS".
    O DEUS absoluto e eternamente consciente de si mesmo tomou a iniciativa de se tornar conhecido à sua criação.
    A revelação que DEUS fez de si mesmo foi um autodesvendamento deliberado. Ninguém forçou a DEUS a se tomar conhecido; ninguém o descobriu por acidente. Num ato voluntário. DEUS fez-se conhecido aos que, de outra forma, não poderiam conhecê-lo. Emil Brunner entende que a auto-revelação divina é uma "incursão de outra dimensão", trazendo conhecimentos "totalmente inacessível às faculdades naturais que o homem possui à pesquisa e à descoberta".'
    A humanidade finita deve lembrar-se de que o DEUS infinito não pode ser encontrado à parte do próprio convite para o conhecermos. J. Gresham Machem levanta graves dúvidas contra os deuses que os homens criam:
    Um ser divino que pudesse ser descoberto mediante os meus próprios esforços, independentemente de sua vontade graciosa de se revelar... seria, ou um mero nome para certo aspecto da própria natureza humana, um deus encontradiço dentro de nós mesmos, ou, por outro lado... uma coisa meramente passiva, sujeita à investigação assim como as substâncias que são analisadas no laboratório... Devemos estar mais que certos de que não podemos conhecer a DEUS a não ser que Ele tenha decidido revelar-se a nós.
     
    No livro de Jó, a resposta à pergunta de Zofar a respeito da possibilidade de se sondar os mistérios divinos é um "não" em alto e bom som (Jó 11.7). Mediante nossas próprias pesquisas, à parte daquilo que DEUS revelou, nada poderia ser descoberto a respeito dEle e de sua vontade, nem sequer de sua existência. Pelo fato de o infinito não poder ser desvendado pelo finito, todas as afirmações humanas a respeito de DEUS acabam sendo perguntas em vez de firmarem como declarações. "As mais sublimes realizações da mente e do espírito humanos não bastam para chegarem ao conhecimento de DEUS".
    O ser humano jamais progride além desta realidade: o que DEUS revelou pela própria vontade estabelece os limites de todo o conhecimento a respeito dEle. A revelação divina destitui todas as alegações do orgulho, autonomia e auto-suficiência humanos. O DEUS do Universo tornou-se conhecido; a maneira certa de acolhermos tal iniciativa é reconhecer esta revelação. Ele determinou qual seria essa revelação, a forma que ela teria e as várias condições e circunstâncias exigidas para recebermos a sua auto-revelação. Essa revelação foi um desvendamento controlado de seu próprio ser. A comunicação de si mesmo foi determinada exclusivamente pelo próprio DEUS.
    DEUS determinou as ocasiões da sua revelação. Não se revelou de uma só vez, mas optou por revelar-se paulatinamente no decurso de muitos séculos. "Havendo DEUS, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais" (Hb 1.1). Mesmo para DEUS há "tempo de estar calado e tempo de falar" (Ec 3.7). Ele se revelou quando estava pronto para isso, quando achou por bem fazer conhecido o seu nome e os seus caminhos (Ex 3.14,15).
    Até mesmo a maneira de DEUS se revelar - ajudando os seres humanos a compreender a sua natureza, caminhos e o seu relacionamento com eles - também foi por Ele determinada. Às vezes, o método era externo, tal como uma voz, um evento, uma nuvem ou um anjo. Em outras ocasiões, a revelação era interna: um sonho ou visão (Ex 13.21,22Nm 12.6Dn 9.21,22; At 9.3,4). Seja de modo externo ou interno, era sempre DEUS quem revelava; Ele escolheu a maneira de revelar a sua verdade.
    Semelhantemente, DEUS determinou o local e as circunstâncias da sua revelação. Fez-se conhecer no jardim dq Eden, no deserto de Midiã e no monte Sinai (Gn 2.15-17Ex 3.4-1219.9-19). Nos palácios, nos campos e nas prisões, Ele tornou conhecida a sua Pessoa, bem como seus caminhos (Ne 1.11Lc 2.8-14; At 12.6-11). Quando o ser humano busca a DEUS, só consegue achá-lo segundo as condições por Ele estabelecidas (Jr 29.13). DEUS determina até mesmo quem receberá a sua revelação, quer se trate de pastores ou reis, quer de pescadores ou sacerdotes (Dn 5.5-24Mt 4.18-2026.63,64).
    O conteúdo da revelação divina é aquilo que DEUS queria fosse comunicado - nada mais, nada menos que isso. Todas as considerações a respeito de DEUS não passam de mera especulação à parte do que Ele mesmo revelou. Karl Barth descreve DEUS como aquele "para quem não existe caminho nem ponte, a respeito de quem não poderíamos dizer... uma única palavra se Ele, por sua própria iniciativa não viesse ao nosso encontro".12 A partir da revelação inicial que Ele fez de si mesmo, e por toda eternidade, Carl F. H. disse que "o DEUS da Bíblia é totalmente determinativo no tocante à revelação".13
    A revelação, proveniente e determinada por DEUS é, portanto, uma comunicação pessoal. Tem sua origem num DEUS pessoal, e é acolhida por uma criação pessoal. DEUS se revela não como alguma mera força cósmica ou objeto inanimado, mas como um ser pessoal que fala, que ama, e que se importa com a sua criação. Ele despreza "outros deuses" que não passam de obra das mãos do artífice (Is 40.12-2846.5-10). Pois Ele se revela em termos de relacionamentos pessoais, e se identifica por designativos tais como Pai, Pastor, Amigo, Guia e Rei. E nesses tipos de relacionamentos pessoais que os seres humanos têm o privilégio de conhecê-lo.
    A revelação de DEUS é uma expressão da graça divina. DEUS jamais sentira-se constrangido por qualquer necessidade a revelar-se. A perfeita comunhão entre o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO não carecia de nenhuma suplementação externa. Pelo contrário: DEUS se deu a conhecer aos seres humanos, visando o próprio bem destes. O maior privilégio do ser humano é poder conhecer a DEUS, glorificá-lo e desfrutar para sempre de sua presença.14 Essa comunicação privilegiada reflete o amor e a bondade de DEUS que, graciosamente, deu-se a conhecer. Emil Brunner considera maravilhoso e estupendo que "o próprio DEUS haja dado de si mesmo pessoalmente a mim; somente dessa maneira, posso entregar-me a Ele ao aceitar a doação de si mesmo a mim".15
    Carl F. H. Henry chama a atenção para as expressões "a vós, a nós" da revelação divina, quando DEUS nos traz a boa nova, de valor incalculável, de que Ele chama a raça humana à comunhão com Ele.
    O propósito de DEUS, na revelação, é que o conheçamos pessoalmente conforme Ele é, que aceitemos seu perdão gracioso e sua oferta de uma nova vida, que sejamos libertos do julgamento catastrófico em consequência de nossos pecados, e que entremos na comunhão pessoal com Ele. Ele declara: "Eu vos serei por DEUS, e vós me sereis por povo" (Lv 26.12).16
    DEUS, na sua misericórdia, continua a revelar-se à humanidade caída. Andar com Adão e Eva no paraíso ajardinado foi bondade dEle, mas chamar ao perdão e à reconciliação os pecadores teimosos e contumazes revela amor bem maior (Gn 3.8Hb 3.15). Seria compreensível que a revelação graciosa de DEUS terminasse com a colocação da espada de fogo no Éden, na fabricação do bezerro de ouro pelos israelitas, ou na rude cruz do Calvário. A revelação de DEUS, no entanto, é redentora no seu caráter. "O DEUS invisível, oculto e transcendente, a quem nenhum homem viu nem poderá ver, revelou-se na vida humana a fim de que os pecadores se aproximassem dEle".17
    A dádiva suprema que DEUS oferece à raça humana é o convite para que todos o conheçam pessoalmente. "Tu nos criaste para ti mesmo, e o nosso coração está inquieto até que ache repouso em ti". Conhecer a DEUS, mesmo um ' pouco, é desejar conhecê-lo melhor. "Pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a CRISTO JESUS" (Fp 3.8).
    Fica óbvio: a revelação que DEUS fez de si mesmo visa o benefício do ser humano. Isso não quer dizer, porém, que a revelação divina, por si só, garanta uma resposta positiva a DEUS da parte de quem a recebeu. "Precisamente porque a revelação divina visa o benefício do homem, não ousamos obscurecer o seu conteúdo informativo, nem pensar erroneamente que a revelação divina outorga a salvação automática de quem a possua. Ouvir as boas novas reveladas por DEUS não nos redime automaticamente".
    A revelação divina é uma proclamação de vida, mas quando rejeitada, é uma proclamação de morte (Dt 30.152 Co 2.16).
    Graciosamente, DEUS revelou-se a si mesmo, bem como os seus caminhos ao ser humano. Sua auto-revelação abrange os séculos; é variada na sua forma, e oferece comunhão privilegiada com o Criador. Essa revelação abundante, todavia, não esgotou o mistério do DEUS eterno. Há aspectos de sua Pessoa e do seu propósito que Ele optou por não tornar conhecidos (Dt 29.29Jó 36.26; SI 139.6; Rm 11.33). A retenção deliberada de tais informações serve-nos de lembrança: DEUS transcende a própria revelação. O que DEUS não revelou está além das necessidades e possibilidades da descoberta humana.
    A revelação tem sua base, mas também os seus limites, na vontade de DEUS... Os seres humanos universalmente não possuem recursos naturais para delinearem a natureza e a vontade divina. Nem sequer os dotados de capacidades especiais, ou de notáveis qualidades religiosas, poderão, mediante as próprias capacidades, aprofundar-se nos segredos do Infinito... e esclarecer, com o próprio poder e iniciativa, os mistérios da eternidade.
     
    As bibliotecas estão cheias de explicações acerca da auto-revelação de DEUS, mas não se deve considerar que tais dissertações acrescentem algo à Sua revelação. A exemplo de João Batista, somos chamados a testificar da luz, e não para criar nova luz (Jo 1.7).
    Em todos os aspectos, DEUS mantém o domínio total sobre a própria revelação. Não é prisioneiro da majestade de sua própria Pessoa a ponto de nem sequer poder se revelar. Ele pode selecionar o que é revelado. Assim como determina o conteúdo e as circunstâncias da sua revelação, também determina a extensão da revelação. A limitação consciente que DEUS impõe à sua revelação reflete a natureza de sua Pessoa. "Embora DEUS se revele na sua criação, Ele não deixa de transcender ontologicamente (no tocante à sua existência) o universo, como seu Criador, e também transcende o homem epistemologicamente (no tocante à natureza e limites do conhecimento humano)".21 O DEUS da Bíblia não é panteísta; Ele se revelou à sua criação como Criador -uma revelação separada e voluntária que está inteiramente sob seu controle.
    Embora os seres humanos não hajam esgotado totalmente o conhecimento de DEUS, tal revelação não é incompleta no que diz respeito às nossas necessidades básicas. O que DEUS já revelou é suficiente para a nossa salvação, aceitabilidade diante dEle, e para a nossa instrução na justiça. Mediante a revelação divina, podemos conhecê-lo e crescer nesse conhecimento (SI 46.10; Jo 17.32 Pe 3.181 Jo 5.19,20).
    O DEUS inexaurível continuará a transcender a sua revelação. Somente no céu é que lograremos alcançar, dEle, um conhecimento maior e mais completo (1 Co 13.12). Uma a das alegrias celestiais será o desdobrar, durante toda a eternidade, de maiores entendimentos da pessoa divina e de seus modos, sempre graciosos, em lidar com os redimidos (Ef 2.7). O fato de agora conhecermos apenas "em parte" não altera, contudo, a validade, a importância e a fidedignidade da revelação divina em nosso dia-a-dia.
    Tratando-se da revelação divina, o DEUS da Bíblia coloca-se em marcante contraste com os deuses do paganismo politeísta. Ele não é nenhuma deidade local que está a disputar, com outras, as lealdades dos adoradores. Não é um ídolo mudo lavrado em madeira ou pedra. Tampouco é a voz projetada dos líderes políticos que revestem suas ideias com a mitologia religiosa. Pelo contrário: Ele é o único e verdadeiro DEUS; é o Senhor de todo o Universo. A revelação de sua vontade é lei para todos os povos. Ele é o Juiz de toda a terra (Gn 18.25; SI 24.1; Rm 2.12-16).
    Walther Eichrodt discorre sobre a possibilidade linguística de se interpretar o Shema hebraico: "Yahweh nosso DEUS é o único DEUS" (Dt 6.4), indicando que Yahweh não é um DEUS que possa ser dividido em várias deidades ou poderes da mesma maneira que os deuses cananeus.22 Quando Ele fala, há uma só voz; não há lugar para mensagens confusas ou conflitantes. Embora DEUS possa optar por revelar-se através de vários meios, e falar através de muitas pessoas, a mensagem permanece sendo dEle só; fica evidente a continuidade e coerência desta. Na revelação divina, não há revelações com duplo sentido, ou rivais, mas uma unidade compreensiva que flui de um só DEUS - o único e verdadeiro DEUS.
    Consequentemente, a verdadeira revelação divina tem seu aspecto exclusivo. Henry sugere dois perigos que ameaçam sua exclusividade. O primeiro: ver a experiência humana sob o aspecto sobrenatural nas religiões não-cristãs como se fora revelação divina válida. Tais religiões não falam com a voz de DEUS, mas com a de Satanás e seus demônios (1 Co 10.20). Algumas delas até mesmo negam o fator indispensável da revelação divina genuína: a existência pessoal de DEUS. O segundo perigo: a tendência de se reconhecer fontes adicionais de revelação independente (tais como o raciocínio e a experiência humanos), e colocá-las lado a lado com a revelação feita pelo próprio DEUS. Não obstante o raciocínio humano capacitar-nos a tomar conhecimento da verdade divina, o raciocínio não é uma nova fonte originária da verdade.23 Semelhantemente, podemos experimentar a verdade divina, mas a nossa experiência não a cria. Nossa teologia não deve edificar-se sobre a experiência subjetiva, mas na palavra objetiva de DEUS. Nossa experiência deve ser julgada pela palavra. Sejamos como os bereanos que "de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (At 17.11).
     
    Categorias da Revelação Divina
    As duas categorias primárias da revelação divina são a revelação geral e a especial. A geral envolve a revelação que DEUS fez de si mesmo a todos os homens em toda parte. A especial é o desvendamento que DEUS faz de si mesmo de modo imediato e sobrenatural. A teologia natural24 e a revelada são os conceitos teológicos utilizados para denotar a revelação geral e a especial. Usualmente, entende-se que a revelação geral consiste em DEUS se fazer conhecido através da história, do ambiente natural e da natureza humana.
     
    A Revelação Geral
    A história da humanidade. DEUS se revelou através de sua direção providencial na história da humanidade. Como Soberano do Universo, Ele atua na sua criação, supervisionando-a e dirigindo-a. Guia os assuntos da humanidade em direção ao cumprimento de seus propósitos. Em favor de seu povo, age de modo contundente e decisivo. Israel deleitava-se em recitar os poderosos "atos de DEUS" no decurso de sua história (SI 136). Ele é o DEUS que estabelece e derruba reis (Dn 2.21). Os credos da Igreja ressaltam os atos divinos de redenção na história. O Credo dos Apóstolos, por exemplo, enfatiza os atos da criação; da encarnação, crucificação, ressurreição, ascensão e segunda vinda de CRISTO; e do juízo final. O estudioso da história encontra traços da atuação divina nas interações que se verificam entre as diversas nações, povos e tribos. Como o DEUS que é justo e poderoso, seu modo de lidar com a humanidade tem continuidade e coerência: "A história tem o caráter teológico; a totalidade dela leva os sinais da atividade divina".25 Toda a história desdobra-se sob o propósito soberano de DEUS; Ele a controla, orienta e age pessoalmente nela.
    A natureza. DEUS também se revela através da natureza e do Universo. A criação, com sua infinita variedade, beleza e ordem, reflete um DEUS infinitamente sábio e poderoso. A lua e as estrelas incontáveis, nos céus, são obra dos dedos do Senhor; seu nome é majestoso em toda a terra que por Ele foi criada (SI 8).
    Salmo 19 fornece informações importantes a respeito da revelação geral na natureza.
    Os céus manifestam a glória de DEUS e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até ao fim do mundo (SI 19.1-4).
    Este texto bíblico está envolto em controvérsia, mormente por causa da tradução mais literal do v. 3: "Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som" (ARA), em contraste com: "Não existe linguagem nem idioma humano em que não se ouve a sua voz" (NVI). Dessa controvérsia, surgem quatro interpretações diferentes, que sugerem igual número de conceitos da revelação geral na natureza:
    1- O Universo é mudo, e não há nenhuma revelação geral objetiva na natureza.
    2- Há na natureza uma revelação geral objetiva, mas não é percebida subjetivamente por cair em ouvidos e olhos danificados pelo pecado.
    3- Não existe revelação geral e objetiva na natureza. Pelo contrário: uma revelação geral e subjetiva, falsamente atribuída à natureza, é obra exclusiva dos cristãos. O que já conhece a DEUS através da revelação especial imagina vê-lo na criação.
    4- Há uma revelação geral objetiva, mas não é apresentada num idioma formal escrito ou falado, nem possui forma proposicional. Pelo contrário: acha-se envolvida na linguagem da natureza, que transcende toda a linguagem humana, que abrange toda a terra, e está à disposição de todo o ser humano.
    A quarta interpretação parece encaixar-se melhor no contexto do Salmo 19 e das doutrinas encontradas noutras partes das Escrituras no tocante à revelação geral. "A mensagem, sem palavras, da glória de DEUS, estende-se por toda a terra. A reflexão de DEUS na vasta exibição de corpos celestes pulsando no céu é. vista por todo ser humano".26 Outros Salmos, tais como o 29, 33, 93 e 104, celebram a majestade divina revelada no âmbito da natureza.
    Aos habitantes de Listra, Paulo fala de um testemunho contínuo que DEUS, o Criador, deixou a respeito de seu relacionamento com a criação: "E vos anunciamos que vos convertais... ao DEUS vivo, que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto há neles... não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria o vosso coração" (At 14.15-17).
    No discurso aos atenienses no Areópago (At 17), Paulo apela àquilo que já lhes fora descoberto mediante a revelação geral - DEUS é Criador e soberano sobre a sua criação. Ele é auto-suficiente, a origem de toda a vida e de tudo o mais que a raça humana necessite. E age nos acontecimentos humanos. Paulo, de modo bem relevante, explica a razão da auto-revelação divina na natureza. DEUS fez assim"para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar" (At 17.27). Este é o alvo positivo da revelação geral.
    Romanos 1.8-21 tem sido chamado o trecho clássico da auto-revelação de DEUS na natureza. A revelação geral através da natureza é universalmente outorgada e universalmente recebida. Leva a verdade a respeito de DEUS a todos os seres humanos, inclusive aos pecadores. Através da natureza, as qualidades invisíveis de DEUS - "tanto seu eterno poder como a sua divindade" - tornam-se visíveis. Tais verdades a respeito de DEUS, mediadas pela natureza, "se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas" (Rm 1.20). Tanto a percepção dos sentidos quanto a reflexão da mente são confrontadas pelo fenômeno da natureza.
    A revelação da natureza é uma revelação da parte de, DEUS a respeito de DEUS. "A fala de DEUS na natureza não deve ser confundida com a noção de um cosmos falante. Há, inclusive, os que insistem que a natureza fala de tal modo que devemos escutá-la como se fora a voz de DEUS. Mas a mensagem da Bíblia é: 'Ouça a DEUS!' e não 'Escute a natureza!'"
    Não obstante DEUS se revelar na ordem da natureza, não deve ser identificado com o Universo criado como o quer o panteísmo. A terra e o Universo não são DEUS, nem deuses. Se o fossem, sua destruição implicaria na destruição de DEUS. Por outro lado, DEUS está envolvido nos acontecimentos do Universo que Ele criou, e no qual se revela de muitas maneiras.
    Infelizmente, o pecador rebelde suprime a verdade que a natureza revela a respeito de DEUS, provocando-lhe a ira (Rm 1.18). E, dessa forma, cai o impenitente nas maiores profundezas da impiedade (Rm 1.21-32).
    A natureza humana. A revelação geral também inclui a auto-revelação de DEUS através da natureza humana. A humanidade foi criada à imagem de DEUS (Gn 1.26-27). Mas a Queda levou ao rompimento na comunhão entre DEUS e o homem. Não obstante, o pecado não conseguiu extinguir de todo a imagem divina nos seres humanos.
    Embora o homem seja totalmente pecador, a Bíblia reconhece ser ele uma criatura racional com quem DEUS pode se comunicar... É por isso que DEUS manifesta o seu convite: "Vinde, então, e argui-me, diz o SENHOR". Além disso, textos do Novo Testamento, tais como Efésios 4.24 e Colossenses 3.10, asseguram-nos existir um ponto básico de contato entre DEUS e o homem.
     
    Depois da Queda, a imagem divina no homem foi desfigurada e distorcida, mas não totalmente destruída (Gn 9.6Tg 3.9). A renovação fazia-se premente.
    A natureza moral e espiritual da humanidade reflete, mesmo de forma bastante inadequada, o caráter moral de um Criador santo e perfeito. Uma consciência universal (por mais distorcida) da conexão entre a humanidade e DEUS é afirmada repetidas vezes nas Escrituras. Que o diga o testemunho dos missionários e antropólogos.30 Romanos 2 confirma a validade da revelação divina através da natureza humana, mesmo à parte de qualquer revelação especial (Rm 2.11-15). Os que não possuem a Lei Mosaica "fazem naturalmente as coisas que são da lei", pois "mostram a obra da lei escrita no seu coração" (Rm 2.14,15). Até mesmo os que se acham alienados de DEUS por causa do pecado não estão destituídos da consciência moral e dos impulsos que refletem as normas de conduta. A graciosa revelação moral de DEUS ao coração humano tem preservado a raça adâmica de irrefreada autodestruição.
    Os judeus tinham um código moral escrito na Lei. Os gentios, por outro lado, possuíam conceitos morais básicos-fundamentais para a lei escrita no seu coração. Paulo, referindo-se às exigências da lei ("as coisas que são da lei"), enfatiza que os gentios não têm uma lei diferente. Essencialmente, era a mesma lei dos judeus. Essa "lei do coração" é inferior apenas por ter menos pormenores e clareza. O princípio unificante entre a Lei escrita e a lei do coração é o próprio DEUS!
    Muitos limitam essa revelação geral à consciência humana. Pois esta dá testemunho da "revelação ao coração" concedida por DEUS como um "segundo conhecer" que se acha lado a lado com que já foi revelado. O "testemunho conjunto" da consciência julga se alguém está vivendo em obediência às coisas da lei escrita no coração. Além disso, nossos pensamentos ou nos acusam, ou nos exime de culpas, de conformidade com nossa obediência ou desobediência à lei do coração (Rm 2.15). Consequentemente, os não-regenerados, mesmo sem terem diante de si nenhuma lei divina escrita, experimentam incontáveis conflitos todos os dias ao se verem confrontados pela lei de DEUS dentro deles.
    A revelação geral leva o conhecimento cognitivo de DEUS a toda a humanidade. Tal conhecimento é verdadeiro, claro e inexorável. "O testemunho que o DEUS Criador dá de si mesmo... continua dia após dia, hora após hora, e momento após momento. O homem caído, no seu dia-a-dia, nunca fica totalmente separado nem isolado da revelação de DEUS".33 A pessoa que declara que não há DEUS, é mui estulta. Semelhante declaração nega o que se acha no íntimo de nosso ser, e que surge diante de nós em todos os momentos de nossa existência.
    Bruce Demarest alista 19 áreas específicas do conheci-a mento a respeito de DEUS que, segundo declaram as Escrituras, vem à humanidade através da revelação geral.34 Conclui que "a glória de DEUS (SI 19.1), a natureza divina (Rm 1.20), e as exigências morais (Rm 2.14,15) são conhecidas, até certo ponto, através da revelação geral!"35 A revelação geral que DEUS fez de si mesmo é objetiva, racional e válida, independentemente de o ser humano já ter correspondido (ou tido acesso) a qualquer revelação especial de DEUS. "A Revelação Geral não é algo que os que já conhecem a DEUS (por outros meios) alegam perceber na natureza. Pelo contrário: está presente na Criação e na contínua providência divina". 36
    Aceitar a validade do propósito da revelação geral não implica em negar as conseqüências da Queda com respeito a tal revelação. De maneira bastante clara, a Bíblia afirma ter o pecado afetado o conhecimento que o ser humano possui de DEUS (At 17.23; Rm 1.18-212 Co 4-4). O pecado obscurece o conhecimento divino que vem através da revelação geral a ponto de limitar a compreensão de que DEUS realmente existe em majestade e poder, e que Ele executa julgamento moral. Os efeitos do pecado sobre o intelecto têm influenciado as pressuposições e conclusões filosóficas, e corrompido a vontade humana. "Os incrédulos não são filhos de DEUS por se acharem desprovidos do conhecimento dEle, mas por não possuírem qualquer compromisso espiritual e vocação para a obediência".
    A humanidade pecaminosa e contumaz reprime e rejeita o conhecimento de DEUS. Ela fabrica suas próprias verdades, transgride as leis divinas que se acham impressas em seu coração, e inventa novos deuses. O conhecimento do verdadeiro DEUS, proveniente da revelação geral, foi pervertido a tal ponto que acabou por gerar as muitas religiões e divindades.38 E, dessa forma, terminaram por fazer DEUS à imagem dos seres humanos ao invés de se aperceberem de que eles mesmos é que foram criados à imagem de DEUS.
    A despeito da popularidade do neo-universalismo, (vide cap. 10) que aceita todas as religiões como verdade, há de se reconhecer, nessas mesmas religiões, gravíssimas distorções da verdadeira revelação divina. As pessoas que procuram a DEUS nas falsas religiões não podem ser aplaudidas como "boazinhas". Mesmo porque, a ira divina se há manifestado justamente para lhes punir a idolatria (Rm 1.18,23-32).
    A revelação de DEUS (cognitiva) invade e penetra por completo a mente e a consciência humanas a despeito de, em face desta revelação, o homem não optar por conhecer a DEUS (existencial e experimentalmente). A condição humana não é a de um natural agnosticismo, nem somos obrigados a confiar em DEUS sem os recursos do conhecimento cognitivo. Não obstante, o pecador persiste em violar o que ele sabe ser a verdade e a justiça. 39
     
    Só pode ser suprimido o que já foi experimentado. A revelação geral traz o conhecimento de DEUS a todas as pessoas e, "embora possa ser ignorada, não há de ser destruída. Ela permanece intacta, pois profundamente sepultada no subconsciente da humanidade".40 Desde que este conhecimento de DEUS acha-se disponível a todos, ninguém pode se haver como inescusado diante de DEUS (Rm 1.20).
    Se por um lado a Bíblia legitima o propósito da revelação geral, por outro, nega a validade da teologia natural quando baseada apenas na razão humana. Não se pode refletir sobre a verdade proveniente da revelação geral e, a partir daí, desenvolver uma teologia que habilite alguém a obter o conhecimento salvífico de DEUS. O que Paulo afirma em Romanos 1 e 2 concernente à revelação geral deve ser entendido à luz do capítulo 3. Neste capítulo, o apóstolo enfatiza o fato de todos haverem fracassado quanto ao ideal divino, não havendo, por conseguinte, nenhum justo sobre a terra (Rm 3.23). A revelação geral não tem como meta proporcionar, a partir das verdades que ela revela um conhecimento adicional de DEUS. Mas à semelhança "da Lei (da Escritura), a revelação geral serve meramente para denunciar o culpado, e não para justificá-lo".41 Este fato, contudo, leva o crente a regozijar-se na verdade (SI 19.1), e pode ser usado pelo ESPÍRITO para induzir-nos a procurar a verdade (At 17.27).
    Em resposta à turbulenta questão de a justiça divina condenar os que jamais ouviram o Evangelho de maneira convencional, Millard J. Erickson afirma: "Ninguém jamais ficou completamente sem tal oportunidade. Todos conhecem a DEUS. E se alguém ainda não o percebeu de forma efetiva, é sinal de que a verdade já está sufocada em sua vida. Eis porque todos são responsáveis". E indispensável, todavia, encarar a revelação geral não como se fora a insensibilidade de DEUS, e, sim, como mais uma demonstração de sua misericórdia (11.32). "A revelação geral cósmico-antropológica caminha lado a lado com a revelação especial de DEUS, em JESUS CRISTO, não somente por pertencerem ambas à revelação divina progressiva, mas porque a revelação geral estabelece e enfatiza a culpa universal do ser humano, a quem DEUS oferece resgate na manifestação especial da redenção na pessoa de seu Filho".
    A semelhança da Lei escrita, a revelação geral condena os pecadores com o objetivo de lhes apontar um Redentor que lhes transcenda. Seu intento é guiá-los à revelação especial. Pois a insuficiência da revelação geral para salvar a humanidade caída necessitava da revelação especial de JESUS CRISTO como a Verdade que liberta o povo das cadeias do pecado (Jo 8.36).
     
    A Revelação Especial
    Posto não podermos conhecer o plano divino da redenção por meio de alguma teologia natural, precisamos de uma teologia revelada mediante uma revelação especial de DEUS. Por exemplo: normas, mandamentos e proibições morais foram estabelecidos para Adão, no Éden, pela revelação especial, e não geral. Embora antecedesse à Queda, a revelação especial é primariamente entendida em termos de "propósito redentor". A revelação especial complementa o desvendamento que DEUS fez de si mesmo na natureza, na história e na humanidade, e edifica-se no alicerce da revelação geral. Mas, levando-se em conta que a revelação geral não pode trazer a salvação, as verdades adicionais contidas na revelação especial são essenciais à felicidade eterna do ser humano (Rm 10.14-17).
    Pessoal. "Através do CRISTO revelado nas Escrituras inspiradas, o homem chega a conhecer a DEUS pessoalmente num relacionamento de redenção. Começando com o conhecimento de coisas a respeito deDEUS (sua existência, perfeições e exigências morais), o homem adquire conhecimentos práticos do próprio DEUS por intermédio da comunhão pessoal”. Embora a neo-ortodoxia considere que a revelação, especial exista somente na Pessoa de CRISTO,45 e classifique as Escrituras como mera "testemunha" dessa revelação divina, "o cristianismo evangélico reconhece como revelação tanto o Verbo vivo quanto a Palavra escrita".
    A restrição neo-ortodoxa da revelação a um encontro pessoal não-proposicional com DEUS, que é "totalmente outro", também deixa de respeitar devidamente o conteúdo do ensino bíblico. Embora o Verbo represente a forma mais sublime da revelação que DEUS fez de si mesmo, a Escritura não limita a revelação divina a essa modalidade, embora importante.
     
    E mediante a revelação especial das Escrituras que chegamos a conhecer JESUS CRISTO. "Estes, porém, foram escritos para que creiais [continueis crendo] que JESUS é o CRISTO, o Filho de DEUS" (Jo20.31).
    Compreensível Na revelação especial das Escrituras, DEUS se revelou na forma antropomórfica, ou seja, segundo as características da linguagem humana daqueles tempos, e empregou categorias humanas de pensamento e de ação. Erickson, no seu livro, tem uma seção bastante exclarecedora que trata da equivalência linguística usada na comunicação verbal de DEUS. Ele faz uma distinção entre os termos "unívoca" (palavra que tem um único significado, por exemplo, "coelho") e "equívoca" (palavra que possui significados completamente diferentes como, por exemplo, "bote" para remar, e o "bote" dado por uma cobra) e sugere que as Escrituras empregam linguagem analógica (que se coloca entre a unívoca e a equívoca; por exemplo: uma "corrida" de automóveis e uma "corrida" a uma loja em liquidação).
    Na linguagem analógica, sempre há, pelo menos, algum elemento unívoco... Ao se revelar, DEUS selecionou elementos que são unívocos no seu universo e no nosso.. Ao empregar o termo analógico, pois, queremos dizer "qualitativamente iguais"; noutras palavras: a diferença é de grau, mais que de tipo ou de gênero.
     
    Quando a Bíblia emprega palavras como "amar", "dar", "obedecer", ou "confiar", significam elas para nós a mesma coisa que, basicamente, significam para DEUS, embora seja o seu amor muito maior que o nosso. Por isso, DEUS pode comunicar as Escrituras através de proposições verbalmente racionais.
    O que possibilita o conhecimento analógico é o fato de o próprio DEUS haver selecionado os componentes usados por Ele em sua comunicação com o ser humano. DEUS, que sabe de maneira absoluta todas as coisas, também sabe quais elementos do conhecimento e da experiência humanos assemelham-se suficientemente à sua verdade para serem usados na construção de uma analogia significante.
     
    Já que o conceito analógico da comunicação não pode ser verificado exclusivamente pelo raciocínio humano, por não possuímos todos os fatos, aceitamos tal pressuposição como questão de fé. Ela, no entanto, pode ser defendida racionalmente à luz da própria declaração das Escrituras.
    A humanidade depende de DEUS para se apropriar da revelação especial. Pelo fato de conhecemos apenas a esfera humana do conhecimento e da experiência (e isso em ínfimo grau), não conseguimos desenvolver nenhuma revelação especial válida. Somente DEUS tem conhecimento de si mesmo, e somente Ele pode dar-se a conhecer. Já que DEUS optou por se revelar de modo analógico, podemos apreendê-lo. Mas como o finito não pode entender totalmente o Infinito, jamais lograremos conhecer a DEUS exaustivamente. "DEUS sempre permanece incompreensível... Embora o que dEle conhecemos equivalha ao seu conhecimento de si mesmo, o grau de nosso conhecimento é infinitamente menor".50 O conhecimento de DEUS, mediante as Escrituras, é limitado - mas verdadeiro e suficiente.
    Progressiva. DEUS não revelou de uma só vez todas as verdades que nos queria transmitir a respeito de si mesmo e dos seus caminhos através das Escrituras. A revelação bíblica levou uns quinze séculos para ser completada (Hb 1.1,2). A revelação especial era progressiva, não no sentido de um desenvolvimento evolucionário gradual, mas no sentido de as revelações posteriores acrescentarem mais detalhes às anteriores. "Não se trata de um movimento na revelação especial da não-verdade para a verdade, mas de um desvendamento menor para um mais completo".51 A revelação mais antiga de todas era verdadeira, e apresentava com exatidão a mensagem divina. A revelação servia para complementar ou suplementar aquilo que DEUS revelara antes, mas nunca para corrigi-lo nem contradizê-lo. A totalidade da sua revelação visava ensinar a humanidade quem Ele é, como ser reconciliado com Ele, e como viver aceitavelmente diante dEle.
    Registrada. Certamente os modos da revelação especial não estão limitados às Escrituras. DEUS se revelou nos seus poderosos atos de redenção através dos profetas e apóstolos, e mais dramaticamente mediante o seu Filho (Hb 1.1). Poderíamos perguntar: por que DEUS achou necessário, ou importante, mandar registrar, por escrito, boa parte dessa revelação, criando as Escrituras como uma revelação especial e exclusiva de si mesmo? Seguem-se três razões plausíveis.
    Primeiro: é necessário um padrão objetivo para testar as alegações de crença e prática religiosas. A experiência subjetiva é por demais obscura e variável para oferecer certezas a respeito da natureza e da vontade de DEUS. Considerando a relevância eterna da mensagem de DEUS à humanidade, não era necessário "um som incerto", mas uma palavra mui firme (1 Co 14.82 Pe 1.19). O padrão escrito de revelação fornece a certeza e a confiança no "assim diz o Senhor".
    Segundo: a revelação divina escrita garante que a revelação que DEUS fez de si mesmo seja completa e tenha continuidade. Sendo a revelação especial progressiva, a posterior edifica sobre a anterior. E importante que cada ato da revelação seja registrada, visando uma compreensão mais completa da mensagem integral de DEUS. De modo geral, a continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento deixa-nos compreender com maior clareza a mensagem da redenção. Especificamente, teríamos bastante dificuldade em entender a Epístola aos Hebreus sem sabermos a respeito do sistema sacrificial detalhado no Pentateuco. Logo, ao ser registrada a "totalidade", as "partes" fazem mais sentido.
    Terceiro: uma revelação registrada por escrito preserva melhor a forma da mensagem de DEUS no seu caráter integral. No decurso de longos períodos, a memória e a tradição humanas tendem a uma fidedignidade cada vez mais frágil. O conteúdo crucial da revelação divina deve ser transmitido de modo exato às gerações que se sucedem. A mensagem l que hoje recebemos a respeito de DEUS, deve conter a mesma verdade revelada a Moisés, a Davi, ou a Paulo. Os livros têm sido o melhor método de se preservar e transmitir a verdade na sua totalidade de geração em geração.
    Transmitida. A Bíblia, ao manter de forma perene a revelação especial de DEUS, é tanto o registro de DEUS e dos seus caminhos, quanto a intérprete dela própria. A revelação escrita é confinada aos 66 livros do Antigo e do Novo Testamento. A totalidade de sua revelação que Ele quis preservar para o benefício de toda a humanidade acha-se armazenada, em sua totalidade, na Bíblia. Examinar as Escrituras é conhecer a DEUS da maneira que Ele quer ser conhecido 0° 5.39; At 17.11). A revelação divina não é um vislumbre fugaz, mas um desvendamento permanente. Ele nos convida a voltarmos repetidas vezes às Escrituras para, aí, aprendermos a respeito dEle.
    Os atos revelatórios de DEUS, bem como suas palavras de auto-divulgação, são registrados conjuntamente nas Escrituras. "A revelação dos atos poderosos de DEUS, sem a revelação do significado desses mesmos atos, é como um programa de televisão desprovido do próprio som; deixa a pessoa perdida, confusa quanto ao significado daquilo que DEUS está fazendo".52 A Bíblia registra com fidelidade os atos de DEUS, e aumenta nossa compreensão destes ao fornecer a interpretação que o próprio DEUS dá de seus atos. "Os atos não poderiam ser compreendidos sem serem acompanhados pela palavra divina".53 Os eventos revelatórios, juntamente com a sua interpretação inspirada, são indivisivelmente unificados na Bíblia.
    A Bíblia não somente armazena a revelação divina, como também no-la torna conhecida hoje. Já em data remota, Moisés chamou a atenção para a importância de se registrar por escrito a revelação divina a fim de que todo o povo de DEUS, nas gerações futuras, fosse beneficiado (Dt 31.24-26). DEUS falou no passado, e continua falando, hoje, através do registro nas Escrituras. "O que as Escrituras dizem, DEUS diz. A Palavra divina é lavrada de forma permanente nas Escrituras, que são o veículo durável da revelação especial, e fornecem o arcabouço conceptual no qual nos encontramos... com DEUS". 54 O que DEUS disse aos outros no passado, diz-nos agora através das Escrituras.
    Muitas vezes, foi debatido se a Bíblia é a Palavra de DEUS, ou se, meramente, contém a Palavra de DEUS. Na realidade, ambas as ideias têm alguma veracidade, mas isso, sob perspectivas diferentes. A revelação que veio antes do seu registro por escrito era, posteriormente, registrada como parte da mensagem bíblica. Logo, o registro bíblico contém a Palavra de DEUS que pode haver sido recebido por alguém muito tempo antes de ela ter sido registrada por escrito. Por exemplo: a Bíblia contém o registro do que DEUS falou a Abraão, ou a Jacó (Gn 12.146.2). Tal fato, no entanto, não justifica a distinção barthiana (referente a Karl Barth) entre a Palavra de DEUS (divina) e seu registro nas Escrituras (humano).55 Pelo contrário: a Bíblia é "um livro divino-humano no qual cada palavra é, ao mesmo tempo, divina e humana".56 A totalidade das Escrituras é a Palavra de DEUS em virtude da inspiração divina dos seus autores humanos. A Palavra de DEUS, na forma da Bíblia, é um registro inspirado de eventos e verdades da auto-revelação de DEUS. Benjamin B. Warfield enfatiza que a Escritura não é meramente "o registro dos atos de redenção mediante os quais DEUS salva o mundo, mas é em si mesma um desses atos de redenção, e tem seu próprio papel a desempenhar na grande obra de estabelecer e edificar o reino de DEUS". 57
    Uma questão-chave, nesse debate, é se DEUS pode revelar-se na forma proposicional, e se Ele já o fez. A neo-ortodoxia considera a revelação de DEUS como "pessoal, mas não-proposicional", ao passo que o evangelicalismo a considera pessoal, "cognitiva e proposicional".58 A maneira de definirmos a revelação determina se a Bíblia é coextensiva com a revelação especial. Se a revelação for definida somente como o ato ou processo de revelar, a Escritura não é revelação, pois esta frequentemente ocorreu muito tempo antes de ser registrada por escrito. Se, porém, a revelação também for definida como o resultado, ou produto, daquilo que DEUS revelou, a Escritura (como registro exato da revelação original) também tem o direito de ser chamada revelação especial. 59
     
     
    A Autoridade das Escrituras
    Rivais das Escrituras
    Historicamente, a Igreja Cristã tem reconhecido a autoridade das Escrituras nas questões de fé e prática. Isto não quer dizer que não tem havido, e não continua a haver, rivais quanto à reivindicação de plena autoridade feita pela Bíblia. Esses rivais tendem a subordinar, ou qualificar, a autoridade das Escrituras, ou mesmo igualar-se a ela. O primeiro rival foi a tradição oral. Lado a lado com a Palavra escrita, circulavam amplamente histórias e ensinos religiosos. A transmissão oral, todavia, independentemente de qual seja o tópico, acha-se sujeita à alteração, ao desenvolvimento, às mudanças e à distorção. As Escrituras forneciam um padrão, um ponto de referência, para a palavra oral. Por isso, estando a tradição oral de acordo com as Escrituras, reflete a autoridade delas; quando, porém, se desvia da Palavra escrita, a sua autoridade desaparece.
    O segundo rival, quanto à autoridade religiosa, é a Igreja. Os católicos romanos sustentam essa autoridade por ter sido a Igreja divinamente estabelecida por CRISTO; e por já proclamar o Evangelho antes de este haver sido registrado por escrito. Os católicos romanos alegam, também, que a Igreja foi a instituição que produziu as Escrituras do Novo Testamento e que, em certo sentido, estabeleceu o cânon das Escrituras. Na prática, a Igreja Católica coloca-se acima das Escrituras. Embora originalmente sustentasse a supremacia das Escrituras, já nos tempos da Reforma, a Santa Sé tinha exaltado suas tradições até ao nível das Escrituras. De modo ainda mais significante, a Igreja Católica insistia poderem os ensinos da Bíblia ser mediados, corretamente, através da hierarquia eclesiástica. De modo sutil, a Igreja Romana havia usurpado a autoridade das Escrituras, atribuindo-a aos seus próprios ensinos internos. Como consequência, o lema dos reformadores protestantes passou a ser Sola Scriptura (Somente a Escritura). A Bíblia, outorgada por DEUS, fala com a autoridade de DEUS, diretamente ao indivíduo. "Não precisa de Papas nem de Concílios para informar-nos o seu real sentido, como se falassem em nome de DEUS; a Bíblia pode até mesmo desafiar os pronunciamentos de Papas e Concílios, condená-los como ímpios e falsos, e exigir que os fiéis se apartem deles". 60
    Os credos, as confissões e outros padrões esclesiásticos de doutrina, às vezes chegam, consciente ou inconscientemente, a rivalizar com a autoridade das Escrituras. No decurso da história, igrejas e líderes têm se pronunciado (e com razão) a respeito de questões importantes da vida e da doutrina cristãs. Pessoas piedosas, grandemente usadas por DEUS, têm labutado para definir padrões de doutrina e comportamento cristãos, visando refletir a atitude e a vontade de DEUS. Repetidas vezes, houve apelo a esses documentos na busca de orientação autorizada. Mas sem dúvida, os escritores seriam os primeiros a reconhecer serem as obras falíveis e passíveis de revisão, embora se reconheça facilmente a erudição bíblica relevante por detrás desses importantes escritos. Além disso, todos os grandes credos da Igreja reconhecem a plena autoridade da Escritura. Os esforços piedosos merecem a nossa estima. DEUS os tem usado para a sua glória. Devem, contudo, ser conservados dentro do seu relacionamento apropriado com as Escrituras. Permitir que se rivalizem com a autoridade bíblica destruirá seu próprio valor normativo, e rebaixará a Palavra de DEUS que tanto desejam honrar. O reconhecimento da autoridade incomparável das Escrituras estabelece o valor dos credos e confissões.
    A autoridade da Escritura também tem sido desafiada por aquilo que alguns estimam como a autoridade do encontro pessoal que o indivíduo tem com DEUS. Isto é: o encontro supremo entre a pessoa e o Verbo Vivo, e não com a Palavra Escrita. Os que sustentam tal opinião dizem que a Bíblia pode ser usada para ajudar a levar a efeito semelhante encontro; a Bíblia, porém, "não tem autoridade por si só mas, sim, em virtude do DEUS de quem dá testemunho e fala nas suas páginas".61 Os teólogos existencialistas acreditam que, mediante um encontro com DEUS, "a Bíblia deve tornar-se repetidas vezes a sua Palavra para nós".62
    É verdade que a autoridade do cristão é mais do que papel e tinta, mas "a revelação proposicional de DEUS não pode ser distinguida da auto-revelação divina".63 Nenhum encontro autoritativo com DEUS supera a autoridade de sua Palavra escrita. Doutra forma: a "experiência de DEUS" dos místicos hindus, ou de quem usa drogas psicotrópicas, poderia reivindicar igual autoridade. A validez de nosso encontro com DEUS é determinada pela autoridade das Escrituras que o revelam. Todas as experiências pessoais devem ser averiguadas e avaliadas pelas Escrituras.
    Até mesmo o ESPÍRITO SANTO tem sido considerado por alguns como um rival da autoridade bíblica. O Dr. Martyn Lloyd-Jones entende que o pentecostalismo e o catolicismo romano ficam em extremos opostos nas áreas tais como a estrutura e a hierarquia, mas são muito semelhantes na ênfase que dão à autoridade. O catolicismo enfatiza a autoridade da Igreja, ao passo que alguns pentecostais parecem realçar a autoridade do ESPÍRITO acima da autoridade da Palavra.64 Erickson cita uma pesquisa de opinião pública feita pela Gallup, em 1979, que revelou que não eram poucas as pessoas que, entre 18 e 29 anos de idade, haviam escolhido o ESPÍRITO SANTO, ao invés da Bíblia, como sua autoridade religiosa principal.65 Alguns enaltecem uma "impressão direta" do ESPÍRITO SANTO, ou uma manifestação do ESPÍRITO, tal como a profecia, acima da Palavra escrita.66 O ESPÍRITO SANTO é aquele que inspirou a Palavra e que lhe concede autoridade. Ele nada falará contrário àquilo que a Palavra inspirada declara, e nada além disso.
    As reivindicações quanto à autoridade religiosa são engrossadas pelas fileiras das religiões e seitas. Deve-se crer em JESUS mais do que em Sun Myung Moon? O Corão tem autoridade igual à da Bíblia? Uma palavra profética, hoje, tem a mesma autoridade das Escrituras? Essas e outras perguntas fazem com que seja essencial considerarmos as evidências da autoridade bíblica. Virtualmente todas as religiões têm suas escrituras sagradas. Embora muitas delas contenham ensinamentos morais dignos, o Cristianismo tem sustentado historicamente ser a Bíblia a única e exclusiva Palavra de DEUS.
     
    Evidências da Autenticidade das Escrituras
    Os parágrafos que se seguem, apresentam algumas das evidências em favor da identidade da Bíblia como a Palavra de DEUS.
    Apoio interno. É legítimo procurar a origem e o caráter de uma obra escrita por meio do exame de seu conteúdo. A Bíblia fornece um testemunho interno convincente de sua autoridade incomparável como a mensagem da parte de DEUS. "E a evidência interna positiva de sua origem divina que dá poder e autoridade às reivindicações da Bíblia”.
    A Bíblia revela unidade e consistência espantosas quanto ao seu conteúdo, levando-se em conta a grande diversidade havida na sua composição. Foi escrita no decurso de um período de quinze séculos por mais de quarenta autores provenientes de várias classes sociais - políticos, pescadores, agricultores, médicos, reis, soldados e outro. Escreveram eles em diferentes locais (no deserto, no palácio, na prisão) e em várias circunstâncias (na guerra, no exílio, nas viagens). Alguns escreveram história; outros, leis; e ainda outros, poesia. Os gêneros literários variam entre alegoria, biografia e correspondência pessoal. Todos tinham os seus antecedente, experiências, virtudes e fraquezas pessoais. Escreveram em continentes diferentes, em três idiomas distintos, e trataram de centenas de temas. Mesmo assim, os seus escritos combinam-se entre si para formar um todo consistente que desdobra, de modo belíssimo, na história do relacionamento entre DEUS e a humanidade. "Não é uma unidade superficial, mas profunda... Quanto mais profundamente a estudamos, mais completa essa unidade se nos revela”.
    Josh McDowell conta interessante história que compara a Bíblia com os Grandes Livros do Mundo Ocidental. Posto que o conjunto de livros consista na obra de muitos autores diferentes, o vendedor da coletânea reconhece que não oferece nenhuma "unidade", mas uma mera "conglomeração”. "A Bíblia não é simplesmente uma antologia; há nela uma unidade que harmoniza todo o conjunto. Uma antologia é compilada por um antólogo, mas nenhum antólogo compilou a Bíblia". Semelhante unidade extraordinária pode ser mais plausivelmente explicada como o resultado da revelação outorgada por um só DEUS.
    A Bíblia, correlacionada com a natureza complexa do ser humano, lida com todas as áreas essenciais de nossa vida. À medida que uma pessoa lê a Bíblia, esta, por sua vez, lê a pessoa. Embora escrita há muitos séculos, fala dinamicamente às necessidades de cada geração. É a voz de DEUS que a penetra até ao próprio âmago de nosso ser, e oferece respostas plausíveis às perguntas mais importantes (Hb 4.12,13). A Palavra de DEUS dirige continuamente o leitor em direção a DEUS como a fonte originária da relevância e do propósito para si mesmo e para o seu mundo. Para quem acolhe a sua mensagem, a Palavra tem poder de transformação. Cria fé no coração, e leva-nos a um encontro dinâmico com o DEUS vivo (Rm 10.17).
    As Escrituras expõem um padrão de ética que supera em muito o que seria esperado de homens e mulheres comuns. Conclama a pessoa a uma moralidade que supera a nossa medida de justiça. "Cada um desses escritos... apresenta ideias morais e religiosas muito adiantadas para a época em que surgiram, e tais ideias continuam orientando o mundo". A Bíblia lida, com franqueza, com os fracassos humanos e com o problema do pecado. Seu sistema ético é compreensivo, pois inclui todas as áreas da vida. O alvo da ética bíblica não é meramente o que a pessoa faz, mas o que a pessoa é. Aderir a um código exterior está aquém da exigência que a Bíblia faz: a bondade no íntimo (1 Sm 16.7Mt 515.8). Mas tanto o nosso fracasso moral quanto a nossa redenção são entendidos somente em termos de nosso relacionamento com um DEUS santo. Através da Bíblia, DEUS — nos chama, não a uma simples melhoria, mas à transformação, para nos tornarmos novas criaturas em CRISTO (2 Co 5.17Ef 4.20-24).
    As profecias que falam dos eventos futuros (em vários casos, muitos séculos antes) permeiam as Escrituras. A exatidão dessas predições, conforme o demonstra seus respectivos cumprimentos, é realmente notável. Dezenas de profecias dizem respeito a Israel e às nações em seu redor. Por exemplo: Jerusalém e o seu templo seriam reedificados (Is 44-28); e Judá, embora salva dos assírios, cairia nas mãos de Babilônia (Is 39.6Jr 25.9-12). O restaurador de Judá, Ciro da Pérsia, é mencionado pelo nome mais de cem anos antes de seu nascimento (Is 44.28).73 A Bíblia contém centenas de profecias feitas séculos antes dos próprios eventos.74 Entre elas, há predições acerca do nascimento virginal de CRISTO (Is 7.14Mt 1.23), do local de seu nascimento (Mq 5.2Mt 2.6), da maneira de sua morte (SI 22.16; Jo 19.36), e do local de seu sepultamento (Is 53.9; Mt 25.57-60).
    Alguns críticos têm procurado, através da atribuição de novas datas aos livros do Antigo Testamento, minimizar o milagre preditivo das profecias bíblicas. Mesmo se concordássemos com as datas menos antigas, as profecias ainda teriam sido escritas centenas de anos antes do nascimento de CRISTO. (Posto que a tradução da Septuaginta [LXX] das Escrituras Hebraicas foi completada cerca de 250 a.C, as profecias nela contidas teriam sido, forçosamente, compostas antes dessa data).
    Alguns têm sugerido que as profecias não predisseram a atividades de JESUS, mas que o próprio JESUS agiu deliberadamente para cumprir o que fora dito no Antigo Testamento. Muitas das predições específicas, porém, estavam além do controle ou manipulação humanos. E os cumprimentos das predições não eram meras coincidências, levando-se em conta o número significativo das pessoas e eventos envolvidos. Peter Stoner examinou oito das predições a respeito de JESUS, concluindo que, na vida de uma só pessoa, a probabilidade de elas se coincidirem era de 1 e 1017 (1 em 100.000.000.000.000.000). A única explicação racional de tantas predições exatas, específicas, a longo prazo, é que o DEUS onisciente, soberano sobre a história, haja revelado tais conhecimentos aos escritores sagrados.
    Apoio externo. A Bíblia também tem áreas de apoio externo à sua asseveração de que é a revelação divina. Quem negaria sua tremenda influência sobre a sociedade humana? Impressa, no todo, ou em parte, em mais de dois mil idiomas, é o livro mais lido de toda a história. Reconhecendo-lhe a sabedoria e o valor, cristãos e incrédulos, indistintamente, citam-na em apoio aos seus pontos de vistas. Tem se dito que se a Bíblia fosse perdida, poderia ela ser reconstruída em suas partes base a partir das citações tiradas dos livros que se acham nas prateleiras das bibliotecas públicas. Seus princípios têm servido como o alicerce das leis das nações modernas, e como o ímpeto maior para as grandes reformas sociais da história. "A Bíblia... produziu os resultados supremos em todas as profissões existentes na vida humana. Tem inspirado sublimemente as artes, a arquitetura, a literatura e a música... Não há livro que se compare a ela na sua influência benéfica sobre a raça humana."
    DEUS atua na sociedade através das vidas das pessoas transformadas, e que seguem os ensinamentos de sua Palavra (SI 33.12).
    A exatidão da Bíblia em todas as áreas, incluindo pessoas, locais, costumes, eventos e ciência, tem sido mostrada pela história e pela arqueologia. Ás vezes, pensa-se que a Bíblia está historicamente errada, mas as descobertas têm dado testemunho de sua veracidade. Por exemplo: há algum tempo, pensava-se que a escrita não havia sido inventada senão depois dos tempos de Moisés. Mas agora, sabemos que essa ciência remonta até antes de 3000 a.C. Houve tempos quando os críticos negavam a existência de Beltessazar. As escavações, contudo, identificam-no com seu nome babilônico: Bel-shar-usur. Os críticos diziam que os heteus, mencionados 22 vezes na Bíblia, nunca existiram. Agora sabemos que eles foram uma grande potência no Oriente Médio.
    A história bíblica é confirmada pelas respectivas histórias das nações envolvidas com Israel. As descobertas arqueológicas continuam a apoiar e a ajudar a interpretar o texto bíblico. McDowell compartilha com seus leitores uma citação interessante de uma conversa entre Earl Radmacher, presidente do Seminário Batista Conservador do Oeste, e Nelson Glueck, arqueólogo e ex-presidente de um seminário teológico judaico:
    Tenho sido acusado de ensinar a inspiração verbal e plenária das Escrituras...
    Mas só cheguei a dizer que, em todas as minhas investigações arqueológicas, nunca descobri um único artefato da antiguidade que contradissesse qualquer declaração da Palavra de DEUS.
     
    O mesmo juízo foi pronunciado pelo renomado arqueólogo William F. Albright:
    O ceticismo excessivo dirigido contra a Bíblia por escolas históricas importantes dos séculos XVIII e XIX... vem sendo progressivamente desacreditado. Uma descoberta após outra tem confirmado a exatidão de pormenores, e tem aumentado cada vez mais o reconhecimento do valor da Bíblia como fonte de informações exatas para a história. 81
    Mesmo os estudiosos que negam a exatidão total da i Bíblia por motivos filosóficos, sentem grandes dificuldades em defender a alegação de que há inexatidões no texto bíblico. Kenneth Kantzer comenta: "Embora Barth continuasse a asseverar a presença de erros nas Escrituras, é muitíssimo difícil localizar qualquer exemplo nos seus escritos de que realmente tais erros existem". Considerando o grande número de pormenores na Bíblia, espera-se uma coletânea considerável de tais erros. No entanto, a exatidão espantosa da Bíblia indica que ela é, realmente, a revelação do DEUS verdadeiro.
    A capacidade notável da sobrevivência da Bíblia também dá testemunho de sua autoridade divina. Comparativamente, poucos livros sobrevivem aos estragos produzidos pelo tempo. Quantas obras literárias de mil anos de idade podemos mencionar pelo nome? Um livro que sobrevive um século é um livro raro. A Bíblia, porém, além de sobreviver, tem se multiplicado. Existem literalmente milhares de manuscritos bíblicos; mais do que todos os manuscritos reunidos das demais obras literárias.
    O que torna mais notável a sobrevivência da Bíblia é o fato de ela haver passado por incontáveis períodos, quando sua leitura era proibida pelas autoridades eclesiásticas (durante a Idade Média) e das tentativas de vários governantes em se eliminá-la. Desde o Edito de Diocleciano em 303, que ordenou a destruição de todos os exemplares da Bíblia, até o presente, houve esforços organizados para se destruir a Bíblia. "A Bíblia não somente tem recebido mais veneração e adoração do que qualquer outro livro, como também tem sido objeto da mais implacável perseguição e oposição".  Considerando que durante os primeiros séculos do Cristianismo, as Escrituras eram copiadas manualmente, a extinção total da Bíblia não teria sido humanamente impossível. O célebre deísta francês Voltaire predisse que dentro de cem anos, o Cristianismo desapareceria. Cinquenta anos depois da sua morte ocorrida em 1778, a Sociedade Bíblica de Genebra estava usando o seu prelo e a sua casa para produzir grandes pilhas de Bíblias!' Se, porém, a Bíblia realmente for a mensagem da redenção divina à humanidade, sua indestrutibilidade não seria tão espantosa. DEUS, com a sua mão onipotente, tem protegido a sua obra!
    Tanto a autenticidade quanto a historicidade dos documentos do Novo Testamento estão confirmadas de modo sólido. Norman Geisler indica que as evidências documentárias em favor da autenticidade do Novo Testamento são esmagadoras, e fornecem uma base, igualmente sólida, para a reconstrução do texto grego original. Bruce Metzger, especialista em crítica textual, informa que, no século III a.G, os estudiosos em Alexandria indicavam que as cópias que possuíam da Ilíada de Homero apresentavam cerca de 95% de fidedignidade. Indica, também, que os textos setentrional e meridional da Mahabharata da índia diferem entre si numa extensão de 26.000 linhas. 87 Isto se contrasta com "mais de 99,5% de exatidão para as cópias manuscritas do Novo Testamento".88 Esse meio-porcento de diferença consiste principalmente nos erros de ortografia dos copistas e, mesmo assim, passíveis de correção. Nenhuma doutrina da Bíblia depende de algum texto cuja forma original não possa ser determinada com exatidão.
     
    JESUS e seu Conceito das Escrituras
    No fim do século I (no mais tardar) os escritos do Novo Testamento já haviam sido completados; muitos destes, entre 20 e 30 anos apenas após a morte e ressurreição de JESUS. / Temos ainda a garantia de que até mesmo a narração dos eventos foi orientada pelo ESPÍRITO SANTO a fim de que fossem evitados os erros ocasionados por eventuais esquecimentos (Jo 14.26). Os evangelhos, que contam detalhadamente a vida de JESUS, foram escritos por contemporâneos e testemunhas oculares. Tais escritos, fartamente corroborados, fornecem informações fidedignas a respeito de CRISTO e de seus ensinos. A autoridade da Palavra escrita está ancorada na autoridade de JESUS. Posto que Ele nos é apresentado como o DEUS encarnado, seus ensinos são verdadeiros e plenos de autoridade. Por isso, o que JESUS ensina a respeito das Escrituras, determina sua justa reivindicação à autoridade divina. JESUS dá testemunho consistente e enfático de que elas são, de fato, a Palavra de DEUS.
    Em especial, JESUS dirigia a sua atenção ao Antigo Testamento. Quando falava de Adão, de Moisés, de Abraão ou de , Jonas, Ele os tratava como a pessoas reais e históricas. Às vezes, correlacionava situações que lhe diziam respeito com um evento histórico do Antigo Testamento (Mt 12.39,40). Noutras ocasiões, buscava num determinado fato do Antigo Testamento apoio, ou reforço, para alguma coisa que estava ensinando (Mt 19.4,5). JESUS honrava as Escrituras do Antigo Testamento, e enfatizava que Ele não viera abolir a Lei e os Profetas, mas cumpri-los (Mt 5.17). As vezes, fustigava os líderes religiosos por haverem elevado as próprias tradições acima das Escrituras (Mt 15.322.29).
    JESUS, nos seus ensinos, citou pelo menos quinze livros do Antigo Testamento, e fez alusão a muitos outros. Tanto no modo de falar quanto nas declarações específicas, demonstrava com clareza a sua estima pelas Escrituras do Antigo Testamento como a Palavra de DEUS. Era a palavra e o mandamento de DEUS (Mc 7.6-13). Citando Gênesis 2.24, JESUS declarou: "O Criador [não Moisés]... disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe" (Mt 19.4,5). Disse que Davi fez uma declaração "pelo ESPÍRITO SANTO" (Mc 12.36). A respeito de uma declaração registrada em Êxodo 3.6, Ele perguntou: "Não tendes lido o que DEUS vos declarou?" (Mt 22.31). Repetidas vezes, JESUS apelou à autoridade do Antigo Testamento, citando a fórmula: "Está escrito" (Lc 4.4). John W. Wenham assevera que JESUS entendia essa fórmula no sentido de "DEUS diz!"
    "Há uma objetividade grandiosa e sólida no uso do tempo pretérito perfeito gegraptai, 'permanece escrito': 'aqui está o testemunho eterno e imutável do DEUS Eterno, registrado por escrito para a nossa instrução'."89 O modo decisivo de JESUS utilizar essa fórmula revela de modo enfático como ele considerava a autoridade das Escrituras. "A Palavra escrita, portanto, é a autoridade de DEUS para solucionar todas as disputas a respeito da doutrina ou da prática. E a Palavra de DEUS nas palavras humanas; é a verdade divina em linguagem humana".90 Os que gostariam de alegar que JESUS simplesmente se acomodava ao modo judaico de entender as Escrituras, acompanhando passivamente as supostas falsas crenças dos judeus nesse assunto, deixam totalmente desapercebidos o seu tom enfático de plena aceitação e autoridade. Em vez de acomodar-se às opiniões religiosas dos seus dias, Ele as corrigia, e colocava as Escrituras de volta à sua suprema posição. Além disso, a acomodação à mentira não é moralmente possível para o DEUS que é a mesma verdade (Nm 23.19Hb 6.18).
    JESUS reivindicava a autoridade divina, não somente para as Escrituras do Antigo Testamento, como também para seus próprios ensinos. O que ouve as suas palavras e as pratica é sábio (Mt 7.24), porque os seus ensinos provêm de DEUS (Jo 7.15-178.26-2812.48-5014.10). JESUS é o semeador que semeia a boa semente da Palavra de DEUS (Lc 8.1-13). Sua expressão frequente: "Eu, porém, vos digo" (Mt 5.22), usada lado a lado com a total compreensão do Antigo Testamento, demonstrava que "suas palavras levam toda a autoridade das palavras de DEUS".91 "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar" (Mt 24.35).
    JESUS indicou, também, que haveria uma característica divina e especial no testemunho que seus seguidores dariam dEle. O Senhor os havia treinado mediante suas palavras e seu exemplo, e os comissionara para serem testemunhas até aos confins da terra, ensinando as pessoas a guardar todas as coisas que Ele lhes mandara (Mt 28.18-20). Ele lhes ordenara ainda que esperassem, em Jerusalém, a vinda do ESPÍRITO SANTO, a quem o Pai enviaria em seu nome, para que tivessem poder a fim de lhe servirem como testemunhas (Lc 24.49Jo 14.26; At 1.8). O ESPÍRITO SANTO faria os discípulos lembrar-se de tudo quanto JESUS lhes dissera (Jo 14.26). O ESPÍRITO lhes ensinaria todas as coisas, guia-los-ia em toda a verdade, contar-lhes-ia o que havia de acontecer, lançaria mão das coisas de CRISTO e as faria conhecidas aos discípulos (Jo 14.2615.26,2716.13-15).
    Foram cumpridas as promessas que JESUS fizera aos seus discípulos. O ESPÍRITO SANTO inspirou alguns deles a escreverem a respeito do seu Senhor. Consequentemente, tanto os escritos do Antigo, quanto os do Novo Testamento; enfim, a Bíblia toda reivindica, de modo específico e direto, que é a revelação especial da parte de DEUS. 92
     
    A Extensão da Autoridade Bíblica
    A Bíblia trata de assuntos pertencentes a várias áreas: ciências econômicas, geografia, cultura, biologia, política, astronomia etc. Todavia, não se declara livro-texto exaustivo sobre tais assuntos, nem deve ser considerada como tal. Os modos de vestir, os meios de transporte, as estruturas políticas, os costumes e outras coisas correlatas, não são colocados como modelos a serem seguidos pelo simples fato de haverem sido mencionados nas Escrituras. Embora tudo quanto foi escrito nessas áreas seja fidedigno, não é necessariamente normativo. A Escritura não pretende ser normativa nessas áreas, a não ser que impliquem em questões teológicas ou éticas. (Por exemplo: do ponto de vista bíblico, não faz diferença se montamos um camelo ou se andamos de automóvel, mas se estes meios de transporte foram adquiridos de maneira honesta. Isto sim, faz toda a diferença).
    Os sessenta e seis livros da Bíblia reivindicam autoridade plena e total no tocante à auto-revelação de DEUS e a todas as implicações quanto à fé e à prática. Embora a autoridade da Bíblia seja histórica, porque DEUS se revelou em eventos históricos, sua autoridade é primariamente teológica. A Bíblia revela DEUS à humanidade, e explica o seu relacionamento com a sua criação. Pelo fato de DEUS ter de ser conhecido através deste livro, suas palavras têm de ser igualmente autorizadas. A autoridade da Palavra é absoluta - as palavras do próprio DEUS a respeito dEle mesmo.
    A autoridade ética da Bíblia provém de sua autoridade teológica. Não fala de tudo quanto deve ser feito em todas as épocas, nem de tudo quanto era feito nos tempos em que foi escrita. Mesmo assim, os princípios que ela apresenta, seu padrão de retidão, suas informações a respeito de DEUS, sua mensagem de redenção e suas lições para a vidas, são obrigatórios em todos os tempos e épocas.
    Certos trechos bíblicos não nos impõem determinada conduta, hoje, mas têm autoridade por nos revelarem um aspecto do relacionamento de DEUS com a humanidade. Por exemplo: as cerimônias do Antigo Testamento cumpridas em CRISTO. "No caso de uma promessa (ou prefiguração) e seu cumprimento, a figura só tem um propósito temporário, e cessa de ter autoridade obrigatória depois de cumprida".93 Embora CRISTO seja o cumprimento, as cerimônias são uma apresentação autorizada de um aspecto da obra divina da redenção. O relacionamento entre DEUS e os seres humanos, e a condição destes diante de DEUS, têm implicações para todos os aspectos da vida. Por isso, a Palavra tem aplicação autorizada a todas as esferas de nossa vida.
    O escopo da autoridade das Escrituras é tão extensivo como a própria autoridade de DEUS em relação a todas as áreas da existência humana. DEUS está acima de todas as áreas de nossa vida, e fala a todas elas mediante a sua Palavra. A autoridade da Palavra escrita é a autoridade do próprio DEUS. A Bíblia não é meramente um registro da autoridade de DEUS no passado, mas continua sendo a autoridade de DEUS, hoje. Mediante a Palavra escrita, o ESPÍRITO SANTO continua a confrontar os homens e mulheres, em nossos dias, com as reivindicações de DEUS. Trata-se ainda de: 'Assim diz o Senhor!"
     
    A Inspiração das Escrituras
    DEUS se revelou à sua criação. A inspiração diz respeito ao registro, ou à escrita, dessa revelação divina. Posto que a Bíblia foi escrita por autores humanos, devemos perguntar: "Em que sentido seus escritos poderão (ou não) ser chamados a Palavra de DEUS?" Uma questão correlata diz respeito ao grau (ou extensão) em que seus escritos podem ser considerados revelação de DEUS.
     
    A Base Bíblica para a Inspiração
    Considerando que toda testemunha tem o direito de se expressar por si mesma, será examinada, em primeiro lugar, a reivindicação que os próprios escritores bíblicos fazem à inspiração divina. Muitos dos que compuseram as Escrituras eram participantes, ou testemunhas oculares, dos eventos a respeito dos quais escreveram.
    O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos (1 Jo 1.1-3).
     
    Cada um deles, seja Moisés, Davi, Jeremias, Mateus, João, Pedro, ou Paulo, escreveu com base em suas próprias experiências à medida que DEUS se revelava a eles (Ex 4.1-17; SI 32; Jr 12; At 1.1-3; 1 Co 15.6-82 Co 1.3-112 Pe 1.14-18). Mas seus escritos eram mais que relatos de pessoas envolvidas. Declaravam que escreviam não somente a respeito de DEUS, mas também em prol de DEUS. A sua palavra era a Palavra de DEUS; a sua mensagem era a mensagem de DEUS.
    Em todo o Antigo Testamento, deparamo-nos com expressões tais como: "Falou o SENHOR a Moisés, dizendo" (Ex 14.1); "A palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, dizendo" (Jr 11.1); "Tu, pois, ó filho do homem, profetiza... e dize: Assim diz o SENHOR DEUS" (Ez 39.1); "Assim diz o SENHOR" (Am 2.1). Tais declarações são usadas mais de 3.800 vezes, e demonstram com clareza que os escritores tinham consciência de estar entregando uma mensagem autorizada da parte de DEUS.94
    Os escritores do Novo Testamento não tinham, também, a menor dúvida de estarem falando em nome de DEUS. JESUS não somente ordenou que os discípulos pregassem, mas também lhes disse o que deviam pregar (At 10.41-43). Suas palavras não eram "palavras de sabedoria humana, mas com as que o ESPÍRITO SANTO ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais" (1 Co 2.13). Esperavam que as pessoas reconhecessem que, por escrito, estavam elas recebendo "mandamentos do Senhor" (cf. 1 Co 14.37). Paulo podia garantir aos gálatas que, "acerca do que vos escrevo, eis que diante de DEUS testifico que não minto" (Gl 1.20), porque o tinha recebido da parte de DEUS (Gl 1.6-20). Os tessalonicenses foram elogiados por terem recebido a mensagem "não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de DEUS" (1 Ts 2.13). Preceitos e mandamentos eram escritos à comunidade em nome de JESUS, e deixar de observá-los podia ocasionar motivo para a exclusão do desobediente (2 Ts 3.6-14). Assim como DEUS tinha falado através dos santos profetas, agora o Senhor dava mandamentos através dos seus apóstolos (2 Pe 3.2). Receber , a vida eterna está vinculado com o ato de crer no testemunho de DEUS (registrado pelos discípulos) a respeito do seu Filho (ljo 5.10-12).
    Nestes trechos, e em outros semelhantes, fica evidente que os escritores do Novo Testamento estavam convictos de estarem declarando "todo o conselho de DEUS" em obediência ao mandamento de CRISTO e sob a orientação do ESPÍRITO SANTO (At 20.27). Os escritores do Novo Testamento também reconheciam a autoridade total das Escrituras do Antigo Testamento, porque DEUS "falou pelo ESPÍRITO SANTO" através dos autores humanos (At 4.24,25; Hb 3.710.15,16).
    Paulo escreveu a Timóteo, asseverando que as Escrituras podiam fazê-lo "sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS" (2 Tm 3.15). O valor das Escrituras deriva-se de sua origem. Paulo indica que o mérito das Escrituras não está no escritor humano, mas no próprio DEUS. Ele afirma: "Toda Escritura é inspirada por DEUS" (2 Tm 3.16). O termo "inspiração" é derivado desse versículo, e aplicado à escrita da Bíblia. A palavra grega empregada aqui é theopneustos que, literalmente, significa "soprada por DEUS". As versões mais recentes dizem com razão: "Toda Escritura é inspirada [soprada] por DEUS" (NVI). Paulo não está dizendo que DEUS soprou alguma característica divina nos escritos humanos das Escrituras, ou que toda a Escritura respira um ambiente de DEUS, que fala dEle. O adjetivo grego (theopneustos) é claramente predicativo, e é usado para identificar a fonte originária de todas as Escrituras.95 DEUS é o Autor, em última análise. Logo, toda a Escritura é a voz de DEUS, a Palavra de DEUS (At 4.25; Hb 1.5-13).
    O contexto de 2 Timóteo 3.16 tem em vista as Escrituras do Antigo Testamento. A declaração de Paulo é que a totalidade do Antigo Testamento é a revelação inspirada da parte de DEUS. O fato de que o Novo Testamento ainda estava sendo escrito, exclui a mesma reivindicação interna e explícita para ele. Mesmo assim, algumas declarações específicas feitas pelos escritores do Novo Testamento subentendem que a inspiração das Escrituras estende-se à Bíblia inteira. Por exemplo, em 1 Timóteo 5.18 Paulo escreve: "Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário". Paulo está citando Deute-ronômio 25.4 e Lucas 10.7, considerando "Escritura" as cita- , ções tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Além disso, Pedro refere-se a todas as epístolas de Paulo que, embora tratassem a respeito da salvação divina, contêm "pontos difíceis de entender". Por isso, algumas pessoas as "torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pe 3.16, grifos nossos). Note que Pedro coloca todas as Epístolas de Paulo na categoria de Escritura. Torcê-las é torcer a Palavra de DEUS, resultando na destruição do transgressor. Os escritores do Novo Testamento comunicam "com as palavras que o ESPÍRITO SANTO ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais" (1 Co 2.13), assim como JESUS prometera (Jo 14.2616.13-15).
    Na sua segunda epístola, Pedro fala de sua morte iminente e do seu desejo de que seus leitores se mantenham na verdade que ele já lhes havia compartilhado. Mostra-lhes que a fé em CRISTO não é nenhuma invenção, e lembra-lhes de que ele mesmo era testemunha ocular daqueles eventos. Pedro estava com CRISTO, vendo-o e ouvindo-o pessoalmente (2 Pe 1.12-18). O apóstolo passa, então, a escrever de algo mais firme que seu testemunho pessoal (2Pe 1.19). Falando das Escrituras, afirma que os autores humanos eram "levados adiante" (pheromenoi) pelo ESPÍRITO SANTO ao comunicarem as coisas de DEUS. O resultado disso era uma mensagem não iniciada pelos desígnios humanos nem produzida pelo mero raciocínio e pesquisa humanos (sem serem excluídas tais coisas). Pedro afiança: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO" (2 Pe 1.20,21).
    O emprego que Pedro faz da expressão "profecia da Escritura" é um caso de pars pro tota. Ou seja: uma parte da Escritura representa a totalidade desta. "O ímpeto que levou à escrita provinha do ESPÍRITO SANTO. Por essa razão, os leitores de Pedro devem prestar atenção... pois não é simplesmente a palavra dos homens, mas a Palavra de DEUS". 96
    Em virtude de sua inspiração pelo ESPÍRITO SANTO, toda a Escritura é fonte de autoridade. JESUS garante que até o menor dos mandamentos bíblicos é importante e obrigatório:
    "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus" (Mt 5.18,19).
     
    A recompensa, ou o castigo, depende de nosso relacionamento com todos os mandamentos, incluindo-se o menor deles. Acusado de blasfêmia por haver reivindicado a própria divindade, JESUS apelou à expressão "sois 'deuses", que se acha no Salmo 82.6. Contra essa acusação, edificou a sua defesa na verdade, já bem aceita, de que até mesmo uma frase relativamente obscura das Escrituras não pode ser anulada (Jo 10.34,35). A razão por que não podia ser anulada era que, mesmo como fragmento da Escritura, não deixava de ser a Palavra de DEUS.
     
    Modos de Inspiração
    Uma vez aceito o testemunho que as Escrituras dão acerca de si mesmas, fica mais que clara a sua divina inspiração. A medida que os autores humanos da Bíblia a compunham, o próprio DEUS dava mostras inequívocas de achar-se envolvido neste processo de comunicação. E posto que na maioria dos casos a Bíblia não revela a forma de sua inspiração, várias teorias têm surgido a respeito. Cinco opiniões básicas são consideradas resumidamente nesta seção.
     
    Intuição natural.
    inspiração é meramente uma perspicácia natural nos assuntos espirituais, exercida por pessoas bem dotadas. Assim como alguns têm aptidão para a matemática ou para a ciência, os escritores bíblicos teriam aptidão para as ideias religiosas. Não se vê nisso qualquer envolvimento especial de DEUS. A pessoa poderia ter a mesma inspiração natural para escrever uma poesia ou para compor um hino.
    Iluminação especial. A inspiração seria uma intensificação, ou exaltação, divina das percepções religiosas que todos os cristãos têm em comum. Os dons naturais dos escritores bíblicos teriam sido aguçados de alguma maneira pelo ESPÍRITO SANTO, mas sem nenhuma orientação especial, ou comunicação da verdade divina.
     
    Orientação dinâmica.
    A inspiração é a orientação especial pelo ESPÍRITO SANTO, dada aos escritores bíblicos, para garantir toda mensagem divina que trata de matérias concernentes à fé religiosa e ao viver piedoso. A ênfase recai nos pensamentos ou conceitos que DEUS, querendo fossem comunicados, fornecia aos escritores humanos, aos quais dava plena liberdade quanto à expressão natural. Os elementos da fé e da prática religiosas eram assim orientados, mas as chamadas matérias não-essenciais dependiam totalmente (segundo essa opinião) dos conhecimentos, experiências, e escolhas dos próprios autores humanos.
     
    Plenária verbal.
    inspiração é a combinação entre a expressão natural dos escritores e a iniciação e orientação especiais dos seus escritos concedidas pelo ESPÍRITO SANTO. Mas o ESPÍRITO SANTO não somente dirigia os pensamentos, ou conceitos dos escritores, como também supervisionava a seleção das palavras para a totalidade do texto (e não somente para as questões de fé e prática). O ESPÍRITO SANTO garantia a exatidão e a suficiência de tudo quanto era escrito como a revelação da parte de DEUS.
     
    Ditado divino.
    A inspiração é a superintendência infalível da reprodução mecânica das palavras divinas à medida que o ESPÍRITO SANTO as ditava aos autores bíblicos. Estes, como obedientes estenógrafos, tudo registravam segundo as ordens especiais do ESPÍRITO SANTO quanto ao conteúdo, vocabulário e estilo.
     
    Formulando um Conceito da Inspiração
    O conceito de inspiração deve levar em conta tudo quanto é necessário para a revelação divina ser comunicada com exatidão. O modo correto de inspiração deve incluir todos os elementos que a Bíblia postula tanto no ato de inspirar quanto nos efeitos desse ato. Deve também reservar um lugar apropriado à atividade de DEUS e à atividade humana.
    Ao examinarmos os dados fornecidos nas Escrituras, vários elementos envolvidos no ato de inspirar são apresentados com clareza.
    (1) Toda a Escritura é respirada por DEUS; , procede da boca de DEUS (2 Tm 3.16). (2) Os autores da Escritura falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO (2 Pe 1.21). (3) Os escritores sagrados não falavam segundo a própria vontade, mas de acordo com a vontade divina. (4) Todavia, eles tomavam parte ativa e dinâmica na produção das Escrituras. Não eram meros robôs (Lc 20.42Jo 12.39; At 3.22).
    Semelhantemente, a Escritura fornece soluções quanto ao ato de inspirar. (1) Toda a Escritura é respirada por DEUS e, portanto, toda a Escritura é a Palavra de DEUS (1 Co 14.372 Tm 3.16). (2) Toda a Escritura é proveitosa; é uma regra completa e suficiente para a fé e prática (2 Tm 3.16,17). (3) Nenhuma linha da Escritura pode ser deixada de lado, anulada ou destruída; a totalidade da Escritura tem de ser aceita em sua integridade e plenitude (Jo 10.35). (4) A Escritura é mais fidedigna que qualquer observação meramente humana, seja empírica, seja científica, seja filosófica (2 Pe 1.12-19). (5) Nenhuma parte da Escritura é condicionada, quanto à sua veracidade, por nenhuma limitação de seu autor humano (2 Pe 1.20). O condicionamento histórico normal, bem como a pecaminosidade e finitude humanas, são contrabalançados pela supervisão do ESPÍRITO SANTO.
    À luz dessas observações, extraídas da própria Escritura, pode-se fazer uma avaliação dos cinco modos de inspiração sugeridos. Tais conceitos, por considerarem a inspiração meramente um dom natural de iluminação, não prestam a devida atenção ao fato de DEUS haver "soprado"'a Escritura. O conceito da orientação dinâmica, que entende serem as questões de fé e práticas devidamente inspiradas, em contraste com os assuntos mais corriqueiros, não fornece nenhum método seguro para determinar o que é inspirado e o que não o é. Nem sequer leva em conta a declaração bíblica de que toda a Escritura é inspirada, inclusive os versículos tidos como obscuros.
    O conceito do ditado divino na inspiração não reconhece devidamente o elemento humano - os estilos, expressões e ênfases específicos dos escritores de per si.
    O conceito da inspiração verbal e plenária evita os exageros de se enfatizar a atividade de DEUS a ponto de negligenciar a participação humana, ou de enfatizar a contribuição humana a ponto de desprezar o envolvimento divino na produção da Escritura. A totalidade da Escritura Sagrada é inspirada, pois seus autores a escreviam sob a supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO. Isto permite variedades de estilo literário, gramática, vocabulário e outras peculiaridades humanas. Afinal, alguns escritores bíblicos tinham, sob o apanágio da providência de DEUS, passado por longos anos de experiência e preparo incomparáveis. Eis por que foram usados por DEUS para comunicar a sua mensagem (Moisés, Paulo).
    Os conceitos da orientação dinâmica e os da inspiração verbal e plenária são sustentados por muito eruditos; tais conceitos reconhecem a obra do ESPÍRITO SANTO, bem como as diferenças óbvias nos vocabulários e estilos dos escritores. Uma diferença importante entre as duas opiniões envolve a extensão da inspiração. Reconhecendo ter havido orientação do ESPÍRITO SANTO, até onde esta se estende? No tocante aos escritos bíblicos, os defensores das várias opiniões dinâmicas sugeriram que a orientação do ESPÍRITO estendeu-se aos mistérios além do alcance da razão humana, ou somente até à mensagem da salvação, ou ainda até as palavras de CRISTO, ou talvez até certos assuntos (tais como as seções didáticas ou proféticas, ou talvez a todas as matérias que se relacionam com a fé e prática cristãs). A inspiração plenária e verbal sustenta, porém, que a orientação do ESPÍRITO SANTO estendia-se a todas as palavras dos documentos originais (os autógrafos).
    No tocante à orientação do escritor pelo ESPÍRITO, tem-se sugerido que a influência do ESPÍRITO estendeu-se somente ao impulso original para se escrever, ou somente à seleção dos tópicos, ou apenas aos pensamentos ou ideias do autor, conforme este achasse melhor. Na inspiração plenária e verbal, todavia, a orientação do ESPÍRITO estendia-se até às próprias palavras que o escritor selecionava para expressar os seus pensamentos. O ESPÍRITO SANTO não ditava as palavras, mas guiava o escritor para que este, livremente, escolhesse as palavras que realmente expressavam a mensagem de DEUS. (Por exemplo, o escritor poderia ter escolhido "casa" ou "construção", segundo a sua preferência, mas não poderia ter escolhido "campo", pois isso teria mudado o conteúdo da mensagem.)
    Qualquer combinação das sugestões no conceito da orientação dinâmica coloca-nos numa posição de relatividade quanto à extensão da inspiração das Escrituras. Esse posicionamento relativo requer seja aplicado algum princípio para diferenciar as partes inspiradas das não-inspiradas (ou mais inspiradas e menos inspiradas) da Bíblia. Vários princípios têm sido sugeridos: tudo quanto é razoável; tudo quanto é necessário para a salvação; tudo quanto é valioso para a fé e a prática; tudo quanto traz o Verbo; tudo quanto é querigma genuíno, ou tudo aquilo sobre o qual o ESPÍRITO dá testemunho especial. Todos os princípios desse tipo são subjetivos e centralizam-se no homem. Além disso, há o problema de quem aplicará o princípio de modo decisivo. A hierarquia eclesiástica, os estudiosos bíblicos e os teólogos, os cristãos individuais, todos desejariam o poder de escolha. Em última análise, o conceito da orientação dinâmica acaba derivando do homem a autoridade da Bíblia, em vez de derivá-la de DEUS. Somente o conceito da inspiração plenária e verbal evita o problema da relatividade teológica, sem deixar de levar em conta a variedade humana ao reconhecer que a inspiração estende-se à totalidade das Escrituras.
    A inspiração plenária e verbal contém uma definição essencial no próprio nome. E a crença de que a Bíblia é inspirada nas próprias palavras (verbal) escolhidas pelos escritores. É inspiração plenária (plena, total, inteira) porque todas as palavras-, em todos os escritos originais (autógrafos), são inspiradas. Uma definição mais técnica da inspiração segundo a perspectiva plenária e verbal poderia ser esta: A inspiração é o ato especial do ESPÍRITO SANTO mediante o qual motivou os escritores bíblicos a escrever, orientando-os até mesmo no emprego das palavras, preservando-os de igual modo de todos os erros ou omissões.
    Apesar de cada palavra da Bíblia ser inspirada por DEUS, a sua veracidade depende do contexto, isto é: ela pode registrar autoritativamente o conteúdo inspirado e verídico de uma mentira. Quando, por exemplo, a serpente disse a Eva que esta não morreria se comesse do fruto proibido, estava, sem dúvida alguma, mentindo - pois Eva morreria! (Gn 3.4,5). No entanto, posto que a totalidade da Bíblia seja inspirada, as palavras do tentador, embora falsas, foram registradas com exatidão.
    A inspiração verbal e plenária era a opinião da Igreja Primitiva. Durante os oito primeiros séculos da Igreja, nenhum líder eclesiástico, de vulto, ousou sustentar outra opinião. Procedimento similar foi adotado pelas igrejas cristãs ortodoxas até ao século XVIII. 98 A inspiração plenária e verbal continua sendo o conceito sustentado pelo evangelicalismo.
    A inspiração verbal e plenária eleva o conceito da inspiração até à plena infalibilidade, posto que todas as palavras são, em última análise, palavras de DEUS. A Escritura é infalível porque é a Palavra de DEUS, e DEUS é infalível. Nas últimas décadas do século XX, alguns procuraram apoiar o conceito da inspiração plenária e verbal sem o corolário da infalibilidade. Como resposta, livros foram escritos, conferências, realizadas, e organizações formadas na tentativa de firmar o modo histórico de se entender a inspiração das Escrituras Sagradas. Uma fileira de fortes adjetivos tem sido acrescentada à expressão "plenária e verbal" até ao ponto de alguns insistirem que esta opinião teológica seja chamada "inspiração verbal plenária, infalível, inerrante, ilimitada". Quando investigamos o significado de tantos qualificativos, constatamos que é exatamente isto o que significa a "inspiração plenária e verbal"!
     
    A Inerrância Bíblica
    Uma mudança notável da terminologia que resultou dos debates na área da inspiração das Escrituras foi a preferência pelo termo "inerrância" ao invés de "infalibilidade". Isso tem a ver com a insistência de alguns no sentido de que podemos ter uma mensagem infalível com um texto bíblico errante.
    "Infalibilidade" e "inerrância" são termos empregados para se aludir à veracidade das Escrituras. A Bíblia não falha; não erra; é a verdade em tudo quanto afirma (Mt 5.17,18Jo 10.35). Embora tais termos nem sempre hajam sido empregados, os teólogos católicos, os reformadores protestantes, os evangélicos da atualidade (e, portanto, os pentecostais "clássicos"), têm afirmado ser a Bíblia inteiramente a verdade; nenhuma falsidade ou mentira lhe pode ser atribuída. 99 Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Gregório Nazianso, Justino, o Mártir, Irineu, Tertuliano, Origenes, Ambrósio, Jerônimo, Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, e um número incontável de outros gigantes da história da Igreja, reconhecem que a Bíblia foi, de fato, inspirada por DEUS, e que é inteiramente a verdade. Preste atenção à afirmação enfática de alguns destes notáveis:
    Agostinho: "Creio com toda a firmeza que os autores sagrados estavam totalmente isentos de erros".
    Martinho Lutero: "As Escrituras nunca erram".101 "... onde as Sagradas Escrituras estabelecem algo que deve ser crido, ali não devemos desviar-nos de suas palavras".
    João Calvino: "O registro seguro e infalível". "A regra certa e inerrante". "A Palavra infalível de DEUS". "Isenta de toda mancha ou defeito".
    Provavelmente, os dois acontecimentos mais significativos no tocante à doutrina da infalibilidade e da inerrância foram a declaração sobre as Escrituras na Aliança de Lausanne (1974) e a Declaração de Chicago (1978) do Concílio Internacional da Inerrância Bíblica. A declaração de Lausanne oferece (segundo alguns) flexibilidade em demasia ao afirmar que a Bíblia é inerrante em tudo quanto afirma". (Isto é: pode haver coisas que não foram "afirmadas" na Bíblia.) Como resposta, a Declaração de Chicago afirmou: "A Escritura na sua inteireza é inerrante, e está livre de toda a falsidade, fraude ou logro. Negamos que a infalibilidade e inerrância da Bíblia limitam-se aos temas espirituais, religiosos ou redentores, excluindo-se as asseverações nos campos da história e das ciências". 104
    Declaração de Chicago foi adotada por uma convenção de quase trezentos estudiosos no seu esforço para esclarecer e fortalecer a posição evangélica a respeito da doutrina da inerrância. Consiste em dezenove Artigos de Afirmação e de Negação, e tem uma prolongada exposição final, que se propõe a descrever e explicar a inerrância de tal modo que não deixa nenhuma possibilidade de existir nenhum tipo de erro em qualquer parte da Bíblia.
    Embora seja possível questionar se a inerrância é ensinada de modo dedutível nas Escrituras, conclui-se que o exame indutivo das Escrituras foi ensinado por JESUS e pelos escritores bíblicos. Deve ficar claro, porém, que a autoridade da Bíblia depende da veracidade da inspiração, e não da doutrina de inerrância. Esta é uma inferência natural que segue a inspiração e é "tirada dos ensinos bíblicos, e tem o pleno, poio da atitude do próprio JESUS". Alguns têm sugerido que abrir mão da doutrina da inerrância é o primeiro passo para se abrir mão da autoridade da Bíblia.
    A inerrância reconhece contradições, ou inconsistências, no texto, não como erros propriamente ditos, mas como dificuldades que poderão ser resolvidas ao serem conhecidos todos os seus dados relevantes. A possibilidade de se harmonizar trechos aparentemente contraditórios vem sendo demonstrada frequentemente pelos estudiosos evangélicos que têm dedicado tempo e paciência, revendo dificuldades textuais à luz das novas descobertas históricas, arqueológicas e linguísticas. (Devemos, no entanto, evitar harmonizações forçadas ou altamente especulativas).
    A doutrina da inerrância é derivada mais da própria natureza da Bíblia do que de um mero exame dos seus fenômenos. "Se alguém crê que a Escritura é a Palavra de DEUS, não pode deixar de crer que seja ela inerrante".106 DEUS "soprou" as palavras que foram escritas, e DEUS não pode mentir. A Escritura não falha porque DEUS não pode mentir. Consequentemente, a inerrância é a qualidade que se espera da Escritura inspirada. O crítico que insiste em haver erros na Bíblia (em algumas passagens difíceis) parece ter outorgado para si mesmo a infalibilidade que negou às Escrituras. Um padrão passível de erros não oferece nenhuma medida segura da verdade e do erro. O resultado de negar a inerrância é a perda de uma Bíblia fidedigna. Se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desaparecer.
     
    A Definição de Inerrância
    Embora os termos "infalibilidade" e "inerrância" tenha sido, historicamente, quase que sinônimos do ponto de vista da doutrina cristã, muitos evangélicos têm preferido ora um termo, ora outro. Alguns preferem "inerrância" para se distinguirem dos que sustentam poder a "infalibilidade" referirse à veracidade da mensagem da Bíblia, sem necessariamente indicar que a Bíblia não contém erros. Outros preferem "infalibilidade" a fim de evitar possíveis mal-entendimentos em virtude de uma definição demasiadamente limitada da "inerrância". Atualmente, o termo "inerrância" parece estar mais em voga que "infalibilidade". A série de declarações que se segue, portanto, é uma tentativa de se delimitar a definição de inerrância verbal que teria ampla aceitação na comunidade evangélica.
    1- A verdade de DEUS é expressada com exatidão, e sem quaisquer erros, nas próprias palavras da Escritura ao serem usadas na construção de frases inteligíveis.
    2- A verdade de DEUS é expressada com exatidão através de todas as palavras da totalidade da Escritura, e não meramente através das palavras de conteúdo religioso ou teológico.
    3- A verdade de DEUS é expressada de modo inerrante somente nos autógrafos (escritos originais), e de modo indireto, nos apógrafos (cópias dos escritos originais).
    4- A inerrância dá lugar à "linguagem de aparência", aproximações e várias descrições não-contraditórias, feitas a partir de perspectivas diferentes. (Por exemplo, dizer que o sol se levanta não é um erro, mas uma descrição perceptiva e reconhecida).
    5- A inerrância reconhece o uso de linguagem simbólica e figurada, e uma variedade de formas literárias para se transmitir a verdade.
    6- A inerrância entende que as citações no Novo Testamento de declarações do Antigo Testamento podem ser paráfrases, sem a intenção de serem traduções literais.
    7- A inerrância considera válidos os métodos culturais e históricos de se relatar coisas tais como genealogias, medidas e estatísticas ao invés de exigir os métodos de precisão da moderna tecnologia.
    Esperamos que, com base dessas declarações, poderemos construir um conceito de inerrância que evite os extremos, sem deixar de levar em conta o testemunho que a própria Escritura oferece no tocante à sua própria exatidão e veracidade. Mesmo assim, nossas tentativas de definir a inerrância não são inerrantes em si mesmas. Por isso, embora nos esforcemos para influenciar os outros para que aceitem a doutrina, da inerrância, seria bom respeitarmos o conselho sábio e amoroso do acatado defensor da doutrina da inerrância, Kenneth Kantzer: "Os evangélicos conservadores, principalmente, devem ser mui cuidadosos e evitar a confrontação direta com o erudito, ou seminarista hesitante, que se sente perturbado por problemas no texto bíblico, ou por algumas das conotações comuns à palavra inerrante".
    Semelhantemente, deve-se compreender que "a inerrância bíblica não subentende que a ortodoxia evangélica se segue como consequência necessária da aceitação dessa doutrina".
    Deve se seguir a interpretação correta e a verdadeira dedicação espiritual.
     
    Revelação Proposicional
    Uma questão filosófica de vulto, que se relaciona com a questão da infalibilidade e da inerrância, diz respeito a se DEUS, na verdade, pode revelar a si mesmo. Aqui, verdade refere-se a declarações, ou asseverações, proposicionais que se correspondam com exatidão com o objeto, ou objetos, por elas referidos. DEUS pode revelar verdades a respeito de si mesmo? Ele tem condições de revelar à humanidade, de modo proposicional, algo a respeito de quem Ele realmente é?
    Não é provável que DEUS haja deliberadamente feito uma revelação enganosa acerca de si mesmo. Nenhuma evidência de semelhante erro é indicada na Bíblia. Além disso, uma revelação deliberadamente errada é contrária à natureza divina, pois DEUS é a própria verdade. Ele sempre age segundo a sua própria natureza.
    Dizer que DEUS não tinha capacidade de evitar erros na revelação de si mesmo é lançar dúvidas contra sua onisciência e onipotência. Dizer, à parte de uma revelação divina direta, o que DEUS pode ou não pode fazer, é presunção. Revelar corretamente a si mesmo não é uma das coisas que a Bíblia diz que DEUS não possa fazer (e isto não seria incapacidade dEle, mas uma imposição de sua natureza moral). Se DEUS, que criou todas as coisas (inclusive a mente humana), pode comunicar à pessoa humana alguma verdade isolada, não há impedimento lógico para que Ele não comunique toda e qualquer verdade que desejar.
    Depois de reconhecermos que DEUS tem capacidade de fazer uma revelação verdadeira de si mesmo, perguntemos: Ele também ordenou que sua revelação fosse registrada (por escrito) de modo verdadeiro. Negar isso nos reduziria ao agnosticismo ou ao ceticismo quanto à existência de alguma verdade absoluta, na espera da comprovação empírica (mesmo supondo que todos os assuntos são passíveis da verificação empírica). Pelo contrário, se é para confiarmos na Bíblia como a Palavra de DEUS, devemos aceitar o próprio testemunho da Escritura como norma na definição da verdadeira doutrina da inspiração. Conforme já verificamos acima, JESUS e os escritores bíblicos proclamam, a uma só voz, que a revelação que DEUS fez da verdade foi registrada de modo inerrante. Não pode ser anulada e jamais passará!
     
    Preservação da Verdade das Escrituras
    DEUS ordenou fosse sua revelação preservada com pureza? Se "preservada com pureza" significa "preservada com inerrância", a resposta é "não". Conforme mencionada acima, a inerrância pertence tão-somente aos autógrafos. Nos muitos manuscritos bíblicos preservados, há milhares de variações. A maioria destas foi causada pela negligência (ortografia, gramática, transposição de palavras etc). Todavia, nenhuma doutrina sequer tem por base textos questionáveis em qualquer manuscrito.
    Se, porém, "preservada com pureza" significa que os ensinos da Escritura foram "preservados de modo incorruptível", a resposta é um "sim" de alto e bom som. Hoje, a Igreja tem várias versões modernas baseadas nos muitos manuscritos hebraicos e gregos existentes. Tais versões, traduzidas em centenas de idiomas, são comparadas cuidadosamente aos manuscritos antigos e às primeiras versões da Bíblia. E fornecem ao leitor uma versão das Escrituras em linguagem (vocabulário e estilo) atualizada, sem deixar de manter a exatidão quanto ao seu real significado.
    Embora haja um longo período de tempo entre os autógrafos e as versões atuais da Bíblia, existe pouca distância entre eles no tocante à exatidão. Há uma longa corrente de testemunhas que remonta às pessoas que declararam ter visto os autógrafos (Policarpo, Clemente de Roma). Tinham tanto o motivo quanto a oportunidade de verificar por conta própria a fidedignidade das cópias feitas a partir dos originais. Havia um desejo entre os cristãos de preservar os ensinos da Escritura, e muitos cuidados foram dedicados à sua transmissão de uma geração para outra. Mediante os esforços da ciência da crítica textual, é possível se chegar a um texto bíblico que é a representação exata dos autógrafos. Em seguida, à medida que abordarmos o conteúdo e o significado da Escritura (conforme DEUS mesmo quis fosse entendida) - com auxílio da crítica textual, da exegese e da interpretação - podemos dizer que nesta mesma medida estamos proclamando a Palavra de DEUS.
    Isso só pode acontecer se tivermos certeza de que os autógrafos eram de fato a Palavra de DEUS, e que foram escritos infalivelmente por meio da inspiração sobrenatural. E essencial a inerrância (seja em que ponto for) para sabermos o que é a verdade. O valor dos autógrafos inerrantes é que sabemos que, o que os homens registraram, foi exatamente o que DEUS queria deixar por escrito. Os autógrafos derivam seu valor do fato de serem, em essência, a Palavra de DEUS, e meramente as palavras de escritores humanos.
    Os apógrafos, por outro lado, derivam seu valor do fato de representarem com total exatidão os autógrafos. Não se pode dizer que as cópias, as versões e as traduções foram inspiradas na sua produção, mas seguramente (em algum sentido derivado e mediado) retêm a qualidade de inspiração que estava presente nos autógrafos. De outra forma, a Bíblia não seria fonte de autoridade. O ato da inspiração aconteceu uma só vez; a qualidade da inspiração continuou sendo mantida nos apógrafos. O ato original da inspiração produziu uma Palavra inspirada tanto nos autógrafos quanto nos apógrafos.
     
    O Cânon das Escrituras
    Nem toda a literatura religiosa, até a mais inspiradora e lida, é considerada Escritura. Essa verdade é válida hoje, como também o era nos dias em que o Antigo e o Novo Testamento foram escritos. Os apócrifos, os pseudepígrafos e outros escritos religiosos, tinham reconhecidamente seus vários graus de valor, mas não eram considerados dignos de serem chamados a Palavra de DEUS. Somente os 66 livros contidos na Bíblia são chamados Escrituras.
    O termo "cânon" provém da palavra grega kanõn, que denota uma régua de carpinteiro ou algum tipo de vara de medir. No mundo grego, cânon veio a significar "padrão ou norma para julgar ou avaliar todas as coisas". Foram desenvolvidos cânones para a arquitetura, a escultura, a literatura, a filosofia, e assim por diante. Os cristãos começaram a empregar o termo de modo teológico para designar os escritos que tinham cumprido os requisitos para serem considerados Escrituras Sagradas. Os livros canónicos, pois, são considerados a revelação autorizada e infalível da parte de DEUS.
    Compreende-se, pois, porque os judeus fiéis e os verdadeiros cristãos desejavam tanto um cânon de seus escritos tidos como inspirados por DEUS. A perseguição religiosa, a expansão geográfica e a circulação cada vez maior de uma ampla gama de escritos religiosos, aumentaram o ímpeto para ser estabelecido o cânon. A tradição sugere que, em grande medida, Esdras foi o responsável pela reunião dos escritos sagrados dos judeus num cânon oficialmente reconhecido. No entanto, o reconhecimento do cânon do Antigo Testamento usualmente deu-se num suposto Concílio de Jâmnia entre 90 e 100 d.C. A mais antiga lista cristã sobrevivente do cânon do Antigo Testamento provém de cerca de 170 d.C, compilado por Melito, bispo de Sardes. Nos primeiros séculos do Cristianismo, foram propostos vários cânones das Escrituras, desde o do herege Marcião, em 140 d.C, e o Cânon Muratoriano, de 180 d.C, até ao primeiro cânon completo do Novo Testamento feito por Atanásio em 367 d.C. O cânon do Novo Testamento, conforme hoje o possuímos, foi oficialmente reconhecido no Terceiro Concílio de Cartago em 397 d.C. e pela Igreja Oriental até 500 d.C.
    Estabelecer o cânon da Bíblia não foi, porém, a decisão dos escritores, nem dos líderes religiosos, nem de um concílio eclesiástico. Pelo contrário: o processo da aceitação desses livros como Escritura deu-se mediante a influência providencial do ESPÍRITO SANTO sobre o povo de DEUS. O cânon foi formado por um consenso, e não por um decreto. A Igreja não resolveu quais livros deveriam estar no cânon sagrado, mas limitou-se a confirmar aqueles que o povo de DEUS já reconhecia como a sua Palavra. Fica claro que a Igreja não era a autoridade; mas percebia a autoridade na Palavra inspirada.
    . No entanto, vários princípios orientadores, ou critérios, têm sido sugeridos para os escritos canónicos. Incluem a apostolicidade, a universalidade, o uso na igreja, a capacidade de sobrevivência, a autoridade, a antiguidade, o conteúdo, a autoria, a autenticidade, e as qualidades dinâmicas. De interesse primário é saber se o escrito era considerado inspirado. Somente os escritos inspirados (ou "soprados") por DEUS cumprem os requisitos para serem tidos como a Palavra autorizada de DEUS.
    O cânon bíblico está fechado. A revelação infalível que DEUS fez de si mesmo já foi registrada. Hoje, Ele continua falando através dessa Palavra. Assim como DEUS revelou a si mesmo, e inspirou os escritores a registrar essa revelação, Ele mesmo preservou esses escritos inspirados, e orientou o seu povo na escolha destes, a fim de garantir que a sua verdade viesse a ser conhecida. Não se deve acrescentar outros escritos às Escrituras canónicas, nem se deve tirar delas nenhum escrito. O cânon contém as raízes históricas da Igreja Cristã, e "o cânon não pode ser refeito assim como a história não pode ser mudada".
     
    O ESPÍRITO SANTO e a Palavra
    A Inspiração
    As Escrituras eram sopradas por DEUS a medida que o ESPÍRITO SANTO inspirava seus autores a escrever em prol de DEUS. Por causa de sua iniciação e superintendência, as palavras dos escritores eram verdadeiramente a Palavra de DEUS. Pelo menos em alguns casos, os escritores bíblicos tinham consciência de que a sua mensagem não era meramente sabedoria humana, mas "as palavras que o ESPÍRITO SANTO ensina" (1 Co 2.13).
    Os próprios autores sagrados tinham consciência da qualidade inspirada dos escritos que compunham a Palavra de DEUS, conforme o demonstram expressões tais como: "O próprio Davi disse pelo ESPÍRITO SANTO" (Mc 12.36); "O ESPÍRITO do SENHOR falou por mim" (2 Sm 23.2); "Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o ESPÍRITO SANTO predisse pela boca de Davi" (At 1.16); "Bem falou o ESPÍRITO SANTO a nossos pais pelo profeta Isaías" (At 28.25); "Portanto, como diz o ESPÍRITO SANTO, se ouvirdes hoje a sua voz" (Hb 3.7); "E também o ESPÍRITO SANTO no-lo testifica, porque, depois de haver dito: Este é o concerto que farei" (Hb 10.15,16). Sendo assim, sejam quais forem os escritores - Moisés, Davi, Lucas, Paulo, ou desconhecidos (a nós) - escreveram eles "inspirados pelo ESPÍRITO SANTO" (2 Pe 1.21 ou "movidos pelo ESPÍRITO SANTO" ARA).
    Alguns consideram (erroneamente) que a inspiração pelo ESPÍRITO envolvia um ditado mecânico da Escritura, apelando ao notável teólogo João Calvino. Várias vezes, Calvino realmente emprega o termo "ditado" em conjunção com a inspiração pelo ESPÍRITO. Por exemplo: "Seja quem for que serviu de escrevente dos Salmos, parece que o ESPÍRITO SANTO ditou pela sua boca uma forma comum de oração para a Igreja na sua aflição”. Mas Calvino emprega o termo "ditado" num sentido menos rigoroso do que atualmente é entendido pela teoria da inspiração como ditado. Tinha consciência da contribuição dos autores humanos em áreas tais como, por exemplo, o estilo. Observe o seu comentário a respeito do estilo de Ezequiel:
    Ezequiel é verboso nessa narrativa. Mas no começo do livro já falamos que, pelo fato de o professor ter sido enviado a homens de mente lerda e inculta, empregou para isso um estilo menos refinado... Adquirira-o parcialmente da região onde habitava.
    Calvino acreditava, portanto, que DEUS preparava os escritores bíblicos através das várias experiências da vida, e que o ESPÍRITO SANTO falava segundo o estilo do escritor conforme o requeriam as várias circunstâncias. Quer para alcançar as pessoas cultas ou as incultas, "o ESPÍRITO SANTO tempera de tal maneira o seu estilo que a sublimidade das verdades que Ele ensina não pode ficar oculta".
    O ESPÍRITO SANTO, fazendo uso das respectivas personalidades dos vários autores, e de suas experiências, capacidades e estilos, supervisionava-lhes os escritos a fim de garantir que a mensagem de DEUS fosse comunicada integralmente e com toda a exatidão. Conforme JESUS prometera aos seus discípulos, o ESPÍRITO os guiaria à verdade, trazendo-lhes à lembrança as suas palavras, e ensinar-lhes-ia tudo quanto era necessário à revelação divina (Jo 14-16).
     
    A Regeneração
    A obra do ESPÍRITO SANTO complementa a obra de CRISTO na regeneração. CRISTO morreu na Cruz a fim de possibilitar ao pecador ser revivificado para DEUS. Mediante o novo nascimento espiritual, entramos no Reino de DEUS (Jo 3.3). 0 ESPÍRITO SANTO aplica a obra salvífica de CRISTO ao coração do homem. E opera no coração deste a fim de o convencer do pecado, e para induzi-lo à fé no sacrifício expiador que CRISTO oferece. Ê essa fé que leva à regeneração mediante a união com CRISTO.
    A fé regeneradora produzida pelo ESPÍRITO SANTO não deve, entretanto, ser considerada de modo abstrato. Ela não existe no vazio, mas surge do relacionamento com a Palavra de DEUS. A fé provém de ouvir a Palavra de DEUS (Rm 10.17). Não somente foi o ESPÍRITO SANTO responsável por registrar a mensagem da salvação que se acha nas Escrituras, mas também dá testemunho da veracidade destas. Posto que DEUS haja falado na Bíblia ao gênero humano, agora o ESPÍRITO SANTO tem de convencer as pessoas quanto a isso. O ESPÍRITO convence não apenas a respeito da veracidade geral das Escrituras, mas quanto a uma aplicação poderosamente pessoal dessa verdade (Jo 16.8-11). CRISTO, como Salvador pessoal, é o objeto da fé produzida no coração pelo ESPÍRITO. Essa fé está inseparavelmente ligada às promessas da graça divina que se acham em todas as partes da Bíblia. "Precisamos do ESPÍRITO e da Palavra. O ESPÍRITO lança mão da Palavra e a aplica ao coração a fim de produzir o arrependimento e a fé e, por esse meio, a vida". Por essa razão, a Bíblia fala na regeneração em termos de "nascer do ESPÍRITO" e de "sendo de novo gerados... pela palavra de DEUS, viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23; ver também Jo 3.5).
    Iluminação
    A doutrina da iluminação do ESPÍRITO envolve a obra do ESPÍRITO SANTO na pessoa, levando-a a aceitar, entender e apropriar-se da Palavra de DEUS. Anteriormente, já havíamos considerado várias evidências internas e externas que confirmam ser a Bíblia a Palavra de DEUS. No entanto, mais poderosa e mais convincente que todas elas é o testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Embora as evidências sejam importantes, e o ESPÍRITO SANTO possa fazer uso delas, em última análise é a voz autorizada do ESPÍRITO, no coração humano, que produz a convicção de que a Escritura é, de fato, a Palavra de DEUS.
    Sem o ESPÍRITO SANTO, a humanidade nem aceita, nem entende as verdades oriundas de DEUS. A rejeição da verdade divina pelos incrédulos acha-se vinculada à sua falta de entendimento espiritual. As coisas de DEUS são por eles consideradas loucuras (1 Co 1.22,23;2.14). JESUS descreveu os incrédulos como aqueles que ouvem mas não compreendem (Mt 13.13-15). Por causa do pecado "se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato" (Rm 1.21 - ARA). "O DEUS deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho" (2 Co 4.4). Sua única esperança para receberem o entendimento espiritual, ou para perceberem a verdade da parte de DEUS, é a iluminação do ESPÍRITO (Ef 1.181 Jo 5.20). Essa percepção espiritual inicial resulta na regeneração, mas também abre a porta para uma nova vida de crescimento no conhecimento divino.
    Embora as promessas de João 14-16, a respeito da orientação e ensino a serem ministrados pelo ESPÍRITO SANTO, façam referência especial aos discípulos de JESUS que seriam usados para escrever o Novo Testamento, há um sentido contínuo em que esse ministério do ESPÍRITO relaciona-se a todos os cristãos. "O mesmo Ensinador também continua a sua obra de ensino dentro de nós, não por meio de trazer uma nova revelação, mas por meio de trazer novo entendimento, nova compreensão, nova iluminação. Mas Ele faz mais do que nos mostrar a verdade. Ele nos coloca dentro da verdade, e ajuda-nos a pô-la em prática".
    É importante manter juntas a Palavra escrita de DEUS e a iluminação do ESPÍRITO SANTO: O que o ESPÍRITO ilumina é a verdade da Palavra de DEUS, e não algum conteúdo místico oculto nessa revelação. A mente humana não é deixada de lado, mas vivificada à medida que o ESPÍRITO SANTO elucida a verdade. "A revelação é derivada da Bíblia, e não da experiência, nem do ESPÍRITO SANTO como uma segunda fonte de informação paralela à Escritura e independente desta". Nem sequer os dons de expressão vocal, dados pelo ESPÍRITO SANTO, têm a mínima igualdade com as Escrituras, pois eles também devem ser julgados pelas Escrituras (1 Co 12.1014.291 Jo 4.1). O ESPÍRITO SANTO nem altera nem aumenta a verdade da revelação divina dada nas Escrituras. Estas servem como padrão objetivo necessário e exclusivo através das quais a voz do ESPÍRITO SANTO continua a ser ouvida.
    A iluminação do ESPÍRITO SANTO não visa ser um atalho para se chegar ao conhecimento bíblico, nem um substituto do estudo sincero da Palavra de DEUS. Pelo contrário: é à medida que estudamos as Escrituras que o ESPÍRITO SANTO vai nos outorgando entendimento espiritual, que inclui tanto a crença quanto a persuasão. "As pesquisas filológicas e exegéticas não são usualmente "locais" para sua operação, pois é no coração do próprio intérprete que Ele opera, criando aquela receptividade interior pela qual a Palavra de DEUS é realmente 'ouvida'." O ESPÍRITO, fazendo como que a Palavra seja ouvida pelo coração, e não apenas pela cabeça, produz uma convicção a respeito da verdade que resulta numa apropriação zelosa desta mesma Palavra (Rm 10.17Ef 3.191 Ts 1.52.13).
    A neo-ortodoxia tende a confundir a inspiração com a iluminação ao considerar que as Escrituras "se tornam" a Palavra de DEUS quando o ESPÍRITO SANTO aplica seus escritos aos corações humanos. Segundo a neo-ortodoxia, a Escritura é revelação somente quando e onde o ESPÍRITO SANTO fala de modo existencial. O texto bíblico não tem nenhum significado objetivo específico. "Posto que não existem verdades reveladas, mas somente verdades da revelação, o modo de uma pessoa interpretar um encontro com DEUS pode ser diferente da maneira como outra pessoa entende igual situação".
    Os evangélicos, contudo, consideram a Escritura como a Palavra escrita e objetiva de DEUS, inspirada pelo ESPÍRITO na ocasião em que foi escrita. A comunicação verdadeira a respeito de DEUS está presente na forma proposicional, quer a reconheçamos, quer a rejeitemos. A autoridade da Escritura é intrínseca devido à inspiração, e não depende da iluminação. E independente do testemunho do ESPÍRITO SANTO, e antecede a este. O ESPÍRITO SANTO ilumina o que Ele já tem inspirado, e a sua iluminação encontra-se vinculada exclusivamente com a Palavra escrita.
     
    A Palavra Escrita e o Verbo Vivo
    A revelação que DEUS fez de si mesmo centraliza-se em JESUS CRISTO. Ele é o Logos de DEUS. Ele é o Verbo Vivo, o Verbo encarnado, que revela o DEUS eterno em termos humanos. O título Logos só pode ser encontrado nos escritos joaninos, embora o emprego do termo haja sido relevante na filosofia grega daqueles dias. Alguns têm procurado uma ligação entre a linguagem de João e a dos estoicos, dos primeiros gnósticos, ou dos escritos de Filo de Alexandria. Estudos mais recentes sugerem que João foi influenciado primariamente pelos seus alicerces no Antigo Testamento e na fé cristã. E provável, porém, que tivesse consciência das conotações mais amplas do termo, e que a tivesse empregado deliberadamente, com o propósito de transmitir um significado adicional e especial.
    Logos é identificado com a Palavra de DEUS na Criação e também com sua Palavra autorizada (a lei para toda a humanidade). João deixa nossa imaginação atônita quando introduz o Logos eterno, o Criador de todas as coisas, o próprio DEUS, como o Verbo que se encarnou a fim de habitar entre a sua criação (Jo 1.1-3,14). "DEUS nunca foi visto por alguém. O filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer"(Jo 1.18). O Verbo Vivo tem sido visto, ouvido, tocado, e agora proclamado mediante a Palavra escrita (1 Jo 1.1-3). Quando do encerramento do cânon sagrado, o Logos vivo de DEUS, o Fiel e Verdadeiro, está em estado de prontidão no Céu, prestes a voltar à Terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.11-16).
    A suprema revelação de DEUS acha-se no seu Filho. Durante muitos séculos, mediante as palavras dos escritores do Antigo Testamento, DEUS havia se revelado progressivamente. Tipos, figuras, sombras e prefigurações desdobravam paulatinamente o plano de DEUS para a redenção da humanidade (Cl 2.17). Depois, na plenitude dos tempos, DEUS enviou o seu Filho para revelar o Pai de forma mais perfeita e para executar aquele gracioso plano mediante a sua morte na Cruz (1 Co 1.17-25; Gl 4-4). Toda a revelação bíblica, antes e depois da Encarnação de CRISTO, centraliza-se nEle. As muitas fontes originárias e maneiras da revelação anterior indicavam e prenunciavam a sua vinda à terra como homem. Toda a revelação subsequente engrandece e explica a sua vinda. A revelação que DEUS fez de si mesmo começou pequena e misteriosa, progrediu no decurso do tempo, e chegou ao seu ponto culminante na Encarnação do seu Filho. JESUS é a revelação mais completa de DEUS. Todos os escritos inspirados que se seguem após a sua vinda não acrescentam nenhuma revelação maior, mas engrandecem a importância de sua Encarnação. "[O ESPÍRITO] não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.13).
    Na Pessoa de JESUS CRISTO, coincidem entre si a Fonte e o Conteúdo da revelação. Ele não era mais um meio de comunicar a revelação divina, conforme o foram os profetas e apóstolos. Ele mesmo é "o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa" (Hb 1.3). Ele é "o caminho, e a verdade, e a vida"; conhecer a Ele é conhecer também o Pai (Jo 14-6-7). Os profetas diziam: "Veio a mim a Palavra do Senhor", mas JESUS afirmava: "Eu vos digo"! JESUS inverteu o uso do termo "amém", começando assim as suas declarações: "Na verdade [hb. Amen], na verdade te digo" (Jo 3.3). Tendo Ele falado, a verdade foi declarada de modo imediato e inquestionável.
    CRISTO é a chave que revela o significado das Escrituras (Lc 24.25-27Jo 5.39,40; At 17.2,3; 28.23; 2 Tm 3.15). Elas testificam dEle e da salvação que Ele outorga mediante a sua morte. O enfoque que as Escrituras dedicam a CRISTO não justifica, porém, o abandono irresponsável do texto bíblico nas áreas que parecem ter poucas informações abertamente
    cristológicas. Clark H. Pinnock lembra-nos, com toda a sabedoria, que "CRISTO é o Guia hermenêutico no significado das Escrituras, e não seu bisturi crítico". A atitude do próprio CRISTO para com a totalidade das Escrituras era de total confiança e de plena aceitação. A revelação especial em CRISTO e nas Escrituras é consistente, coerente e conclusiva. Encontramos CRISTO através das Escrituras, e estas nos revelam a vida eterna em CRISTO. "Estes, porém, foram escritos para que creiais que JESUS é o CRISTO, o Filho de DEUS, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31).
     
    Perguntas do Estudo
    1. O animismo usualmente envolve a adoração de certos aspectos da Natureza. Reflita sobre o relacionamento entre o animismo e a revelação geral. Como a revelação geral serviria de ponto de contato para testemunhar aos animistas? Como?
    A Bíblia reafirma o valor da revelação geral. Mesmo assim, o pecado tem tido um impacto negativo sobre a revelação geral.
    2- Como se deve entender a revelação geral antes da queda do homem e atualmente ao pecador e ao redimido?
    A doutrina da inspiração das Escrituras não insiste tenham os autores transcrito mecanicamente o que DEUS queria fosse comunicado.
    3- Os escritores retinham seu próprio estilo e forma literários específicos. Selecione dois autores bíblicos, e anote algumas das suas características.
    4-- Tanto a profecia bíblica quanto a arqueologia bíblica têm sido conclamadas a fornecer evidência em prol da incomparabilidade da Bíblia. Compile uma lista de profecias bíblicas e seus cumprimentos, bem como uma lista de descobertas arqueológicas que confirmem o conteúdo da Bíblia.
    5-- A doutrina da inerrância bíblica refere-se aos autógrafos bíblicos. Posto não possuirmos nenhum dos autógrafos, como a inerrância relaciona-se com as versões e traduções da Bíblia que hoje usamos?
    6-- A maioria das religiões não-cristãs tem seus próprios livros sagrados. De quais maneiras a Bíblia é incomparável com tais escritos?
    7- Escolha dois textos bíblicos que parecem se contradizer, ou um trecho que parece conter erro. Sugira uma solução possível.
    8-- Como os dons de expressão vocal, tais como a profecia, as línguas e a interpretação relacionam-se com um cânon fechado das Escrituras?
     
     
    CONTRADIÇÕES NOS SETE LIVROS APÓCRIFOS - Bíblia The Word
    Alguns erros ensinados pelos sete livros não inspirados, que se chocam frontalmente com os 66 livros canônicos da Bíblia

    A verdade nos Livros canônicos ou Escritura  - Confrontação
      1. Narração de anjo mentindo sobre sua origem. - Tobias 5:1-19

    Isa. 63:8 - Ose. 4:2
      2. Diz que se deve negar o pão aos ímpios. - Eclesiástico 12:4-6

    Prov 25:21-22
      3. Uma mulher jejuando toda a sua vida. - Judith 8:5-6

    Mat. 4:1-2
      4. DEUS dá espada para Simeão matar siquemitas. - judith 9:2

    Gên. 34:3049:5-7
      5. Queimar fígado de peixe expulsa demônios. - Tobias 6:6-8

    Atos 16:18
      6. Dar esmola purifica do pecado. - Tobias 12:9 - Eclesiástico 3: 30

    I Ped. 1:18-19
      7. Nabucodonosor foi rei da Assíria, em Nínive. - Judith 1:1

    Daniel 1:1
      8. Honrar o pai traz o perdão dos pecados. - Eclesiástico 3:3

    I Ped. 1:18-19
      9. Ensino de magia e superstição. - Tobias 2:9, 106:5-811:7-16

    Tia. 5:14-16
    10. Antíoco morre de três maneiras. - I Macabeus 6:16 - II Macabeus 1:169:28

    Isa. 63:8Mat. 5:37
    11. Recomenda a oferta pelos mortos. - II Macabeus 12:42-45

    Ecles. 9:5-6
    12. Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. - Sabedoria 3:14

    I João 1:7;

    Heb. 9:27
    13. O suicídio é justificado e louvado. - II Macabeus 14:41-46

    Êxo. 20:13

    Tais erros e contradições revelam que esses sete livros não passam no imbatível teste de "inspiração bíblica", dos livros sagrados e canônicos, inseridos na "Constituição dogmática da fé católica", no Concílio Vaticano I, que assim diz: "Os livros da Bíblia, a igreja reputa-os sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela ( a igreja ), aprovação ou autoridade: nem somente porque contêm a revelação sem mistura de erros, mas sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, tem como autor o próprio DEUS, e como tais foram dados a sua Igreja." - Bíblia traduzida pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, pág
     
    Diante dessa declaração, não podemos dizer que esses sete livros são inspirados e canônicos, porque a igreja católica os declarou, pois ela própria diz que não é a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dissermos que tais livros são inspirados pelo ESPÍRITO SANTO, tendo como autor o próprio DEUS, estamos admitindo que DEUS Pai e o ESPÍRITO SANTO são autores de erros e contradições.
     A prova final, que esses sete livros não são inspirados, é que seus autores nunca reclamaram inspiração para eles, e, além de macabeus afirmar que não havia profeta em seu tempo
    I Mac. 4:469:2714:41 ), ele encerrou seu livro confessando sua incapacidade para expô-lo, ao assim se desculpar: "Se minha narração está imperfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor." ( II Mac. 2:24; 15:38 e 39 ). "Jerônimo, o tradutor da Vulgata, chamou a esses sete livros de apócrifos, que significa ocultos, secretos, escondidos ou não inspirados.” - Introdução Geral à Bíblia, pág.88.
    Os sete livros apócrifos são apenas de valor histórico e literário. Portanto, só devemos aceitar como inspirados os 66 livros canônicos, como regras de fé e doutrina (II Pedro 1: 21). Gabriel Labeca).  
    Que a graça, a paz e o entendimento do Senhor sejam sobre todos vocês! Gabriel Labeca.
     
     
    NA BÍBLIA ENCONTRAMOS CITAÇÕES DE LIVROS QUE NÃO ESTÃO NA BÍBLIA - SIM - MUITOS.
    Encontrei isso - http://www.gnosisonline.org/teologia-gnostica/livros-apocrifos-mencionados-na-biblia-mas-perdidos/ Velho Testamento
    1. Livro do Convênio (Êxodo 24:4, 7)
    2. Livro das Guerras (Números 21:14)
    3. Livro de Jasher (Josué 10:13) e (2 Samuel 1:18)
    4. Livro dos Estatutos (1 Samuel 10:25)
    5. Livro dos Atos de Salomão (1 Reis 11:41)
    6. Livro de Natã (1 Crônicas 29:29) (2 Crônicas 9:29)
    7. Livro de Gade (Mesmo do número 6)
    8. Profecias de Aías (2 Crônicas 9:29; 2:15; 13:22)
    9. Visões de Ido (Mesmo do número 8)
    10. Livro de Semaías (2 Crônicas 12:15)
    11. Livro de Jeú (2 Crônicas 20:34)
    12. Atos de Uzias, Escrito por Isaías (2 Crônicas 26:22)
    13. Livros dos Videntes (2 Crônicas 33:19)
    14. Profecias de Enoque Jude 14
    15. Comentários de Mateus de Nazaré (Mateus 2:23)
    Escritos perdidos do Novo Testamento (ou seja, somente mencionados, mas infelizmente totalmente perdidos)16. Epístola Perdida de Paulo (1 Coríntios 5:9)
    17. Segunda epístola perdida de Paulo (Efésios 3:3-4)
    18. Terceira epistola perdida de Paulo (Colossenses 4:16)
    19. Epístola perdida de Judas.
     
     
    Passagens em que o Novo Testamento cita a Septuaginta
    “As citações do Antigo Testamento são 41 no total, das quais 21 em comum com Marcos e Lucas; todas essas 21 citações seguem o texto da LXX (Septuaginta)…”. (Dicionário Bíblico John L.Mackenzie pág 588)
    É óbvio como veremos que os escritores do Novo Testamento basearam-se na versão LXX para citar os textos do Novo Testamento. Se eles considerassem errado transliterar o nome Sagrado Eloim para Théos, o tetragrama YHWH para Kuryos e Yehoshuah para Iesous, nunca teriam feito uso dela. Mas o caso é que eles a citaram em abundância no Novo Testamento.
    Eis alguns poucos exemplos:
    Encontramos um bom exemplo do uso da Septuaginta entre os judeus da Judéia quando lemos os capítulos 6 e 7 dos Atos dos Apóstolos. Aí lemos que Estêvão, cheio do ESPÍRITO SANTO (At. 6,10), foi levado ao Sinédrio pela multidão (At. 6,12); Estêvão, então, se dirigiu aos judeus e contou-lhes como Jacó trouxe seus 75 descendentes para o Egito:
    “Então José mandou buscar Jacó, seu pai, e toda sua parentela, em número de setenta e cinco pessoas. Desceu Jacó para o Egito e aí morreu, ele e também nossos pais” – Atos 7,14-15
    Mas os manuscritos hebraicos nos dizem que Jacó trouxe 70 descendentes para o Egito (cf. Gên. 46,26-27; o texto hebraico também recorda “70” em Deut. 10,22 e Ex. 1,5). Ora, o Sinédrio judaico e os sacerdotes bem sabiam que Deut. 4,2; 12,32; Sal. 12,6-7 e Prov. 30,6 proíbem que se acrescente ou retire algo da Palavra de DEUS. Com efeito, por que o Sinédrio e os sacerdotes não se escandalizaram com a afirmativa feita por Estêvão, de que Jacó trouxera 75 descendentes? Por que não o acusaram de “perverter a Escritura”? Quando lemos esses versículos, notamos que os judeus pareciam nem mesmo piscar. Em ponto algum desta passagem encontramos qualquer sugestão de que a raiva nutrida pelos judeus contra Estêvão havia se originado de uma possível “perversão das Escrituras”. Ao contrário, eles mataram Estêvão porque foram por este confrontados com a pessoa do Senhor JESUS – que era realmente o CRISTO, e, ao contrário de ser por eles recebido, foi assassinado do mesmo modo que seus predecessores, os profetas (At. 7,51-53)!
    A explicação para a discrepância numérica na história de Jacó narrada por Estêvão é simples: ele está citando Gênese (46,26-27) a partir da versão grega dos Setenta, a Septuaginta, a qual possui cinco nomes a mais (total de 75 nomes) que o texto massorético hebraico. Os cinco nomes que faltam no texto hebraico foram preservados na Septuaginta, em Gên. 46,20, onde Makir, filho de Manassés, e Makir, filho de Galaad (=Gilead, no hebraico), são apontados, posteriormente, como os dois filhos de Efraim, Taam (Tahan, no hebraico) e Sutalaam (Shuthelah, no hebraico) e seu filho Edon (Eran, no hebraico).
    O Sinédrio certamente teria contestado a afirmação de Estêvão se a Septuaginta não fosse usada ou aceita pelos judeus da Judéia. Com efeito, o fato de a Septuaginta ter sido encontrada entre os manuscritos do Mar Morto bem demonstra que esse era o caso.
    Sendo, pois, uma realidade que ambas as versões (a Septuaginta e a hebraica) eram de uso comum na Judéia do primeiro século, o Sinédrio não se surpreendeu ou se escandalizou com a declaração de Estêvão. Afinal, o fato de serem 70 ou 75 o número de descendentes de Jacó não se revelava doutrina importante para os judeus e, ao que parece, também havia muitos judeus no outro lado da questão.
    Outro exemplo, ainda usando as citações de Estevão, é o nome de um deus pagão que se encontra em Atos 7. 43. Estevão citou-o como Renfã. Acontece que esta citação é de Amós 5.26. No texto hebraico o nome do deus é Quijum ou Quijum. Estevão citou a versão da Septuaginta que traz Renfã e não Quijum do texto hebraico.
    Um caso interessante do uso dos escritores do NT da septuaginta é Mt. 1.23 no qual o escritor do Evangelho cita Is. 7.14. A palavra hebraica almah, traduzida por alguns como “mulher jovem” e não necessariamente uma virgem, traduz-se na septuaginta como parthenos. Esta palavra grega significa virgem, indicando que os judeus antes do tempo de CRISTO entenderam perfeitamente esta profecia. Outros judeus depois do advento do cristianismo traduziram a palavra em grego como neanis, ‘jovem mulher’, para afastar a profecia sobre JESUS. Mateus cita a septuaginta e a aplica a JESUS.
    Outros escritores do NT também usaram a clara tradução da septuaginta em seus escritos.
    Um exemplo é o uso que JESUS faz da versão Septuaginta que se encontra em Sua resposta ao diabo em Mt. 4.4. O texto hebreu em Dt. 8.3 diz: “da boca do Senhor”; a Septuaginta diz “da boca de DEUS.” É este último que JESUS cita.
    Também a citação de Êxodo 3.6 em Mateus 22.32, quando DEUS diz: “Eu sou o DEUS de teu pai…” Essa citação corresponde ao texto da Septuaginta que apresenta a palavra “sou” (eimi) que não está de fato expressa no original hebraico.
    Em Hb.1.6, há uma citação do salmo 97.7. A passagem do VT fala das “imagens esculpidas”, “ídolos” e “deuses”. A palavra final em hebraico é elohim (deuses); a septuaginta reza aggeloi (anjos). O livro de Hebreus toma a septuaginta e a incorpora, na qual diz que “todos os anjos de DEUS” adorem a JESUS.
    Por isso, quando Lucas afirma que os crentes de Beréia conferiam nas Escrituras as citações de Paulo feitas do Antigo Testamento podemos ter certeza que eles tinham às mãos a versão grega da LXX.
    Suponhamos que Paulo tivesse decidido elaborar nova tradução mais exata para a língua grega com base no texto hebraico, sem intermediações. Não poderiam os bereanos replicar: “Não é assim que lemos em nossa Bíblia. Como vamos saber se você não distorceu a Palavra, produzindo versões diferentes aqui e ali?”
    A fim de evitar suspeitas e más interpretações, era imperativo que os apóstolos e evangelistas permanecessem fiéis à Septuaginta em sua pregação e ensino, tanto na forma oral como na escrita.
    Sabemos que esta versão usada e citada amplamente pelos apóstolos e posteriormente pela igreja primitiva trazia o nome Iesous para Josué. E quando os apóstolos foram escrever sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, transliteraram o nome do Salvador para Iesous de onde vem o nosso JESUS. http://www.cacp.org.br/a-septuaginta/
     
    Referências Bibliográficas (outras estão acima)
    Bíblia Amplificada - Bíblia Católica Edições Ave-Maria - Bíblia da Liderança cristã - John C Maxwell - Bíblia de Estudo Aplicação pessoal - CPAD - Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP:Sociedade Bíblica do Brasil, 2006 - Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida. Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA:CPAD, 1999. Bíblia Ilúmina em CD - Bíblia de Estudo NVI em CD - Bíblia Thompson EM CD. - Bíblia NVI - Bíblia Reina Valera - Bíblia SWord - Bíblia Thompson - Bíblia VIVA - Bíblia Vivir - Bíblias e comentários e dicionários diversas da Bíblia The Word - Comentário Bíblico Moody - Comentário Bíblico Wesleyano - Champlin, Comentário Bíblico. Hagnos, 2001 - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes - Comentário Bíblico - John Macarthur - Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico "The Treasury of Scripture Knowledge" - CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. - Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD - Dicionário Strong Hebraico e Grego - Dicionário Teológico, Claudionor de Andrade, CPAD - Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD - Enciclopédia Ilúmina - Série Cultura Bíblica - Vários autores - Vida Nova  - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970 -  - HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996 - Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD - Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD - Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD - VÍDEOS da EBD na TV, da LIÇÃO ATUAL INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm -- www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/ - Wiesber, Comentário Bíblico. Editora Geográfica, 2008 - W. W. Wiersbe Expositivo - Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer - CPAD - Comentário do Novo Testamento de Adam Clarke - CPAD