Pr. Henrique, EBD NA TV, DONS DE CURAR, Lições Bíblicas, COMENTO REVISTAS CPAD, BETEL E CENTRAL GOSPEL, Moro em Jordanésia, Cajamar, SP, morava em Imperatriz, MA, Pr. IEADI, estudos bíblicos, vídeos aula, gospel, ESPÍRITO SANTO, JESUS, DEUS PAI, slides, de Ervália, MG, Canal YouTube Henriquelhas, Igreja Evangélica Assembleia de Deus ministério Belém, área 58, Santana de Parnaíba, SP.
Lição 5 –
O Cuidado ao falar e a religião puraLIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultosTema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã AutênticaComentário: Pr.
Eliezer de Lira e Silva
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida SilvaQuestionárioNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmVeja mais subsídios em:
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao5-sdvv-4tr13-ocuidadocomaquiloquefalamos.htm
TEXTO ÁUREO"[...] Mas
todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar"
(Tg 1.19).
VERDADE PRÁTICAAs nossas
palavras podem, ou não, evidenciar a sabedoria de DEUS.
LEITURA DIÁRIASegunda – Êx
19.5 Ouçamos a voz do SenhorTerça – Ec
3.7 Tempo de falar e de calarQuarta – Ef
4.26,29 A ira é uma porta para o pecadoQuinta – 1 Pe
1.23-25 Gerados em amor pelo poder da PalavraSexta – Sl
68.5 DEUS é Pai dos órfãos e juiz das viúvasSábado – Ef
1.3-6 Santos e irrepreensíveis em amor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tiago 1.19-27
19 Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir,
tardio para falar, tardio para se irar. 20
Porque a ira do homem não opera a justiça de DEUS. 21 Pelo que, rejeitando
toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós
enxertada, a qual pode salvar a vossa alma. 22 E sede cumpridores da palavra
e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. 23 Porque, se
alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que
contempla ao espelho o seu rosto natural; 24 porque se contempla a si
mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era. 25 Aquele, porém, que
atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo
ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu
feito. 26 Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua
língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã. 27 A religião
pura e imaculada para com DEUS, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas
nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.Sabedoria para Usar a Língua (Tiago 3:1-18) -
James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida,
Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos. A reação
de Tiago ao comportamento de grupos na igreja de sua época é convocar a igreja para que controle a língua, expondo as marcas
do ESPÍRITO de DEUS, e finalmente denunciando a motivação humana de muitos
crentes, na igreja.
3:1 Meus irmãos, indica o início de uma seção. Não sejais muitos de vós
mestres: os mestres eram importantes na igreja (Romanos 12:7; 1 Coríntios
12:28; Efésios 4:11-13), mas a igreja também estava sendo prejudicada por
falsos mestres (e.g., 1 Timóteo 1:7; Tito 1:11; 2 Pedro 2:1). Era fácil
falsificar o dom do ensino, bastando que o falsário fosse bastante
eloqüente. Mas era bem certo que,
quando uma pessoa se apresentava “voluntariamente” para ensinar, em vez de
ser impelida pelo ESPÍRITO, seus motivos mundanos com a toda a certeza se
manifestavam em ciúme, contenda ou heresia. Tiago valoriza o ministério, mas
percebe que sua atração e poder sociais tornam-no perigoso, e que a pessoa
deve ser relutante em investir nele a vida.
O perigo do ministério é, primeiramente, pessoal: receberemos um juízo mais
severo. Se cada palavra vã entrará em julgamento, quanto mais as palavras
dos que trabalham com palavras? (Mateus 12:36) Se os mestres judaicos
deverão ser julgados com severidade, quanto mais os mestres cristãos?
(Mateus 23:1-33; Marcos 12:40; Lucas 20:47) Um exame das condenações do
falso magistério tanto nos evangelhos como em 1 e 2 Pedro, e em Judas,
demonstram que, semelhantemente ao que diz respeito aos presbíteros (1
Timóteo 3; Tito 1), o modo de viver do mestre é mais importante do que suas
palavras. Os mestres eram primordialmente modelos e, em segundo plano,
instrutores intelectuais. Ao reivindicar a posição de mestres, colocavam sua
vida e suas palavras sob a égide de DEUS, que os responsabilizaria pelo
desvio do rebanho, quer mediante a palavra, quer mediante o exemplo.
3:2 O perigo aumenta muito pelo fato de que todos tropeçamos em muitas
coisas. Tiago menciona um provérbio que significa que os cristãos não apenas
pecam com freqüência, mas também pecam de muitas maneiras diferentes. Esta
verdade é reconhecida por toda a Escritura: 2 Crônicas 6:36; Jó 4:17-19;
Salmos 19:3; Provérbios 20:9; Eclesiastes 7:20; Romanos 8:46; 1 João 1:8.
"Se
alguém não tropeça em palavra" Tiago focaliza um pecado especial que o
preocupa: a língua solta. A necessidade de controlar a língua era bem
conhecida no judaísmo e no cristianismo (Provérbios 10:19; 21:23;
Eclesiastes 5:1; Siraque 19:16; 20:1-7). Tiago salienta aqui, como o fez em
1:26, a importância de controlar a língua, pois afirma a respeito de quem
for capaz de domá-la: esse homem é
perfeito, e capaz de refrear todo o corpo. Isto significa que tal pessoa é
madura, tem caráter cristão completo (1:4) e, assim, é capacitada a enfrentar
todas as provações e tentações, e a controlar todos os impulsos maus
(1:12-15). É como disse Ben Zoma: “Quem é poderoso? Aquele que subjuga suas
paixões”. Ou como perguntou Alexandre da Macedônia aos anciãos do sul: “Quem
é o herói? Responderam-lhe: Aquele que controla suas paixões más [yêser
hâ-râ]” (m. Aboth 4:1). Tiago caminha um passo à frente dos rabinos. O
controle dos maus impulsos é bom (e Paulo concorda com Tiago, 1 Coríntios
9:24-27), mas os impulsos mais difíceis de controlar são os da língua.
Mantenha pura a fala, e o resto será fácil; eis a marca do cristão maduro.
3:3-4 Tiago ilustra sua tese, “controle sua língua e você será capaz de
controlar todo o seu ser”, mediante uma série de analogias. Primeiro ele pensa em cavalos, que são
maiores e mais velozes do que os seres humanos. No entanto, quando pomos
freios na boca dos cavalos nós os controlamos: não só a cabeça, mas o animal
inteiro é forçado a ir para onde o cavaleiro desejar. Uma segunda analogia é tirada dos navios.
Os navios constituíam uma das maiores estruturas que os primitivos cristãos
conheceram. Se até um barquinho de pesca impressionava, quanto mais um navio
mercante em pleno oceano? Mais impressionantes, todavia, eram as forças que
o compelem, os ventos capazes de vergar árvores e espalhar as nuvens.
Entretanto, a despeito de todo seu tamanho e peso, um leme pequenino, do
formato de uma língua (pequenino pelo menos quando comparado ao tamanho do
navio, ou ao poder do vento), movimentado pelo piloto, podia mudar a direção
do navio. São dois exemplos impressionantes, ou analogias do adágio:
“controle a língua e você controlará tudo”.
De certo modo, Tiago mudou um pouco sua argumentação, enquanto elaborava
suas ilustrações. Ele havia começado dizendo: “Se você puder controlar a
língua, você será um gigante espiritual capaz de controlar o resto do
corpo”. As ilustrações de Tiago são agudas: “Se você controlar a língua,
você controla o resto do corpo”. Todavia, esta mudança permite a Tiago
mover-se no sentido de conscientizar-se de que a língua com freqüência incita a pessoa a agir: primeiramente,
você expressa com palavras uma idéia proibida e, a seguir, você lhe dá
expressão física; primeiro, você se mete numa conversa lasciva ou numa
discussão acalorada e, a seguir, comete adultério ou assassinato. É para
esse poder da língua que Tiago se volta agora, mas ambas as idéias, a
dificuldade em controlarmos a fala e seu
fantástico poder, estão ativas em sua mente.
3:5 Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes
coisas: na verdade a língua é pequenina, mas quanta reivindicação pode ela
fazer como responsável por grandes eventos para o mal, ou para o bem! Com
muita freqüência os resultados foram malignos, mas a língua gabou-se com o
máximo orgulho; o próprio emprego do verbo “gabar-se” leva à memória do
leitor as frequentes condenações de Paulo a quaisquer vanglórias, e que só
deveríamos gloriar-nos em CRISTO (Romanos 1:30; 3:27; 11:18; 2 Coríntios
10:13-16; Efésios 2:9). A língua é como um pequeno fogo que pode incendiar
um grande bosque; pode tratar-se de um bosque palestino ressecado ao sol de
uma longa seca, ou de uma encosta montanhosa do sul do nosso país. Alguém
acende uma fogueira, sem cuidados, ou atira um fósforo aceso; a ação é
irreversível, porque o fogo primeiro estala, depois ruge, e logo estará
devorando alqueires e mais alqueires de madeira, rápido como o vento.
3:6 a língua também é fogo: É assim que Tiago começa a traçar quadros
quase psicodélicos do mal produzido pela língua. À semelhança do fogo, a
língua é destrutiva. Basta que nos lembremos da oratória de um Adolf Hitler
para que fique sublinhada esta verdade. A língua não é só destrutiva, ela é
um mundo de iniquidade; ou, como afirma uma tradução alternativa, “um mundo
de injustiça”.
O mundo de injustiça está ocupando seu lugar entre os nossos membros. Ela
contamina todo o corpo. O mundo é algo que o cristão em geral considera “lá
fora”. Tiago aponta para sua própria boca e diz: “O mundo está aqui dentro”.
A língua descontrolada é a encarnação e a sede dos impulsos maus do corpo. A
língua não se limita em seus efeitos à sua própria área, visto que espalha a
iniquidade,
ou contamina todo o corpo. A pessoa inteira é atingida pelo fragor de sua
língua. Entretanto, cada palavra vã será julgada (Mateus 12:36).
Além do mais, a língua inflama o curso da natureza, e é por sua vez
inflamada pelo inferno. O problema a respeito das palavras é que as
conseqüências não param por aí. Os efeitos são seriíssimos. “Paus e pedras
podem quebrar meus ossos, mas as palavras não me machucam” é um conceito sem
base bíblica. As chamas da língua incendeiam as paixões aumentam o furor,
inflamam a lascívia.
Logo, as palavras, quer sejam um diálogo íntimo, não ouvido aqui fora, pois
não houve fala, quer sejam pronunciadas, transformam-se em ação. As emoções,
o raciocínio, o corpo todo se envolve incontrolavelmente. E qual foi a
origem desse incêndio destruidor? O próprio inferno! É ali que está a prisão
de Satanás e seus demônios. Aquela discussão teria sido inspirada pelo
ESPÍRITO de DEUS? Não. Foi inspirada pelo diabo. As chamas do fogo, do
preconceito, do ciúme, da inveja e da calúnia projetam-se do lago de fogo.
3:7-8 Tendo pronunciado uns conceitos pesados a respeito da língua, Tiago
se empenha agora em comprovar sua tese com minúcias. Seu principal quesito é
que a língua, isto é, a palavra humana, é desesperadamente perversa. Tiago
inicia com uma analogia da natureza: Toda espécie de feras, de aves, de
répteis e de animais do mar se doma, e tem sido domada pelo gênero humano. O
argumento de Tiago não é científico. Não lhe interessaria saber que ninguém
havia ainda conseguido domar o rinoceronte, e que em seus dias ainda não
haviam chegado notícias sobre tubarões assassinos; tampouco está Tiago
interessado em saber se determinado animal foi totalmente domesticado.
Basta-lhe saber que felinos e grandes macacos ficam sob total controle
humano. Isto é verdade, quer se trate do prisioneiro que domestica um
camundongo ou um rato, em sua cela, quer se trate do dono de um elefante que
transporta um príncipe indiano, ou o encantador de serpentes na praça, ou o
passarinheiro cujas aves lhe obedecem o comando. Tudo isto já era conhecido
no passado (tem
sido domada), mas não pertence a certa idade de ouro, meio esquecida —
trata-se de experiência do presente também (se doma). Além de tudo, o
conceito aplica-se às quatro principais categorias de vida animal: feras
(i.e., mamíferos), aves, de répteis (inclusive anfíbios) e animais do mar.
Entretanto, que contraste quando avaliamos a língua! a língua, nenhum homem
a pode domar. O problema de controlar a língua entrava numa espécie de
ditado popular das culturas hebraica e grega. Tiago não precisava provar a
verdade dessa máxima. Não tinham seus ouvintes dezenas e dezenas de coisas
que gostariam de “desdizer” ou muitas palavras que haviam pronunciado
erroneamente?
Não haviam aprendido dezenas de provérbios que talvez pudessem ajudá-los?
“Há alguns cujas palavras são como pontas de espadas, mas a língua dos
sábios é saúde” (Provérbios 12:18). “O que guarda a sua boca preserva a sua
alma, mas o que muito abre os seus lábios tem perturbação” (Provérbios
13:3). Certamente as palavras de Tiago não precisam ser comprovadas perante
pessoas honestas.
Em vez de deixar-se domesticar, a língua é mal incontido. E como Hermas
diria, mais tarde: “A difamação é um mal; é demônio que não sossega, nunca
tem paz, mas habita na dissensão” (Mandate 2.3). Em contraste, DEUS é
perfeitamente uniforme no pensamento, estável e tem paz, “pois DEUS não é
DEUS de confusão, senão de paz” (1 Coríntios 14:33). Entretanto, nossa fala
constantemente se caracteriza pela instabilidade; a pessoa crê que controla
sua língua, mas num certo momento de descuido, deixa escapar uma palavra
ferina ou difamatória.Algumas características dos demônios são a
incapacidade de autocontrolar-se, a ausência de descanso, a instabilidade —
as mesmas da língua, como Tiago logo demonstrará (3:16).
Além de tudo, a língua está cheia de peçonha mortal. Com isso concorda o
salmista: “Aguçam a língua como a serpente; o veneno das víboras está
debaixo dos seus lábios” (Salmos 140:3). Essa comparação com as serpentes
era bastante difundida na literatura judaica, talvez porque a língua se
parece um pouco com uma serpente, talvez porque as víboras matem com a boca
e talvez porque, no
Éden, foi a serpente que enganou nossos primeiros pais com palavras
melífluas.
Não há evidência de que Tiago esteja na dependência de alguma passagem
bíblica particular; ele está apenas afirmando que as palavras jamais são
inofensivas; são perigosas e mortíferas como veneno, se não forem
controladas. Esta é a resposta de Tiago à tendência moderna de considerar as
palavras destituídas de importância e muito baratas.
3:9 / Tendo declarado a perversidade da língua e a dificuldade em
controlá-la, Tiago nos dá a seguir alguns exemplos concretos sobre sua
natureza incontrolável.
Em primeiro lugar, com ela bendizemos ao Senhor e Pai. Todos os leitores hão
de concordar com Tiago. Dar graças a DEUS, agradecer-lhe a bondade, fazia
parte do culto litúrgico de todo judeu e cristão: entoavam salmos (a que
chamavam salmos de louvor) como Salmos 31:21 ou 103:1, 2; (levantavam
orações matutinas e vespertinas em que davam graças a DEUS pela proteção
durante a noite e
pelas bênçãos do dia (as orações de Atos 2:42); e havia os devocionais antes
de cada refeição: “Bendito sejas tu, ó Senhor DEUS de nossos pais, que nos
dás do fruto da terra...”.
Infelizmente, a língua também é usada para amaldiçoar: com ela amaldiçoamos
os homens. Há abundantes passagens bíblicas com maldições, embora a Bíblia
imponha limites à maldição e não nos deixe tranquilos no que lhe diz
respeito: Gênesis 9:25; 49:7; Juízes 9:20; Provérbios 11:26. As maldições
eram comuns porque, à semelhança das bênçãos, não só davam vazão às emoções
como
também influíam de verdade sobre as pessoas e as coisas a que se destinavam.
Embora Paulo proíba a maldição feita a esmo (Romanos 12:14), na prática o
apóstolo pronunciava palavras duras, à guisa de maldições (1 Coríntios 5:1;
16:22; Gálatas 1:8). A cana de Judas é, praticamente, uma longa maldição
contra os hereges. Entretanto, estas maldições de caráter mais formal sobre
pessoas que praticam certos tipos de mal dificilmente seriam maldições
oriundas do ódio, do ciúme, da rivalidade, jamais são usadas como arma a fim
de separar ou rejeitar grupos, dentro da igreja, quando há lutas
partidárias, e menos ainda constituem maldições irrefletidas de alguém que
se viu prejudicado pessoalmente.
Tiago aponta a incoerência da maldição a esmo, ao acrescentar feitos à
semelhança de DEUS. Embora um pronunciamento de JESUS que proíbe que se
amaldiçoe pudesse ter sido a base emocional mais profunda (e.g., Lucas
6:28), Tiago prefere utilizar este argumento teológico a fim de salientar a
incoerência da maldição.
O Antigo Testamento refere-se às pessoas humanas como feitas à semelhança de
DEUS (Gênesis 1:26), e utiliza esse fato para comprovar a seriedade do ato
de destruir essa semelhança (Gênesis 9:6). Até mesmo o mais depravado ser
humano retém a semelhança de DEUS, a qual se entendia, segundo o pensamento
bíblico, representava a pessoa toda. Bendizer a DEUS, ou a ele agradecer e,
a seguir,
voltar-lhe as costas e maldizer sua imagem e semelhança é o mesmo que
engrandecer um rei, em sua presença, e a seguir esmagar a cabeça de sua
estátua, à saída do palácio real. Na melhor das hipóteses, é uma incoerência
de comportamento; na raiz desse mal está o ódio veemente, incontrolável, sem
nenhum vestígio de arrependimento, dentro dessa pessoa, que não se atreve a
atirá-lo contra
DEUS, mas desabafa-o sobre as pessoas. Entretanto, Tiago reconhece, cheio de
simpatia, a natureza instável das pessoas e identifica-se com elas, ao usar
o verbo na primeira pessoa do plural (nós), não porque ele aceite essa
realidade como apropriada, mas porque procura conduzir as pessoas ao
arrependimento e mostrar-lhe um caminho melhor (3:13-18).
3:10 O problema óbvio aqui é a inconstância da palavra falada: Da mesma
boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja
assim. O problema não é tanto o de bênção, ou de maldição em si — a pessoa
poderia, por exemplo, amaldiçoar o pecado muito adequadamente: “Que todos os
pensamentos odiosos que querem invadir minha mente sejam enterrados nas
profundezas do inferno!”. O problema é que tanto a maldição quanto a bênção
dirigem-se ao mesmo objeto: DEUS, e a pessoa feita à imagem de DEUS. Isso demonstra duplicidade de pensamento e,
portanto, pecado. É especificamente essa duplicidade de linguagem (a pessoa
“fala com língua bifurcada”, segundo o velho ditado), que a tradição bíblica
rejeita (e.g., Salmos 62:4). Esta rejeição foi efetuada mais tarde, no
judaísmo, (o livro apócrifo de Siraque 5:19 fala do “pecador de língua
dobre”) e no cristianismo (e.g., Didaquê 2:4, “Não tenhas mente
dobre nem tenhas duplicidade de língua, visto que a língua dúplice é
armadilha mortífera”). Portanto, Tiago dá prosseguimento ao mesmo tema que
mencionara em 1:8 e 4:8 — duplicidade, inconstância e instabilidade são
sinais do impulso mau, e não devem ser tolerados. O cristão é chamado para
desarraigar todas essas tendências e chegar à singeleza e à sinceridade de
coração.
3:11-12 Tiago conclui sua argumentação com mais algumas analogias da
natureza: Pode uma fonte de água salgada dar água doce? Aqui está uma
verdade infelizmente comum por todo o Mediterrâneo, quer no vale do Lico
(Apocalipse 3:15-16 refere-se ao suprimento de água da região), quer em
Mara, no Sinai (Êxodo 15:23-25), quer no vale do Jordão, onde a água cai em
cascatas do alto
das rochas, dando uma aparência de boas-vindas ao viajante, até que este
descubra tratar-se de águas amargas. Por que os seres humanos tentam fazer o
que a natureza não faz? A analogia entre o produto de uma fonte aquática e o
da boca humana é bem apropriada.
Em segundo lugar, meus irmãos, acaso pode uma figueira produzir azeitonas,
ou uma videira figos? Mais uma vez a analogia é bem apropriada. Nenhuma
árvore produz duas espécies de fruto. Cada árvore produz segundo sua
natureza. É contrário à natureza o ser humano tentar fazer o que a natureza
não faz. Entretanto, pode ser que Tiago esteja querendo dizer algo mais,
visto que JESUS utilizou ilustração semelhante (Mateus 7:16-20; Lucas
6:43-45; Mateus 12:33-35), mas esta analogia relaciona-se a frutos bons e
frutos maus, e ao julgamento de uma planta segundo o fruto que produz.
Estaria Tiago sugerindo que o fruto mau (a maldição) revela a natureza da
pessoa?
A terceira analogia confirma essa suspeita: Tampouco pode uma fonte de água
salgada dar água doce. Tiago mudou sua analogia. Agora, a fonte é
decididamente má, de água salgada, mas tenta produzir água doce. Isso é
impossível.
O mal dentro da pessoa produz uma “inspiração” freqüentemente bem escondida,
mas as “maldições” (crítica maldosa, calúnia, comentários negativos),
misturadas com palavras piedosas, demonstram a verdadeira fonte de
inspiração. O mestre ou os cristãos vindicam o ESPÍRITO de DEUS, ou a
sabedoria de DEUS; mas há verdade nisso? Não há verdade quando a linguagem
da pessoa revela que esta é uma fonte de água salgada que finge ser doce.
Havendo sustentado o perigo inerente à língua e a necessidade de pureza no
falar, Tiago move-se agora para a retaguarda das palavras, e vai tratar das
motivações por trás dessas palavras. Esta seção procura olhar para dois
lados. Em certo sentido, olha para trás, para os mestres de 3:1 e para os
problemas reais que sublinham a palavra impura, de modo geral. Noutro
sentido, trata-se de ponte entre a
discussão teórica de 3:1-13 e a denúncia dos problemas da comunidade, de
4:1-12. Assim como houve dois nascimentos, e duas inspirações em 1:12-18, há
duas “sabedorias” e dois Espíritos, aqui.
3:13 Tiago já fez a apologia da fala singela, sincera; agora, faz um
apelo. Quem entre vós é sábio e entendido? Em certo nível, esta é uma
pergunta que simplesmente quer saber se alguém se enquadra na descrição, mas
num nível mais profundo lembramo-nos de que 1 Coríntios 1-3 descreve uma
igreja em que um ensino rival vindicava possuir sabedoria superior, e é
possível que isso também
estivesse acontecendo na comunidade de Tiago. Pelo menos Tiago sabia que os
mestres de 3:1 afirmavam ser compreensivos, pois de que outra maneira
poderiam ensinar? É a tais pessoas, e também às que aspiram compreensão, que
Tiago se dirige.
De que maneira podem tais pessoas “mostrar” sua sabedoria? Mostre... Seria
mediante a inteligente refutação daquele que discorda de sua posição? De
modo algum; em vez disso, que mostre pelo seu bom procedimento... JESUS
havia dito que distinguiríamos os verdadeiros mestres dos falsos pelo seu
modo de viver (Mateus 7:15-23). Tiago está aplicando o ensino de seu Mestre.
O procedimento
era absolutamente crucial para a igreja primitiva. Os presbíteros eram acima
de tudo exemplos (1 Pedro 5:3; 1 Timóteo 4:12; 2 Timóteo 3:10-11), e, num
segundo plano, mestres. Suas qualificações enfatizam suas vidas exemplares,
e, se há menção da habilidade para ensinar, esta é apenas uma dentre outras
muitas (1 Timóteo 3; Tito 1). O modo de viver constituía também um
testemunho importante (1 Pedro 2:12; 3:2, 16) visto que, se não houvesse
sucesso na evangelização de um incrédulo, pelo menos eliminava as desculpas
das bocas dos incrédulos no dia do julgamento final. Tiago declara que não é
a ortodoxia da pessoa (pregação correta), mas sua ortopraxia (vida correta)
que representa a marca da verdadeira sabedoria. O crente deve recusar o
mestre que não vive à semelhança de JESUS; você deve descartar a profissão
de fé que não conduz à santidade.
Tiago enfatiza duas marcas deste modo de viver. A primeira chama-se boas
obras. As obras — nosso procedimento — falam mais alto do que nossas
palavras (Mateus 5:16). As obras que determinada pessoa realiza demonstram
onde tal pessoa investiu verdadeiramente seu coração (e.g., Mateus 6:19-21,
24). Tiago elogia práticas tais como a caridade, o cuidado às viúvas, como
marcas de sabedoria.
A segunda marca relaciona-se ao desempenho dessas obras em mansidão de
sabedoria. De modo diferente dos hipócritas de Mateus 6:1-5, os
verdadeiramente sábios sabem como agir com mansidão (humildade): não estão
edificando suas próprias reputações. À semelhança de Moisés (Números 12:3) e
de JESUS (Mateus 11:29; 21:5; 2 Coríntios 10:1), não estão interessados em
defender-se. Evitam
conflitos, e de modo especial evitam fazer propaganda de si mesmos. A
humildade (ou mansidão) é a marca do verdadeiro sábio.
3:14 Por outro lado, se o coração do crente é marcado, não pelo
comportamento santo, pela mansidão humilde e pelas boas obras, mas revela
amarga inveja e sentimento faccioso, o quadro é outro, bem diferente. Todas
estas palavras descrevem as condições de vosso coração e refletem o ponto de
vista de DEUS. A pessoa não deve permitir que essas características lhes
penetrem na consciência
de forma disfarçada. A inveja mencionada por Tiago é “um zelo severíssimo”,
ou “rivalidade”; o mesmo termo pode ter um significado positivo, o “zelo que
transparece noutras passagens escriturísticas (e.g., 1 Reis 19:10), e é
certo que a pessoa com essa característica persuadiu-se de que esse é seu
caso. Na verdade, trata-se de rigidez resultante de orgulho pessoal. Amarga
inveja é diferente do amor e do zelo firme de alguém que tem plenitude de
DEUS; “amargo” é um adjetivo que descreve bem a vítima da inveja: seria um
“zelo” tingido pela amargura. Não importa os motivos esplendorosos que podem
ser proclamados: a dureza áspera no tom do cinismo demonstrado contra os
adversários revela a horrorosa inveja.
Com tais vícios combina-se bem o espírito faccioso, que em NIV é “ambição
egoísta” (Gálatas 5:20; 2 Coríntios 12:20). No calor da rivalidade, o líder
acha que deve retirar-se, de algum modo, a fim de “testemunhar a verdade”
que o principal grupo de cristãos rejeitou. Esta é uma questão extremamente
sensível, visto que a história da igreja conhece grupos que foram expulsos
ou tiveram de retirar-se
cheios de dor e tristeza, por serem testemunhas da verdade; houve épocas em
que isto foi necessário. Todavia, com muita freqüência o que começa como um
testemunho fica sutilmente maculado pela rivalidade, que induz à separação.
Se estes vícios caracterizam seu coração, não vos glorieis, nem mintais
contra a verdade. “Não mintais contra a verdade” é tradução literal do
grego, que NIV traduziu: “não negueis a verdade”. Algumas pessoas poderiam
estar reivindicando, em total oposição às evidências levantadas por Tiago,
estarem cheias do ESPÍRITO de DEUS. Tiago lhes roga que não agravem seu
problema ao continuar asseverando que é DEUS quem lhes motiva tão grande
rivalidade. Ao jactar-se de seu zelo, ou quando discutem sem parar a justiça
de sua causa, atiram a causa do reino de DEUS ao escândalo e acabam cegos
espiritualmente.
3:15 A pessoa invejosa não é inspirada por DEUS: Essa não é a sabedoria
que vem do alto. Tiago cria que a sabedoria vem de DEUS (1:5). Poderíamos parafrasear Tiago
dizendo: “este
comportamento não é inspirado pelo ESPÍRITO de DEUS”. É terrena. A inspiração dessas pessoas na
melhor das hipóteses provém delas mesmas, de seu ego natural. Em segundo
lugar, é animal, i.e., não-espiritual, carnal. Não
faz parte de sua natureza redimida, mas caracteriza a pessoa para quem o
verdadeiro caminho do ESPÍRITO é estranho. Os caminhos do mundo — o poder, o
comando (cf. Marcos 10:45), a estratégia, as prerrogativas — são os que tais
pessoas entendem, não a mansidão humilde, o amor, a auto-entrega. Em
terceiro lugar, é diabólica. “É inspirado, é mesmo”, redargui Tiago, “é inspirado
pelo próprio diabo!”. Neste ponto, Tiago atingiu o xis da questão.
3:16 Como que para arrematar sua argumentação. Tiago prossegue: Pois onde
há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. A autoafirmação e a independência próprias da
inveja do “zelo” doentio, destroem a capacidade de a comunidade
disciplinar-se de acordo com a tradição apostólica (Mateus 18:15-20; Gálatas
5:25; 6:5). Destruídos os “freios” da reprovação mútua, e havendo
necessidade de “aceitar as coisas” por medo do criticismo que levaria outrem
a formar seu próprio partido (“panelinha”), fica fácil ver como toda obra má
vai infiltrando-se. Para Tiago, a solidariedade comunitária é
importantíssima como era para Paulo (2 Coríntios 12:20; Filipenses 2:4),
visto que, sem ela, ocorre a desintegração moral e comunitária.
3:17 Contrastando de modo completo com a “sabedoria” demoníaca, temos a
sabedoria que vem do alto. Para salientá-la, Tiago relaciona um catálogo de
virtudes que podem ser comparadas, tanto em forma quanto em conteúdo, com o
catálogo de Paulo quanto ao amor e ao ESPÍRITO (1 Coríntios 13; Gálatas
5:22ss).
Pura,
moderada (Filipenses 4:5; 1 Timóteo 3:3; Tito 3:2), é tratável, é prática,
porque se apresenta cheia de misericórdia (expressão grega da qual se
derivou a palavra esmola) e de bons frutos, que são os atos de caridade que
Tiago já discutiu (1:26-27; 2:18-26). É sem parcialidade, e sem hipocrisia,
i.e., imparcial e sincera, livre de preconceitos.
3:18 Tiago resume sua explanação com um provérbio: o fruto da justiça
semeia-se em paz para os que promovem a paz. A colheita da bondade ou da
justiça é bem conhecida na literatura bíblica (e.g., Isaías 32:16-18; Amós
6:12).
“Bem-aventurados os pacificadores” (Mateus 5:9). Conflitos e
desavenças não produzem justiça; o caminho
para a justiça chama-se paz. Na verdade, a verdadeira paz na comunidade é
resultado da prática da justiça a todas as pessoas.
Notas Adicionais #3
3:2 Tiago emprega uma palavra incomum para tropeça, que se encontra apenas
4 vezes no Novo Testamento; veja também Tiago 2:10; Romanos 11:11; 2 Pedro
1:10. A palavra grega significa literalmente “tropeçar” ou “errar”, mas,
quando empregada em sentido figurado, em questões morais, como aqui,
significa “desviar-se” ou “pecar” e até mesmo “arruinar-se” ou “perder-se”.
A passagem toda está ligada por palavras destinadas a chamar a atenção.
Tropeça faz ligação do provérbio ao resto do versículo. Refrear literalmente
é “pôr freios em”, ligando-se com “freios” do v. 3; em português, como no
grego, são palavras de mesma raiz. Todo o corpo: o corpo era visto como a
sede de todas as paixões, de todos os maus impulsos.
3:3-4 É bem provável que Tiago esteja citando uns provérbios
populares, porque com toda a certeza havia abundância de ditados sobre
cavalos e navios em sua época. Pode ser que a mente de Tiago apenas se
projetou mais à frente, empregando essas ilustrações como uma ponte de
ligação com novos pensamentos que logo despontarão. O fato é que as
ilustrações sobre cavalos e navios eram comuníssimas entre o povo.
3:5 a língua,
isto é, o mal que ela pode conter.
3:6 Assemelhar a língua ao fogo tem precedente no Antigo Testamento: Salmos
10:7; 39:1-3; 83:14; 120:2-4; Provérbios 16:27; 26:21; Isaías 30:27.
Siraque, comentando uma longa passagem a respeito da calúnia, diz o
seguinte: “[A língua] não governará os piedosos, e estes não serão queimados
em suas chamas” (28:22; cf. Salmos de Salomão 12:2-3).
O mundo ocupa seu lugar entre os nossos membros pode ser uma referência aos
impulsos maléficos (Hebraico, yêser hâ-râ), primeiramente citados em Tiago
1:13, que os judeus diziam viver nos membros do ser humano. JESUS afirmou que a
corrupção não está do lado de fora, mas dentro da pessoa, pois o mal provém
do coração (Marcos 7:14-23). É dos fuxicos comunitários, do preconceito e da
rejeição do apelo a dar-se que Tiago está tratando. Ele retrata esses males
como se estivessem residindo na língua, mas, à semelhança de JESUS, a
corrupção interna destrói não apenas a língua, mas todo o corpo. Encontramos
em Judas 23 um quadro semelhante (cf. Sabedoria 15:4).
É interessante a referência ao inferno. O inferno ou “Geena”, aparentemente
estava na mente de Tiago e de outros como um lugar em que os demônios e
Satanás já estavam aprisionados (em oposição ao aprisionamento futuro,
mencionado em Apocalipse 19-20). Este é, claramente, o sentido dessas
palavras na obra judaica “Apocalipse de Abraão” 14:31. Entretanto, a imagem
que lemos nesta passagem não é apenas a de seres aprisionados, mas de seres
capazes de inspirar acontecimentos agora mesmo, como os de Apocalipse
9:1-11; 20:7-8. Parece que a prisão seria utilizada como imagem forte para
determinar os seres que ali vivem, ou viverão, de modo especial tendo em
vista da imagem de fogo que lhe está associada. Veja ainda J. Jeremias. “Geenna”,
TDNT, vol. 1, p. 657-58.
3:7 O outro lugar (e único) em que aparece a palavra doma, no Novo
Testamento, é em Marcos 5:4, em que os demônios deixam o ser humano
indomável.
As quatro categorias de animais são as quatro divisões comuns do mundo
animal, na literatura bíblica, classificação feita segundo a observação dos
grupos, e não de acordo com a taxonomia atual. Veja Gênesis 1:26; 9:2;
Deuteronômio 4:17-18; Atos 10:12; 11:6.
3:8 As Escrituras contêm grande abundância de ensino a respeito da língua
(e.g., Provérbios 10:20; 15:2, 4; 21:3; 31:26), havendo também muita
literatura intertestamentária sobre o mesmo tópico (e.g., Siraque 14:1;
19:6; 25:8).
O termo incontido é o mesmo que aparece em 1:8 (“vacilante”), sendo
frequente no Novo Testamento na forma de substantivo, com o sentido de
“intranquilidade”, “instabilidade”, “tumulto”.
Quanto à figura de linguagem da peçonha, na literatura judaica, veja Jó
5:15; Salmos 58:4, 5; Siraque 28:17-23. Hermas (Similitude 9.26.7) diz o
seguinte: “Assim como as bestas feras destroem e matam o homem com sua
peçonha, assim as palavras de tais homens destroem e matam o ser humano”.
Veja ainda O. Michel, “los”, TDNT, vol. 3, p. 334-35.
Em 28:13 a pessoa de língua dobre (“o
enganador”, RSV) é
amaldiçoado sem rodeios. O Testamento de Benjamin 6:5 diz o seguinte: “A
mente boa não possui duas línguas, a da bênção e a da maldição... mas tem
uma disposição, incorrupta e pura, com respeito a todos os seres humanos”.
Em essência, quer a pessoa examine as obras judaicas, quer examine as
cristãs, do período primitivo, o mero aparecimento de uma atitude de
duplicidade (que não é de modo algum apenas a honesta confissão de que a
pessoa “ainda não tomou uma decisão”) é indício de disposição pecaminosa.
3:11-12 Qualquer área geologicamente ativa possui fontes de água doce e
fontes de água amarga. No vale do Lico, Hierápolis tinha fontes termais de
água mineral: Colossos tinha águas doces; Laodicéia tinha de adaptar-se à
água morna encanada de longa distância. No vale do Jordão o viajante
precisava distinguir de longe quais das várias Fontes eram doces, e depois
caminhava muitos quilômetros na direção delas. Veja ainda E.F.F. Bishop,
Apostles of Palestine (Apóstolos da Palestina), p. 187; ou D. Y. Hadidian,
“Palestine Pictures in the Epistle of James” (Quadros da Palestina na
Epístola de Tiago), p. 228.
A versão do rei Tiago (KJV) diz: “De modo que nenhuma fonte pode produzir
água salgada e água doce”.INTERAÇÃOOuvir não é
uma atitude fácil. Demanda tempo, paciência, perseverança e concentração. O
ato de ouvir é uma obra doadora. Quem ouve uma pessoa, doa o seu tempo e a
sua atenção. A princípio, quem ouve pode aparentar uma atitude passiva, mas
na verdade esta pessoa realiza uma intensa atividade de pensar e de
raciocinar. E tratando-se da Palavra de DEUS, a atividade intensa de
alimentar a própria alma. Então, quando o crente abrir a sua boca para
falar, falará de maneira sábia e poderosa. Portanto, as Escrituras nos
aconselham a ouvir mais e a falar menos; para quando articularmos as
palavras, o fazermos com autoridade e coerência.
OBJETIVOSApós a aula,
o aluno deverá estar apto a:Aprender
sobre estar "pronto para ouvir" e "tardio para falar".Compreender a
importância de ser praticante, e não só ouvinte. Saber qual é
a religião pura e verdadeira.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDARICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007.STRONSTAD,
Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
SAIBA MAIS pela Revista Ensinador Cristão CPAD nº 59, p.38.
Resumo da Lição 5 – O Cuidado ao falar e a religião pura
I. PRONTO PARA OUVIR E TARDIO PARA FALAR (Tg 1.19,20)
1. Pronto para ouvir.
2. Tardio para falar.
3. Controle a sua ira.
II. PRATICANTE E NÃO APENAS OUVINTE DA PALAVRA (Tg 1.21-25)
1. Enxertai-vos da Palavra (21).
2. Praticai a Palavra (22-24).
3. Persevere ouvindo e agindo (v.25).
III. A RELIGIÃO PURA E VERDADEIRA (Tg 1.26,27)
1. A falsa religiosidade.
2. A verdadeira religião (v.27).
3. Guardando-se da corrupção (v.27). SINOPSE DO
TÓPICO (1) À luz da Palavra de DEUS aprendemos que o crente deve ser tardio
para falar e pronto para ouvir. Por isso, a ira é um sentimento que deve ser
controlado pelo crente.SINOPSE DO
TÓPICO (2) O crente deve encher-se da Palavra, praticar a Palavra e
perseverar na Palavra.SINOPSE DO
TÓPICO (3) A verdadeira religião está em olharmos para o necessitado, irmos
até ele e acolhê-lo.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 59, p.38.Há na
atualidade pouca disposição em se ouvir, estudar, entender, compreender para
expor um assunto. Não! Muitos querem falar sobre tudo. Ainda não se tem a
maturidade intelectual e querem sair por aí questionando e opinando sobre
todos os temas.Ouvir é uma
arte. Quando se ouve alguém, quer através da comunicação verbal, escrita ou
oral, quer através da comunicação não verbal, admiti-se a possibilidade de
aprender para conhecer. Como ensinar se não aprendemos? Espera-se de quem
fala sobre um assunto o mínimo do conhecimento necessário a respeito do tema
proposto.Professor,
você deve ter lido livros sobre como melhorar uma Escola Dominical. As dicas
são muitas: Marketing, café da manhã entre professores, café da manhã
trimestral; passeio no parque etc. Mas uma questão fundamental quase nunca
focada é o bom planejamento da aula do professor. Ou seja, se o professor
não tiver conteúdo de nada adiantarão fazer cafés, passeios e marketing para
desenvolver a ED. Mas para se ter conteúdo é preciso estar disposto a ouvir.
Este é o ensino central desta seção bíblica de Tiago.Nas seções
anteriores (1.2-18) o assunto central era a necessidade de pedirmos a
sabedoria do alto. Na seção atual o escritor disseca mais sobre como devemos
usar esta sabedoria na comunidade cristã ou fora dela. Os crentes deveriam
se apresentar coerentes com o Evangelho. Na concepção do meio-irmão do
senhor é impossível que o discípulo de CRISTO tenha um comportamento dobre.
De que adianta falar "DEUS Pai Todo-Poderoso" e não viver segundo a vontade
de DEUS Pai? Não é o discurso que determina quem somos, mas a nossa ação.Vivemos uma
geração do discurso vazio: "Tudo posso!", "Sou mais que vencedor", "É só
vitória!" Mas estas palavras não passam de discursos pobres, desprovidos de
uma consciência oriunda do Evangelho. As pessoas não saberão o tipo de fé ou
sabedoria que tem pelo seu discurso, mas pelas suas ações. Se elas falam na
hora certa; do modo certo; se em tudo o que fazem aparece o respeito, a
ternura, o amor. Virtudes estas intensamente comunicadas ao homem pelo
Evangelho. Primeiro ouçamos com atenção! Depois falemos!
COMENTÁRIOS
- INTRODUÇÃO -
VÁRIOS LIVROS:É no aspecto
dessa última relação com a fala que a língua é citada nas Escrituras como
uma força poderosa. Afirma-se que a morte e a vida estão no seu poder (Pv
18.21). Tiago elabora isso quando se refere à língua como indomável e um mal
incontido, cheio de veneno mortal (Tg 3.8) e como fogo, um mundo de
iniquidade (3.6). Paulo, por sua vez, refere-se à língua como um instrumento
de engano (Rm 3.13), caracterizando o homem não regenerado.MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 3. pag. 933.Uso
apropriado da Língua.JESUS ensinou
que os homens terão de prestar contas, finalmente, de sua vida na terra,
incluindo «toda palavra frívola que proferirem». Esse é um pensamento
seriíssimo. Ver Mat. 12:36. Se o juízo divino descer a pontos delicados e
minuciosos como esse, então o exame que teremos de enfrentar será,
realmente, completo! O terceiro capítulo de I Coríntios alude, figuradamente
ao juízo a que os crentes serão submetidos. Então as obras inúteis dos
homens serão queimadas como palha, feno ou madeira em contraste com aquelas
coisas permanentes como o ouro, a prata e as pedras preciosas (capazes de
resistir ao teste do fogo de DEUS). Um colega de seminário disse de certa
feita: «Haverá tanta fumaça em meu julgamento, que ninguém poderá ver os
outros sendo julgados» Tudo isso ilustra o quanto precisamos da graça de
DEUS. O uso da linguagem é uma questão importante. Esta enciclopédia contém
um artigo intitulado Linguagem.CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3. Editora
Hagnos. pag. 830.
I - PRONTO
PARA OUVIR E TARDIO PARA FALAR (Tg 1.19,20)
1. Pronto
para ouvir.Certa vez,
Zenon, um pensador clássico, disse que temos dois ouvidos e uma boca por um
simples motivo: para que possamos ouvir mais e falar menos. Por mais que
essa ideia, para algumas pessoas seja engraçada, traz uma realidade
importante para a nossa vida: Precisamos aprender a controlar melhor o nosso
tempo gasto com essas duas atitudes inerentes da nossa natureza: ouvir a
falar.O Ato de
OuvirPor meio da
audição, podemos captar informações que influenciarão nossas vidas. Um toque
de corneta pode conduzir uma tropa inteira. Um comício inflamado pode trazer
uma revolução.Uma pregação
direcionada pelo ESPÍRITO SANTO pode trazer salvação a uma pessoa. Portanto,
o ato de ouvir pode definitivamente mudar nossa vida.O ato de
ouvir implica a posterior tomada de decisão. Adão e Eva ouviram o conselho
de DEUS no tocante ao fruto da ciência do bem e do mal, e obedeceram até que
ouviram uma opinião contrária, a da serpente, e resolveram acolher os
conselhos que os levariam à morte. Ouvir as palavras certas das pessoas
certas faz muita diferença.A fé vem pelo
ouvir da Palavra de DEUS. Ouvir o que DEUS diz é o primeiro passo para que
possamos obedecê-lo. Além de ser um exercício que nos impulsiona à
humildade, o ato de ouvir o que DEUS nos diz nos dá a certeza de que estamos
no caminho que Ele realmente preparou para que seguíssemos.Ouvir as
pessoas também é recomendado por Tiago. Provérbios diz: “Porque com
conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos
conselheiros” (Pv 24.6). Ao tratar do repasse dos seus ensinos a outros, o
apóstolo Paulo recomenda a Timóteo: “E o que de mim, entre muitas
testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também
ensinarem os outros” (2 Tm 2.2). O que Timóteo ouvira de Paulo deveria ser
repassado a outros homens que tivessem idoneidade e fidelidade para que não
alterassem a mensagem apostólica. Portanto, ouvir a DEUS é um dever, e ouvir
para aprender com os outros é igualmente importante.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 59-60.Tg 1.19 A
expressão “seja pronto para ouvir” é uma bela maneira de traduzir a ideia de
uma audição ativa. Não devemos simplesmente deixar de falar; devemos estar
prontos e dispostos para ouvir. Este ouvir com “prontidão” obviamente é
feito com discernimento. Devemos examinar o que ouvimos com a Palavra de
DEUS. Se não ouvirmos, tanto atentamente quanto prontamente, podemos ser
levados a todos os tipos de falsos ensinos e enganos.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 667.-...prontos
para ouvir...· Em outras palavras, ao invés de exibirem um mau temperamento,
forçando sua vontade sobre os outros, os crentes deveriam estar prontos a
ouvir e ver os pontos de vista dos outros. (Ver esse conceito, em termos
gerais, cm Rom. 12:16). Deve haver uma atitude de mútua condescendência, o
que é apenas outra maneira de se falar sobre o amor mútuo cm operação. O
amor cristão consiste em cuidarmos dos outros conforme cuidamos de nós
mesmos. Aquele que segue essa regra não explode em ira nem anseia por impor
sua vontade aos outros.CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Candeias. Vol. 6. pag. 28.Tg 1.19a –
“Toda pessoa seja rápida para ouvir”: um dom inconcebivelmente grande, ter a
capacidade de ouvir! Sem esse dom seríamos solitários e somente teríamos uma
comunhão precária com nosso semelhante. Como realmente sofrem os deficientes
auditivos, e que pesado fardo carregam pessoas que nasceram surdas ou então
perderam a audição mais tarde! Contudo toda dádiva traz consigo a tarefa de
usá-la corretamente. Já no contexto humano geral é importante aprender a
ouvir corretamente. Pessoas em posições de liderança têm necessidade disso
para que avaliem bem os que cooperam com eles, situando-os no lugar
apropriado. É necessário para aqueles que são apenas uma “engrenagenzinha”
em um grande empreendimento (e quem não é isso hoje?): se quiserem captar
com clareza sua incumbência e preencher adequadamente seu espaço, precisam
ter aprendido a ouvir. E se alguém quiser ser uma verdadeira ajuda para
outras pessoas na aflição, precisa saber ouvir, atentar para o que é dito ou
não. Importante é ser “rápido” no ouvir, ser “todo ouvidos”, sintonizar-se
com o outro rápida e integralmente mediante postergação de outras coisas que
monopolizam a atenção. No entanto, muitas vezes vale para nós humanos: “Cada
um de nós seguia o seu caminho” (Is 53.6). De forma análoga: cada um estava
ocupado integralmente consigo mesmo e nem sequer prestava atenção quando
outro perguntava, pedia e se lamentava. JESUS, porém, vivenciou a essência e
o modo de ser de DEUS: “Antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda
falando, eu os ouvirei” (Is 65.24; cf. Jo 5.6; Lc 19.5).Se já entre
humanos é importante ouvir corretamente, é duplamente necessário ser “rápido
no ouvir” onde e quando acontece a palavra de DEUS, “a palavra da verdade”
(v. 18). Ao ouvirmos sua palavra, DEUS semeia a nova vida em nós. É assim
que ele a nutre, cria espaço para ela e afasta o “inço” que tenta impedir e
sufocar essa “plantação” de DEUS em nós (Lc 8.11; Mt 13.7,22; 1Co 3.9).
Desse modo ele fomenta a nova vida em nós e faz com que amadureça. Cumpre
aqui ser sobretudo “rápido para ouvir” (com que nos ocupamos primeiro pela
manhã, a Bíblia ou o jornal?) Para filhos de DEUS a palavra dele constitui o
elemento vital (Lc 2.49).Contudo,
“rápido para ouvir” significa para cristãos também que dêem ouvidos a seres
humanos: independentemente de se tratar do serviço de amar ou de
testemunhar. Temos de saber o que falta ao outro e quais são suas
indagações, pelo que devemos ouvi-lo atentamente. Pedro afirma: “Estai
sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da
esperança que há em vós” (1Pe 3.15). E Paulo escreve: “Sabei como deveis
responder a cada um” (Cl 4.6). Ou seja, pergunta-se e são dadas respostas.
Não um “disco” que simplesmente é posto para tocar. Cada cristão vivo é
convocado a ser conselheiro espiritual em seu entorno. A premissa básica de
todo serviço de aconselhamento é primeiro prestar atenção ao outro.Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.I Sm 3.10
Chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. Este foi o quarto e último
chamado. As primeiras palavras deste versículo mostram-nos que o Senhor não
somente chamou Samuel mediante aquela voz misteriosa, mas também fez sentir
a Sua presença. Todavia, tem-se a impressão de que o mesmo havia acontecido
nas três vezes anteriores, embora somente aqui isso nos seja dito. Nas
ocasiões anteriores, Samuel ouviu mas não interpretou corretamente a voz. E
também não tomou consciência da presença divina. Sua experiência, pois,
estava crescendo em poder, conforme avançava.O Quarto
Chamado. A voz chamara Samuel pelo nome. Nessa quarta vez, porém, Samuel foi
capaz de receber a comunicação tencionada, visto que tinha obedecido às
instruções dadas por Eli. Responder diretamente à “voz” permitiu- lhe
receber a mensagem diretamente. O texto não indica que a glória shekinah de
DEUS se tenha manifestado, mas talvez devamos entender que assim sucedeu. A glória de DEUS moveu-se do
interior do SANTO dos Santos e pôs-se ao lado do leito de Samuel. Foi assim
que o DEUS infinito condescendeu diante do homem finito. E essa é a própria
natureza do drama divino-humano em que o ser humano está envolvido. A maior
e mais eficaz de todas as condescendências divinas ocorreu quando o Logos se
encarnou e se tornou um homem entre os homens (ver João 1.14).“Vede o
quanto DEUS ama s. santidade nos jovens. O menino Samuel foi preferido por
Ele, em lugar de Eli, o idoso sumo sacerdote e juiz" (Teodoreto).“... quando
finalmente Samuel respondeu à voz, esta se tornou uma visão" (George B.
Caird, in loc.).CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 1137.Finalmente,
Samuel foi preparado para receber a mensagem de DEUS, não para permanecer
com ela, mas para se tornar um profeta íntegro. Para isso, ele teria de
anunciá-la e torná-la pública.1. Eli,
percebendo que Samuel tinha ouvido a voz de DEUS, deu instruções em como
proceder em relação a essa voz (v. 9). A instrução que Eli deu a Samuel foi que,
quando DEUS o chamasse novamente, dissesse: Fala, SENHOR, porque o teu servo
ouve. Ele deve autodenominar-se de servo de DEUS e desejar conhecer as
intenções de DEUS. “Fala, Senhor, fala comigo, fala agora”. E Samuel deve
estar preparado para ouvir e obedecer: o teu servo ouve. Observe: Podemos
esperar que DEUS fale conosco quando nos dispomos a ouvir o que Ele tem a
dizer (SI 85.8; Hc 2.1). Quando nos dispomos a ler a Palavra de DEUS e a
prestar atenção à sua pregação, devemos estar prontos a nos submeter à sua
imponente luz e poder: Fala, SENHOR, porque o teu servo ouve.2. Parece que
DEUS falou pela quarta vez de uma maneira um pouco diferente. Embora o
chamado fosse, como das outras vezes, pelo seu nome, dessa vez Ele veio
e
ali esteve, que infere que agora havia alguma manifestação visível da
glória
divina a Samuel, uma visão que estava diante dele, como ocorreu com
Elifaz,
embora não conhecesse a sua feição (Jó 4.16). Agradou a Samuel saber
que não
era Eli que o chamava; porque agora ouviu a voz de quem falava com ele e
viu
sua glória (Ap
1.12). Dessa vez, ele também ouviu o seu nome duas vezes: Samuel
Samuel,
como se DEUS se deleitasse em mencionar o seu nome, ou de sugerir que
agora
deveria perceber quem estava falando com ele. Uma coisa disse DEUS,
duas
vezes a ouvi (SI 62.11). Era uma honra para Samuel saber que DEUS o
conhecia pelo seu nome (Êx 33.12); assim, o seu chamado foi
poderoso e eficaz quando o chamou pelo nome, tornando o assunto
particular,
como ocorreu com Saulo a caminho de Damasco. Da mesma forma, DEUS
chamou a
Abraão pelo nome (Gn 12.1). Samuel respondeu, como havia sido
instruído:
Fala, porque o teu servo ouve. Samuel não se levantou e saiu correndo
como
da outra vez, quando achava que Eli o chamava, mas ficou deitado em
silêncio. Quanto mais calmos e tranquilos nossos espíritos estiverem,
tanto
mais bem preparados estaremos para as descobertas divinas. Permita que
todos
os pensamentos e paixões tumultuosos sejam refreados e tudo esteja
quieto e
sereno na alma; então estaremos prontos para ouvir a voz de DEUS. Tudo
deve
estar quieto quando Ele fala. Fala,
porque o teu servo ouve. Foi aberto o caminho
para a mensagem que ele deveria receber. Assim, Samuel conheceu as palavras
de DEUS e as visões do Todo-poderoso, e isso ocorreu antes que a lâmpada de
DEUS se apagasse no templo do SENHOR (v. 3). Alguns dos escritores judeus
colocam um sentido místico nessas palavras. Antes da queda de Eli, e o
desaparecimento do Urim e Tumim, por algum tempo, DEUS chamou Samuel e
transmitiu um oráculo a ele. Por isso, entre os doutores, eles utilizam uma
observação: nasce o sol, e põe-se o sol (Ec 1.5), isto é, eles dizem, antes
que DEUS faça o sol se pôr sobre um justo, ele faz o sol de outro justo
nascer. Smith ex Rimchi.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora
CPAD. pag. 229-230.
2. Tardio
para falar.Falar é um
presente de DEUS. Poder exprimir nossas opiniões, desejos e anseios não
apenas é uma dádiva divina, mas também exige uma grande responsabilidade,
pois nossas palavras podem tanto edificar vidas quanto podem também
destruí-las. Por isso, é necessário ter responsabilidade com aquilo que
falamos.Nossas
palavras devem acompanhar nossas atitudes. Como servos de DEUS, somos
chamados a usar nossas palavras de forma sábia e edificante. “Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a
edificação, para que dê graça aos que o ouvem” (Ef 4.29). Mas também somos
chamados a ter um profundo compromisso entre o que falamos e o que vivemos.
De nada adianta ter um discurso ortodoxo se nossa prática de vida não
corresponde às palavras que falamos. Se levarmos a sério isso, concluiremos
que é melhor ficar calados até que nossas atitudes sejam coerentes com
nossas palavras.DEUS não nos
impede de falar, mas pede que o façamos de forma coerente e com sabedoria.
Lembremo-nos do conselho de Provérbios 13.3: “o que guarda sua boca conserva
a sua alma, mas o que muito abre os lábios tem perturbação”.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 61.Tg 1.19 Ser
pronto para ouvir e tardio para falar podem ser interpretados em conjunto,
como dois lados da mesma moeda. A lentidão em falar significa falar com
humildade e paciência, não com palavras ásperas nem tagarelando sem parar. O
falar constante impede que a pessoa seja capaz de ouvir. A sabedoria nem
sempre é ter algo a dizer; ela envolve o ouvir cuidadosamente, o refletir
piedosamente, e o falar mansamente. Quando falamos demais e ouvimos pouco,
mostramos aos outros que pensamos que as nossas ideias são muito mais
importantes do que as deles. Tiago nos adverte sabiamente para revertermos
este processo. Precisamos colocar um cronômetro mental nas nossas conversas
e observar o quanto falamos e o quanto ouvimos. Quando as pessoas falam
conosco, elas sentem que os seus pontos de vista e as suas ideias têm valor?Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 667-668.Abandone a
Pressa no Falar (1.19abc)Hayes nos
lembra que Tiago não tem muito a dizer a respeito de pecados da carne, tão
característicos dos gentios do primeiro século. Em vez disso ele nos adverte
em relação aos pecados que os judeus estavam mais inclinados a praticar —
orgulho, impaciência e outros pecados do temperamento e da língua. Dessa
forma, o apóstolo cita três preceitos que provavelmente eram conhecidos aos
seus leitores: Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar,
tardio para se irar (v. 19). Visto que ele está prestes a apresentar uma
advertência severa, Tiago inicia suas palavras com uma expressão de profunda
afeição e nela identifica-se com os seus ouvintes — meus amados irmãos.
Parece mais certo considerar o ouvir e o falar em um sentido geral, em vez
de restringir o significado (como alguns fazem) ao ouvir e falar a mensagem
do evangelho. Tiago mais tarde (w. 21-25) trata especificamente do
relacionamento do homem com a “palavra” salvadora.Zeno ressalta
que um homem tem dois ouvidos mas somente uma boca; ele, portanto, deveria
ouvir duas vezes mais do que falar. Há uma conexão íntima entre o ouvir e o
falar; também entre o falar e a ira. Aquele que ouve mais atentamente
entende melhor o seu próximo; entender leva a um falar ponderado e a uma
resposta branda que “desvia o furor”. O falar impensado, por outro lado, com
frequência produz a palavra pesada que “suscita a ira” (Pv 15.1).A. F. Harper.
Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 161.Tg 1.19b Ao
“rápido para ouvir” Tiago contrapõe: cada um seja “vagaroso para falar”.
Afinal, também é necessário que, enquanto prestamos atenção no outro, já
reflitamos sobre uma resposta que o ajude e o leve adiante. Mas seria errado
tentar dar o recado ao outro precipitadamente e às pressas. O outro não se
sentiria levado a sério: “Ora, ele nem sequer se envolve com minha causa.”
Um cristão torna-se mais “vagaroso para falar” pelo fato de ao mesmo tempo
conversar simultaneamente com seu Senhor: “Ó Senhor, o que devo dizer agora?
Será correto o que penso? Por favor, concede-me agora a palavra certa.
Autoriza-me. Usa a minha palavra, e até mesmo fala pessoalmente com essa
pessoa.” Em JESUS presenciamos como, durante o diálogo com seus semelhantes,
ele estava ao mesmo tempo conversando com seu Pai, atento para a vontade e o
direcionamento dele (Jo 2.4; 11.6,41s). Ser “vagaroso para falar” importa
principalmente também quando estamos “sob a palavra”. Sem dúvida existe
igualmente o diálogo em torno da palavra: “Antes, direis, cada um ao seu
companheiro e cada um ao seu irmão: Que respondeu o Senhor? Que falou o
Senhor?” (Jr 23.35). Não obstante, as muitas discussões constituem hoje um
perigo. Com frequência não conseguimos ouvir ao mesmo tempo em que somos
capazes de olhar por acima e para além do mensageiro, perguntando-nos:
“Senhor, que pretendes me dizer agora?” – Importa “falar vagarosamente”, sob
certas circunstâncias e em determinado sentido, até mesmo perante DEUS.
Também para orar precisamos de silêncio se quisermos rogar no sentido da
vontade e dos alvos de DEUS e, consequentemente, sob a promessa plena (1Jo
5.14).Porém, ser
“vagaroso para falar” de forma alguma significa que não devamos nunca falar,
principalmente quando se trata de testemunhar em favor de nosso Senhor. Na
Bíblia não consta o ditado “Falar é prata, e silenciar é ouro”.Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.Sl 141.3 Põe
guarda, Senhor, à minha boca. Os pecados da língua certamente são teimosos e
universais em sua prática. Os salmos dizem muito sobre o uso apropriado da
linguagem. É possível que, primariamente, este pedido se refira a
declarações desleais acerca de DEUS e de Seus caminhos, com a aprovação
(verbal) do que os pecadores diziam e faziam. Existem pecados de blasfêmia,
mentira, perjúrio, maldição, calúnia e muitos outros, que são perpetuados
pelos homens que falam demais e não resguardam a língua. Quanto ao uso da
fala e o uso apropriado da linguagem, ver Sal. 5.9; 12.2; 15.3; 17.3; 34.12;
35.28; 36.3; 39.9; 55.21; 64.4; 66.17; 73.9; 94.1; 101.5; 109.2; 119.172;
120.3,4; 139.4 e 141.3. Guarda. A
alusão, neste caso, é à guarda policial postada nos portões das cidades e
nas muralhas, para manter fora da cidade tudo o que era daninho.A porta dos
meus lábios. Cf. Miq. 7.5. Xenócrates dizia: “Tenho-me arrependido muitas
vezes por ter falado, mas nunca por ter guardado silêncio”. Ver Sal. 39.1,9.CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 2501.Sl 141.3 Davi
temia o pecado e implora a DEUS para ser guardado de pecar, sabendo que sua
oração só seria aceita se tivesse o cuidado de vigiar contra o pecado.
Devemos ser zelosos com a graça de DEUS em nós tanto quanto com seu favor
conosco. Ele ora para não ser surpreendido em nenhuma palavra pecaminosa:
“Põe, Senhor, uma guarda à minha boca (v. 3), já que a natureza fez de
meus lábios a porta para minhas palavras, que a graça guarde essa porta, que
não seja permitido que nenhuma palavra que, de alguma maneira, possa tender
a desonrar a DEUS ou a ferir os outros saia por ela”. Os homens bons
conhecem o mal da língua pecaminosa e, como são propensos a ela (quando os
inimigos nos provocam, corremos o risco de deixar nosso ressentimento ir
longe demais e de falar irrefletidamente, como fez Moisés, apesar de ser o
mais manso dos homens), por isso eles são determinados com DEUS para que os
impeça de falar algo impróprio, sabendo que, sem a graça especial de DEUS, a
vigilância e a determinação deles mesmos não são suficientes para governar
sua língua, muito menos seu coração. Temos de frear [...] a [nossa] boca;
mas isso só não adiantará: temos de orar a DEUS para que a guarde. Neemias
orou ao Senhor quando pôs guarda contra seus inimigos, devemos fazer o
mesmo, pois sem Ele o guarda andaria em vão.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de
Salomão. Editora CPAD. pag. 692.
3- Controle a
sua ira.Tiago nos
incentiva a ser pessoas que demoram a irar-se. Ele não diz que isso é fácil.
Irar-se é uma das coisas mais simples do mundo. Basta que nos deparemos com
alguma adversidade que nos impeça de realizar certos planos, ou com alguma
situação que aos nossos olhos seja injusta.A ira é uma
obra da Carne. Ela tem a tendência de despertar as reações mais terríveis no
ser humano. Uma pessoa irada age de uma forma que não agiria se estivesse em
seu juízo perfeito.A ira da qual
Tiago fala está vinculada com o ato de ouvir e falar: “... todo homem seja
pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do
homem não opera a justiça de DEUS” (Tg 1.19b, 20). Pessoas que falam muito
tendem a errar muito, e pessoas iradas costumam destilar raiva e ódio em
suas palavras.Tiago encerra
seu pensamento de forma interessante: “A ira do homem não opera a justiça de
DEUS”. Além de falar sobre ouvir muito e falar pouco, ele menciona dois
elementos a mais em seu discurso: a ira humana e a justiça divina.Esses dois
elementos citados no mesmo verso estão extremamente distantes um do outro. A
ira do homem pode ser justa aos seus próprios olhos, mas isso não significa
que ela é justa aos olhos de DEUS. E um momento de indignação pode colocar
muitas coisas a perder na vida de um cristão além de não garantir a bênção
de DEUS. O Eterno não se deixa levar pela raiva humana, ainda que essa
aparente ser lícita. E se a ira humana fosse o referencial para que DEUS
agisse, não faltaria julgamento divino para todas as pessoas. Por qual
motivo DEUS não age de acordo com a sua justiça quando somos ofendidos,
humilhados ou perseguidos?Primeiro,
porque Ele é misericordioso. Mesmo os nossos ofensores podem ser alcançados
pela graça de DEUS, da mesma forma que nós fomos alcançados. Segundo, o
padrão de justiça divina não é como o nosso. Temos a tendência de ser
imediatistas, mas DEUS tem seu próprio tempo para agir em nosso favor e para
julgar as injustiças com as quais somos acometidos. E terceiro, DEUS espera
que controlemos nossas reações emocionais. DEUS sabe que tendemos à ira, mas
Ele espera que não sejamos dominados por ela.Pregadores
irados provavelmente não conseguirão alcançar almas para o Reino de DEUS.
Professores irados certamente não conseguirão repassar seus ensinos, e
crentes iracundos não conseguirão refletir a obra de DEUS em suas vidas.
DEUS tem seu próprio senso de justiça, e ele em nada se parece com o nosso.
Isso pode nos parecer injusto, mas precisamos aprender a confiar em DEUS e
em sua justiça.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 61-62.Tg 1.19 Nós
também devemos ser tardios para nos irar. A ira fecha as nossas mentes à
verdade de DEUS (veja um exemplo em 2 Rs 5.11; veja também Pv 10.19; 13.3;
17.28; 29.20). É a ira que explode quando os nossos egos estão inflamados. E
exatamente o tipo de ira que nasce quando falamos muito depressa e não
ouvimos o suficiente!Quando a
injustiça e o pecado acontecem, nós devemos ficar irados, porque outros
estão sendo feridos. Mas não devemos ficar irados quando deixamos de
“ganhar” uma discussão, ou quando nos sentimos ofendidos ou negligenciados.
A ira egoísta nunca ajuda ninguém (veja Ec 7.9; Mt 5.21-26; Ef 4.26).Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 668.Abandone a
Ira (1.19d,20)A ira quase
sempre machuca tanto o nosso próximo como a nós mesmos. A ira carnal sempre
machuca. Portanto, todo o homem deve ser tardio [...] para se irar (v. 19).
Ele deve abandonar a ira que não opera a justiça de DEUS (v. 20). A justiça
de DEUS significa conduta certa, i.e., fazer o que DEUS quer (cf. Mt 6.33).
A ira carnal não só nos leva a uma conduta sem amor e a desagradar a DEUS,
mas esse comportamento irado em um cristão professo levanta dúvida na mente
dos observadores e, dessa forma, diminui o progresso do Reino de DEUS.
Poteat comenta: “A única ira que o homem pode ter é uma ira que CRISTO
sentiu (cf. Mc 3.5). Esse tipo de ira não é a expressão de uma petulância
particular, mas de um ressentimento público contra o comportamento e as
ações que levam outros a sofrer sem culpa da pessoa irada”.Robertson
esboça a verdade do versículo 19 da seguinte forma: 1) Ouvir brilhante (v.
19a); 2) Silêncio eloquente (v. 19b); 3) Ira insensível (v. 19c-f).A. F. Harper.
Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 161-162.Paralelo a
Lucas 19.45 A Purificação do Templo (Mt 21.12-13)A purificação
do Templo é descrita de forma vívida. JESUS expulsou todos os que vendiam e
compravam no templo (12) - hieron, a “Área do Templo”, compreendia cerca de
vinte e cinco acres. No Pátio dos Gentios havia um mercado onde ovelhas e
bois eram vendidos para os sacrifícios (cf. Jo 2.14). Como a Lei
especificava que esses animais deveriam ser “sem mácula” (Ex 12.5) era mais
seguro comprá-los no mercado do Templo que era dirigido por parentes do sumo
sacerdote. Tudo que fosse comprado ali seria aprovado. Da mesma forma, seria
inconveniente para os peregrinos da Galileia trazer animais em uma viagem
tão longa. Aqueles que eram demasiadamente pobres para oferecer uma ovelha
tinham permissão de substituí-la por uma pomba (Lv 12.8). Todo o dia era
realizada uma animada venda desses animais.Os cambistas
também colhiam seus frutos. Todo judeu adulto tinha que pagar uma taxa anual
de meio siclo ao Templo (cf. 17.24). Mas esse pagamento deveria ser feito
com a moeda fenícia. Como o dinheiro que os judeus usavam habitualmente era
grego ou romano, isso queria dizer que a maioria das pessoas precisava
trocar o seu dinheiro. Os sacerdotes tinham permissão de cobrar algo em
torno de 15 por cento para fazer essa troca. Edersheim acredita que somente
essa taxa poderia alcançar uma soma entre 40.000 a 45.000 dólares por ano,
isto é, uma renda exorbitante naquela época.JESUS lembrou
aos transgressores o que estava escrito nas Escrituras (13): A minha casa
será chamada casa de oração (uma citação de Isaías 56.7). Mas vós a tendes
convertido em covil de ladrões (citação de Jeremias 7.11) O texto grego diz
“uma caverna de salteadores”. Essa frase devia ser muito familiar aos judeus
do primeiro século.A condenação
feita por CRISTO aos comerciantes do mercado do Templo, chamando-os de
“ladrões” ou “salteadores” encontra sólido suporte nos escritos rabínicos.
Eles falam de “Bazares dos filhos de Anás” - o antigo sumo sacerdote que foi
sucedido por cinco dos seus filhos, e cujo genro, Caifás, era o sumo
sacerdote nessa época. Edersheim chama atenção para a declaração de que “o
Sinédrio, quarenta anos antes da destruição de Jerusalém [isto é, no ano 30
d.C., o ano da Crucificação], transferiu seu local de reunião do Pátio das
Pedras Lavradas (no lado sul do Pátio dos Sacerdotes) para os Bazares e, em
seguida, para a Cidade”.Uma leitura
cuidadosa dos quatro relatos sobre a purificação do Templo não dará qualquer
suporte à ideia de que JESUS usou de violência física contra as pessoas, ou
roubou-as de suas posses. Ele simplesmente fez com que os homens - com seus
pertences-se retirassem da área sagrada.Ralph Earle.
Comentário Bíblico Beacon. Mateus. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 145-146.Mt 21.12,13 O
sumo sacerdote tinha autorizado um mercado com comerciantes e cambistas que
funcionava exatamente no pátio dos gentios, o imenso pátio externo do
Templo. A taxa de câmbio inflacionada
frequentemente enriquecia os cambistas. E os preços exorbitantes dos animais
tomavam os comerciantes ricos. Como, tanto aqueles que compravam, quanto
aqueles que vendiam, estavam desobedecendo os mandamentos de DEUS com
respeito aos sacrifícios, JESUS expulsou todos do Templo. Esta era a segunda
vez que JESUS limpava o Templo (veja João 2.13-17). JESUS enfureceu-se
porque o lugar de adoração a DEUS tornara-se lugar de extorsão e barreira
aos gentios que desejavam adorar.JESUS citou
Isaías 56.7 e usou essa passagem para explicar que o Templo de DEUS deveria
ser uma casa de oração, mas os comerciantes e os cambistas o haviam
convertido em um covil de ladrões.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 126.Lc 19.45 O
zelo que JESUS mostrou pela purificação do Templo. Embora ele devesse ser
destruído dentro de pouco tempo, não era motivo para que não se cuidasse
dele, enquanto isto.1. CRISTO o
limpou daqueles que o profanavam: “Entrando no Templo, começou a expulsar
todos os que nele vendiam e compravam”, v. 45. Com isto (embora Ele fosse
representado como um inimigo do templo, e este foi o crime de que Ele foi
acusado diante do sumo sacerdote), Ele demonstra que tinha um amor pelo
Templo mais verdadeiro do que aqueles que tinham a mesma veneração pelo seu
corbã, o seu tesouro, como se fosse algo sagrado, pois a sua glória estava
mais na sua pureza do que na sua riqueza. CRISTO deu razões para desalojar
os mercadores do Templo, v. 46. O Templo é casa de oração, consagrado para a
comunhão com DEUS: os compradores e vendedores fizeram dele um covil de
salteadores, pelos negócios fraudulentos que eram realizados ali, o que, de
nenhuma maneira, devia ser permitido, pois seria uma distração para aqueles
que vinham até ali para orar.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa. Editora CPAD. pag. 695.Ef 4.26,27
Outra característica da antiga natureza que tem que ser descartada é o mau
humor, ou um estilo de vida caracterizado pela ira. As palavras “irai-vos e
não pequeis” são tiradas de Salmos 4.4. A Bíblia não diz que não devemos nos
irar, mas ela mostra que é importante controlarmos adequadamente a nossa
ira. Não devemos ceder aos nossos sentimentos de ira ou permitir que eles
nos levem ao orgulho, ódio, ou hipocrisia. JESUS CRISTO enfureceu-se com os
mercadores no Templo, mas esta era uma ira justa e não o levou a pecar. Os
crentes devem seguir o exemplo de JESUS. Devemos reservar nossa ira para
quando vermos DEUS desonrado ou as pessoas tratadas injustamente. Se
ficarmos irados, devemos fazê-lo sem pecar. Para fazer isso, devemos lidar
com nossa ira antes que o sol se ponha. De acordo com o livro de
Deuteronômio, o pôr-do-sol é a hora em que todo o mal contra DEUS e contra
os outros deve ser corrigido (Dt 24.13,15).A ira que é
deixada ardendo lentamente e queimando ao longo do tempo pode, por fim,
explodir em chamas e dar um poderoso ponto de apoio para o diabo, fazendo
com que as pessoas pequem, ao se tornarem amarguradas e ressentidas. E muito
melhor lidar com a situação imediatamente; talvez a admoestação anterior,
para se falar a verdade carinhosamente, possa resolver o problema.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 340.Ef 4.26 Paulo
fala sobre a ira (4.26,27). “Quando sentirdes raiva, não pequeis; e não
conserveis a vossa raiva até o pôr do sol; nem deis lugar ao Diabo.” Há dois
tipos de raiva: a justa (4.26) e a injusta (4.31). Precisamos sentir raiva
justa: a ira de Wilberforce contra a escravidão na Inglaterra é um exemplo
de raiva justa. A raiva de Moisés contra a idolatria é outro exemplo
clássico. A raiva de Lutero contra as indulgências é um dos mais claros
exemplos desse ensinamento de Paulo. A raiva de JESUS no templo ao expulsar
os cambistas é o exemplo por excelência desse princípio bíblico.Se DEUS odeia
o pecado, seu povo também deve odiá-lo. Se o mal desperta sua raiva, também
deve despertar a nossa (SI 119.53). Ninguém deve ficar raivado a não ser que
esteja raivado contra a pessoa certa, no grau certo, na hora certa, pelo
propósito certo e no caminho certo.Paulo
qualifica sua expressão permissiva sentirdes raiva com três negativos: 1)
“Não pequeis”. Devemos nos assegurar de que nossa raiva esteja livre de
orgulho, despeito, malícia ou espírito de vingança; 2) “Não conserveis a
vossa raiva até o pôr do sol”. Paulo não está permitindo a você ficar com
raiva durante um dia, ele está exortando a não armazenar a raiva, pois pode
virar raiz de amargura; 3) “Nem deis lugar ao Diabo”. O diabo gosta de ficar
espreitando as pessoas zangadas para tirar proveito da situação, como fez
com Caim.Jay Adams, em
seu livro O conselheiro capaz, fala sobre duas maneiras erradas de lidar com
a raiva: a primeira delas é a ventilação da raiva. Há pessoas que são
explosivas, que atiram estilhaços para todos os lados, ferindo as pessoas
com seu destempero emocional. A segunda maneira errada de lidar com a raiva
é o congelamento dela. O indivíduo não a joga para fora, mas para dentro. O
resultado disso é a amargura. A solução para o congelamento da raiva é o
perdão. E espremer o pus da ferida até o fim, fazendo uma assepsia da alma,
uma faxina da mente, uma limpeza do coração.LOPES,
Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, a noiva gloriosa de CRISTO. Editora Hagnos.
pag. 122-123.Ef 4.26
Também a instrução sobre a ira é dada no contexto de uma citação literal do
Sl 4.4: “Quando estais irados, não pequeis.” Com essas palavras Paulo
lembra, em tom de exortação, a rápida transição da ira para o pecado. A
convivência (dentro e fora da igreja) gera múltiplos motivos para a ira (cf.
também Tg 1.19s – possivelmente por causa de opiniões opostas na discussão
doutrinária). Enquanto o cristão deve ser “tardio para a ira” (Tg 1.19), no
caso do perdão é preciso ter pressa: “O sol não se ponha sobre a vossa ira.”
A exortação para afastar-se rapidamente do escândalo visa sobretudo combater
o efeito devastador de uma briga de longa duração: “Paulo exige que acabemos
sem delongas com a ruptura da comunhão. Rancor envelhecido é difícil de
apagar. Se para restabelecer a comunhão for necessária uma negociação com o
irmão, devemos fazê-la de imediato. Se conseguimos solucionar a questão sem
ela, devemos perdoar imediatamente. A mágoa torna-se bem mais perigosa
quando é arrastada de um dia para o outro. Também essa frase mostra, da
mesma forma como aquela sobre o extermínio da mentira, que para Paulo nessa
nossa preocupação central deve ser a comunhão concorde com os irmãos, em
relação à qualquer outro interesse passa para o segundo plano.Por trás de
tudo isso está a reinterpretação do 5º mandamento no Sermão do Monte por
JESUS (Mt 5.21ss): segundo ela, “irar-se contra o irmão” (o mesmo termo de
Ef 4.26) é uma transgressão da proibição de matar e torna culpado de
condenação. Isso é enfatizado pelas ofensas decorrentes da ira (“tolo”,
“inútil”), tornando o homem réu do mais alto tribunal humano ou divino
(“Sinédrio”, “fogo do inferno”). Paulo, portanto não arrola arbitrariamente
instruções éticas, mas argumenta no contexto das premissas dos Dez
Mandamentos, que obtiveram a interpretação decisiva nos ensinamentos de
JESUS. Da mesma forma como os comentários sobre o oitavo (mentira) e quinto
(matar – ira) mandamentos seguem-se, nos v. 28 (roubar) e 5.3 (adultério -
devassidão e avidez), exortações ligadas ao sétimo, sexto, nono e décimo
mandamentos.Eberhard Hahn.
Comentário Esperança Efésios. Editora Evangélica Esperança.II -
PRATICANTE E NÃO APENAS OUVINTE DA PALAVRA (Tg 1.21-25)1.
Enxertai-vos da Palavra (21).Tiago fala
que devemos receber com mansidão a Palavra que em nós foi colocada. Mas
antes disso ele diz que é preciso rejeitar toda a imundícia e acúmulo de
malícia. O que isso significa? Que além de receber a Palavra de DEUS, é
preciso rejeitar tudo o que a Palavra de DEUS condena. É uma questão de
cumulatividade (recebo a Palavra de DEUS e rejeito o pecado). Nossa
tendência é acumular imundícia e malícia por causa de nossa natureza
pecaminosa, mas esses dois elementos devem ser substituídos pela Palavra de
DEUS e seus efeitos em nossas vidas. A expressão “malícia”, no grego, é
kakia, melhor traduzida como “maldade”. Em todo o contexto, a maldade não
pode conviver com um coração sábio e dominado pelos princípios da Palavra de
DEUS. Ou praticamos o que DEUS diz ou privilegiaremos a maldade e as demais
características rejeitadas pelo Senhor.A recompensa
por essa atitude é a salvação da alma. Aqui encontramos mais uma
característica dos escritos de Tiago: a prática que espelha a salvação. Mais
uma vez, Tiago mostra que as obras são um reflexo (e não o caminho) da
salvação.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 63.Tg 1.21
Devemos rejeitar toda imundícia e acúmulo de malícia. Segundo o texto grego,
esta é uma ação definitiva. Por que devemos fazer isto? O progresso na nossa
vida espiritual não pode ocorrer a menos que vejamos o pecado como ele é,
deixemos de justificá-lo, e decidamos rejeitá-lo. A imagem das palavras de
Tiago aqui nos apresenta livrando-nos dos nossos maus hábitos e atos como
quem se despe de roupas sujas. Depois de “nos livrarmos”, precisamos receber
com mansidão a palavra de DEUS, procurando viver de acordo com ela, porque
ela foi enxertada em nossos corações e se torna parte do nosso ser. DEUS nos
ensina desde as profundezas das nossas almas, com o ensino do ESPÍRITO e com
o ensino de pessoas orientadas pelo ESPÍRITO. O solo no qual a palavra é
plantada deve ser acolhedor, para que ela possa crescer. Para tornar o nosso
solo acolhedor, precisamos desistir de quaisquer impurezas nas nossas vidas.
A Palavra de DEUS torna-se uma parte permanente de nosso ser, orientando-nos
todos os dias. A palavra implantada é suficientemente forte para poder
salvar a nossa alma. Quando absorvemos as características ensinadas na
Palavra, estas se expressam no nosso modo de viver. As provações e as
tentações não podem nos derrotar se estivermos aplicando a verdade de DEUS
às nossas vidas.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 668.Abandone todo
o Mal (1.21)Pelo que dá a
entender que há uma ligação com o texto anterior. Tiago acabou de falar da
ira e de sua relação com a vontade de DEUS. Sua mente agora se move agora
para o contexto mais amplo da vontade de DEUS e o mal do homem. Toda
imundícia e acúmulo de malícia não transmite uma verdade clara para o leitor
de hoje. Phillips traduz esse texto da seguinte maneira: “Livrando-se,
portanto, de toda impureza e de todo tipo de mal”. ANASB traduz: “Colocando
de lado toda imundícia e toda impiedade”. Rejeitando (apothemenoi) está no
tempo aoristo e sugere uma clara quebra com tudo que é contrário à vontade
de DEUS. Robertson compara o significado deste texto com a figura de Paulo
de despojar-se do “velho homem” de pecado e revestir-se do “novo homem” de
justiça (Ef 4.2; Cl 3.8). Ele comenta: “Certamente o mal aumenta se não for
checado e arrancado pela raiz”. Acúmulo de malícia (kakia, maldade) não deve
ser entendido como “mais do que necessário”. A maldade “por ínfima que seja
já é excesso”.O despojar de
todo o mal é a condição para a recepção subsequente da palavra [...]
enxertada (melhor, “implantada”, NVI). Moffatt apresenta a figura da semente
e do solo. Ele interpreta: “Prepare um solo de modéstia humilde para com a
Palavra que lança suas raízes no interior com poder para salvar a sua alma”.
Knowling observa que ‘“a palavra’ descrita dessa forma é raramente
distinguível do CRISTO que habita em nós”. Essa é a palavra a qual pode
salvar a vossa alma. “Ela traz uma salvação presente aqui e agora (Jo 5.34);
é uma nova vida de pureza. Ela ajuda na salvação progressiva do homem
completo na sua batalha com o pecado e no crescimento na graça (2 Tm 3.15).
Ela leva à salvação final no céu com CRISTO em DEUS (1 Pe 1.9). O evangelho
é o poder de DEUS para a salvação (Rm 1.16)”.A. F. Harper.
Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 162.Tg 1.21 “Por
isso, despojai-vos de toda impureza e acúmulo de maldade”: precisamos
permitir que “passo a passo” nos seja tirada publicamente a velha natureza e
dada a nova. Unicamente na proporção em que estivermos dispostos a abrir mão
do antigo, o novo terá espaço. Somente na medida em que os “brotos
selvagens” são tirados, terão espaço os “ramos nobres”. Também o acúmulo de
conhecimento por meio da palavra de DEUS está relacionado à disposição de
obedecer, assim como inversamente a falta de capacidade de entendimento está
ligada à falta de obediência (Jo 7.17; Ef 4.18). Hoje (como em certa medida
também já em épocas passadas) várias coisas podem se opor à palavra de DEUS
nas pessoas, como “tampões de ouvidos”: vínculos com o ocultismo,
indisciplina sexual, endeusamento das riquezas. Tudo o que podemos fazer é
rogar que também hoje sejam abertos os ouvidos e o coração de muitos (At
16.14). – Os citados empecilhos também podem reaparecer ou surgir pela
primeira vez em pessoas há muito chamadas por DEUS, impedindo que a nova
vida chegue ao devido avanço, fortalecimento e amadurecimento. Por isso
também há espaço no seio da igreja, como outrora nos dias de Tiago, para a
exortação: “Despi-vos de toda sujeira, e do mal de todo tipo.” “Desmascara
tudo e consome o que não for puro em tua luz” (G. Tersteegen).Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.2. Praticai a
Palavra (22-24).Mais do que
ter a Palavra em nosso coração, é preciso exteriorizar o evangelho em nossas
vidas. É curiosa a observação de Lawrence O. Richards para esta parte do
texto bíblico:Tiago
argumenta que olhar para a Palavra de DEUS e não agir de acordo como que
vemos ali significa que o que encontramos ali nas Escrituras não tem
significado para nós.Essa palavra,
“significado”, indica importância. Se lemos e ouvimos a Palavra de DEUS e
não praticamos o que ela diz estamos dizendo que o que DEUS falou não tem
importância alguma para nossas vidas. Se o que Ele falou não é importante,
podemos entender também que Ele mesmo não é importante para nós. Pensemos
nisso da próxima vez que formos ler ou ouvir a Palavra de DEUS.Tiago nos
desafia em seu escrito a ser praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes.
Primeiro ouvimos o discurso e depois o praticamos. Não é razoável ler,
estudar e ouvir a Palavra de DEUS se não temos o objetivo de seguir o que
ela nos apresenta. Se temos respeito pela Palavra, é imperativo obedecê-la.Tiago parece
um mestre que ensina, lembra e relembra a seus alunos a que tenham uma vida
voltada para atitudes que espelham a salvação. É como se a expressão
“pratique a Palavra” fosse uma senha para uma questão difícil de uma prova.
Para que façamos a diferença neste mundo, pratiquemos a Palavra. Para que
aprendamos a domar nossa língua, pratiquemos a Palavra. Para nos afastarmos
da maldade e de toda impureza, pratiquemos a Palavra. Para sermos sábios,
pratiquemos a Palavra. A prática, como diz um ditado, conduz à perfeição, e
no nosso caso, nos aproxima cada vez mais de DEUS.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 64-65.Tiago
enfatiza três verdades vitais aqui.Em primeiro
lugar, o verdadeiro crente nasce da Palavra de DEUS (1.18). A Palavra de
DEUS é a divina semente. Quando ela é aplicada em nosso coração pelo
ESPÍRITO SANTO, acontece o milagre do novo nascimento. Nascemos, assim, de
cima, de DEUS, do ESPÍRITO. Recebemos, portanto, uma nova natureza, uma nova
vida.Em segundo
lugar, o verdadeiro crente acolhe a Palavra (1.21). Há uma preparação
própria para receber a Palavra: “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de
imundícia e de todo vestígio do mal...”. A Palavra de DEUS é comparada a uma
semente, e o coração do homem, a um solo. Antes de lançarmos a semente
precisamos preparar a terra. JESUS falou de quatro tipos de solo: o solo
endurecido, o superficial, o congestionado e o frutífero (Mt 13.1-23). Antes
de acolhermos a Palavra, precisamos remover a erva daninha da impureza e da
maldade. Também é requerida uma atitude correta para receber a Palavra: “...
recebei com mansidão a palavra em vós implantada...” A mansidão é o oposto
da ira (1.19). E necessário adubar o terreno para que a semente frutifique.
A Palavra deve ter raízes profundas em nossa vida. Aceitamos de bom grado a
transformação que DEUS opera em nós através da Palavra. Tiago fala ainda
acerca do resultado da recepção da Palavra: “... a qual é poderosa para
salvar as vossas almas”. Quando nascemos da Palavra, ouvimos a Palavra,
recebemos a Palavra e praticamos a Palavra, podemos ter garantia da
salvação.Em terceiro
lugar, o verdadeiro crente pratica a Palavra (1.22-25). Não basta ouvir ou
ler a Palavra, é preciso praticá-la. Não basta apenas o conhecimento da
verdade, é necessário também a prática da verdade. Muitos crentes marcam sua
Bíblia, mas a Bíblia não os marca. Há grandes benefícios em se praticar a
Palavra.Primeiro,
quem pratica a Palavra conhece a si mesmo (1.23,24). A Palavra aqui é
comparada não com a semente, mas com o espelho. O principal propósito do
espelho é o autoexame. Quando você olha para dentro da Palavra e compreende
o que ela diz, você conhece a você mesmo: seus pecados, suas necessidades,
seus deveres e suas recompensas. Ninguém olha no espelho e logo vai embora
sem fazer nada. Você olha no espelho para saber se já penteou o cabelo, se
já lavou o rosto ou se a roupa está bem passada. Você olha no espelho para
ver as coisas como elas são. Quando você olha no espelho, você descobre que
tipo de pessoa você é e como você está.Há alguns
perigos quanto ao espelho que precisamos evitar: devemos evitar olhar apenas
de relance no espelho. Muitas
pessoas não estudam a si mesmas quando leem a Bíblia. Muitas pessoas leem a
Bíblia todo dia, mas não são lidas por ela, não a observam. Muitos leem por
um desencargo de consciência, mas não se afligem por não colocar sua
mensagem em prática. Há sempre o perigo de você se ver no espelho e não
fazer nada a respeito. Como saber se minha religião é verdadeira - Leia esta história:Conta-se a
história de um homem idoso bastante míope, que tinha grande orgulho em atuar
como crítico de arte. Um dia, ele visitou um museu com alguns amigos e,
imediatamente começou a fazer
suas críticas sobre vários quadros. Parando diante de um quadro de corpo
inteiro, começou a dar a sua opinião. Ele havia deixado seus óculos em casa
e não podia ver a pintura com clareza. Com ar de superioridade, ele
comentou; ‘A constituição física desse modelo está simplesmente em desacordo
com a pintura. O sujeito (um homem) é bastante rústico e está miseravelmente
vestido. De fato, ele é repulsivo, e foi um grande erro para o artista
selecionar esse modelo de segunda classe para pintar o seu retrato’. O velho
camarada foi seguindo em seu caminho, quando sua esposa o puxou para o lado
e sussurrou em seu ouvido: ‘Querido, você estava se olhando no espelho’.Devemos tomar
cuidado para não esquecermos o que vemos no espelho. Muitas vezes lemos a
Bíblia tão distraidamente que nem conseguimos ver quem nós somos, como está
a nossa aparência. Não temos convicção de pecado. Não sentimos
sede de DEUS. Não falamos como Isaías: “Ai de mim!”. Não falamos como Pedro;
“Senhor, aparta-te de mim, porque eu sou um pecador”. Não falamos como Jó:
“Eu me abomino no pó e na cinza”. Devemos nos acautelar para não
fracassarmos em fazer o que o espelho mostra. Não basta ler a Bíblia, é
preciso praticá-la. Não basta falar, é preciso fazer. Reunimo-nos muito para
conhecer e pouco para praticar. Gastamos os assentos dos bancos e pouco as
solas dos sapatos.LOPES.
Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag.
32-34.Tg 1.22
Apenas ter ou até mesmo estudar a Palavra de DEUS não é benéfico para nós,
se não cumprirmos o que ela diz. Nós ouvimos a Palavra de DEUS não apenas
para conhecê-la, mas também para realizá-la. Nós estaríamos nos enganando se
nos felicitássemos pelo conhecimento das Escrituras e não houvesse nada além
disto. O conhecimento valioso é um prelúdio à ação; a Palavra de DEUS só
consegue crescer no solo da obediência.Para que uma
lição faça a diferença na vida de um aluno, ela precisa penetrar no coração
e na mente, afetando a sua vida. É importante ouvir a Palavra de DEUS, mas é
muito mais importante obedecê-la. Nós podemos avaliar a eficiência do nosso
tempo de estudo da Bíblia pelo efeito que ele tem no nosso comportamento e
nas nossas atitudes. Será que colocamos em prática aquilo que estudamos?Tg 1.23,24
Algumas pessoas leem a Palavra de DEUS de uma forma casual, sem permitir que
ela afete as suas vidas. É como a pessoa que olha tão rapidamente no
espelho, que as imperfeições não são detectadas e nada é mudado. Elas ouvem,
mas não agem. A outra abordagem é o olhar atento, o estudo profundo e
constante da Palavra de DEUS, que permite que uma pessoa veja as
imperfeições e modifique a sua vida de acordo com os padrões de DEUS. O tipo
de “espelho” que a Palavra de DEUS fornece é exclusivo. Ele nos mostra a
nossa natureza interior da mesma maneira como um espelho normal nos mostra
as nossas características externas. Os dois espelhos refletem o que está
ali. Quando a Palavra de DEUS nos mostra que algo em nós precisa de
correção, nós devemos ouvir e agir.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 668-669.Tg1.22 1 –
“Sede, porém, praticantes da palavra”: o ouvir não pode ser apenas questão
dos ouvidos, de nosso pensar e de nosso sentir. A palavra, pela qual é
depositada em nós a nova vida, visa tomar forma em nossa vida toda. A
palavra propicia ambas as coisas: promessa e orientação, asserção e demanda.
Ela proclama e traz o agir misericordioso de DEUS em nosso favor, e visa
impelir-nos ao agir. Nosso agir é resposta ao agir de DEUS. DEUS não quer
atuar apenas em nós, mas também através de nós. JESUS nos descreveu DEUS
como aquele que age (Jo 5.17), como o DEUS que faz história para a salvação,
nossa e de todos os seres humanos. Dessa maneira o DEUS vivo se diferencia
p.ex. dos deuses gregos, bem como das ideias dos filósofos (e igualmente do
DEUS de uma teologia que se deixa condicionar pela respectiva filosofia
contemporânea). A história que DEUS faz viabiliza, de fato, a verdadeira
história humana. O ser humano que deseja acolher a palavra de DEUS somente
em seu pensamento ou sentimento não a compreendeu corretamente, tornando-se
retardatário desobediente quando o DEUS que age deseja envolver também a
ele. A palavra de DEUS é palavra do Senhor, a qual nos compromete. Com sua
afirmação Tiago está junto de seu Senhor na doutrina (Mt 7.21,24-27) e se
move nas mesmas balizas do apóstolo Paulo (Rm 6.1,15).“Não apenas
ouvinte”: não basta o constante “colocar-se sob a palavra”. É necessário
obedecer à palavra. Em contraposição, há hoje motivos para enfatizar que não
existe prática correta da vontade de DEUS sem o devido ouvir prévio. Aqui
nos são dadas orientação e força para esse agir.“Do contrário
enganais a vós mesmos”: a) Aquele que apenas ouve visa enganar a DEUS:
aparenta interessar-se pela vontade de DEUS, mas não se deixa mover para a
obediência (também entre pessoas constitui ofensa quando alguém
aparentemente se interessa por nossa questão, solicitando que lhe seja
exposta largamente, mas depois se afasta sem mexer um dedo sequer). b) Assim
uma pessoa também engana seus semelhantes: “correndo” aos cultos, estudos
bíblicos, horas de comunhão (e também pelo linguajar cristão), causando em
seu entorno a expectativa de que aqui alguém agirá como cristão. Depois
percebem que foram enganados. A “baixa audiência” de que os crentes tantas
vezes desfrutam em seu entorno pode ser derivada dessa desilusão. c) Não por
último, porém – é disso que Tiago está falando – desse modo uma pessoa
também engana a si mesma: tranquiliza-se e pensa que, desde que seja
insaciável em ouvir a palavra e ler intensamente a Bíblia, tudo estaria bem,
e também outros o consideram um cristão favorecido (Ap 3.1). Contudo JESUS
diz que o ouvir e saber ainda não resolvem nada (Mt 7.26). Tampouco o falar
resolve (Mt 7.21). O conhecimento claro até mesmo pode tornar-se uma
acusação para quem não vive de acordo (Lc 12.47).2 – Nesse
agir está em jogo não apenas o que fazemos a outros, mas o que fazemos a nós
para nossa própria evolução. É o que mostram os v. 23-25.Tg 1.23 “Se
alguém é (apenas) ouvinte da palavra e não (também) praticante, assemelha-se
ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural”: aquele que ouve a
palavra de DEUS é como alguém que se observa no espelho. Entre as duas capas
de nossa Bíblia nos são mostrados o “diagnóstico” e a “terapia” de DEUS após
a catástrofe do pecado em relação a cada indivíduo e à humanidade como um
todo.a) A pessoa,
pois, que atenta para a palavra de DEUS, ouve primeiramente o diagnóstico
divino. Vê a si mesma com toda a clareza e verdade, como em um espelho, por
assim dizer. O espelho não lisonjeia. Vemos o quanto nos sujamos por meio do
pecado. O ser humano natural prefere nem sequer observar-se nesse espelho.
Esse é um motivo central para o fato de que se “interessa” por tudo o mais,
mas de forma alguma pela palavra de DEUS. No entanto, já que não consegue
nem quer submeter-se integralmente à palavra, tenta distanciar-se dela e
“esquecê-la” o quanto antes, para poder continuar como era (o ser humano
esquece o que deseja esquecer).Tg 1.24
“Pois, após contemplar-se e se retirar, logo se esquece de como era a sua
aparência.” É como quando uma dona de casa percebe no espelho que, ao
acender o fogão a lenha, sujou o rosto com a mão fuliginosa, mas não limpa
de imediato a sujeira porque não tira o devido tempo para isso. Mais tarde
se esquece do que não está em ordem com ela. Quando sai para fazer comprar,
admira-se de que as pessoas riem ao vê-la. O mesmo ocorre quando o espelho
da palavra nos leva a constatar um erro em nós mesmos e não tomamos
imediatamente as atitudes cabíveis. Nesse caso o espelho da palavra de DEUS
não nos prestou o serviço que poderia ter prestado para a hora em que
haveremos de comparecer perante DEUS. Então, muitas coisas boas que ouvimos,
e até mesmo dissemos, hão de transformar-se em acusação contra nós.Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.
3. Persevere
ouvindo e agindo (v.25).Tg 1.25 As
pessoas que atentam são aquelas que estudam a lei de DEUS com séria atenção
e, a seguir, a escolhem como o seu estilo de vida. Elas estudam com atenção
extasiada, e não apenas uma vez, mas continuamente; como resultado, elas se
lembram da Palavra de DEUS e a colocam em prática. Esta lei é perfeita, não
é possível melhorá-la.Esta lei dá
liberdade, porque é somente obedecendo à lei de DEUS que a verdadeira
liberdade pode ser encontrada (compare com Jo 8.31,32). Como cristãos, nós
somos salvos pela graça de DEUS, e a salvação nos liberta do controle do
pecado. Como crentes, nós somos livres para viver como DEUS nos criou para
viver. Naturalmente, isto não quer dizer que somos livres para fazer o que
quisermos (1 Pe 2.16) - agora nós somos livres para obedecer a DEUS.A pessoa que
atenta para a Palavra de DEUS, faz o que ela diz, não esquece o que ouviu e
obedece será bem-aventurada.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 669.Tg 1:25 Para além de toda dúvida há um sentido em que Tiago tem razão. No
cristianismo há uma demanda ética; há uma lei do viver que os cristãos têm
que entender, aceitar e tratar de pôr em prática. Esta lei encontra-se
primeiro nos Dez Mandamentos, e depois em todos os ensinos éticos de JESUS.Tiago chama
esta lei de duas maneiras:(1) Chama-a a
lei perfeita. Existem três razões pelas quais essa lei é perfeita:(a) É lei de
DEUS, dada e revelada por DEUS. O estilo de vida que JESUS estabeleceu para
seus seguidores é o estilo de vida que concorda com a vontade de DEUS.(b) É
perfeita porque não pode ser melhorada. A lei cristã é a lei do amor, e a
demanda de amor nunca pode ser satisfeita. Sabemos bem, quando amamos a
alguém, que ainda que lhe déssemos todo o mundo, e ainda que lhe servíssemos
toda a vida, mesmo assim não poderíamos satisfazer ou merecer seu amor. A
lei cristã é perfeita porque não pode haver lei superior à lei do amor.(c) Mas há
ainda outro sentido no qual a lei cristã é perfeita. Teleios é a palavra que
em nossa versão foi traduzida como perfeita, e teleios quase sempre descreve
a perfeição para uma determinada finalidade. É perfeição com algum propósito
e uso determinados. Agora, se a pessoa obedecer a lei de CRISTO,
compreenderá o propósito de sua condição de homem; cumprirá o propósito pelo
qual DEUS o pôs no mundo, será a classe de pessoa que deve ser, fará no
mundo a contribuição que deve fazer. Será perfeito no sentido de que,
obedecendo a lei de DEUS, cumprirá o propósito para o qual foi enviado a
este mundo.(2) Chama-a
também lei da liberdade. Quer dizer: uma lei que ao cumpri-la o indivíduo
encontra sua verdadeira liberdade. Todos os grandes homens estiveram de
acordo em que unicamente obedecendo a lei de DEUS pode o ser humano
tornar-se autenticamente livre. "Obedecer a DEUS é ser livre", disse Sêneca.
"Somente o sábio é livre, e todo néscio é um escravo", afirmavam os estóicos.
Filo expressou: "Todos aqueles que estão sob a tirania do ódio, do desejo ou
de qualquer outra paixão são totalmente escravos; mas todos os que vivem com
a lei são livres." Na medida em que o homem não obedece a não ser as
paixões, emoções e desejos não é outra coisa senão um escravo. Quando o
homem aceita a vontade de DEUS é quando também se torna realmente livre,
porque então fica livre para ser bom, livre para ser o que deve ser. Servir
a DEUS é desfrutar de liberdade perfeita, e no fazer a vontade divina está
nossa paz.BARCLAY.
William. Comentário Bíblico. Tiago. pag. 71-73.Tg 1.25 “Mas
aquele que contemplou a lei perfeita da liberdade…” (também é possível
traduzir: “Quem observa com precisão, inclinando-se para frente, a lei da
liberdade…” Lutero traduz: “Quem, porém, esquadrinha a lei perfeita da
liberdade…”): sob a influência do pecado tornamo-nos pessoas amarradas, e
pela ação de nosso Senhor tornamo-nos livres (Jo 8.34,36). Essa é a norma de
uma vida com nosso Senhor, a maravilhosa norma da verdadeira liberdade:
tornamo-nos livres de pecado, do mundo e do diabo e ficamos amarrados ao
Senhor. Estar fixos em DEUS e em sua vontade constitui a verdadeira
liberdade para nós. Consequentemente somos também livres em relação às
pessoas e, a partir de nosso Senhor, livres para as pessoas.“E nela
persevera”: é preciso viver voltado para o Senhor, também em meio a pessoas
com as quais partilhamos orações, e, cônscio da presença dele, “direcionado
para ele em pureza” (G. Tersteegen), permanecer na obediência,
constantemente ligado a ele e, consequentemente, em verdadeira liberdade.“Esse será
bem-aventurado no que realizar”: será bem-aventurado na eternidade, mas
também desde já! Viver, pois, na comunhão com o Senhor, na consciência de
que está conosco, voltado para ele e a serviço dele (cf. Cl 3.23), isso
constitui uma felicidade indestrutível, uma vida plena de sentido, até mesmo
neste mundo, até mesmo em sofrimentos. “Tempo e hora, que me importa: estou
na eternidade, vivendo em JESUS” (August Hermann Francke).3 – Na
sequência é acrescentada uma palavra fundamental sobre o “culto a DEUS” que
abrange nossa vida (essa palavra define simultaneamente a ideia implícita
anteriormente no “agir” dos cristãos), ou – como também se pode traduzir –
nossa “veneração a DEUS”, i. é, toda a nossa vida como cristãos.Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.
III - A
RELIGIÃO PURA E VERDADEIRA (Tg 1.26,27)
1. A falsa
religiosidade.A palavra
“religião” vem do latim “religare”, e traz a ideia de religar o homem a
DEUS. Religião pode ser considerada resumidamente como um conjunto de
práticas que os fiéis realizam, dentro de seus cultos.Tiago fala da
religião pura e verdadeira em contraposição à religião falsa. Salvo melhor
juízo, esse texto de Tiago não nos parece indicar uma contraposição
apologética contra outras formas de manifestações religiosas não cristãs,
como as outras religiões que o mundo possuía na época. Ao que parece, Tiago
está associando, dentro da comunidade cristã, a verdadeira religião com
práticas adequadas, e mostrando que a fé verdadeira está associada não
apenas à fé, mas com o que fazemos para espelhar nossa fé.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 25.Tg 1.26 A lei
perfeita de DEUS deveria ser posta em prática nas nossas palavras. Aqui
Tiago introduz dois temas importantes que ele irá comentar detalhadamente
mais adiante: o uso da língua (3.1-12) e o tratamento das pessoas menos
favorecidas (por toda a carta). Saber como falar bem - como é o caso de um
grande professor - não é, de maneira nenhuma, tão importante como ter o
controle das próprias palavras: saber o que dizer, e quando, e onde dizê-lo.
Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes,
engana o seu coração, a religião desse é vã. A maneira pela qual os outros
saberão se a nossa fé é ou não real é pelas coisas que decidimos falar e
pela maneira como falamos. Tiago irá comentar isto um pouco mais no capítulo
3. Ter práticas religiosas que não levam a um modo de vida ético é
enganar-se a si mesmo. Até mesmo as nossas práticas religiosas exteriores
são inúteis sem a obediência. E não podemos ser obedientes se não pudermos
controlar as nossas bocas, Tiago não especifica como a língua ofende, mas
podemos imaginar uma série de maneiras pelas quais a nossa língua desonra a
DEUS - mexericos, explosões de ira, críticas duras, reclamações,
julgamentos. As nossas ações verbais falam mais alto do que os nossos
rituais religiosos. Fingir sermos religiosos e convencer-nos de que somos
não é apenas enganar os outros, é também enganar-nos a nós mesmos
mortalmente. A conversão não tem significado a menos que ela leve a uma vida
transformada. Uma vida transformada não leva a lugar nenhum, a menos que
sirva aos outros.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 669.Tg 1.26 Se
alguém cuida ser religioso... Noutras palavras, será que determinado crente
se julga um bom cristão, muito piedoso? A ênfase está no desempenho
religioso, e provavelmente inclui atos de culto como a oração, o jejum e o
dízimo. Tiago não condena tais atividades, mas acrescenta o seguinte: e não
refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a sua religião é vã.
Noutras palavras, as práticas religiosas são ótimas, mas, se não vierem
acompanhadas de um modo de viver ético, nada valem, são menos do que
inúteis, porque se (Tiago 1:1-27) transformam em autoenganos. O interesse
específico de Tiago é o controle da língua, que é sua maneira de referir-se
ao controle do palavrório irado, das explosões de raiva, da crítica ferina e
das queixas (cf. 1:19; 3:1,13; 4:11-12; e 5:9). O criticismo, o julgamento e
o queixume impiedosos revelam corações ainda não submetidos ao mandamento de
CRISTO. Trata-se de pessoas cujas práticas religiosas exteriores, conquanto
cristãs, são tão salvíficas quanto a idolatria (i.e., nulas), recebendo
ainda a alcunha de práticas vãs nas Escrituras (Atos 14:15; 1 Coríntios
3:20; 1 Pedro 1:18). Tiago, à semelhança de JESUS (Marcos 12:28-34; João
13:34) e os profetas (Oséias 6:6; Isaías 1:1-10; Jeremias 7:21-28),
desmascaram sem piedade esse autoengano, de modo tal que seus leitores
podem reconhecer sua verdadeira condição antes que seja tarde demais.Peter H.
Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 60-61.Tg 1.26 O
que destrói nosso culto a DEUS. “Se alguém pensa que serve a DEUS, deixando
de refrear a língua, pelo contrário, está enganando seu coração, seu culto a
DEUS é vão.” Em última análise não podemos fabricar essa vida por meio do
culto. Ela é obra do ESPÍRITO SANTO, do “CRISTO em nós”. Mas podemos
perturbá-lo e destruir sua obra. Então esse culto é “vão”, um nada, “vazio”.
Por mais que a engrenagem gire em nossa vida, por mais que sejamos pessoas
atarefadas no reino de DEUS – tudo isso não passa de rodar em ponto morto
quando damos vazão à natureza carnal natural, que desagrada a DEUS, quando
de alguma maneira permitimos que o diabo enfie o pé na fresta da porta. Onde
penetra um espírito falso, o ESPÍRITO de DEUS se retira (“Ele concede o
ESPÍRITO aos que lhe são obedientes” – At 5.32.) Na sequência Tiago nos diz
que nosso falar é um ponto de entrada para esse espírito
falso muito pouco considerado. Levamos a sério nosso agir, mas bem menos
nossas palavras. Quantas coisas são ditas ou (o que não é menos negativo)
sugeridas em conversas, mesmo depois daquilo que chamamos de “culto a DEUS”,
e quanta inveja, ciúme e desprezo estão por trás disso! No cap. 3 Tiago nos
trará pormenores acerca dessa questão.Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.
2. A
verdadeira religião (v.27).Aqui há uma
expressão que deve nos chamar a atenção: “A religião pura e imaculada para
com DEUS...”. O conceito de religião está mais atrelado à ideia de
espiritualidade demonstrada dentro de uma comunidade. Tiago, em
contraposição, mostra que DEUS se vincula às nossas práticas de amor e
misericórdia para com pessoas que estão à margem da sociedade: órfãos e
viúvas nas suas tribulações.Tiago
apresenta uma realidade que está vinculada à prática da verdadeira religião:
cuidar daqueles que nos estão próximos. A família, ou membros dela, deveriam
ser assistidos sempre. De acordo com Henry Daniel-Rops, os
ensinamentos dos rabinos enfatizavam a ideia de que “não cuidar do irmão”
era de fato agir como Caim, e elogiavam o exemplo de José, que perdoou os
irmãos perversos que tentaram matá-lo, e ao se tornar governador do Egito,
recebeu-os bem e estabeleceu-os na terra de Gósen. Era assim que se
comportava o verdadeiro israelita.A orfandade
ocorria quando um dos membros da família com responsabilidade de ser o
provedor morria, deixando seus dependentes desassistidos. Filhos sem pais
estariam à mercê de tribulações não apenas financeiras, mas também
relacionadas à fé.A viuvez,
como também a orfandade, era advinda igualmente da morte, mas de um dos
cônjuges. De acordo com o texto, Tiago não cita viúvos, e sim viúvas. Claro
que um homem poderia ficar viúvo, mas não há indicações de que ele deveria
ser ajudado da mesma forma que a viúva pela igreja. Isso não significa que
um viúvo não devesse ser ajudado, pois a perda de um cônjuge tem efeitos
dolorosos no cônjuge sobrevivente. Entretanto, de forma geral, as mulheres
geralmente cuidavam da casa e da educação dos filhos, enquanto o homem
deveria ser o provedor das necessidades advindas do lar. Uma vez que a morte
recolhia o provedor, não raro a viúva ficava desassistida, caso seus filhos
não tivessem a idade para se unirem e manterem sua mãe.Uma viúva não
poderia trabalhar nem mesmo ter herança, pois esta ia para o filho mais
velho da família. Se não houvesse socorro dentro de casa, as viúvas
acabariam mendigando ou se vendendo como escravas.Nesses dois
casos, como vimos, os fatores em comum são a morte e as tribulações advindas
dela. Um exemplo clássico no Antigo Testamento é o caso da viúva de um
profeta nos dias de Eliseu. O esposo dessa mulher frequentava a escola de
profetas, mas faleceu e deixou dívidas que precisavam ser quitadas. Como a
mulher não tinha bens para adimplir as obrigações contraídas pelo seu
esposo, os credores lhe bateram à porta para serem ressarcidos ou levariam
os filhos daquele casamento. Aquelas duas crianças órfãs de pai seriam
escravas dos credores. DEUS não se
esquece dos órfãos e viúvas, e ordena que os cristãos façam o mesmo, ou
seja, que sejam usados por DEUS cuidando dessas pessoas. Acima de tudo, o
desafio é que a igreja hoje exerça a misericórdia para com as pessoas que
justamente não podem retribuir na mesma medida de bondade. Isso mostra não
apenas a prática da sabedoria, mas também a concretização daquilo que DEUS
deseja de nós.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 65-67.Tg 1.27 De
uma religião que é capaz de argumentar facilmente a favor de qualquer
comportamento, Tiago agora se volta para um relacionamento no qual DEUS pode
ditar os termos de comportamento - a religião pura e imaculada. Tiago
explica a religião em termos de um serviço prático e de pureza pessoal. Os
rituais realizados com reverência não são errados; mas, se uma pessoa se
recusa a obedecer a DEUS na sua vida diária, a sua “religião” não é aceita
por DEUS.A religião
pura e imaculada não é a observância perfeita de regras; na verdade, é um
espírito que se infiltra nos nossos corações e nas nossas vidas (Lv 19.18;
Is 1.16,17). Assim como JESUS, Tiago explica a religião em termos de uma fé
interior vital, que se expressa na nossa vida cotidiana. O nosso
comportamento deve estar de acordo com a nossa fé (1 Co 5.8). Órfãos e
viúvas são frequentemente mencionados nas preocupações da igreja primitiva,
porque eles eram os mais obviamente “pobres” na Israel do século I. As
viúvas, por não terem acesso às heranças na sociedade judaica, estavam
praticamente à margem da sociedade. Por esta razão, Paulo teve que organizar
um procedimento completo a respeito das viúvas em suas próprias igrejas,
como se vê em 1 Timóteo 5. As viúvas não podiam ter empregos, e as suas
heranças iam para os seus filhos primogênitos. Era de se esperar que as
viúvas fossem sustentadas pelas suas próprias famílias, de modo que os
judeus as deixavam com pouquíssimo sustento econômico. A menos que um membro
da família estivesse disposto a cuidar delas, elas se viam reduzidas a
mendigar, se venderem como escravas, ou passar fome. Ao cuidar destas
pessoas desamparadas, a igreja colocava em prática a Palavra de DEUS. Quando
doamos sem esperança de receber algo em troca, nós mostramos o que significa
servir aos outros. Ainda hoje, a
presença de viúvas e órfãos nas nossas comunidades e cidades torna esta
orientação de Tiago muito contemporânea. A este grupo, nós também podemos
acrescentar aquelas pessoas que realmente se tornaram viúvas e órfãos
através da destruição das famílias pelo divórcio. Estas pessoas têm vidas
complicadas. As necessidades sempre ameaçam superar os nossos recursos
humanos. Cuidar de pessoas magoadas é um trabalho estressante. Ainda assim,
nós somos convocados para nos envolver.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 669-670.27. Precisamos ter em mente
que Tiago não está tentando aqui resumir tudo o que envolve a verdadeira
adoração a DEUS. Tiago está preocupado
com uma super-ênfase no “ouvir”, em detrimento da “prática”. Neste versículo
são apresentadas duas outras áreas da vida que devem revelar evidências de
nosso “ouvir” reverente da Palavra: preocupação social e pureza moral. O
cuidado pelos órfãos e as viúvas é uma ordem do Antigo Testamento como uma
forma de imitar o cuidado do próprio DEUS com estas pessoas — ele é o “pai
dos órfãos e defensor das viúvas” (SI 68.5; PIB). Num texto que apresenta
muitas semelhanças com esta passagem de Tiago, Isaías anuncia que DEUS não
mais irá aceitar a adoração que seu povo lhe oferece (a “religião” deles);
eles precisam “se lavar... aprender a fazer o bem; atender à justiça,
repreender o opressor; defender o direito do órfão, pleitear a causa das
viúvas” (Is 1.10-17). O órfão e a viúva tornam-se tipos daqueles que se
encontram desamparados neste mundo. Os cristãos que professam uma religião
pura irão imitar seu Pai, intervindo para ajudar os desamparados. Aqueles
que passam necessidade no Terceiro Mundo, nas cidades; aqueles que estão
desempregados e sem dinheiro; aqueles que são precariamente representados no
governo ou na justiça — estas são as pessoas que deveriam ver abundantes
evidências da “religião pura” dos cristãos.Douglas J.
Moo. Tiago. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 86.Tg 1.27 a- O
que faz parte do culto a DEUS. “Um culto puro e imaculado perante DEUS, o
Pai, consiste em visitar órfãos e viúvas em sua aflição e manter a si
próprio incontaminado do mundo”: DEUS nos presenteou com seu grande amor,
dando-nos seu Filho unigênito como irmão e tornando-se assim pessoalmente
nosso Pai e a nós, seus filhos (Rm 5.8; 1Jo 3.1). Agora tudo depende de que
nós lhe agrademos, como o Filho primogênito de DEUS (Mt 3.17). Duas coisas
são citadas aqui como partes integrantes do verdadeiro culto a DEUS:
dirigir-se para dentro do mundo e preservar-se diante do mundo.b-
“Visitar órfãos e viúvas em sua aflição”: Tiago cita pessoas que naquele
tempo eram especialmente carentes de ajuda, bem como de proteção jurídica.
Literalmente consta: “olhar por eles”. Isso inclui o cuidado assistencial.
Primeiramente ele tinha em mente os co-cristãos na igreja, mas de forma
alguma somente a eles (Gl 6.10). É condizente com a intenção de nosso Senhor
e vale como dirigido a ele, quando nos dedicamos com toda energia, amor e
fantasia às pessoas em torno de nós, perto e longe, em vista de suas mais
diversas carências (Mt 25.45; 18.5).Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.
3.
Guardando-se da corrupção (v.27)Além de
visitar órfãos e viúvas nas suas necessidades, é preciso que nos
resguardemos da corrupção do mundo. É possível que uma pessoa corrupta faça
atos de caridade em prol dos mais desassistidos? Sim. Mas aos olhos de DEUS,
guardar-se do sistema deste mundo e de suas tendências corruptas faz parte
da demonstração da verdadeira religião aos olhos de DEUS. A corrupção do
mundo pode contaminar nossos corações, e por isso devemos ficar distantes
dela.Assim, é a fé
que agrada a DEUS. Mais que cerimônias, DEUS quer de nós atitudes.Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 67-68.Além disto,
aqueles que têm uma religião pura e imaculada se guardarão da corrupção do
mundo. Para nos protegermos da corrupção do mundo, precisamos nos
comprometer com o sistema ético e moral de CRISTO, e não com o do mundo. Não
devemos nos adaptar ao sistema de valores do mundo, baseado no dinheiro, no
poder, e no prazer. A verdadeira fé não significa nada se estivermos
contaminados com estes valores. Tiago estava simplesmente ecoando as
palavras do Senhor JESUS em sua oração que é chamada “oração sumo
sacerdotal” (Jo 17), em que JESUS enfatizou que estava enviando os seus
discípulos ao mundo, mas esperando que eles não fossem do mundo.A medida que
nos colocamos à disposição para servir a CRISTO no mundo, precisamos nos
colocar continuamente sob a proteção desta oração. A oração afirma duas
coisas importantes: (1) nós permanecemos no mundo porque este é o local onde
CRISTO quer que estejamos; e (2) nós teremos a proteção de DEUS.Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 670.Tg 127b A
pureza moral é outra marca da religião pura. O guardar-se incontaminado do
mundo significa evitar que pensemos e ajamos de acordo com o sistema de
valores da sociedade que nos cerca. Tal sociedade reflete amplamente crenças
e práticas não-cristãs ou, quem sabe, ativamente anticristãs. O cristão que
vive “no mundo” corre o constante perigo de ter sobre si a mácula do
sistema. É importante e instrutivo o fato de Tiago incluir esta última área,
pois ela penetra além da ação, chegando às atitudes e crenças das quais a
ação brota. A “religião pura” do “cristão perfeito” (v. 4) associa a pureza
de coração à pureza de ação.Douglas J.
Moo. Tiago. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 86.Tg 1.27b.2 -
“E manter a si próprio incontaminado do mundo.” É correto atuar no mundo,
mas não se sujar e infeccionar com ele. O Israel do AT foi encorajado
repetidamente a não se contaminar com os ídolos das nações em seu redor, ou
seja, a não acolhê-los (Jr 2.7; 7.30s; 32.34; Ez 5.11; 20.7,30; 22.3; 37.23;
etc.). Também nós podemos, quando entramos no mundo e nos relacionamos com
ele – algo necessário – contaminar-nos com os ídolos que predominam em nosso
entorno e adotá-los junto com seus parâmetros e seu espírito. Por exemplo, a
mentalidade carreirista, o espírito reivindicatório, a indiferença em
relação a DEUS e às pessoas, o estresse desnecessário que leva as pessoas a
se refugiarem da meditação e no silêncio, a adaptação ao espírito da época
no pensar, no trabalho e no lazer, a indisciplina, o espírito de desrespeito
e de rebeldia para com pessoas e DEUS, a adoção de uma ideologia que
reivindica domínio absoluto sobre o ser humano e o domina em todas as
esferas da vida. Em nossa época se exige muitas vezes que cristãos não se
distingam em nada do mundo, que a igreja de CRISTO se dissolva na sociedade
com seu serviço e suas tarefas. O espírito do anticristo (2Ts 2.3-12; Ap
13), o espírito da “meretriz” (Ap 17) tentam nos igualar, como cristãos, com
todo o mundo. Nesse caso a única solução é que permaneçamos “nele”, isto é, em
contato com ele, em diálogo com ele, dando-lhe atenção, falando com ele,
obedecendo-lhe, seguindo-o. Então ele sempre ficará entre nós e o mundo,
cujas forças demoníacas tentam se apoderar de nós. “CRISTO, em ti somente,
estou seguro em corpo e mente” (cf. Zc 2.9; Pv 18.10).Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança. ELABORADO: Pb
Alessandro Silva
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da Lição
5 – O Cuidado ao falar e a religião puraResponda conforme a
revista da CPAD do 3º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultosTema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã AutênticaComplete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
TEXTO ÁUREO1- Complete:"[...] Mas todo o
__________________________ seja pronto para _________________________,
tardio para __________________________, tardio para se
_________________________"
(Tg 1.19).VERDADE PRÁTICA2- Complete:As nossas _________________________
podem, ou não, _________________________
a _________________________ de DEUS.I. PRONTO PARA OUVIR
E TARDIO PARA FALAR (Tg 1.19,20)3- O que nos ensina
Tiago sobre estar pronto para ouvir?( ) Ouvir é um
empreendimento prazeroso e, por isso, praticado por muitos. ( ) Para alguns
crentes, a pessoa sábia é a que sempre tem algo a falar. ( ) Ouvir é um
empreendimento trabalhoso e, por isso, ignorado por muitos. ( ) Diferentemente,
as Escrituras admoestam-nos a ser prontos para ouvir. ( ) No versículo 19,
Tiago introduz o seu ensino sobre o "ouvir" e o "falar" destacando a
expressão sabei isto. ( ) Com essa
expressão, ele demonstra a sua preocupação pastoral com os seus leitores.
( ) Outro termo no
versículo 19 chama-nos a atenção: pronto. ( ) No grego, a
palavra significa "rápido", "ligeiro" e "veloz".
( ) O escritor sacro
incentiva-nos a estar disponíveis a ouvir. ( ) É uma atitude que
depende de uma disposição e também da decisão em ouvir o outro. ( ) A exemplo do
profeta Samuel, que desde a sua infância foi ensinado a ouvir a voz
divina, o povo de DEUS deve persistir em escutar os desígnios
do Pai, pois nesses últimos dias têm Ele falado através do seu Filho, o
Verbo Vivo de DEUS.4- O que nos ensina
Tiago sobre ser tardio para falar?( ) Quem
ouve com atenção adquire a rara capacidade de opinar acerca de qualquer
assunto.
( ) É justamente por
isso que a Carta de Tiago exorta-nos a ser tardios para falar (v.19). ( ) Uma
palavra dita sem pensar, fora de tempo, e sem conhecimento dos fatos, pode
provocar verdadeiras tragédias. ( ) Quem nunca se
arrependeu de ter falado antes de pensar? ( ) Quem
ouve com atenção adquire a capacidade de falar com facilidade.
5- Como agiu José
diante de Faraó, o imperador do Egito Antigo?( ) O patriarca José
aproveitou sabiamente um momento ímpar em sua vida. ( ) Antes de
responder às perguntas sobre os sonhos do monarca, José as ouviu e refletiu
sobre elas.( )
Orientado pelo Senhor, respondeu sabiamente a seus irmãos. ( ) Orientado pelo
Senhor, respondeu sabiamente a Faraó. ( ) Temos de aprender
a refletir sobre o que vamos dizer e falar no tempo certo. ( ) Pese bem as
palavras, e ore como o rei Davi: "Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca;
guarda a porta dos meus lábios".6- O que nos ensina
Tiago sobre o controle da ira? ( ) O versículo
11 da
carta de Tiago expressa o seguinte: prontos a se irar. ( ) O versículo 19 da
carta de Tiago expressa o seguinte: tardios para se irar. ( ) A ira é um
profundo sentimento de ódio e rancor contra a outra pessoa. ( ) Uma vez
descontrolada, ela não produz a justiça de DEUS, mas uma justiça segundo o
critério da pessoa que sofreu o dano: a vingança. ( ) A Palavra de DEUS
não proíbe o crente de ficar indignado contra a injustiça. ( ) Ao mesmo tempo, a
Bíblia estabelece limites para o nosso temperamento não se achar
irrefletido, descontrolado, deixando-nos impulsivamente irados. ( ) O cristão, templo
do ESPÍRITO SANTO, tem de levar a sua mente cativa a CRISTO (2 Co 10.5) e
manifestar o fruto do ESPÍRITO SANTO: o domínio próprio.
( ) Fuja da aparência
do mal. Tenha autocontrole.II. PRATICANTE E NÃO
APENAS OUVINTE DA PALAVRA (Tg 1.21-25)7- O que Tiago quis
dizer com “Enxertai-vos da Palavra” (21)?( ) A
mensagem contida nos livros seculares são guias para os crentes. ( ) A Palavra de DEUS
é o guia maior do crente. ( ) Para que a
Palavra atinja efetivamente o coração do servo de DEUS, este precisa
acolhê-la com pureza e sinceridade. Isto é, firmar uma posição radical
rejeitando toda a imundícia e a malícia mundana (v.19); recebendo o
Evangelho com mansidão e sobriedade. ( ) Leia os
Evangelhos!( ) Persiga em
conhecer a mensagem divina de CRISTO JESUS, mas, igualmente, abra o coração
para ouvir a voz do Senhor. 8- O que Tiago quis
dizer com “praticai a Palavra” (22-24)? ( ) Se amar a DEUS e
ao próximo são considerados mandamentos únicos, devemos porfiar em
vivê-los. ( ) O escritor sacro
não tem interesse em que o leitor da epístola apenas acolha a Palavra no
coração, antes deseja que o crente a pratique. ( ) Não pode haver
incoerência entre o que se "diz" e o que se "faz" para quem é discípulo de
JESUS. ( ) Se amar a DEUS e
ao próximo são os maiores dos mandamentos, então, devemos porfiar em
vivê-los. ( ) Quem acolhe a
Palavra rejeita tudo o que é imundo, maligno, perverso, injusto,
dissimulado, insincero.( ) Não apenas isso,
mas igualmente abre a porta do coração para "tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama" . ( ) Do contrário,
seremos identificados com o homem que contempla a própria imagem no espelho
e depois se retira esquecendo-se completamente dela. ( ) Há pessoas que
olham para o Evangelho e ouvem, mas sem memória e perseverança, não dão
nenhuma resposta ou sequência ao chamado de JESUS CRISTO (vv.23,24). DEUS
nos livre desse engodo! 9- O que Tiago quis
dizer com “persevere
ouvindo e agindo” (v.25)?( ) Tiago conclui
este ponto da epístola da seguinte maneira: Quem é cuidadoso para com a lei,
nela persevera; não apenas ouvindo-a negligentemente, mas praticando-a
zelosamente. ( ) Falamos
e
vivemos o que pregamos! Precisamos analisar nossa vida em amor e sinceridade. ( ) Felicidade plena
em tudo é a promessa para quem ousa viver o Evangelho cônscio das
implicações espirituais e das consequências materiais. ( ) Alguém, um dia,
disse que os evangélicos são poderosos no discurso, mas fracos na prática do
mesmo discurso. ( ) Falamos, mas não
vivemos! Precisamos analisar nossa vida em amor e sinceridade. ( ) Entremos na
presença de DEUS com o rosto descoberto, coração rasgado e alma despida.
( ) No tempo em que
vivemos não dá para passar despercebidos na dissimulação, ou seja, fingindo
ser algo que na verdade não somos.III. A RELIGIÃO PURA
E VERDADEIRA (Tg 1.26,27)10- O que é a falsa
religiosidade?( ) Apesar de
algumas pessoas se considerarem religiosas por frequentarem um templo, as
Escrituras revelam o significado da verdadeira religião. ( ) Ela reprova todo
o ativismo religioso feito em "nome de DEUS", mas em detrimento do próximo.
( ) A
bíblia reprova todo a prática religiosa feita em "nome de DEUS",
para o próximo.
( ) Aqui, a língua do
crente tem um papel importante. Tiago diz que é possível enganar o próprio
coração quando deixamos de refrear a nossa língua. ( ) Ora, o coração é
a sede dos desejos, dos sentimentos e das vontades. E a boca só fala
daquilo que o coração está cheio (Mt 12.34). ( ) É incompatível
com o Evangelho, viver a graça de DEUS sem mergulhar no Reino dEle. ( ) Quem não se
entrega inteiramente ao Senhor pratica uma religião vã e falsa. ( ) Não podemos ser
como a pessoa capaz de fazer uma belíssima oração por um faminto, e depois
despedi-lo sem lhe dar um único grão de arroz.11- O que é a
verdadeira religião (v.27)?( ) A religião que
agrada a DEUS é aquela cujos discípulos confessam e exaltam o seu nome,
congregando sempre. ( ) A religião pura,
santa e imaculada, de acordo com o autor sacro, é suprir a necessidade do
próximo: "Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações".
( ) O problema hoje é
que a nossa atenção, quase sempre, está voltada para o prazer pessoal.
( ) Temos os olhos
fechados para os necessitados que na maioria das vezes cultuam a DEUS,
assentados, ao nosso lado. ( ) Lembremo-nos da
vida de JESUS CRISTO! Ele não apenas olhou para os marginalizados, mas foi
até eles e os acolheu em amor. ( ) A religião que
agrada a DEUS é aquela cujos discípulos professam e bendizem o seu nome,
visitando e acolhendo os necessitados nas aflições. 12- O que quer dizer
“guardando-se da corrupção” (v.27)? Complete:Além de recomendar a __________________________
de visitarmos os órfãos e as viúvas, a Epístola de Tiago menciona outro
aspecto da verdadeira religião: guardar-se da v do mundo. A religião falsa
está mergulhada no egoísmo, na corrupção e nos interesses maléficos do _________________________
pecaminoso. A igreja deve manter-se longe da _v. Estamos no mundo, mas não
fazemos parte do seu _________________________! O Evangelho nada
tem com os seus valores e preceitos.CONCLUSÃO13- Complete:Nessa semana aprendemos
sobre o cuidado que devemos ter com o _________________________
e o _________________________.
Estudamos também acerca da religião __________________________ e imaculada que alegra a DEUS: visitar os
órfãos e as viúvas nas tribulações e guardarmo-nos da _____________________
do mundo. Que os nossos ouvidos estejam prontos para _________________________,
a nossa _________________________
para falar sabiamente e a nossa vida para __________________________
tudo quanto aprendemos do Evangelho. Embora estejamos em um mundo
turbulento, devemos exalar o bom _________________________ de CRISTO por onde formos (2 Co 2.15).RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Referências Bibliográficas Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmwww.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/- Pb Alessandro Silva