Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e
aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
TEXTO ÁUREO
Por
esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que
ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt
1.5).
VERDADE PRATICA
O
presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na
administração da igreja local.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tt 1.5 - O estabelecimento dos Presbíteros
Terça - Tg 5.14 - Homens espirituais
Quarta - 1 Tm 4.14 - A ação do presbitério
Quinta - 1 Pe 5.1,2 - Presbíteros apascentadores
Sexta - 1 Pe 5-3 - Como exemplo do rebanho
Sábado - Tt 1.5,7 - Bispo - Outro nome para presbítero
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE - Tito
1.5-7; 1 Pedro 5,1-4.
Tito 1.5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa
ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses
presbíteros, como já te mandei: 6 - aquele que for irrepreensível, marido de
uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de
dissolução nem são desobedientes. 7 - Porque convém que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo,
nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
1
Pedro 5.1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou
também presbítero com eles, e testemunha das aflições de CRISTO, e
participante da glória que se há de revelar: 2 - apascentai o rebanho de
DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 3 - nem como
tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4
- E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de
glória.
INTERAÇÃO
A
igreja local é o Corpo Invisível de CRISTO num tempo e num espaço. Ela é
constituída por distintos seres humanos. Por isso é preciso haver uma
liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então,
aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais
pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor
titular; este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a
administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros,
homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular,
cuidar e zelar do rebanho do Senhor.
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar
o termo e a função
do presbítero.
Valorizar
o ministério do presbítero.
Apontar
os deveres dos
presbíteros.
PALAVRAS-CHAVE
Presbítero: Ancião. Pessoa madura na fé.
Resumo da
Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
I
- A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da
função.
2. A liderança
local.
3. As
qualificações.
II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do
termo.
2. A atuação do
presbitério.
3. A valorização
do presbitério.
III - OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
1. Apascentar a
igreja.
2. Liderar a
igreja local.
3. Ungir os
enfermos.
SINOPSE DO TÓPICO
(1) - O termo
presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de
professor (do gr. didaskoíos) e de pastor (do gn poimêrí). Logo, a sua
função é pastoral.
SINOPSE DO TÓPICO
(2) -
Fundamentado na Palavra de DEUS desde os primórdios cristãos, o presbitério
atua no governo da igreja local junto ao pastor titular.
SINOPSE DO TÓPICO
(3) -
Apascentar a igreja de CRISTO, * liderar uma igreja local e ungir os
enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero.
Meus comentários extras - Ev. Luiz Henrique
Casado só uma vez?
Creio
que analisando os contextos comentados por Paulo sobre as viúvas, por
exemplo,
mesmo que ficasse viúvo ou que fosse traído por sua
esposa, o obreiro não poderia se casar de novo, pois não poderia ensinar
sobre a fidelidade a DEUS. Não se admite que um homem totalmente entregue a DEUS, tendo a
oportunidade de ser exclusivo de DEUS, novamente se case, querendo
satisfazer a carne, pois já experimentou da satisfação total da presença de
DEUS.
É bom
desejar ser um líder espiritual.
Desejar significa “dirigir o coração em direção a alguma coisa”. A liderança
é uma excelente obra. Paulo destacou a sua importância. No entanto, como ele
iria mostrar, os padrões são elevados. Cada um faça as contas de quanto
custará a ele, à sua família e à sociedade em que vive, só depois decida se
entregar totalmente ao ministério.
Isto
significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”,
ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas
qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas
nenhuma o substitui. Nada pode substituir a unção do ESPÍRITO SANTO, nada é
mais importante ou melhor do que a presença de DEUS.
A
linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à ordenação
de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento e
confirmação da ação anterior do ESPÍRITO. Os homens só confirmam o
ministério que foi dado por DEUS. A escolha soberana é de DEUS.
Ninguém pode
entrar para o ministério por obrigação. Deve ser por livre e espontânea
vontade e desejo individual.
Não
deve ser por causa financeira, ou de parentesco ou por outra causa que o
force a ocupar esta posição. Alguns presbíteros só o são por pressão de seus
pais que são pastores e desejam que seus filhos também o sejam. (São
forçados a servirem sem desejarem, ou terem sido escolhidos por DEUS).
Existem obreiros que chegaram ao presbitério porque exigiram seus cargos e
existem outros que foram colocados contra suas vontades.
As vantagens financeiras têm sido o principal entrave de muitos ministérios.
Muitos presbíteros "vendem o rebanho" na época de política em troca de
vantagens financeiras ou favores políticos.
Somente
homens cheios do ESPÍRITO SANTO servem para liderarem a obra de DEUS.
Uma das
principais causas de estagnação do crescimento de igrejas é a falta de ânimo
espiritual de seus líderes. Sem a alegria do ESPÍRITO SANTO não há
crescimento qualitativo e nem quantitativo.
Vemos os líderes em Atos dos Apóstolos cheios do ESPÍRITO SANTO - Todos
tinham dons espirituais que confirmavam seus ministérios e serviam como
confirmação de autoridade divina para seus liderados.
Reuniões
periódicas com a liderança é primordial na organização da igreja. Todos os
líderes devem ter o direito de se expressarem a respeito do bom andamento da
igreja. Decisões devem ser tomadas em conjunto. "Na multidão de conselhos se
acha sabedoria".
Sobre unção com
óleo:
Note que a oração da fé curará o doente e não o óleo. Note também que devido a
muitas doenças serem causadas pelo pecado, na oração da fé os pecados eram
perdoados para que houvessem curas (naturalmente haveria então arrependimento de
pecados para que houvessem curas).
Entendo que um dos motivos da evolução histórica desta distinção entre presbíteros e ministros (pastores e evangelistas) nas Assembleias de Deus no Brasil seja a questão financeira. Como os ministros (pastores e evangelistas) recebiam ajuda financeira por trabalhar em regime integral (ou parcial), se os presbíteros fossem “promovidos” ao status de ministros, isso incorreria em ter que remunerá-los também.
Outro motivo para a consolidação e perpetuação desta ideia equivocada de classe “superior” e “inferior” de presbíteros no contexto assembleiano, credito a inacessibilidade dos nossos pioneiros aos recursos bibliográficos, em especial, às obras nas línguas originais, léxicos, comentários e dicionários bíblicos, como as temos hoje abundantemente. Acrescente-se a isto toda oposição feita ao estudo teológico formal por longos anos.
Não encontramos no Novo Testamento, em hipótese alguma, os presbíteros ou bispos que exerciam o governo na igreja se colocando em posição de domínio ou superioridade “especial” sobre companheiros os crentes em geral. É neste sentido que Pedro escreve: "Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbíteros com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas, servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. (1 Pe 5.1-4, ARC).
Percebam a humildade do apóstolo ao afirmar “sou também presbítero com eles”, em vez de “sobre eles”. Dessa forma, mesmo que o “anjos” nas cartas às igrejas da Ásia (Ap 2-3) sejam interpretado como um presbítero-líder, isso não o colocava em posição de domínio absoluto sobre os demais. As decisões na igreja do Novo Testamento sempre foram tomadas em conjunto (At 1.15-26; 6.1-6; 15.22-29). Em 1 Timóteo 3.1-7 temos a prescrição das qualidades que deveriam ser observadas nos candidatos ao bispado, presbitério ou pastorado, mas a forma como a escolha era feita não fica clara
no texto. Escrevendo a Tito, Paulo orienta o estabelecimento de presbíteros nas cidades.
Também não é exposto no texto como se dava o processo. Alguns entendem, fundamentados no contexto do Novo Testamento, que a igreja local participava ativamente do processo de eleição.
À medida que era aumentada a autoridade dos clérigos (especialmente dos bispos), diminuía a importância e participação dos leigos. Dessa maneira, a Igreja se tornava cada vez mais institucionalizada e menos dependente do poder e da orientação do Espírito. >>http://www.portalebd.org.br/files/2T2014_L11_altair.pdf<<
VOCABULÁRIO
Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar, trocar ou mudar
reciprocamente. Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo.
Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre
dois vocabulários que tem significação muito próxima.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2009. ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal,
Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58. p.41.
Ao
longo da história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos
apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o
Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional.
No
governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída
de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana,
Ortodoxa e Metodista, por exemplo.
O
governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia
geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes
(administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino
e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada.
Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por
sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional).
O
governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia
geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação
que mais caracteriza esse modelo.
Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo.
O das Assembleias de DEUS no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor,
Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho - a função de
Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de
evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de
Pastor-Presidente.
Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce
a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de
setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância
singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de DEUS é
um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do
pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo
responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele
campo de trabalho.- Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre
os ombros dos presbíteros.
E
importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no "Dicionário do
Movimento Pentecostal" (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil
foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários
que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase
embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de DEUS da América é
diametralmente oposto ao da brasileira.
COMENTÁRIOS DIVERSOS - INTRODUÇÃO
A
Igreja deixou de ser localizada apenas em Jerusalém, passando pela Judeia e
Samaria, e começou a se deslocar para “os confins da terra” (At 1.8). As
“igrejas de DEUS” sofriam a perseguição e se espalhavam por vários lugares
(1 Ts 2.14). A conversão do fariseu Saulo, no caminho de Damasco, fez dele
um dos maiores evangelistas de todos os tempos. Em suas viagens
missionárias, muitas igrejas foram abertas, inclusive na Europa. Em
consequência, as igrejas necessitavam de líderes, que orientassem os crentes
acerca do evangelho, da organização, do desenvolvimento e da maneira de
viver dos novos grupos de cristãos.
Os
apóstolos, como verdadeiros evangelistas e missionários, não podiam ficar
radicados num só lugar. Uns tinham que se dedicar “à oração e à palavra” (At
6.4). Outros precisavam sair evangelizando, mas o crescimento da obra exigia
mais pessoas para ajudá-los. Assim, com o passar dos anos, foram surgindo
crentes de mais idade, que demonstravam condição para cuidar dos mais novos
convertidos. A boa semente do evangelho frutificava em vários lugares, e os
líderes da Igreja tomaram providências
para que, em cada cidade, fossem estabelecidos líderes locais para cuidarem
do rebanho.
Barnabé e Saulo foram encarregados de levar socorro aos irmãos da Judeia, os
quais o fizeram, entregando a ajuda “aos anciãos” (At 11.30). Havia uma
grande fome naquela região e os líderes, com sabedoria, não mandaram a ajuda
de qualquer forma. Enviaram aos líderes da comunidade cristã. Em sua
primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé chegaram a Icônio, foram
perseguidos e saíram para listra, Derbe, Antioquia, Pisídia e por muitas
outras cidades. Eles fizeram excelente trabalho missionário, fundando muitas
igrejas por onde passavam. E as multidões de crentes precisavam ser
discipuladas.
Aquela altura da expansão da Igreja, não havia ainda um ministério
organizado como conhecemos hoje, com pastores, evangelistas, mestres,
presbíteros e diáconos, de forma bem definida e até impropriamente
hierarquizada. Por isso, os discípulos mais antigos, e de mais idade, eram
designados para cuidar de cada igreja. Eram os anciãos, que iam sendo
escolhidos para serem superintendentes, supervisores, ou bispos. Exortando
os irmãos de Éfeso, Paulo falou para os líderes daquela igreja: “Olhai,
pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu
próprio sangue” (At 20.28 — grifo nosso).
Em
sua carta a Tito, Paulo mostra que é um verdadeiro pastor e líder, chamado
por DEUS (1 Co 1.1; G1 1.1), e tem cuidado das igrejas que fundou em suas
viagens missionárias. E diz para seu discípulo: “Por esta causa te deixei em
Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de
cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tt 1.5).
De acordo com o entendimento da época, a igreja local deveria ter à frente
um obreiro experiente e de mais idade. Que fosse um ancião. Um jovem obreiro
pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de DEUS. Mas a
experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos (Jó 32.7).
Ao
longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério
de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra. É atividade necessária para o bom
ordenamento das atividades das igrejas locais. O presbítero é obreiro que
colabora com o pastor da igreja, ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor
JESUS CRISTO.
Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 129-130.
I
- A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função.
A
palavra presbítero, em sua origem significa “Forma comparativa” depresbys
(gr.), que tem o significado de “mais velho, como substantivo, uma pessoa
mais velha; especialmente um membro do Sinédrio israelita (também figurado,
membro do conselho celestial) ou um “presbítero” cristão — ancião, mais
velho, “um título de dignidade” “Anciãos de igrejas cristãs, presbíteros,
encarregados da administração e governo das igrejas individuais”. Equivale a
“episkopos, supervisor, bispo. Também didaskolos, professor; poimén,
pastor”.
Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 130-131.
PRESBITÉRIO, PRESBÍTERO
Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem
Timóteo (1 Tm 4.14). Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2
Tm 1.6). Da mesma maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as
Sinagogas também tinham os seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o
presbitério havia um conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este
grupo tinha como presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas
sob o governo de um corpo de anciãos (At 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. At
15.4,6,23; 20.17,28). Nas igrejas atuais, particularmente naquelas que
adotam a forma de administração presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja
local é chamado de sessão, enquanto aqueles que se reúnem como
representantes das igrejas de uma área maior são chamados presbíteros. E
impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo eram de uma ou mais
igrejas.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag.
1591.
ANCIÃO NO NT (literalmente pessoa mais velha ou homem mais velho; algumas
vezes transliterado como presbítero). Este termo designava três grupos
diferentes no NT: (a) indivíduos mais velhos; (b) líderes
político-religiosos do Judaísmo e (c) os primeiros líderes da igreja
apostólica.
1.
Formação: AT, Judaísmo Rabínico e a comunidade de Qumrã. De acordo com a
terminologia do AT, o ancião era um termo vagamente definido,
designando os
líderes religiosos e políticos, especialmente de Israel. As referências
bíblicas mostram que outras nações, como Egito e Moabe, possuíram tais
líderes (cp. Gn 50.7; Nm 22.7). Embora vários termos hebraicos foram
usados
para descrever estes líderes, três termos aparecem com mais frequência
que
outros: Geralmente significando
uma pessoa mais velha (cp. Gn 43.7; Êx 3.16,18; 12.21; 17.5,6);
significando idade avançada ou uma idade mais velha, do verbo que
significa
ser muito antigo (cp. l Rs 14.4); chefe ou
governador, (cp. Jz 5.15; 6.6-16). Em Isaías 3.2,3 são mencionadas
pelo menos onze diferentes posições de liderança pelo profeta; ancião é
uma
delas. Particularmente importante é a ideia dos “setenta anciãos” no AT
(cp.
Êx 24.1; Nm 11.16).
No primeiro século
d.C., o ofício de ancião era uma posição regular na sinagoga judaica. No
tratado do Sinédrio sobre a Mishná, as obrigações deste ofício são
claramente destacadas. O conselho de anciãos era responsável pelo governo da
comunidade judaica. Em Jerusalém, o Sinédrio, que era um conselho composto
de setenta e um anciãos, agia como a corte suprema para todo o Judaísmo.
(Cp.
Berakhoth4:7;Nedrarim 5:5; Me- ghillah 3:1; Edhuyoth 5:6; Ta’anith 3:8;
Middoth 2:2; Ed 10.8; Lc 6.22; Jo 9.22; 12.42).
As
descobertas de Qumrã têm revelado uma comunidade pactuai, na qual o ofício
de ancião também funcionava quase do mesmo modo que no Judaísmo, e há um
consenso geral de que a comunidade de Qumrã realmente tinha conexões
significantes com o Cristianismo primitivo. Isto não sugere que a Igreja
Primitiva adotou sua estrutura eclesiástica da comunidade de Qumrã. O Manual
de Disciplina (1 QS VI) fala dos anciãos (mebaqqer) como os que estavam em
segundo lugar em autoridade, vindo logo após os sacerdotes.
2. O
significado e a importância para a Igreja do NT.
Os termos associados com
esta posição aparecem mais de setenta vezes no NT: (a) quase metade das
citações referem-se ao ofício no Judaísmo (cp. Mt 15.2; 26.47; Mc 8.31;
14.43; At 4.5; 25.15; note: o termo não é usado nenhuma vez no evangelho de
João, exceto na variante textual em 8.9, e isto é particularmente
significante à luz do tom negativo do quarto evangelho para com o Judaísmo
em geral); (b) cinco referências são designações comparativas de idade (cp.
Lc 15.25; At 2.17 [RSV “homens mais velhos”]; Rm 9.12; l Tm 5.2 [RSV
“mulheres mais velhas”]; Hb 11.2 [RSV “homens de idade”]; (c) as referências
restantes são em relação ao ofício na Igreja Primitiva.
Na
história apostólica de Lucas, o ofício aparece, sem explicações de sua
origem, pela primeira vez em Atos 11.30. A referência aqui é aos presbíteros
na Igreja da Judéia, para quem uma coleta foi tirada na Igreja de Antioquia.
Nos é dito mais tarde que Paulo “designou” (do verbo grego que significa
“escolher ou eleger por meio de mãos levantadas ou indicação”) presbíteros
em cada Igreja (At 14.23). A exata natureza desta ordenação apostólica ou
nomeação não é descrita exceto para sugerir que orações e jejuns faziam
parte do ritual. Nós podemos supor que esta aparição inexplicável, em
contraste com a escolha dos sete em Atos 6, implica numa transição natural,
da estrutura da Sinagoga Judaica para a organização da Igreja Primitiva (cp.
At 2.46).
A
questão sobre a qual a Igreja tem se dividido através dos anos é acerca do
relacionamento do ofício de presbítero em relação ao ministério total da
Igreja. Primeiro, deveria ser observado que em muitas passagens
eclesiológicas importantes o ofício de presbítero não é especificamente
mencionado. Os ofícios de diácono, bispo ou pastor assim como ancião são
notavelmente omitidos (I Co 12.4-11, e vv. 28-30). Segundo, as epístolas pastorais
referem-se somente a dois ofícios: pastores ou presbíteros e diáconos. Em 1
Timóteo 3.1-13,0 texto usa episkopos e diakonos\ enquanto que Tito 1.5-9
parece usar os termos episkopos e presbuteros quase que de modo permutável:
“te deixei em Creta, para que... em cada cidade, constituísses
presbíteros... porque é indispensável que o bispo (episkopos) . “., Na carta
à igreja em Filipos, a saudação menciona somente “bispos” (episkopos) e
“diáconos” (diakonos), e deve ser observado que ambos termos são plurais.
Duas
questões são levantadas pela evidência do NT. Primeira, qual é a importância
da pluralidade de anciãos na igreja do NT? Segundo, qual é o relacionamento
de bispo ou pastor com o ofício de presbítero?
Em
relação à primeira questão, deve ser observado que duas possíveis
explicações estão disponíveis. Por um lado, a estrutura existente da
sinagoga, com sua pluralidade de anciãos é comparada à organização da Igreja
do NT. Deve ser destacado aqui que, mesmo na sinagoga havia, um “cabeça”. A
pluralidade neste caso não proibiria a liderança predominante de um
presbítero, talvez referido como “presbítero que preside” (l Tm 5.17). Há,
na história posterior da igreja, um desenvolvimento que pode ser seguido
desde uma pluralidade de presbíteros a um bispo presidente até uma estrutura
episcopal hierárquica. A natureza das assembleias cristãs primitivas do NT,
que geralmente cultuava em lares dos membros, pode também ajudar a explicar
a pluralidade de presbíteros. Em outras palavras, em uma dada comunidade
poderia haver um número de presbíteros responsável pelo cuidado de uma
congregação particular, que se reunia em seu lar ou no lar de algum outro
cristão na congregação. Exemplos claros disto são encontrados no próprio NT
(cp. At 16.11ss.;Rm 16.3-5).
Em
relação à última questão, já se tem observado que na época em que as
epístolas pastorais foram escritas os termos “bispo” e “presbítero” foram
usados de modo permutável (cp. l Tm 3; Tt 1). Mas mesmo mais cedo no
ministério de Paulo (cp. At 20.17-38), quando ele se encontrou com os
presbíteros da igreja de Éfeso, ele parece referir-se aos três termos ao
mesmo tempo — presbítero, bispo ou supervisor e pastor. A ideia de
presbíteros servindo como pastores do rebanho e supervisionando a
administração da Igreja ajudou a distinguir o título do ofício de suas
funções práticas. Em outras palavras, o termo presbítero, originalmente,
designava aqueles que eram, tanto natural quanto espiritualmente, mais
velhos ou mais maduros. Observe que Paulo faz menção específica ao fato de
que ninguém deveria ser admitido ao ofício de presbítero ou bispo sendo um
“recém convertido” ou noviço (cp. l Tm 3.6). Os outros termos — pastor e
bispo ou supervisor — referem-se às funções deste ofício na Igreja. Um
presbítero é, portanto, um homem mais velho, um homem membro da Igreja
espiritualmente mais maduro, que é responsável pela administração da
congregação. Neste último caso, é instrutivo que Pedro refere-se a si mesmo
como um presbítero; “Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que
sou presbítero com eles” (I Pe 5.1). Nos últimos escritos pós-apostólicos da
Igreja, há uma evidência clara de que o ministério de pastor ou bispo e
presbítero eram o mesmo (cp. Didaquê 10.6).
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã.
Vol. 1. pag. 297-299.
PRESBÍTERO. No AT. Os “anciãos do povo” ou os “anciãos de Israel" são
frequentemente associados a Moisés quando este lidava com o povo (Ex 3.16;
4.29; 17.5; 18.12; 19.17; 24.1, 11; Nm 11.16). Posteriormente, administram o
governo local (Jz 8.14; Js 20.4; Rt 4.2) e participam dos negócios da nação
(1 Sm 4.3) mesmo depois da instituição da monarquia (1 Sm 8.4; 30.26; 2 Sm
3.17; 5.3; 1 Rs 21.8). Galgam nova preeminência durante o exílio (Jr 29.1;
Ez 7.1; 14.1; 20.1) e depois da volta do exílio, estão associados tanto ao
governador nas suas funções (Ed 5.9ss.; 6.7) quanto à administração local
(Ed 10.14). Em si mesmos, têm certas funções jurídicas (Dt 22.15; 25.7ss.) e
associam-se aos juízes, que provavelmente são escolhidos dentre os “anciãos"
(ou “presbíteros”), para administração e execução da justiça (Dt 16.18;
21.2ss.; Ed 7.25; 10.14). Além disso, estão associados a Moisés e Arão na
transmissão da
palavra de DEUS ao povo (Ex 3.14; 4.29; 19.7) e na representação do povo
diante de DEUS nas ocasiões grandiosas (Ex 17.5; 24.1; Nm 11.16). Cuidam dos
preparativos para a páscoa (Ex 12.21).
Outras nações tinham anciãos (cf. Gn 50.7; Nm 22.7), o direito ao título
estava ligado à idade, o respeito de que o indivíduo gozava, ou ao cargo
específico ocupado na comunidade (cf. o alderman saxônico, o senador romano,
a gerousia grega). O ancião em Israel obtinha inicialmente, sem dúvida, sua
autoridade e seu status, bem como seu nome, da sua idade e da sua
experiência.
No
período dos macabeus, o título “anciãos de Israel" é aplicado aos membros do
Sinédrio judaico que, segundo se considerava, tinha sido estabelecido por
Moisés quando nomeou os setenta anciãos em Nm 11.16ss. No nível local, uma
comunidade de 120 (cf. At 1.15) ou mais, podia nomear sete anciãos (Mishna,
Sanhedrin 1.6). Estes eram chamados os “sete de uma cidade”, e é possível
que os sete que foram nomeados em Atos 6 fossem considerados anciãos desse
tipo (cf. D. Daube, The NT and Rabbinic Judaism, 237). Nos evangelhos, os
anciãos estão associados com os escribas e com os sacerdotes principais que
fizeram padecer CRISTO (Mt 16.21; 27.1) e os apóstolos (At 6.12).
No
NT. Os anciãos ou “presbíteros” (presbyteroi) aparecem já no início da vida
da igreja, e assumem posição juntamente com os apóstolos, profetas e
mestres. Em Jerusalém, estão associados a Tiago no governo da igreja local
da maneira usada na sinagoga (At 11.30; 21.18), mas em associação aos
apóstolos compartilham, também, do governo mais amplo, tipo Sinédrio, da
igreja inteira (At 15.2,6,23; 16.4). Um apóstolo pode ser um presbítero (1
Pe 5.1).
Os
presbíteros não aparecem em Antioquia durante a estada de Paulo (At 13.1),
nem são mencionados nas primeiras epístolas dele. É possível que o governo
eclesiástico fosse questão de importância secundária naquele período. Mesmo
assim, Paulo e Barnabé, em sua primeira viagem missionária, promoveram a
eleição de presbíteros em todas as igrejas que fundaram (At 14.23).
Os
presbíteros aos quais Paulo dirigiu a palavra em Éfeso (At 20.17ss.) e
aqueles aos quais 1 Pedro e Tito falam, têm um lugar decisivo na vida da
igreja. Além da sua função de humilde supervisão pastoral, deles depende, em
grande medida, a estabilidade e a pureza do rebanho quando as tentações e
crises se aproximam. Ocupam uma posição de autoridade e de privilégio que
pode ser abusada. São coparticipantes do ministério de CRISTO entre o
rebanho (1 Pe 5.1-4; At 20.28; cf. Ef 4.11)·,
É
asseverado frequentemente que nas igrejas gentias o nome episkopos é usado
como substituto de presbyteros, com significado idêntico. Parece que as
palavras são intercambiáveis em At 20.17, 18 e Tt 1.5-9. Mas, embora todos
os episkopoi sejam indubitavelmente presbyteroi, não fica claro se o inverso
sempre se aplica. A palavra presbyteros indica principalmente o status de
“ancião”, ao passo que episkopos denota a função de pelo menos alguns dos
anciãos. Mas é possível que tenha havido “presbíteros” que não eram
episkopoi.
Em 1
Tm 5.17, o ensino é considerado uma função desejável do presbítero, e não
somente a da supervisão. É provável que, quando os apóstolos, mestres e
profetas, em suas viagens, já não podiam ministrar a toda a igreja, a função
do ensino e da pregação recaísse sobre os presbíteros locais, e assim,
desenvolver-se-ia o cargo de presbítero, e as qualificações dos presbíteros.
Isso, por sua vez, pode ter levado a uma distinção dentro do presbiterado. A
presidência do grupo local de presbíteros, tanto na disciplina da
congregação, quanto na celebração da Ceia do Senhor, tenderia a ser um cargo
permanente, exercido por um só homem.
O
“presbítero” em 2 e 3 João refere-se meramente a alguém que gozava de alta
estima dentro da igreja. Os vinte e quatro anciãos que com tanta freqüência
aparecem nas visões do livro de Apocalipse são exemplos de como toda a
autoridade deve adorar humildemente a DEUS e ao Cordeiro (Ap 4.10; 5.8-10;
19.4).
Na
História da Igreja. Na época da Reforma, Calvino entendeu que o cargo de
presbítero era uma das quatro “ordens ou cargos” que CRISTO instituíra para
o governo normal da igreja, sendo que as outras eram: pastores, mestres e
diáconos. Os presbíteros, como representantes do povo, eram responsáveis
pela disciplina, lado a lado com os pastores ou bispos. Na Escócia,
posteriormente, o presbítero recebia uma ordenação vitalícia, sem a
imposição das mãos, e tinha o dever de examinar os candidatos à comunhão da
igreja e de visitar os enfermos, sendo incentivado a ensinar. Surgiu a
teoria, através de 1 Tm 5.17, de que os ministros e os demais presbíteros
eram da mesma ordem, e que os ministros eram presbíteros quer ensinavam, e
os demais, presbíteros que governavam. De modo global, no entanto, a Igreja
Presbiteriana tem sustentado que há uma distinção entre a ordenação ao
ministério e a ordenação ao presbiterado, sendo que o tipo de ordenação é
determinado segundo a sua finalidade. O presbítero tem sido considerado
representante do povo (sem, porém, ter sido nomeado pelo povo, e sem ser
responsável diante deste) na organização dos assuntos da igreja, e tem
cumprido muitas das funções que, no NT, são próprias do diaconato. O padrão
da obra do presbítero dentro da igreja corresponde estreitamente àquele do
“ancião do povo” no AT.
WALTER A. ELWELL. Enciclopédia HISTÓRICO-TEOLÓGICA DA IGREJA CRISTA.
Editora Vida Nova.
2. A liderança
local.
O
crescimento das igrejas, como fruto da evangelização e do discipulado, exige
a delegação de atividades a pessoas que tenham condições de liderar o
rebanho do Senhor JESUS (Tt 1.5,7). Os pastores não podem abarcar tudo para
si, sob pena de não darem conta das inúmeras responsabilidades que a igreja
local requer. Como a referência a presbíteros, no NT, sempre é feita no
plural “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos”, dá a entender que, em geral, o
presbítero não agia isoladamente, mas como um corpo de ministros, ou de
líderes, que cuidava da igreja local. “Sempre são citados no plural, isto é,
não é mencionada uma só igreja onde houvesse apenas um presbítero (At 11.30;
15.2,4,6; 20.17; Tg 5.l4; 1 Pe 5.1).”
Certamente, pela inexistência de pessoas qualificadas com o dom ministerial
de pastor, havia a necessidade de uma liderança, formada por um grupo de
irmãos mais idosos, para cuidar da igreja local. Entende-se, assim, que os
presbíteros têm um ministério de grande importância, auxiliando os pastores,
designados por DEUS para apascentarem e cuidarem da Igreja do Senhor sob
seus cuidados.
Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 131.
Na
época da carta de Paulo a Tito, o jovem é o representante do apóstolo em
Creta onde era evidentemente pastor da igreja cristã.
Por esta
causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda
restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei
(5). Os dizeres dão a entender que fazia pouco tempo que Paulo estivera em
Creta acompanhado com Tito que lhe servia de assistente. O fato de Tito ter sido encarregado de ordenar presbíteros... de
cidade em cidade mostra a extensão dessa atividade. O ministério de Paulo em
Creta havia terminado recentemente; mas o apóstolo deixou ali Tito, seu
assistente, para completar a tarefa de organizar as igrejas. A linguagem de
Paulo dá a entender que nem tudo estava bem nas igrejas cretenses e que
parte da tarefa de Tito era corrigir o que estava errado.
Tito
foi instruído a designar e ordenar presbitérios (ou “pastores”, BV) para as
igrejas. Esta prática estava de acordo com o costume do apóstolo. Já na
primeira viagem missionária, Lucas nos informa que, “havendo-lhes por comum
consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os
encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14.23). Há diferenças nas
instruções de Paulo entre 1 Timóteo e Tito. Na primeira, já havia bispos no
exercício do cargo, ao passo que na última, provavelmente por ser algo novo
na igreja cretense, era a primeira ordenação de presbitérios.
O bispo era o gerente
financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser
homem de extrema integridade.
Como guardião dos fundos monetários da igreja esta poderia se
tornar fonte de tentação para o bispo.
J.
Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
543-546.
Tito
também deixará a ilha. Por isso é necessário que as instruções sejam
entregues por escrito às mãos dos irmãos colaboradores e co-dirigentes em
Creta. Em 1Tm já se pressupõem formas e serviços eclesiais mais sólidos, em
Creta parece existir um estágio anterior de constituição da igreja.
As
coisas faltantes são aquilo que ainda falta para o desenvolvimento de uma
igreja plenamente emancipada. O que Paulo deixou inconcluso é confiado a
Tito para que este cuide da evolução posterior. O que DEUS começou ele
pretende levar à maturidade. Aqui não se tem em vista apenas um
aperfeiçoamento em termos de organização! Já em 1Ts 3.10 Paulo escreve que
deseja dirimir as falhas que ainda estão ligadas à fé. As igrejas devem
chegar à aprovação na fé.
Tito
recebe particularmente a incumbência de instituir presbíteros em cada
cidade. Aparentemente a fé em JESUS se expandiu primeiramente nas cidades,
ou as igrejas cresceram mais rapidamente nelas, de modo que se tornasse
necessária a instalação de presbíteros. As aldeias e localidades das
redondezas eram evangelizadas a partir das cidades. Em todos os lugares a
instalação de servos para a igreja aconteceu com a participação dos membros
da igreja. At 14.23 informa que Paulo e Barnabé retornaram a três cidades em
que se haviam formado igrejas durante a primeira migração evangelizadora.
Somente agora, na segunda estadia, elegem presbíteros em cada igreja,
recomendando-os em conjunto com a igreja ao Senhor, mediante oração e jejum.
A evangelização em Creta pode ter ocorrido de forma similar. Primeiramente
Paulo e Tito viajaram em conjunto pela ilha, anunciando o evangelho de
JESUS. Em uma segunda visita, pouco tempo depois, Tito (ele permaneceu na
ilha, enquanto Paulo seguiu viagem) deve confirmar, em e com as jovens
igrejas, presbíteros que se evidenciaram como agraciados e aprovados por
DEUS em vista de seu serviço aos fiéis.
Em
todas as igrejas surgidas da atividade missionária de Paulo havia serviços
eclesiais organizados desde o princípio, tão logo um grupo sólido de
discípulos estivesse de fato formado. O NT não dá notícia de nenhuma igreja
sem liderança. O estilo de liderança pode se configurar de formas muito
distintas, porém nunca na forma de uma posição especial excludente ou de uma
reivindicação legal consolidada.
Tt
1.7 O presidente deve ser irrepreensível como administrador de DEUS: O
presidente é um dos presbíteros e vem das fileiras deles, por isso é
repetida para ele a característica decisiva: que seja irrepreensível! O
singular não exclui a possibilidade de que houvesse vários presidentes em
uma cidade, especialmente quando se formavam várias igrejas caseiras na
mesma localidade. Ao contrário de 1Tm, não se mencionam aqui diáconos. Não
se trata de listar todos os serviços na igreja e muito menos de instituir um
cargo de bispo monárquico, nem de providenciar o ordenamento jurídico de
cargos.
A
prestação de serviços na administração de DEUS acontece pela fé. Cada
administrador presta contas do que faz e deixa de fazer.
Hans Bürki.
Comentário Esperança Cartas aos Tito.
Editora Evangélica
Esperança.
Os
homens escolhidos deveriam liderar as igrejas, ensinando a sã doutrina,
ajudando os crentes a amadurecer espiritualmente, e capacitando-os a viver
para JESUS CRISTO, apesar da oposição.
Os líderes que Tito escolhesse
deveriam servir por amor, e não por serem cobiçosos por dinheiro.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 552-554.
3. As
qualificações.
A
missão do presbítero é de tanta importância que o Novo Testamento dedica
vários textos a respeito das qualificações que se devem exigir dos obreiros
que são escolhidos para essa função ministerial. Não é um “dom de DEUS”,
como já vimos no estudo sobre Efésios 4.11.
“O
papel dos oficiais da igreja era variável e flexível na época do Novo
Testamento. Até o período patriótico primitivo, tais funções ainda não
tinham sido padronizadas e regulamentadas”. Tendo em vista a origem do
presbítero, como acentuado em item anterior, sua importância é indiscutível.
E suas qualificações são das mais relevantes. Em sua escolha, segundo a
Palavra de DEUS, devem ser observadas algumas qualidades ou qualificações,
com base no texto de Tito 1.6-9, que equipara o presbítero ao “bispo”'.
1)
“Aquele que for irrepreensível”. O presbítero, ou bispo, deve ser uma pessoa
de caráter cristão ilibado, íntegro, exemplar. Um “obreiro que não tem de
que se envergonhar” (2 Tm 2.15).
2)
“Marido de uma mulher Significa que o candidato ao presbitério ou ao
episcopado deve ser um homem fiel à sua esposa. O renomado comentarista
Matthew Henry, em seu Comentário Bíblico sobre o Novo Testamento, diz sobre
ser “marido de uma mulher” o bispo não deve ser bígamo, tendo duas ou três
mulheres, “de acordo com a prática pecaminosa comum daquela época, por uma
imitação perversa dos patriarcas”.
(Observação minha, Ev. Henrique - casado só uma vez, mesmo que ficasse viúvo
ou que fosse traído por sua esposa - ).
3)
Que tenha família ajustada. Paulo dá destaque especial à criação dos filhos
do presbítero ou bispo (cf. 1 Tm 3.4,5).
4)
“Não soberbo”. E sinônimo de “arrogante, orgulhoso, presunçoso”. Um
presbítero não deve ser orgulhoso. Quando JESUS, Mestre dos mestres, e “Sumo
Pastor”, lavou os pés dos discípulos, quis dar uma grande lição aos
pastores, e aos presbíteros ou bispos. E bom lembrar que cargo ministerial
não é sinônimo de grandeza espiritual (1 Pe 5.5).
5)
“Nem iracundo”. Uma pessoa iracunda é raivosa, colérica, furiosa. Um
presbítero deve ser pessoa que sabe refrear seus impulsos emocionais. A ira
é a pior opção para ser cultivada. Um iracundo perde os melhores amigos e
afasta a muitos de seu convívio. JESUS oferece um curso de mansidão (Mt
11.29). Há vaga para todos.
6)
“Nem dado ao vinho”. Ou seja: não dado a fazer uso de bebida alcoólica (ver
Ef 5.18). Não deve beber vinho embriagante, nem ser tentado ou atraído por
ele, nem comer e beber com os ébrios (Mt 24.49). (1) A abstinência total de
vinho fermentado era a regra para reis, príncipes e juízes, no Antigo
Testamento (Pv 31.4-7)/’ Não há necessidade de o presbítero, bispo ou pastor
tomar vinho. Um suco de uva puro tem as mesmas propriedades terapêuticas que
o vinho, exceto o teor alcoólico.
7)
“Nem espancador”. Ou não violento, agressivo. O obreiro precisa ter o fruto
da temperança ou do domínio próprio, para não dar lugar a seu temperamento
agressivo. O servo de DEUS não deve guiar-se por seu temperamento, mas pelo
ESPÍRITO SANTO (G1 5.16). Alguém pode espancar outro com palavras, ou ferir
com agressões verbais ou psicológica (cf. Jr 18.18). Sempre houve pastores
grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio moral” contra pessoas
a seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspectos. O presbítero ou bispo
deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com todos.
8)
“Nem cobiçoso de torpe ganância”. A ganância por bens materiais ou pelo
poder tem sido a causa de muitos escândalos e descrédito contra o ministério
pastoral. O apóstolo Pedro deu a mesma exortação aos presbíteros (1 Pe 5.2).
9)
“Mas dado à hospitalidade”. O bispo deve ser hospitaleiro (Hb 13.2). Um
presbítero, bispo ou pastor deve ser uma pessoa acolhedora; que sabe receber
bem, com cortesia e amabilidade, qualquer pessoa, em sua casa, na igreja, ou
em qualquer lugar. Não deve ser grosseiro nem fazer acepção de pessoas (At
10.34; Tg 2.1, 9).
10)
“Amigo do bem”. O presbítero deve ter o fruto do ESPÍRITO da “benignidade”,
que é a qualidade daquele que se dedica a fazer o bem (SI 37.27; G16.9, 10).
Quem faz o bem colherá os frutos do que semeou.
11)
“Moderado”. É sinônimo de “comedido, prudente, contido”. O presbítero ou o
bispo deve ser uma pessoa assim, sem afetação, sem exibicionismo; ter uma
vida sem exagero, seja na vida ministerial, seja na vida pessoal; sem ser
radicalista ou liberalista, evitando os extremos. Não deve ser precipitado
no falar, no agir, mas deve ter autocontrole em suas atitudes e ações. Deve
ter o fruto do ESPÍRITO da temperança (G1 5.22).
12)
“Justo”. É sinônimo de “imparcial, isento, neutro, justiceiro". Ê qualidade
indispensável ao líder. O Sumo Pastor nos guia “pelas veredas da justiça por
amor do seu nome” (SI 23.3). O presbítero ou bispo, que apascenta as ovelhas
do Senhor, deve ter o mesmo cuidado, de ser justo e não praticar qualquer
ato de injustiça. Nunca usar os “dois pesos e duas medidas”.
13)
“SANTO”. É qualidade e condição indispensável para que uma pessoa seja
salva. Ser santo é ser separado ou consagrado para DEUS. Um líder tem o
dever de zelar pela santidade. Para isso precisa estar sempre exercitando o
processo da “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14; 1 Pe
1.15).
14)
“Temperante”. E qualidade de quem tem “temperança”, ou domínio próprio,
autocontrole. Que sabe dominar seus impulsos e paixões, seja na área dos
relacionamentos, na área afetiva, sexual, ou nos apetites carnais. O
intemperante em qualquer área acaba prejudicando a si ou aos outros. O bispo
ou presbítero precisa ser um exemplo na temperança.
Após
enumerar as quatorze qualificações para a escolha de um presbítero ou bispo,
Paulo diz a condição para que ele possa exercer sua nobre missão, de cuidar,
zelar e alimentar o rebanho:
1)
“Retendo firme a fiel Palavra, que é conforme a doutrina (1.9a)”. Para que
todas as qualificações do ministro tenham valor é necessário que ele seja
“exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé,
na pureza” (1 Tm 4.12).
2)
“Para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para
convencer os contradizentes” (1.9b). Guardando ou retendo a “Fiel Palavra”
de DEUS, o líder tem autoridade para admoestar os que aceitam a “sã
doutrina” e para “convencer os contradizentes”, ou opositores da liderança.
Paulo sabia o que era esse tipo de gente (1 Tm 1.20; 2Tm 2.17; 4.14).
Para
que as qualificações do presbítero ou bispo sejam completas, é interessante
reunir as qualidades aqui estudadas com as da lista de Paulo a Timóteo, no
capítulo 2.1-7. Uma complementa a outra.
Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 131-135.
O ministro cristão
deve ser pessoa que evita não só o mal, mas a própria aparência do mal. Sob
todos os aspectos de conduta, ele tem de estar acima de repreensão. Suas
relações matrimoniais não devem ter a mínima nódoa de escândalo. Muitos na
igreja primitiva consideravam que marido de uma mulher era proibição de
casar-se de novo por qualquer razão. O escândalo do divórcio tem envenenado tão completamente o
fluxo da ordem social de nossos tempos, que devemos ser extremamente
sensatos e cuidadosos nesta questão de segundo casamento, “para que o nosso
ministério não caia em descrédito” (2 Co 6.3, NVI).
Que
tenha filhos fiéis (6) é expressão que requer algumas considerações. Seu
verdadeiro significado foi capturado pela tradução: “que tenha filhos
crentes” (BAB, RA; cf. NVI).
Barrett observa que “a mudança do plural (presbíteros) para o singular
(bispo) é mais bem explicado não pela suposição de que em cada cidade havia
um grupo de presbíteros e só um bispo, mas pela interpretação [...] de que,
enquanto que presbítero descreve o cargo, bispo descreve sua função: Os
presbíteros que você designar devem ter certas qualificações, pois o homem
que exerce a supervisão tem de ser não soberbo, nem iracundo, nem dado ao
vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância.
A
qualidade da irrepreensibilidade — “caráter inatacável” (6) — ocorre
novamente, pois a responsabilidade do bispo é servir como despenseiro da
casa de DEUS (7). O termo despenseiro quer dizer, literalmente, “o
administrador de uma casa ou família” (Kelly). O bispo era o gerente
financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser
homem de extrema integridade.
O
apóstolo alista cinco defeitos que devem estar visivelmente ausentes no
bispo (7). São falhas de caráter que, caso sejam toleradas em um líder
eclesiástico, lhe causarão ruína certa. O soberbo, o iracundo, nem dado ao vinho (“beberrão”, BJ),
nem espancador (“violento”, BAB, BJ, CH, NTLH, NVI, RA), nem cobiçoso de torpe ganância (“nem ávido por lucro
desonesto”, NVI, cf. BJ, CH).
Paulo faz uma lista
de seis virtudes a serem cultivadas pelos líderes da igreja: Dado à
hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante (8).
O
apóstolo introduz no versículo 9 uma exigência adicional: Retendo firme a
fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para
admoestar (“exortar”, BAB, RA) com a sã doutrina como para convencer os
contradizentes. Este é um tema que aparece em 1 Timóteo, embora não com todo
este grau de ênfase. Em 1 Timóteo 5.17, Paulo destaca os presbíteros que
“trabalham na palavra e na doutrina” como “dignos de duplicada honra”. Mas
aqui, na Epístola a Tito, a competência nesta área é de todos os
presbíteros. É a um ministério como este que DEUS chama os homens quando os
convoca a ir e pregar. E responsabilidade do pregador “oferecer CRISTO aos
homens”, como Carlos Wesley gostava de dizer. Neste verso, ele descreve
liricamente esta tarefa central de pregar:
"Ofereço-lhe meu Salvador;
Amigo de publicanos e Advogado: Seus
méritos e morte, ele advoga por você;
E
intercede com DEUS pelos pecadores na terra"
Mas
pregar CRISTO e oferecê-lo às pessoas é conhecer seguramente a Palavra de
DEUS relativa a CRISTO, mantê-la em consideração reverente e declarar sua
verdade às pessoas. Nestas Epístolas Pastorais, Paulo está vitalmente
interessado na sã doutrina. Por essa época, a mensagem da igreja tomara
forma em credos e fórmulas batismais. Vemos fragmentos dessas declarações de
credo afloradas nas cartas a Timóteo. Cada nova geração de líderes cristãos
tem a necessidade de declarar novamente as doutrinas básicas da fé cristã e
justificá-las na mente e consciência dos que as ouvem. Mas a sã doutrina
também tem preceitos éticos, que mostram como todos os cristãos, homens e
mulheres, moços e velhos, escravos e livres, devem viver em um mundo que
rejeita CRISTO. Tudo isto faz parte da tarefa de admoestar e convencer os
contradizentes — os que negam e contradizem a verdade.
J.
Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
545-547.
Observe que a maioria das qualificações envolve caráter, e não conhecimento
ou talento. O modo de vida de uma pessoa e os seus relacionamentos são uma
janela para o seu caráter. Tenha em conta estas qualidades quando avaliar
pessoas para posições de liderança em sua igreja. É importante ter líderes
que possam efetivamente pregar a Palavra de DEUS, mas, ainda mais
importante, eles devem viver de acordo com a Palavra de DEUS e ser exemplos
para que os outros sigam.
Os
pastores devem cumprir uma função positiva e outra negativa ao lidar com a
verdade.
Eles
devem incentivar, pregando, apoiando e reforçando as pessoas que seguem a
verdade. Mas eles também devem confrontar e refutar as ideias falsas.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 553-554.
LIDERES ORDENADOS E QUALIFICADOS (Tt 1:5-9)
Um
dos motivos pelos quais Paulo deixou Tito na ilha de Creta foi para que
organizasse as congregações locais, "[pondo] em ordem as coisas restantes".
Essa expressão é um termo médico e se refere a endireitar um membro torto.
Tito não era o ditador espiritual da ilha, mas sim o representante
apostólico oficial de Paulo, com autoridade para realizar sua obra. Fazia
parte da política de trabalho de Paulo ordenar presbíteros nas igrejas que
começava (At 14:23), mas o apóstolo não havia ficado tempo suficiente em
Creta para ordenar esses líderes.
É
bom desejar ser um líder espiritual. Desejar significa “dirigir o coração em
direção a alguma coisa”. A liderança é uma excelente obra. Paulo destacou a
sua importância. No entanto, como ele iria mostrar, os padrões são elevados.
Os novos crentes devem se tornar seguros e fortes na fé antes de
assumirem posições de liderança na igreja. Frequentemente, quando está
precisando desesperadamente de obreiros, a igreja coloca um neófito
prematuramente em uma posição de liderança. Os novos crentes devem tomar
parte no ministério de DEUS, mas não devem ser colocados em posições de
liderança até que estejam firmemente enraizados na sua fé, com um modo de
vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de DEUS. De outra
maneira, o novo crente, ensoberbecendo-se, cairá na condenação do diabo. A
referência ao diabo ensina que, da mesma maneira como Satanás caiu, por
causa do seu orgulho, assim também o perigo do orgulho espreita os novos
crentes a quem é dada alguma responsabilidade antes que estejam prontos para
assumi-la. Os novos crentes que são promovidos muito rapidamente podem ser
alvos fáceis para a poderosa tentação do diabo: o orgulho. O orgulho pode
seduzir as emoções e ofuscar a nossa razão. Pode tornar aqueles que são
imaturos suscetíveis à influência de pessoas inescrupulosas.
I Tm
3.7 Exigir que os líderes tenham uma boa reputação com as pessoas de fora da
igreja (isto é, os não-crentes da comunidade) dava à igreja em geral uma boa
reputação na comunidade. Os líderes da igreja, sendo as pessoas mais
visíveis da igreja no mundo secular, fariam bem em manter os mais altos
padrões e a melhor reputação. Ver diversos líderes de igreja nas manchetes
nos últimos anos devido à evasão de impostos, uso ilícito de fundos e
escapadas sexuais certamente danifica a credibilidade da igreja. Os líderes
de igreja que seguem os conselhos de Paulo evitam que a sua igreja enfrente
ofensas desnecessárias. Do contrário, o resultado é ficar desmoralizado e
cair em afronta e no laço do diabo, juntamente com os crentes e os
não-crentes. Este laço pode ser o fracasso moral e o julgamento resultante
em que um homem escolhido para ser líder irá cair, ou pode significar a
armadilha da tentação que leva ao orgulho, conforme mencionado no versículo
6. Quando os líderes cristãos têm uma reputação ruim, isto impede que os
incrédulos venham a CRISTO.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 494-496.
Irrepreensível não significa simplesmente gozar de boa fama, mas ter um
testemunho justificadamente bom. A crítica e as acusações não devem
encontrar pontos vulneráveis para seu ataque. Aparentemente a palavra
designa o comportamento abrangente, fundamental para tudo o que segue. JESUS
frisa a importância do bom testemunho, como também ocorre em geral no NT.
Nessa questão é decisivo que o bom testemunho seja reconhecido e fornecido
pelos que não fazem parte da igreja. “Vossa conduta seja decorosa aos olhos
dos estranhos.” Essa exortação da carta mais antiga de Paulo coincide
integralmente com a exigência de ser irrepreensível, o que não pode ser
questionado nem mesmo por observadores críticos e hostis. Um modo de vida
desses só é viável a partir do “mistério da fé, preservado em uma
consciência pura”. Essa é a origem e a renovação de toda a autêntica
irrepreensibilidade.
Marido de uma só mulher. O presidente deve ser exemplarmente casado. Não se
espera o celibato dos servidores da igreja, mas que tenham plena capacidade
matrimonial e sejam modelos no casamento. A melhor “escola matrimonial”
acontece por “exemplos matrimoniais”.
Presidentes e diáconos devem ser
casados uma única vez; isso aponta em 3 direções:
1)
Acerca da profetiza Ana lemos que era virgem até se casar. Quando o marido
morreu após 7 anos de casamento, ela passou a viver sozinha até idade
avançada (84 anos), servindo a DEUS. De acordo com a palavra profética
permaneceu fiel ao “noivo de sua mocidade”.
2)
Conforme as palavras do Senhor a monogamia é o alvo original, estabelecido
por DEUS, do relacionamento entre homem e mulher. Se os próprios gentios
chamam atenção para isso e os cristãos aspiram ao amor e à fidelidade no
matrimônio, quanto mais isso deveria valer, então, para aqueles que se
“apresentam em todas as coisas” (logo também no casamento) como “exemplo de
boas obras”.
3) A
interpretação aqui fornecida possui relevância justamente com vistas à
prática do divórcio, que naquela época se alastrava com força, e do
correlato recasamento de pessoas divorciadas, seja entre gregos, seja entre
judeus.
A
expressão única pode ser mantida em forma tão genérica pelo fato de que deve
caracterizar de forma abrangente a atitude básica fundamental da castidade
em todas as situações. O casto não reprimiu sua sexualidade, mas a tornou
íntegra, porque castidade é alegrar-se com a sexualidade respeitando os
limites do respeito.
Hans
Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica
Esperança.
II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do
termo.
I Tm
4.14. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com
a imposição das mãos do presbitério (14). Nesta passagem, o apóstolo
reconhece que o poder, que chamaríamos preparação carismática para o
ministério, é decididamente o mais importante. Ele firma que Timóteo recebeu
este dom por profecia, observação repetitiva de Paulo (1.18). O chamado de
DEUS para servir na obra do ministério é consideração anterior e principal.
E o ESPÍRITO SANTO que tem de instigar a escolha do homem para esta vocação
santa. E com o seu chamado temos razão para crer que haverá as qualificações
acompanhantes da “graça, dons e utilidade”. Pode haver casos excepcionais em
que uma ou outra destas qualidades não esteja em evidência, mas DEUS as vê
em estado latente; contudo, a regra é conforme está declarada acima.
Isto
significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”,
ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas
qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas
nenhuma o substitui.
Além
disso, seria erro presumir que a ordenação da igreja fornece esta qualidade
mística quando em falta. A significação da ordenação da igreja e sua relação
com a ação anterior do ESPÍRITO estão claramente expostas em Atos 13.2,3.
Falando da igreja em Antioquia na Síria, Lucas relata: “Disse o ESPÍRITO
SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. O
mero “contato manual”, como disse alguém, a imposição das mãos do
presbitério não tem significado sem essa obra antecedente do ESPÍRITO SANTO.
A linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à
ordenação de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento
e confirmação da ação anterior do ESPÍRITO.
J.
Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
484-485.
I Tm
4.14 Ninguém deveria desprezar Timóteo (4.12), nem ele deveria desprezar a
si mesmo. Paulo lembrou Timóteo de que ele tinha os requisitos necessários
para realizar aquela obra difícil em Éfeso. Entre eles, estava um dom
espiritual de DEUS. Embora Paulo não defina especificamente este dom, ele
estava preocupado com a possibilidade de Timóteo hesitar em usá-lo ou deixar
de usá-lo. Quando virmos as capacitações de todos os tipos (espiritual,
relacional, técnica) como dons de DEUS, será mais fácil vermos a sua mão
operando por meio dos esforços humanos. Ele poderia
realizar a tarefa porque DEUS o tinha chamado para realizá-la, o tinha
capacitado para realizá-la, e estaria com ele durante a realização dela.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 502.
Para Paulo o carisma está no começo e no centro de todo
serviço e de toda a vida da igreja. O carisma não é algo acrescentado ao
ministério, nem mesmo algo que somente possui certa importância à margem da
verdadeira ordem eclesiástica. Dons da graça foram dados a todos para todos,
ainda que nem todos recebam os mesmos dons. Em 1Co 12-14 Paulo não fala
contra os dons da graça, mas somente contra seu abuso. Timóteo não corre o
risco dos carismáticos de Corinto. Pelo contrário, a ele o apóstolo precisa
dizer: não negligencies o dom da graça em ti. O próprio DEUS o concedeu a
você, não uma instância humana. Por isso utilize esse dom, exercite-se nele,
use-o diligentemente!
Mediante profecia: por meio de uma palavra profética; profecias que apontam
para Timóteo; falam de sua vocação. Desse chamado de DEUS lhe advém força
para a luta. No começo do serviço não está o cargo, mas o carisma. No começo
do carisma não está a ordenação, mas a vocação pelo próprio DEUS. Tanto o AT
como o NT deixam inequivocamente claro que os servos estabelecidos para um
serviço específico recebem a dádiva do ESPÍRITO antes de receber os dons do
ESPÍRITO para o serviço.
Pela
imposição de mãos: A imposição das mãos confirma o que aconteceu, a saber, a
vocação prévia por DEUS, profeticamente divulgada. A prática da imposição
das mãos situa-se no âmbito dos sinais visíveis que acompanham a fé.
Paulo lhe impôs as mãos em conjunto com os anciãos (QI 30). Assim como Tito
deve instalar presbíteros de cidade em cidade, assim o próprio Paulo havia
instalado Timóteo como presbítero. A instalação do presbítero não era uma
ação arbitrária do apóstolo, mas ele reconhecera no ESPÍRITO que DEUS já
havia posto sua mão sobre o jovem: o apóstolo então agiu de modo
correspondente. Embora Timóteo fosse jovem na idade, DEUS o havia chamado
como “ancião” e o manifestou mediante profecia. Concedeu-lhe o ESPÍRITO
SANTO, incutiu-lhe o carisma para o serviço, confirmou sua vocação pela
imposição de mãos por Paulo perante muitas testemunhas.
Que
carisma específico Timóteo havia, pois, recebido? Será que era pastor,
mestre ou evangelista? (“Faça a obra de um evangelista!” 2Tm 4.5). Seria
igualmente difícil definir um dom espiritual específico para Paulo. O dom
geral da “palavra”, i. é, a vocação para o “serviço à palavra”, podia
abranger proclamação, exortação, ensino e evangelização, mas apresentava
ênfases diferentes nos diversos servos. Dependendo também das circunstâncias
com que se deparavam, um ou outro serviço podia passar mais para o primeiro
plano. Essencial para todos os dons espirituais é que cada um carece de
complementação. Por mais abrangentes que sejam, ocorrem de forma apenas
limitada em cada pessoa, carecendo da permanente complementação por parte de
outra.
Hans
Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica
Esperança.
2. A atuação do presbitério.
At
16.4,5 Pelo menos um dos novos itens da agenda da sua viagem era explicar a
decisão tomada em relação aos mandamentos que haviam sido estabelecidos
pelos apóstolos e anciãos no concílio de Jerusalém (At 15). As questões
entre judeus e gentios que tinham sido solucionadas no concílio
provavelmente surgiriam novamente nas áreas predominantemente gentílicas
para onde Paulo estava viajando.
O
crescimento rápido era importante nesta primeira etapa da divulgação do
Evangelho em meio aos gentios. Os críticos do ministério de Paulo orientado
aos gentios (especialmente a facção judaica) estariam esperando ansiosamente
por uma oportunidade para calar Paulo, ou pelo menos para diminuir a sua
influência. Mas aqui, na primeira penetração real do Evangelho no mundo
gentílico, a igreja prosperava, da mesma maneira como havia ocorrido no
início com a igreja que era composta, em sua maioria, por pessoas de origem
judaica.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 1. pag. 697.
E,
quando iam passando (tempo imperfeito) pelas cidades (Listra, Icônio,
Pisídia, Antioquia) os irmãos lhes entregavam (4) — os gentios cristãos — os
decretos — lit., “dogmas” usados para os decretos imperiais (17.7; Lc
2.1)127 — que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em
Jerusalém. A expressão Que haviam sido estabelecidos quer dizer literalmente
“que foram julgados”. Esta é a única passagem no Novo Testamento onde o
verbo comum krino foi traduzido como estabelecidos. A luz desse contexto
(cap. 15), provavelmente a melhor tradução para a frase seria: “As decisões
a que chegaram” (Phillips) ou “Os decretos que foram deliberados”.128
Aparentemente, a promulgação dos decretos do Concílio de Jerusalém mais
ajudou do que prejudicou os trabalhos, pois lemos que: as igrejas eram
confirmadas na fé e cada dia cresciam em número (5) — lit., “estavam sendo
fortalecidas” e “estavam aumentando” (verbos no tempo imperfeito). Este é o
quarto relatório resumido sobre o progresso do trabalho missionário (cf.
6.7; 9.31; 12.24).
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag.
328-329.
«...decisões...», isto é, os decretos baixados quando do concilio que houve
na cidade citada, eram entregues e explicados aos irmãos. Paulo sem dúvida ansiava por mostrar-se
leal ao pacto firmado em Jerusalém. Lembremo-nos, além disso, que Silas era um dos delegados
originais enviados pelos irmãos de Jerusalém, o qual poderia acrescentar o
seu próprio testemunho sobre a natureza das providências tomadas naquela
cidade. «Os decretos e as determinações salutares devem ser diligentemente
observados, pois, de outro modo, assemelhar-se-iam a um sino sem badalo». (Starke,
in loc.).
«Esses decretos ainda eram claramente considerados, pelos convertidos vindos
do paganismo, como a carta magna com base na qual poderiam tomar posição
firme em qualquer disputa com os judaizantes, e, sem dúvida, esses decretos
ajudaram a determinar muitos que ainda estavam hesitantes, a buscarem
admissão na igreja cristã». (E.H. Plumptre, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 328.
3. A valorização do presbitério.
Recompensa Adequada pelo Serviço Fiel (5.17,18)
As
palavras “anciãos” (1) e presbíteros (17; aqui quer dizer “pastores”, cf. BV)
são tradução da mesma palavra grega; os significados, embora distintos,
estão correlacionados. No versículo 1, significa os membros mais idosos da
congregação; mas aqui diz respeito aos indivíduos separados para a obra do
ministério: Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de
duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina
(17). Há comentaristas que entendem que este versículo antecipa a distinção
entre “pastores” que governam e “pastores que ensinam”, que é a prática em
certas igrejas reformadas. Mas isso é improvável, quando lembramos que Paulo
já havia declarado especificamente que todo bispo (ou pastor) tem de ser
“apto para ensinar” (3.2).
O
apóstolo está estipulando a Timóteo que o pastor que combina igreja com o
serviço fiel e talentoso como pregador e professor de honra. Junto do honorário
deve ser incluída a honra. Ainda não havia chegado o dia em que os
ministros da igreja seriam totalmente sustentados. O costume que então
vigorava era que os líderes da igreja se sustentassem, da mesma maneira que
o apóstolo o fazia. Na opinião de Paulo, o bom serviço merece reconhecimento
e recompensa. Aquele cujo tempo era tomado quase todo pelo trabalho da
igreja deveria receber maior compensação.
Paulo sustenta seu conselho com um argumento que lembra 1 Coríntios 9.9:
Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o
obreiro do seu salário (18). A primeira destas passagens é um preceito do
Antigo Testamento
encontrado em Deuteronômio 15.4, e em sua situação original é uma ordenação
humanitária. Mas em outro texto Paulo argumenta que tem um significado mais
profundo: “Porventura, tem DEUS cuidado dos bois? Ou não o diz certamente
por nós?” (1 Co 9.9,10). O apóstolo também cita outra passagem para a qual
dá importância igual: Digno é o obreiro do seu salário. Esta é declaração de
nosso Senhor registrada em Lucas 10.7. O fato surpreendente é que os
estudiosos do Novo Testamento não conseguem achar evidências para provar que
o Evangelho de Lucas tinha acesso geral quando estas palavras foram
escritas. Provável é que o Evangelho de Lucas fosse conhecido
por Paulo e também por Timóteo.
E.
K. Simpson assume a posição, junto com B. B. Warfield, de que “temos aqui
uma citação verbalmente exata do Evangelho de Lucas, tratada como porção
integrante das Santas Escrituras”. Nesta passagem, o apóstolo deixa clara
sua opinião de que o serviço fiel e eficaz merece reconhecimento e
remuneração adequada. E óbvio que a igreja começava a mudar rumando para um
ministério assalariado.
J.
Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
490-491.
Dobrada honra: o termo honra retoma nitidamente o tema do v. 3, onde já se
evidenciou que ele não podia se referir apenas ao sustento ou ao salário.
Honrar uma pessoa significa reconhecê-la, atribuir-lhe o valor que lhe cabe.
O próprio Timóteo não havia recebido a honra e o reconhecimento que merecia.
Em vez de exigi-los para si, deve responder a essa deficiência com vida
exemplar. Conceder “dobrada honra” pode significar ou honrar uma pessoa
idosa por ser anciã e por trabalhar na igreja como anciã ou, além do
sustento material recebido por todos os idosos carentes, manter
(intelectualmente) honrados os idosos que presidem a igreja, por causa de
seu ministério. A igreja deve ser generosa e pródiga no sustento de homens e
mulheres idosos e de forma alguma ser reticente quando desempenham um bom
ministério em prol da igreja.
Sobretudo os que trabalham na palavra e no ensino: que realizam algo, que se
esforçam, termo frequente em Paulo.
Palavra: como em 1Tm 4.12; 1Co 1.5; de modo geral a proclamação da mensagem
de CRISTO.
Ensino: instrução para viver a partir da fé. De acordo com 1Tm 3.2 e Tt 1.9,
ensinar faz parte das atribuições do presidente. Consequentemente se fala
aqui de vários presidentes em Éfeso, assim como acontecia na igreja em
Filipos. Os dirigentes das famílias em cujos lares surgiram as primeiras
igrejas caseiras também eram os presidentes naturais para as igrejas, caso
fossem aprovados.
Contrariando a declaração, muitas vezes reiterada, de que as pastorais preferem
títulos para cargos sem descrever a função deles, ao passo que o próprio
Paulo raramente empregaria títulos para cargos, mas em troca assinala o
conteúdo dos diversos serviços, aparece o presente versículo: “Sobretudo
aqueles que trabalham na palavra e no ensino.” Nem aqui nem em 1Tm 3.1s se
fala de uma ordem hierárquica dos ministérios. Por isso o jovem Timóteo pode
ser convocado para ser “presbítero”, porque em última análise a chave não é
a idade, nem o cargo em si, mas o serviço ao evangelho, o empenho e o labor
dentro dele (1Tm 4.14).
Hans
Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica
Esperança.
NORMAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PRÁTICA
1
Timóteo 5:17-22
Esta
passagem consiste numa série de normas muito práticas para a vida e a
administração da Igreja.
(1)
Deve-se honrar adequadamente os anciãos, e também pagar-lhes como
corresponde. No Oriente quando se debulhava, as hastes de trigo se deixavam
na era; logo se fazia com que várias juntas de bois caminhassem sobre eles;
ou se atava os bois num poste no meio, como um eixo e eram partidos ao
redor do grão; outras vezes se acoplava a eles um pau de debulhar, aquele
que se fazia passar e repassar sobre o trigo; mas em todos os casos se
deixava os bois sem focinheira; estavam livres para comer todo o grão que
quisessem como prêmio pelo trabalho que estavam fazendo. A lei existente de
que não se devia atar a boca aos bois encontra-se em Deuteronômio 25:4. A
afirmação de que todo obreiro é digno de seu trabalho pertence a JESUS
(Lucas 10:7). O mais provável é que Ele tenha citado um provérbio. Todo
homem que trabalha merece seu sustento, e quanto mais trabalha, mais terá
ganho e merecido. O cristianismo nunca teve nada que ver com a ética suave e
sentimental que exige salários iguais para todos. O que recebe o homem deve
ser sempre proporcional a seu trabalho. Mas devemos notar quais são os
anciãos que devem ser especialmente honrados e retribuídos. Trata-se
daqueles que trabalham na pregação e no ensino. Não se trata aqui do ancião
que se limitava a dar conselhos e recomendações, cujo serviço consistia em
palavras, discussões e argumentos e que considerava terminados seus deveres
de ancião quando se sentou a uma mesa e falou. O homem que verdadeiramente
honrava a Igreja era aquele que trabalhava para edificá-la com sua pregação
da verdade às pessoas, e com sua tarefa de educar os mais jovens e os novos
conversos no caminho cristão.
(2)
A Lei judia estabelecia que não se podia condenar a ninguém com o testemunho
de uma só pessoa: “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por
qualquer iniquidade ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo
depoimento de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o fato”
(Deuteronômio 19:15).
A
Mishnah, a lei rabínica codificada, ao descrever o processo de um juízo diz:
" A segunda testemunha era igualmente trazida e examinada.
Se
fosse encontrado que o testemunho dos dois coincidia, o caso era aberto
para a defesa." Quer dizer, se sustentava-se uma acusação com a evidência de
uma só testemunha, considerava-se que não havia motivo para iniciar uma
causa.
Em
épocas posteriores as normas da Igreja estabeleceram que as duas testemunhas
deviam ser cristãs, porque teria sido fácil para um pagão malicioso inventar
uma falsa acusação contra um ancião cristão para desacreditá-lo, e através
dele à Igreja. Nos primeiros dias da Igreja, as autoridades eclesiásticas
não duvidavam em aplicar a disciplina, e Teodoro de Mopsueste, um dos pais
primitivos, assinala quão necessária era esta norma, porque os anciãos
estavam expostos sempre ao desagrado e especialmente a ataques maliciosos
"como aquela desforra dos que tinham sido repreendidos por seus pecados". Uma
pessoa a que se tinha chamado à ordem podia querer obter sua revanche
acusando maliciosamente a um ancião de alguma irregularidade ou algum
pecado. O certo é que este seria um mundo mais feliz, e a Igreja seria mais
feliz, se a pessoa compreendesse que difundir ou repetir histórias a
respeito das pessoas, que não são, nem podem ser seguras, é nada menos que
um pecado. Os falatórios irresponsáveis, caluniosas e maliciosas fazem danos
infinitos e causam muitas feridas, e DEUS não deixará de castigar.
(3)
Aqueles que persistem no pecado devem ser repreendidos publicamente. Essa
reprimenda pública tinha um duplo valor. Fazia com que o pecador
considerasse seriamente sua forma de ser, e despertava o sentimento de
vergonha; e fazia com que outros se cuidassem de não ver-se envoltos eles
mesmos numa humilhação similar. A ameaça da publicidade não é má, se faz com
que a pessoa se mantenha no caminho correto, ainda que seja por medo. Um
dirigente sábio, saberá quando é o momento de calar as coisas, e quando deve
fazer uma reprimenda pública. Mas seja o que for que aconteça, a Igreja não
deve dar ao mundo nunca a impressão de que está tolerando o pecado.
(4)
Timóteo vê-se urgido a administrar sua tarefa sem favoritismos nem
preconceitos. D. S. Easton escreve. "O bem-estar de toda comunidade depende
da disciplina imparcial." Nada faz mais mal que tratar a algumas pessoas
como se não pudessem fazer o mal, ou a outros como se não pudessem fazer o
bem. A justiça é uma virtude universal, e nela a Igreja nunca deve estar por
baixo das normas de imparcialidade que até o mundo exige com razão.
(5)
Previne a Timóteo que “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos”. Isso
pode significar uma de duas coisas.
(a)
Pode ser que signifique que não deve ser muito ligeiro em impor as mãos a
qualquer pessoa para ordená-la numa função da Igreja. Ninguém deveria começar no posto mais alto. A pessoa deve dar
provas de que merece uma posição de responsabilidade e liderança. Isto é
duplamente importante na Igreja; porque uma pessoa que é elevada a uma alta
função e logo fracassa nela ou a desacredita, não só traz desonra sobre si
mesmo, mas também sobre a Igreja. Num mundo crítico a Igreja não pode deixar
de ser muito cuidadosa no que concerne à classe de pessoas que escolhe como
dirigentes.
(b)
Eusébio, o historiador da Igreja, relata-nos que era um costume antigo que
os pecadores arrependidos fossem recebidos novamente com a imposição de mãos
e com oração. Se esta passagem refere-se a isso, pode tratar-se de uma
advertência a Timóteo que não seja muito ligeiro em receber novamente à
pessoa que havia trazido desonra à Igreja; que esperasse até que tivesse
demonstrado que seu arrependimento era genuíno e que estava verdadeiramente
decidido a modificar sua vida para concordar com suas manifestações de
arrependimento.
A comunidade da
Igreja existe para ajudar a estas pessoas a redimir-se a si mesmos, mas o
ser membros da Igreja é para aqueles que dedicaram suas vidas a CRISTO
verdadeira e sinceramente.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 129-133.
I
Ped 5.1 Aqui prossegue a linha de pensamento de 4.12-19. Como o julgamento
de DEUS irá “começar pela casa de DEUS” (4.17), os presbíteros destas
congregações tinham grande responsabilidade. Os presbíteros eram os líderes
nomeados nas igrejas (veja At 14.23; 20.17; 1 Tm 5.17,19;Tt 1.5,6); eles
deveriam conduzir as igrejas por meio do ensino das doutrinas sadias,
ajudando os crentes a adquirirem maturidade espiritual e equipando os
crentes para viverem para JESUS CRISTO, apesar das oposições. Os presbíteros
tinham grande responsabilidade, e esperava-se que fossem bons exemplos.
Pedro pediu como um presbítero também, identificando-se, desta forma, com os
outros líderes da igreja, embora tivesse ainda mais autoridade por ser um
dos apóstolos. Como testemunhas, eles também poderiam
participar daqueles sofrimentos, “testemunhando-os” pessoalmente em sua
própria vida.
Mas
eles compartilham ainda mais, pois Pedro e os demais presbíteros, assim como
todos os crentes, serão participantes da glória de CRISTO, que se há de
revelar quando Ele retornar. Pedro e os crentes estavam participando da
glória de CRISTO naquela época, e eles também participarão desta glória
quando ela for revelada, no último dia (a Segunda Vinda).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 732.